Carta pelos Medicamentos Antiobesidade Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN XXIII Congresso Brasileiro de Nutrologia 26/9/2014 Em nome dos médicos nutrólogos e dos milhões de pacientes obesos do Brasil, a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) pede a atenção e o apoio da população para fazer valer os direitos ao tratamento medicamentoso para a obesidade. A convite da ABRAN, alguns dos maiores especialistas em tratamento da obesidade se reuniram hoje, em São Paulo, durante o XVIII Congresso Brasileiro de Nutrologia, para discutir a urgente necessidade de disponibilizar ao mercado os medicamentos anfepramona, mazindol e femproporex, cuja proibição que vigorava há quase três foi revogada pelo Senado Federal este mês. Por isso, trouxemos para o debate também alguns pacientes que durante anos fizeram uso desses medicamentos e que, desde 2011, se vêm privados do acesso o tratamento adequado. O Decreto Legislativo foi uma vitória da classe médica e é resultado de uma mobilização conjunta entre profissionais de diversas especialidades, entidades médicas, conselhos de medicina e pacientes, que, desassistidos de suas opções terapêuticas, fizeram chegar ao poder público as reais necessidades sobre a doença obesidade. Hoje, conversamos junto aos mais renomados especialistas, das mais importantes entidades nacionais e internacionais e o consenso é claro: a obesidade é uma doença crônica e, como tal, precisa de tratamento medicamentoso. Nem todos os pacientes respondem da mesma maneira aos exercícios físicos e às dietas. Apresentamos estudos e comprovações científicas a respeito dos benefícios do uso controlado, trouxemos casos de sucesso e provamos a necessidade do uso da farmacoterapia no combate à obesidade. Nós somos médicos e especialistas e estamos em contato direto com os pacientes e, por essa razão, melhor do que ninguém, nós compreendemos quais são as necessidades da população brasileira. O povo brasileiro com obesidade pediu e, finalmente, foi ouvido pelos representantes políticos. A obesidade é uma doença crônica como o diabetes e a hipertensão arterial, por exemplo, além de condição de alto risco para várias outras doenças, como acidente vascular cerebral e câncer. Os exercícios físicos e as dietas são essenciais não apenas à população acima do peso, mas a todos os cidadãos. Quando um paciente não consegue resultados apenas com as mudanças de hábitos e estilo de vida, então, aí, é chegada a hora de apresentar outras opções que ajudem a garantir melhor qualidade de vida e saúde. Dessa maneira, todo obeso deve ser tratado individualmente, certas vezes apenas com reeducação alimentar, certas vezes com medicação adequada. Os medicamentos inibidores de apetite são benéficos, seguros e eficazes, quando utilizados com acompanhamento médico. Já provamos isso e, cada vez mais, surgem novos trabalhos que voltam a referendar essa constatação. Em nossa reunião de hoje, recebemos pacientes que tiveram suas vidas desassistidas após a proibição. São pacientes que já vinham em um tratamento correto, com especialistas, e que, desde 2011, só viram piorar seus quadros e comorbidades associadas à obesidade. São vítimas de discriminação em meios de convívio social. Sofrem preconceito no mercado de trabalho, na escola, entre os amigos e até no ambiente familiar. Apresentam outras graves doenças, comorbidades associadas à doença obesidade, e sofrem com isso. Estamos certos de que a população brasileira entende a situação da obesidade no nosso País. As substâncias anfepramona, mazindol e femproporex, assim como a sibutramina, já se provaram seguras e eficazes. Os remédios já são liberados em mais de 80 países no mundo, entre EUA, México, toda a América Central, Argentina, Chile, Austrália, países da Europa e Ásia. A decisão foi pautada pelo interesse da sociedade e não podemos permitir que novas medidas sejam tomadas arbitrariamente. A utilização de medicamentos é imprescindível à manutenção de sua saúde e de seu tratamento no combate à doença crônica obesidade. Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) São Paulo, 26 de setembro de 2014 Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo presidente da ABRAN Dr. Richard Atkinson, editor do International Journal of Obesity, médico, professor e pesquisador da Universidade de Virgínia, EUA Dr. Raul Morin, presidente da Associação Mexicana para o Estudo da Obesidade Dr. Paulo Giorelli, diretor executivo do International College of Advancement of Medical Nutrition (ICAN) Dr. César Casávola, presidente da Associação Argentina de Nutrição (SAN) Dra. Any Ferreira (FELANP) Dr. Rafael Figueredo, presidente da Sociedade Paraguaia de Nutrição (SPN) Dr. Dimitri Homar (ABRAN) Dr. Valter Makoto Nakagawa (SEVISA) Dr. José Alves Lara Neto (ABRAN) Dr. Milton Mizumoto (SBME) Antônia Rodrigues, paciente Lamia Smaili, paciente Viviane Lauer, paciente Iara Duarte, paciente