Caracterização do Campo Jornalístico – Gêneros Jornalísticos: Crônicas, Charge e Anedota Língua Portuguesa (Professora Terezinha) Os textos jornalísticos são os textos veiculados pelos jornais, revistas, rádio e televisão, os quais possuem o intuito de comunicar e informar sobre algo. Nos dias atuais, o texto jornalístico é provavelmente o gênero textual mais lido, pois possui o maior alcance nos diversos setores da sociedade. Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais tipos, por exemplo: uma crônica jornalística e humorística. Charge A charge é um gênero jornalístico que se utiliza da imagem para expressar à coletividade o posicionamento editorial do veículo. É uma crítica carregada de ironia e que reflete situações do cotidiano. O termo charge é oriundo do francês charger e que significa carga, exagero e ataque violento. As charges retratam situações da atualidade. O que é crônica? A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano. Do latim, a palavra “crônica” (chronica) refere-se a um registro de eventos marcados pelo tempo (cronológico); e do grego (khronos) significa “tempo”. Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o passar do tempo ela perde sua “validade”, ou seja, fica fora do contexto. • • • • • As características das crônicas narrativa curta; uso de uma linguagem simples e coloquial; presença de poucos personagens, se houver; espaço reduzido; temas relacionados a acontecimentos cotidianos. Tipos de crônicas Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo (com enredo, foco narrativo, personagens, tempo e espaço), há diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros textuais. Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica dissertativa. Além delas, temos: • • • Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de “crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da atualidade para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa. Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa. Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o público, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc. Por meio da charge, o leitor tem a capacidade de compreender a dinâmica de acontecimentos ocorridos em todo o mundo. O chargista, como é chamado o profissional que desenha charges, precisa estar inteiramente familiarizado com os assuntos jornalísticos para conseguir retratar e transmitir a mensagem em um único quadro de elementos gráficos. Características da Charge • • • • • • • • • Retrata a atualidade; É usada em uma notícia que retrata um fato social ou político de relevância; Se origina na notícia jornalística; Reflete na imagem o posicionamento editorial do veículo; A charge também pode ser chamada de texto visual em que utiliza o humor ao mesmo tempo em que critica; Como se alimenta da novidade, é tida como uma narrativa efêmera; Caso não venha acompanhada de uma notícia, pode não ser compreendida pelo leitor. Charge Política Por ser íntima da atualidade, a charge é amplamente utilizada no debate jornalístico que trata da política. É praticamente obrigatório aos jornais destinarem um espaço exclusivo à postagem de charges. A Anedota ou Piada é um gênero textual humorístico que tem o intuito de levar ao riso. São textos populares que vão sendo contados em ambientes informais, e que normalmente não possuem um autor. Trata-se de um texto narrativo simples em que geralmente há presença de enredo, personagens, tempo, espaço. Características das Anedotas As principais características das anedotas ou piadas são: • • • • • • • • • • • Narração relativamente curta; Enredo simples; Textos populares; Serve para descontrair; Autoria desconhecida; Ambiente informal; Linguagem simples e coloquial; Humor e ambiguidade; Sarcasmo e ironia; Presença de discurso direto; Situações cotidianas. interior. Aparece depois um rapaz; mas é um atleta. Faz alguns minutos de ginástica, dá um mergulho, volta a fazer exercícios com a maior eficiência. Esse não é de nossa raça, os vagabundos matinais. Está ali a negócios: negócios de saúde ou atletismo, em todo caso, negócio. Eu, a senhora e as quatro crianças nos entendemos. Levo duas crianças um pouco mar a dentro, para receberem algumas lambadas de onda. Dão gritos, dão risadas, sentem medo, sentem coragem. Somos gente do interior e somos, seguramente, boa gente. Rubem Braga Publicado na Folha da Tarde, sábado, 13 de novembro de 1954. Leia a crônica e depois resolva às questões 1 - 12: (COPIAR AS QUESTÕES E RESPONDER NO CADERNO) 1. O texto que você leu é uma crônica, isso se justifica porque ela apresenta uma linguagem simples e espontânea, como também: a) narração de situações cotidianas sob uma ótica individual do autor. b) linguagem poética e hiperbólica, demonstrando emoções coletivas. c) informa sobre fatos históricos, mostrando dados importantes de Marataízes. d) discorre sobre um tema e apresenta características subjetivas da praia. PRAIA Acordo cedo e vejo o mar se espreguiçando; o sol acabou de nascer. Vou para a praia; é bom chegar a esta hora em que a areia que o mar lavou ainda está limpinha, sem marca de nenhum pé. A manhã está nítida no ar leve; dou um mergulho e essa água salgada me faz bem, limpa de todas as coisas da noite. Era assim, pelas seis e meia, sete horas que a gente ia para a praia em Marataízes. Naquele tempo, diziam que era bom para a saúde; não sei se ainda dizem. Para mim, tem um sabor tão antigo e todo novo, essa praia bem de manhã. Para um lado e outro diviso apenas dois ou três vultos distantes. Por que não vem mais gente à praia? Muita gente, é claro, tem de estar na cidade cedo; mas há um número imenso de funcionários e pessoas de muitas profissões que nesta cidade onde se dorme tão cedo parece ter algum preconceito contra acordar cedo. Basta olhar qualquer edifício de Copacabana e Ipanema; às dez horas começam a se apagar as luzes, e meia hora depois da última sessão de cinema há edifícios inteiros completamente às escuras. O grosso da população ressona. provincianamente às onze horas. Mas para vir à praia todo mundo parece ter medo de ser provinciano. O leve calor do sol me reconforta. Chega uma senhora gorda com dois meninos e duas meninas. Senta-se no raso, e as duas crianças menores sobem pelos seus ombros e sua cabeça, chutam água e espuma, todos se riem na maior felicidade. Suas roupas de banho não são elegantes; devem ser como eu, gente do 2. Segundo o texto, o narrador-personagem: a) costuma ir à praia de manhãzinha frequentemente com sua família. b) acredita que a água salgada possibilita bem-estar para o corpo e para a mente. c) assegura não haver pegadas na praia à noite porque as pessoas dormem cedo. d) vai à praia muito cedo para praticar uma atividade esportiva matinal. 3. Assinale o trecho da crônica que releva uma inquietação do personagem: a) “Muita gente, é claro, tem de estar na cidade cedo...” b) “Basta olhar qualquer edifício de Copacabana...” c) “Por que não vem mais gente à praia?” d) “A manhã está nítida no ar leve; dou um mergulho...” 4. A personificação é uma figura de linguagem que atribui sensações e sentimentos humanos a objetos inanimados ou seres irracionais. Desse modo, NÃO há uma personificação em: a) “... vejo o mar se espreguiçando...” b) “... o sol acabou de nascer.” c) “O leve calor do sol me reconforta...” d) “Levo duas crianças um pouco mar a dentro...” 5. Na crônica, o autor Rubem Braga recorre a uma linguagem familiar, cujo objetivo é aproximar o leitor dos fatos por ele apresentados. Assinale um trecho da crônica que mostra uma expressão pertencente a linguagem informal/coloquial: a) “Dão gritos, dão risadas, sentem medo...” b) “... devem ser como eu, gente do interior.” c) “O grosso da população ressona.” d) “Eu, a senhora e as quatro crianças nos entendemos.” 6. “Era assim, pelas seis e meia, sete horas que a gente ia para a praia em Marataízes. Naquele tempo, diziam que era bom para a saúde; não sei se ainda dizem. Para mim tem um sabor tão antigo e todo novo, essa praia bem de manhã.” Nesse trecho, é possível observar que o narrador-personagem transmite um sentimento de a) ansiedade. b) frustração. c) aversão. d) nostalgia. 7. Segundo o texto, o personagem acredita que as pessoas não vão à praia porque têm medo de: a) serem confundidas de outras províncias. b) serem consideradas ultrapassadas. c) que a praia não traga segurança e saúde. d) serem chamadas de vagabundas. 8. Por que o narrador acredita que a mulher com os dois meninos e as duas meninas são do interior assim como ele? E por que o rapaz que chega logo depois ele o considera de outra raça? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ d) se comportam como malandros, sem nenhuma responsabilidade com a vida. 11. No trecho: “Está ali a negócios: negócios de saúde ou atletismo...”, o uso dos dois pontos tem a finalidade de: a) apresentar um discurso direto. b) revelar uma citação de outra pessoa. c) mostrar uma explicação de uma palavra. d) iniciar uma síntese do que foi dito. 12. Há uma opinião no trecho: a) “... a gente ia para a praia em Marataízes.” b) “... e somos, seguramente, boa gente.” c) “... às dez horas começam a se apagar as luzes...” d) “Eu, a senhora e as quatro crianças nos entendemos.” Leia a charge para responder às questões 1 – 5: 9. No trecho: “Mas para vir à praia...”, a palavra grifada estabelece uma oposição com o que foi dito anteriormente pelo narrador, já que é uma conjunção: a) explicativa. b) condicional. c) aditiva. d) adversativa. 10. Para o narrador, ele, a mulher e as crianças são vagabundos matinais porque: a) estão na praia sem nenhum compromisso, apenas para se sentir felizes. b) não trabalham durante o dia, apenas vão observar à praia com frequência. c) caminha pela praia sem um rumo determinado, perambulando sem objetivo. 1. A finalidade do texto é: a) trazer argumentos e opiniões para convencer o leitor. b) criticar acontecimentos atuais de interesse público. c) apresentar uma mensagem informativa para o leitor. d) narrar uma história cômica para divertir as pessoas. 2. No texto, é possível concluir que a pandemia do Coronavírus a) chegou ao fim, todavia, deixou consequências trágicas para muitas pessoas. b) deixou toda a população doente e acamada em hospitais do Brasil. c) permitiu que as pessoas se tornassem mais preocupadas com as outras. d) nunca vai acabar, pois as pessoas ainda continuam sem usar máscaras. 3. No trecho: “... não fosse acabar nunca. ”, a palavra em destaque estabelece ideia de a) negação. b) dúvida. c) modo. d) tempo. 4. Através de qual elemento é possível compreender a mensagem principal do texto? a) A imagem do cachorro. b) A fala do primeiro homem. c) O aparelho de oxigênio. d) A idade avançada do segundo homem. 5. O texto em estudo pertence à esfera a) religiosa. b) jornalística. c) literária. d) publicitária. Leia o texto para responder às questões 6 – 10: 6. A principal finalidade do texto é a) trazer uma reflexão. b) apresentar uma crítica. c) provocar humor. d) expor uma informação. 7. A charge revela, sobretudo, que a) as pessoas estão com medo de serem assaltadas nas ruas. b) o medo da contaminação é superior ao medo de armas. c) as mulheres estão sendo atacadas constantemente. d) os doentes estão contaminando as pessoas nas ruas. 8. Na charge, é possível identificar uma linguagem coloquial, normalmente usada pelas pessoas em situações informais. A palavra usada pelo homem que na linguagem culta não está adequada é: a) “RÁPIDO” b) “DONA” c) “PASSA” d) “ESPIRRO” 9. A palavra utilizada pelo homem que indica ideia condicional é: a) “SE” b) “BOLSA” c) “NÃO” d) “EU” 10. A expressão da mulher na charge revela que ela está a) inquieta. b) indignada. c) exultante. d) atemorizada. GABARITO: CRÔNICA 1A / 2B / 3C / 4D / 5C / 6D / 7B / 8. Porque suas roupas de banho não são elegantes. Porque ele faz alguns minutos de ginástica, dá um mergulho, volta a fazer exercícios com a maior eficiência (É possível concluir que o rapaz estivesse com uma roupa apropriada para a prática de atividade física). / 9D / 10A / 11C / 12B GABARITO: CHARGE 1B / 2A / 3D / 4C / 5B / 6C / 7B / 8C / 9A / 10D