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1-eixov-humanas-digital (1)

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Caderno de Apoio à
Aprendizagem – EJA
HUMANAS
Unidade
HISTÓRIA
GEOGRAFIA
EIXO V/TAI/TJ4
1
EXPEDIENTE
Governo da Bahia
Leinah Silva Souza
Rui Costa | Governador
Lucas Bispo de Oliveira Santos
João Leão | Vice-Governador
Maria Célia Silva Coelho
Jerônimo Rodrigues | Secretário da Educação
Maria Luiza França Sampaio
Danilo Melo Souza | Subsecretário
Marinalva Silva Mascarenhas
Manuelita Falcão Brito | Superintendência de
Políticas para a Educação Básica
Nathalia Lãoturco de Carvalho
Isadora Silva Santos Sampaio | Coordenadora
Tathiane da Silva Alves Oliveira
da Educação de Jovens e Adultos
Coordenação Geral
Isadora Silva Santos Sampaio
Jorge Bugary Teles Junior
Jurema Oliveira Brito
Iara Martins Icó Sousa
Relação dos professores
Ana Margarete Gomes
Andreus Bastos Cruz
Ângelo Jasher Soares Bomsucesso
Catarina Cerqueira de Freitas Santos
César Mustafá Tanajura
Daniela Ferreira Sodré
Soraia Jesus de Oliveira
Thalisson Andrade Mirabeau
Yone Maria Costa Santiago
Suporte pedagógico
Catarina Cerqueira de Freitas Santos
Cintia Pláscido Silva Meireles
Cristiano Rodrigues de Abreu
Macia da Silva Mascarenhas
Apoio técnico
Luiza Ubiratan de Oliveira
Ivanete Conceição Oliveira Amorim
Maria Célia Silva Coelho
Marcella Vianna Bessa
Elias Antônio Almeida de Fonseca
Diagramação
Erica Borges de Almeida Nunes
Marjorie Amy Yamada
Fernanda Pereira de Brito
Foto da capa
Francisco Silva de Souza
Gildo Mariano de Jesus
Isadora Silva Santos Sampaio
Janaina Gelma Alves do Nascimento
Jorge Bugary Teles Junior
José Carlos dos Santos Oliveira
V Encontro Nacional dos Estudantes
Indígenas, em Salvador, Bahia – Daniela
Moura/Mídia Ninja (2017)
À Comunidade Escolar,
A pandemia do coronavírus explicitou problemas e introduziu desafios para
a educação pública, mas apresentou também possibilidades de inovação.
Reconectou-nos com a potência do trabalho em rede, não apenas das redes
sociais e das tecnologias digitais, mas, sobretudo, desse tanto de gente
corajosa e criativa que existe ao lado da evolução da educação baiana.
Neste contexto, é com satisfação que a Secretaria de Educação da Bahia
disponibiliza para a comunidade educacional os Cadernos de Apoio à
Aprendizagem – EJA, um material pedagógico elaborado por dezenas
de professoras e professores da rede estadual durante o período de
suspensão das aulas. Os Cadernos são uma parte importante da estratégia de retomada das atividades letivas, que facilitam a conciliação dos
tempos e espaços, articulados a outras ações pedagógicas destinadas a
apoiar docentes e estudantes.
Assegurar uma educação pública de qualidade social nunca foi uma missão
simples, mas nesta quadra da história, ela passou a ser ainda mais ousada.
Pois além de superarmos essa crise, precisamos fazê-lo sem comprometer essa geração, cujas vidas e rotinas foram subitamente alteradas, às
vezes, de forma dolorosa. E só conseguiremos fazer isso se trabalharmos
juntos, de forma colaborativa, em redes de pessoas que acolhem, cuidam,
participam e constroem juntas o hoje e o amanhã.
Assim, desejamos que este material seja útil na condução do trabalho
pedagógico e que sirva de inspiração para outras produções. Neste sentido,
ao tempo em que agradecemos a todos que ajudaram a construir este
volume, convidamos educadores e educadoras a desenvolverem novos
materiais, em diferentes mídias, a partir dos Cadernos de Apoio, contemplando os contextos territoriais de cada canto deste país chamado Bahia.
Saudações educacionais!
Jerônimo Rodrigues
Secretário de Educação do Estado da Bahia
TRILHA 1
HISTÓRIA
Trabalho e saúde em tempos
pandêmicos
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Olá, estudante. Como você está? Sabemos que às vezes temos que
enfrentar muitos desafios, mas vamos olhar para trás e perceber o quanto
já conquistamos! No caso de enfrentamento de crises sanitárias, isso se
torna mais verdadeiro ainda. Tivemos diversas crises com epidemias e
pandemias que marcaram a História humana, ceifaram muitas vidas, mas
nos legaram aprendizado e conhecimento que fizeram a ciência avançar e
os procedimentos foram melhorando.
Vamos conhecer um pouco desse percurso?
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Você conhece as grandes crises sanitárias da História? Já ouviu falar da
Peste Negra e da Gripe ou Peste Espanhola? Como os homens daqueles
tempos trataram essas pandemias? Que influências culturais, religiosas
e econômicas ditaram o comportamento das pessoas e das autoridades?
Tempo, História e Experiência
Com o novo coronavírus atingindo a categoria de pandemia, muito tem
se falado de outras doenças que assolaram a humanidade em diferentes
momentos históricos. Foram elas principalmente a Peste Negra e a Gripe
Espanhola. Como os relatos de quem viveu esses difíceis momentos
chegaram até os nossos dias? Através de relatos textuais, sejam jornalísticos ou históricos.
TRILHA 1 | Trabalho e saúde em tempos pandêmicos
4
Figura 1. Médico da Peste Negra (Paul Fürst, 1656).
Figura 2. Médicos da peste bubônica.
Figura 3. O Triunfo da Morte (Pieter Bruegel, 1562).
Figura 4. O Triunfo da Morte (Francesco Traini).
Figura 5. Médicos em diferentes pandemias.
Figura 6. Praga em Winterthur (August Corrodi, 1328).
Essas imagens expressam atitudes e comportamento daquele difícil
período histórico. Outras imagens retratam o cotidiano das pessoas da
época. O que mostram? Elas lembram alguma indumentária utilizada nos
nossos dias para conter o contágio?
1 A partir das imagens acima e de pesquisas, construa um texto
relatando práticas fúnebres, reações das pessoas frente a peste
negra, práticas para evitar o contágio, mitos e superstições a
respeito e a evolução no trato de crises sanitárias.
TRILHA 1 | Trabalho e saúde em tempos pandêmicos
5
HISTÓRIA
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Texto 1
Peste negra
A peste negra é uma doença causada pelo bacilo Yersinia pestis,
que desencadeou uma pandemia, isto é, uma proliferação generalizada,
que ocorreu na segunda metade do século XIV, na Europa, matando
um terço da população desse continente. Essa peste integrou a série
de acontecimentos que contribuíram para a crise da Baixa Idade Média,
como as revoltas camponesas, a Guerra dos Cem Anos e o declínio da
cavalaria medieval.
Origem e propagação da peste negra
HISTÓRIA
A peste negra tem sua origem no continente asiático, precisamente na China. Sua chegada à Europa está relacionada às caravanas de
comércio que vinham da Ásia através do Mar Mediterrâneo e aportavam
nas cidades costeiras europeias, como Veneza e Gênova. Calcula-se que
cerca de um terço da população europeia tenha sido dizimada por conta
da peste.
A propagação da doença, inicialmente, deu-se por meio de ratos
e, principalmente, pulgas infectados com o bacilo, que acabava sendo
transmitido às pessoas quando essas eram picadas pelas .Num estágio mais avançado, a doença começou a se propagar por via aérea, por
meio de espirros e gotículas.
Contribuíam com a propagação da doença as precárias condições
de higiene e habitação que as cidades e vilas medievais possuíam.
Muita gente atribuiu a causa da moléstia aos povos estrangeiros,
notadamente aos judeus. Será por quê?
Sintomas da peste negra
A peste foi denominada “negra” por conta das afecções na pele da
pessoa acometida por ela, isto é, a doença provocava grandes manchas
negras na pele, seguidas de inchaços em regiões de grande concentração de gânglios do sistema linfático, como a virilha e as axilas.
TRILHA 1 | Trabalho e saúde em tempos pandêmicos
6
Esses inchaços também eram conhecidos como “bubões”, por isso
a peste negra também é conhecida como peste bubônica. A morte pela
peste era dolorosa e terrível, além de rápida, pois variava de dois a cinco
dias após a infecção.
Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/idade-media/peste-negra.htm>.
Texto 2
Identificada bactéria que causou a peste negra na Idade
Média
HISTÓRIA
Artigo publicado agora na “Public Library of Science Pathogens”, de
acesso livre na Internet, mostra que a pandemia que assolou a Europa
entre 1347 e 1750 foi causada pela Yersínia pestis, a bactéria da peste
bubónica, que se espalha através da saliva das pulgas dos ratos infectados que estão em contato com os seres humanos.
“As nossas descobertas indicam que a peste viajou para a Europa
através de pelo menos duas vias, que tomaram caminhos individuais”,
explicou por comunicado a última autora do artigo e líder da investigação Barbara Bramanti, do Instituto de Antropologia da Universidade de
Mainz, na Alemanha.
Disponível em: <https://biogilde.wordpress.com/2010/10/09/identificada-bacteria-que-causou-a-peste-negra-na-idade-media/>.
Texto 3
Os ratos são inocentes: pesquisa aponta que humanos
espalharam a peste negra
Victoria Gill, BBC News, 16 janeiro 2018
Os ratos não foram os culpados pela propagação da peste bubônica na Europa do século 14, no surto que ficou conhecido como peste
negra ou peste bubônica.
Até então, acreditava-se que os roedores e suas pulgas tivessem
sido responsáveis pela transmissão da praga, levando a uma série de
surtos no Velho Continente dos séculos 14 a 19.
Mas uma equipe das universidades de Oslo, na Noruega, e Ferrara,
na Itália, agora diz que o primeiro destes surtos, a peste negra, pode ser
“largamente atribuído a pulgas e piolhos humanos”.
TRILHA 1 | Trabalho e saúde em tempos pandêmicos
7
Transmissões na atualidade
O interesse prioritário do estudo foi histórico, ou seja, de forma a
usar os conhecimentos modernos sobre a doença para entender uma
das mais devastadoras pandemias da história humana.
A praga ainda é endêmica em alguns países da Ásia, África e
Américas, onde persiste em “reservatórios” de roedores infectados.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2010
a 2015 houve 3.248 casos da doença registrados em todo o mundo,
incluindo 584 óbitos.
Se não for tratada, a doença tem um índice de mortalidade de
30% a 60%. Antibióticos, contudo, são efetivos se há diagnóstico precoce.
“Nosso estudo sugere que, para evitar uma eventual nova transmissão,
a higiene é o mais importante”, alerta Stenseth.
“Também sugere que, se você está doente, deve evitar ter contato
com muitas pessoas. Então, se você está doente, fique em casa.”
Texto 4
HISTÓRIA
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-42697733>.
Em pleno século 21, EUA convivem com a peste, que
matou milhões na Idade Média
Até o momento, há registros de 15 casos no país em 2015, com
quatro mortes - ante uma média de sete casos por ano neste século,
segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla
em inglês) do governo americano.
“A praga era bastante presente (nos EUA), com epidemias em
cidades portuárias da costa oeste. Mas o último surto urbano da praga
foi em Los Angeles em 1925. Daí se espalhou por meio de ratos do
campo, e assim se entrincheirou em partes do país”, afirma Epstein.
Se não for tratada, a doença - tipicamente transmitida a humanos
por pulgas - tem um índice de mortalidade de 30% a 60%. Antibióticos,
contudo, são efetivos se há diagnóstico precoce.
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151015_peste_eua_tg>.
TRILHA 1 | Trabalho e saúde em tempos pandêmicos
8
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
A partir da leitura dos textos explique as seguintes questões:
1 Por que a Peste Negra foi caracterizada como pandemia?
2 Qual foi o percentual de mortes dessa pandemia na Europa?
3 Que outros acontecimentos marcaram a crise da
Baixa Idade Média?
4 Em que continente a Peste Negra se originou?
5 Como as pessoas eram infectadas?
6 Que outros fatores contribuíram para a propagação da Peste
Negra no século 14?
HISTÓRIA
7 Houve discriminação contra pessoas ou povos? Quem foi discriminado e perseguido? Por quê?
8 Por que a referida doença ficou conhecida como Peste Negra ou
Peste Bubônica?
6 A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Existem controvérsias nos estudos históricos sobre a origem da Peste
Negra e a sua propagação através dos ratos. Novos estudos apontam para
outras possibilidades. Pesquise e relate em texto essas diferentes compreensões sobre esse fenômeno histórico.
O que a história nos deixa de legado que deve servir para a sociedade
melhorar? A partir dessa compreensão, relate a existência da Peste Negra
atualmente, a transmissão e localização desse problema no mundo.
Faça isso por meio de um panfleto. Seja criativo(a)!
TRILHA 1 | Trabalho e saúde em tempos pandêmicos
9
7 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Pesquise na internet e nos livros alguns aspectos do período da Peste
Negra e relacione com o que acontece no nosso tempo presente semelhanças e diferenças e relacione a assuntos como: Relações de Poder e
Governo, Conhecimento da Medicina, Religião, Trabalho, Comportamento
das pessoas frente as epidemias, Preconceitos, Mitos e Fake News, Ritos
fúnebres.
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
1
Você fez todas as atividades propostas?
2
Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3
Tirou dúvidas com o professor?
4
Quais são as temáticas que você deve aprofundar mais?
HISTÓRIA
Fim da trilha ou início de novos caminhos? Chegou a hora de avaliar o nosso
percurso.
Até a próxima viagem!
TRILHA 2 | Trabalho e saúde em tempos pandêmicos
10
10
TRILHA 2
HISTÓRIA
Pandemias do século XX
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Olá, estudante! Como anda sua vida?
Sabemos que não está fácil para ninguém. Todos temos que enfrentar
muitos desafios, só iremos conquistar o que queremos para a nossa vida e
para a sociedade com sabedoria e perseverança. O desafio atual é superar
a covid-19 que está causando prejuízos no mundo do trabalho, nas relações
sociais e mais, importante, ceifando a vida de milhares de pessoas em todo
o mundo. Avançamos muito no enfrentamento a doenças.
Aprendemos no estudo anterior como os homens e mulheres se comportaram na Peste Negra, durante a Idade Média. Vamos estudar uma pandemia
que aconteceu mais próximo no tempo, no século XX. Atingiu o Brasil e a
Bahia. Como brasileiros e baianos fizeram naquela época? A Gripe espanhola e suas implicações é o assunto central dessa Trilha.
Vamos estudar?
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Como a história ensina a lidar com pandemias?
• Você acha importante conhecer os erros cometidos pela sociedade
durante uma pandemia, para quê?
• A sociedade atual sabe lidar com processos de pandemia? Justifique.
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
11
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1. Gripe espanhola, 1918
Figura 2. Gripe espanhola, 1918.
Fonte: Getty Images.
Fonte: Dario Studios | Depositphotos.
HISTÓRIA
O componente de História nas escolas, além de outros benefícios, tem
como objetivo ensinar erros cometidos no passado para que a sociedade
saiba como evitar que se repitam. Olhando para as grandes pandemias que
já assolaram o mundo, uma que se assemelha bastante à atual crise do
novo coronavírus (covid-19) é a Gripe Espanhola.
Analisando as imagens
São imagens do início do século XX, durante a Gripe Espanhola.
1 O que mostra cada uma delas?
2 As ações se parecem com as de hoje em dia? Qual é o significado disso?
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Texto 1
A gripe espanhola
A gripe espanhola foi o nome que recebeu uma pandemia de vírus
influenza que se espalhou pelo mundo entre 1918 e 1919. Os historiadores e especialistas da área da saúde até hoje não sabem o local exato
onde esse novo tipo de gripe surgiu. O surto aproveitou-se da Primeira
Guerra Mundial e espalhou-se rapidamente pelo mundo, causando a
morte de cerca de 50 milhões de pessoas, embora algumas estatísticas
falem em até 100 milhões de mortos.
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
12
A doença chegou ao Brasil por volta de setembro de 1918 e espalhou-se por grandes centros, sobretudo por Salvador, São Paulo e Rio de
Janeiro. A cidade de São Paulo, por exemplo, pode ter contado com até
350 mil pessoas infectadas. Personalidades importantes da época foram
atingidas, como Rodrigues Alves, eleito presidente da República em 1918,
mas que não assumiu porque faleceu.
A gripe espanhola recebeu esse nome porque foi um surto de vírus
influenza que surgiu na Espanha, certo? Errado. Os historiadores sabem
que a gripe espanhola não surgiu na Espanha, mas recebeu esse nome
em razão da forte divulgação do problema na imprensa espanhola.
HISTÓRIA
Onde surgiu a gripe espanhola?
A teoria mais aceita pelos estudiosos do assunto é de que a gripe
espanhola teria surgido em campos de treinamento militar nos Estados Unidos. Isso porque os primeiros casos da doença também foram
registrados lá.
Difusão da doença
Ela se difundiu pela Europa e pelo mundo logo depois que soldados
norte-americanos foram enviados para a frente de guerra nesse continente.
A teoria mais aceita fala que a gripe espanhola surgiu em campos
militares no interior dos Estados Unidos.
A gripe espanhola se espalhou em três ondas de contágio, entre
março de 1918 e maio de 1919.
Aqueles que ficavam doentes apresentavam febre, dor no corpo,
coriza, tosse, entre outros sintomas.
Nos casos mais graves, os pacientes apresentavam graves problemas respiratórios e, até mesmo, problemas digestivos e cardiovasculares.
Os médicos e cientistas do período não sabiam o que causava a
doença, pois os microscópios não tinham capacidade de enxergar o vírus
causador da gripe espanhola.
Alguns locais não tomaram as medidas de prevenção o resultado
foi catastrófico. Um caso muito conhecido é Filadélfia, cidade dos Estados Unidos que se recusou a seguir as indicações dos especialistas de
evitar aglomerações. Nessa cidade um desfile dos soldados foi realizado
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
13
e com cerca de 200 mil pessoas nas ruas. O resultado foi a disseminação
da doença de maneira violenta e a morte de cerca de 16 mil pessoas em
um período de aproximadamente 6 meses.
Em mais de um ano de pandemia, estima-se que a gripe espanhola tenha causado a morte de cerca de 50 milhões de pessoas.
HISTÓRIA
Gripe Espanhola no Brasil
Os historiadores acreditam que a gripe espanhola tenha chegado ao
Brasil em setembro de 1918, portanto, durante a segunda onda da doença.
A difusão foi rápida e afetou, sobretudo, as cidades do Rio de
Janeiro e de São Paulo.
Não havia remédios. As recomendações das autoridades eram
no sentido de que as pessoas evitassem aglomerações, lavassem suas
mãos com frequência e evitassem contato físico.
A gripe espanhola impactou severamente a rotina das pessoas no
Brasil e causou milhares de mortes. Existem dados que apontam que a
cidade de São Paulo possa ter tido cerca de 350 mil casos, o que representava mais da metade da população da capital paulista, e um total de
5.331 mortos. Já o Rio de Janeiro – na época capital do Brasil – registrou
cerca de 12.700 mortes, o que representou 1/3 do total de mortes no país.
Faltavam leitos e médicos para atender a quantidade de pessoas
doentes, sendo necessário improvisar leitos e hospitais para o atendimento das pessoas. Para evitar que a doença se alastrasse mais ainda,
a ordem das autoridades foi a de determinar o fechamento de bares,
fábricas, escolas, teatros etc.
Não havia caixões suficientes e os coveiros trabalhavam freneticamente. Até afastamento do trabalho foi ordenado para se evitar a disseminação da gripe espanhola, mas isso era um luxo que pouquíssimas
pessoas possuíam no Brasil do começo do século XX.
Isso resultou na interdição de alguns serviços públicos, assim como
na proibição de eventos públicos, inclusive festividades e cultos religiosos.
A gripe espanhola no Brasil afetou até mesmo Rodrigues Alves,
vencedor da eleição presidencial em 1918. Doente, ele não pôde tomar
posse em novembro de 1918 e acabou falecendo em janeiro de 1919.
Estima-se que, ao todo, a gripe espanhola tenha causado a morte de 35
mil pessoas aqui no Brasil.
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/i-guerra-mundial-gripe-espanhola-inimigos-visiveis-invisiveis.htm>.
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
14
Texto 2
Em 1918, gripe espanhola espalhou morte e pânico e
gerou a semente do SUS
HISTÓRIA
Naquele ano, escolas brasileiras aprovaram todos os alunos.
A busca de remédios milagrosos teve um efeito colateral inusitado, a criação da caipirinha
Parece filme de terror. Cadáveres jazem na porta das casas,
atraindo urubus. O ar é fétido. Os raros transeuntes andam a passos
ligeiros, como se fugissem da misteriosa doença. Carroças surgem de
tempos em tempos para, sem cuidado ou deferência, recolher os corpos,
que seguem em pilhas para o cemitério.
— Por toda parte, o pânico, o assombro, o horror! — exclama o
deputado Sólon de Lucena (PB).
Como os coveiros, em grande parte, estão acamados ou morreram, a polícia sai às ruas capturando os homens mais robustos, que são
forçados a abrir covas e sepultar os cadáveres. Os mortos são tantos que
não há caixões suficientes, os corpos são despejados em valas coletivas
e o trabalho se estende pela madrugada adentro.
O filme de terror ocorreu em 1918, quando a gripe espanhola invadiu o Brasil. A violenta mutação do vírus da gripe veio a bordo do navio
Demerara, procedente da Europa. Em setembro desse ano, sem saber
que trazia o vírus, o transatlântico desembarcou passageiros infectados
no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Dada a multidão que morre
todos os dias, começa a correr no Rio a história de que a Santa Casa de
Misericórdia, para abrir novos leitos, acelera a morte dos doentes em
estado terminal. Isso se daria por meio de um chá envenenado administrado aos pacientes na calada da noite. Nasce, assim, a lenda do “chá da
meia-noite”. Os jornais apelidam o hospital de “Casa do Diabo”.
No auge da crise, prefeitos e governadores se dão conta de que não
podem permanecer de braços cruzados. Com certo atraso, distribuem
remédios e alimentos, improvisam enfermarias em escolas, clubes e
igrejas e convocam médicos particulares e estudantes de medicina.
Do mesmo modo abrupto com que chega ao Brasil, a gripe espanhola desaparece repentinamente. Em dezembro, já são raros os contágios. Foram tantas as pessoas infectadas entre setembro e novembro
que o vírus praticamente não tem mais a quem atacar.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-03-16/em-1918-gripe-espanhola-espalhou-morte-e-panico-e-gerou-a-semente-do-sus.html>.
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
15
Dica de leitura
Artigo disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2020-06-07/
no-brasil-imperio-chegada-de-virus-mortal-provocou-negacionismo-e-critica-a-quarentenas.html>.
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Após a leitura do texto, responda aos questionamentos:
Sobre o texto 1:
1 Onde surgiu a Gripe Espanhola segundo a maioria dos especialistas no assunto?
2 Quais eram os principais sintomas?
HISTÓRIA
3 Quais medidas de prevenção foram indicadas?
4 Todos seguiram? Quais foram as consequências de não seguir
as indicações?
5 Cerca de quantas pessoas morreram em decorrência da gripe
espanhola?
6 Como a imprensa reagiu aos primeiros casos no Brasil?
7 Quais foram os impactos da doença no Brasil?
8 As condições da época eram boas? Justifique.
9 Que autoridade brasileira foi atingida pela gripe?
10 Existem semelhanças entre a covid 19 e a Gripe Espanhola em
relação às recomendações e ao contágio? Justifique.
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
16
Sobre o texto 2, responda às seguintes questões:
1 Por que o autor diz que a gripe espanhola no Brasil mais parecia
um “Filme de Terror”?
2 A falta de coveiros para enterrar os mortos decorreu de que
problema?
3 O que mudou para estudantes, trabalhadores do comércio e
outros grupos sociais com a pandemia da gripe espanhola?
4 Qual a solução encontrada para que os estudantes não fossem
prejudicados? Você concorda com essa medida? Justifique
5 Como foram as eleições com a pandemia da gripe espanhola?
HISTÓRIA
6 Identifique as principais medidas tomadas pelas autoridades
para conter a Gripe Espanhola e diminuir os problemas sociais e
econômicos gerados.
7 Pobres e ricos no Brasil. Como foi a Gripe espanhola para classes sociais tão diferentes?
8 Apesar das tragédias originadas com gripe espanhola, houve
avanços especialmente na saúde. Que avanços foram esses?
9 E a caipirinha? Como surgiu?
10 Por que os hospitais ficaram malvistos? Dê um exemplo.
11 Existem semelhanças entre a covid-19 e a Gripe Espanhola em
relação as recomendações e contágio? Justifique.
6 A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
A moda é afetada pelas pandemias, que tal desenvolvermos um catálogo
com algumas roupas que foram usadas pelas pessoas para se protegerem
durante a pandemia, use a sua criatividade, monte um álbum digital destacando cada época e cada pandemia.
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
17
7 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Pesquise na internet e nos livros alguns aspectos do período da Gripe
Espanhola e relacione com o que acontece no nosso tempo presente especialmente no que se refere as políticas públicas para a saúde no Brasil,
produza um pequeno artigo de opinião ou roteiro para um breve documentário, pode ser um poema, fazer um registro é sempre muito importante!
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
1
Você fez todas as atividades propostas?
2
Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3
Tirou dúvidas com o professor?
4
Quais são as temáticas que você deve aprofundar mais?
HISTÓRIA
Fim da trilha ou início de novos caminhos? Chegou a hora de avaliar o
nosso percurso.
Até a próxima viagem!
TRILHA 2 | Pandemias do século XX
18
18
TRILHA 3
HISTÓRIA
Pandemias no Brasil
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Olá, estudante!
A História muitas vezes se revela através de fatos que aconteceram em
outros tempos e que no nosso tempo atual volta a acontecer bem parecido. Esse é o caso das pandemias. Aprendemos sobre a Peste Negra e
a Gripe Espanhola. Vamos continuar conhecendo essas crises sanitárias
agora olhando para um espaço territorial, bem próximo da gente: a Bahia.
Isso mesmo. Vamos estudar como o nosso Estado, especialmente a capital
Salvador, foi atingida pela pandemia da Gripe espanhola.
Vamos mergulhar nesse assunto?
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Qual é a situação da saúde pública no nosso país, estado e cidade?
Temos condições de enfrentar as grandes epidemias?
• Os cidadãos colaboram seguindo as orientações das autoridades
sanitárias?
• Acontecem boatos disseminando “curas” para as doenças?
• Acontece ações preconceituosas?
• O que mudou no cotidiano das pessoas?
• Você sabe como foi a epidemia da Gripe Espanhola no Mundo e no
Brasil. E na Bahia? Você sabe como se deram as reações, os
comportamentos das pessoas, os prejuízos?
TRILHA 3 | Pandemias no Brasil
19
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1. Jornal baiano de outubro de 1918.
Fonte: O Imparcial, 11.10.1918, p. 1. Acervo: Biblioteca Pública
do Estado da Bahia.
Figura 2. Jornal baiano de setembro de 1918.
Fonte: O Imparcial, 28.9.1918,p.1. Acervo: Biblioteca Pública do Estado
da Bahia
1 Qual a importância dos jornais de época como fontes para o
conhecimento histórico?
3 Na Figura 2, o jornal diz que a gripe “...é política”. Como você
interpreta essa informação?
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Vamos conhecer mais do objeto de estudo da Trilha?
Texto 1
A gripe espanhola na Bahia
Não se sabe ao certo quando a gripe chegou a Salvador. Os primeiros registros surgiram depois que o barco inglês Demerara atracou
na cidade, no dia 11 de setembro de 1918. Dias depois, passageiros que
desembarcaram em Salvador, morreram com diagnóstico de gripe.
Extremamente contagiosa, a doença se espalhou rapidamente. O
número significativo de adoecimentos chamou a atenção dos jornais.
Pressionados pela imprensa, médicos, autoridades públicas e
sanitárias apressaram-se a negar o fato ou a minimizar os seus efeitos.
O estado e o município atravessavam severa crise econômica.
Qualquer ameaça ao comércio repercutia nos setores dominantes
daquela sociedade. Era preciso, portanto, preservar a cidade, garantindo
aos negociantes um porto “limpo” de doenças. A admissão da existência
TRILHA 3 | Pandemias no Brasil
20
HISTÓRIA
2 O que dizem as notícias?
TRILHA 3 | Pandemias no Brasil
HISTÓRIA
de uma epidemia em Salvador alarmaria o resto do país e afastaria os
estrangeiros prejudicando a economia.
Para alguns médicos baianos, tratava-se de uma doença nova,
dada a diversidade dos sintomas e sinais e altas taxas de mortalidade.
Para outros confirmava a suspeita de que se tratava da gripe.
Os médicos fizeram pesquisas em locais onde havia aglomeração humana. Depois de examinar um número superior a 500 doentes
e observar os sintomas e sinais dos infectados, concluíram que não se
tratava de nenhuma doença nova, mas sim de gripe ou influenza.
As precárias condições de moradia de grande parte da população
de Salvador, espremida em porões, sobrelojas, casas de cômodo, cortiços
e casebres, favoreciam a propagação da gripe. Um indivíduo infectado tornava-se um agente disseminador da doença – ao falar, tossir ou espirrar.
Salvador foi dividida em zonas sanitárias e disponibilizou médicos
para atender os indigentes e farmácias para a distribuição de remédios.
Foram tomadas as medidas como – interdições, vigilância domiciliária
e portuária, quarentena dos navios, desinfecções dos locais públicos,
isolamento e tratamento médico dos infectados.
As pessoas foram orientadas a adotar medidas de higiene pessoal
e geral: lavar sempre as mãos, desinfetar as vias respiratórias superiores com antissépticos, não escarrar no chão, se alimentar bem, respeitar
o horário de repouso, não consumir álcool em demasia, evitar aglomerações e o pânico, porque o estresse gerado pelo medo fragilizava as
defesas do corpo.
As relações sociais sofreram restrições – foram desaconselhadas as
visitas a amigos e parentes, abraços, beijos e apertos de mão. As medidas
adotadas eram publicadas nos jornais da capital e do interior do estado.
No interior do estado, a epidemia revelou um cenário de miséria,
doenças e descaso por parte dos poderes públicos. Raro era o município
que possuía um hospital. População não tinha acesso a serviços básicos,
como água encanada e sistema de esgoto, vivendo em precárias condições sanitárias. A gripe, então, juntou-se às parasitoses, às doenças
venéreas, à tuberculose, às doenças disentéricas, à malária e aos surtos
de febre amarela e peste bubônica, contribuindo para aumentar o quadro
de mortalidade.
21
Figura 3. Vista parcial do comércio e porto de
Salvador em 1917, época em que a cidade viveu uma
grande epidemia de Gripe Espanhola.
Fonte: Revista Bahia Illustrada, Rio de Janeiro, ano 1, p. 9, 1917.
HISTÓRIA
O governo estadual enviou médicos e remédios para o tratamento
dos indigentes aos municípios cujos líderes eram aliados políticos e/ou
dispunham de prestígio pessoal. Algumas cidades, contudo, prescindiram desse auxílio, usando os próprios recursos.
Nos lugarejos remotos, o socorro não chegou, ainda que todos ou
a maioria dos habitantes fossem acometidos pela doença.
A população recorreu aos médicos e aos remédios, fossem os
disponibilizados pelo Governo do Estado ou pagos do próprio bolso, mas
valeram-se, igualmente, dos conhecimentos da medicina tradicional, que
atravessavam gerações: chás, xaropes, escalda-pés, purgantes, suadouros, cataplasmas e outras mezinhas receitadas por tias e avós.
As pessoas também buscaram o auxílio das forças sobrenaturais,
havendo, uma intensificação das manifestações de fé, traduzida nas
mais diversas práticas religiosas: uso de guias, banhos de folhas, sacrifícios e oferendas aos orixás, consultas em centros espírita, promessas,
ladainhas, missas, adoração de santos e procissões. Contrariando as
vezes a recomendação de que as pessoas evitassem as aglomerações.
O avanço da gripe sobre o sertão durou até os primeiros meses
de 1919, mas o número de óbitos e de infectados não foi contabilizado
pelos órgãos do governo. Em Salvador, cidade, na época, com 320 mil
habitantes, cerca de 130 mil pessoas contraíram a gripe e 386 pessoas
morreram, de acordo com a versão oficial. A gripe espanhola provocou
na Bahia os transtornos característicos de uma epidemia clássica –
mortes, isolamento, vigilância domiciliária e portuária, paralisação de
fábricas e serviços –, mobilizando, para o seu controle, diversos setores
da sociedade.
Disponível em: <https://www.cafehistoria.com.br/a-gripe-espanhola-na-bahia/>.
TRILHA 3 | Pandemias no Brasil
22
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
1 Qual foi a origem da Gripe Espanhola na Bahia?
2 Qual foi a reação da imprensa e autoridades sanitárias?
3 Por que era importante “esconder a doença”?
4 Como os médicos se posicionaram sobre a doença à época?
5 Foram feitas pesquisas? Como? Quais foram as conclusões?
6 As condições sanitárias de Salvador eram boas?
7 Quais foram as orientações para as pessoas se prevenirem?
8 O que mudou na vida das pessoas por causa da doença?
HISTÓRIA
9 Quais medidas foram tomadas para diminuir a propagação da
gripe espanhola?
10 Qual era a situação do interior do Estado?
11 Houve ajuda do governo estadual?
12 Além das mortes, que transtornos aconteceram na época?
13 Pesquisa: Com amigos da sua equipe elabore um formulário
e, usando as redes sociais, faça uma pesquisa ou enquete onde
você possa obter uma média do comportamento e consequências da covid-19 na vida das pessoas. As perguntas devem ser
objetivas e dizer realmente sobre a realidade. Use a criatividade
na elaboração do questionário.
TRILHA 3 | Pandemias no Brasil
23
6 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Observando a situação atual vamos nos perguntar: o que eu tenho feito
para a covid-19 não me atingir e também não atingir outras pessoas? Estou
fazendo o distanciamento ou isolamento social? Estou evitando aglomerações em festas, esportes e encontros religiosos? Estamos participando de
campanhas de doações ou de orientação para as pessoas?
Faça um texto relatando a sua experiência e os dilemas da sociedade baiana
no enfrentamento a covid-19 em 2020.
7 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da trilha ou início de novos caminhos? Chegou a hora de avaliar o
nosso percurso.
Você fez todas as atividades propostas?
2
Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3
Tirou dúvidas com o professor?
4
Entendeu como o acúmulo de saberes no tempo permite à
sociedade resolver os problemas atuais?
HISTÓRIA
1
TRILHA 3 | Pandemias no Brasil
24
24
TRILHA 4
HISTÓRIA
Olhares sobre as revoluções
e o mundo do trabalho
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Olá, estudante!
Uma das questões mais significativas da vida das pessoas é a sua relação
com o trabalho. Nós nos realizamos através dele. Quantas civilizações,
territórios e povos foram moldados pela relação tão intrínseca entre o seu
desenvolvimento e a forma como se organizou o trabalho ali? Vamos nessa
trilha aprender um pouco mais sobre esse tema tão vasto e fascinante que
nos atinge a todos. Bons estudos.
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Não é necessário ir muito longe na história para perceber que as relações
trabalhistas se modificaram e se adaptaram às condições e às necessidades das pessoas ao longo dos anos. Desde a Revolução Industrial,
iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, até a Revolução Industrial
4.0, iniciada no século atual, muito aconteceu no que diz respeito à visão
que as pessoas têm do trabalho.
• Você já parou para pensar em como o mundo mudou? Ontem e hoje,
o que há de novo nas formas de trabalho e nas relações humanas?
• Que relações podemos identificar nas mudanças no trabalho e na
adoção de novas tecnologias?
• Especialistas dizem que a pandemia da covid-19 acelerou mudanças
no mundo do trabalho, quais são as principais tendências que indicam
a validade dessa afirmação?
• Diversos postos de trabalho estão em evidência, enquanto outros
estão em declínio ou sendo eliminados. Quais, por exemplo?
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
25
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1.
Figura 2.
Fonte: Sólides RH Inteligente.
Figura 4.
Fonte: Jesus Sanz.
Fonte: Halfpoint.
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Texto 1
As relações de trabalho e a sociedade
Por Lucas Oliveira
O trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz
sua própria existência. Essa afirmação condiz com a definição dada
por Karl Marx quanto ao que seria o trabalho. A ideia não é que o ser
humano exista em função do trabalho, mas é por meio dele que produz
os meios para manter-se vivo. Dito isso, o impacto do trabalho e do seu
contexto exercem grande influência na construção do sujeito...
“... quando as relações de trabalho alteram-se no fluxo de nossa
história, as nossas estruturas sociais também são alteradas, principalmente a forma como se estruturavam nossas relações, posições na
hierarquia social, formas de segregação e, em grande parte, aspectos
culturais erguidos em torno das relações de trabalho.
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
26
HISTÓRIA
Figura 3.
Fonte: Wikimedia Commons.
O trabalho no decorrer da história
HISTÓRIA
Tomemos como exemplo o rápido processo de mudança que
atingiu os países europeus no início do século XVIII, o qual hoje chamamos de Primeira Revolução Industrial. As relações de trabalho, anteriormente, eram fortemente agrárias, constituídas dentro do âmbito familiar.
O ofício dos pais era geralmente passado aos filhos, o que garantia a
construção de uma forte identidade ligada ao labor a que o sujeito se
dedicava. O indivíduo estava ligado à terra, de onde tirava seu sustento
e o de sua família. A economia baseava-se na troca de serviços ou de
produtos concretos, e não no valor fictício agregado a uma moeda. Da
mesma forma, o trabalho também estava agregado à obtenção direta
de bens de consumo, e não a um valor variável de um salário pago
com uma moeda de valor igualmente variável. A estrutura social era
rígida, com pouca ou nenhuma mobilidade para os sujeitos, ou seja, um
camponês nascia e morria camponês da mesma forma que um nobre
nascia e morria nobre.
As mudanças trazidas pelo surgimento da indústria alteraram
profundamente o sentido estabelecido para o trabalho e para a relação
do sujeito com ele. A impessoalidade nas linhas de montagem que a
adoção do Fordismo trouxe, em que milhares de pessoas amontoavam-se diante de uma atividade repetitiva em uma linha de montagem, sem
muitas vezes nem ver o resultado final de seu esforço, passou a ser a
principal característica do trabalho industrial.
O trabalho presente e futuro
As transformações de nossas relações de trabalho não pararam
na Revolução Industrial, pois ainda hoje o caráter de nossas atividades
modifica-se. Contudo, as forças que motivam essas mudanças são
outras. A globalização é um dos fenômenos mais significativos da história humana e, da mesma forma que modificou nossas relações sociais
mais íntimas, modificou também nossas relações de trabalho. A possibilidade de estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias
e alongou nosso período de trabalho. O trabalho formal remunerado, que
antes estava recluso entre as paredes das fábricas e escritórios, hoje nos
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
27
HISTÓRIA
persegue até em casa e demanda parte de nosso tempo livre, haja vista
a crescente competitividade inerente ao mercado de trabalho.
A grande flexibilidade e a exigência por uma mão de obra cada vez
mais especializada fazem com que o trabalhador dedique cada vez mais
tempo de sua vida para o aperfeiçoamento profissional. Essa é uma das
origens das grandes desigualdades sociais da sociedade contemporânea,
uma vez que apenas aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para
dedicar-se ao processo de formação profissional, caro e exigente, conseguem subir na hierarquia social e econômica.
A introdução da automação na produção de bens de consumo
tornou, em grande parte, a mão de obra humana obsoleta, aumentando
o tamanho do exército de trabalhadores e diminuindo o valor da força de
trabalho nos países que dispõem de grande população, mas com baixa
especialização. Como resultado, a situação do trabalho só piora, pois se
preocupar com o bem-estar do empregado é algo caro e, na concepção que prioriza o lucro monetário, não é um investimento que garanta
renda imediata.
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-trabalho-futuro.htm>.
Texto 2
Pandemia adiantou mudanças no mundo do trabalho;
veja as 10 principais tendências
Por Marta Cavallini em 19/6/2020
Rotinas no mercado de trabalho mudam por causa da pandemia.
A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças significativas
no mundo do trabalho, antecipando tendências que vinham sendo gradativamente implantadas como o home office e a seleção de profissionais
de forma totalmente online.
No futuro do trabalho, que já está se desenhando no mercado, as
mudanças abrangem também as relações de trabalho, configurações
dentro das empresas para priorizar a segurança e saúde dos funcionários,
critérios de contratação e formas de medir a produção dos profissionais.
Veja a seguir algumas tendências apontadas por especialistas:
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
28
Home office
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
HISTÓRIA
A grande mudança trazida pela covid-19 foi a implantação do
home office pelas empresas. Com o isolamento para conter a propagação da doença, o trabalho remoto foi a saída encontrada para continuar
as atividades, pelo menos para aqueles profissionais cujo emprego não
exige presença física em um local específico.
Talvez as pessoas se deem conta de que o trabalho remoto não
tem nada a ver com o paraíso com que elas sonhavam, de conciliação
entre vida profissional e a pessoal. Trabalho remoto é difícil: é uma pressão, um isolamento, uma dificuldade de comunicação e cooperação com
os colegas. É uma situação bastante precária.
“... em poucas semanas, as empresas já constatam o aparecimento de problemas de saúde física e mental dos funcionários que
estão em casa devido à pandemia – um problema que só tende a
aumentar. Isso é um problema seriíssimo. Graças ao convívio que
a gente tem dentro do ambiente de trabalho, a gente acaba fazendo
amizades, o que gera empatia e solidariedade muito grande entre todos.
Agora, isso tende a diminuir muito, tende a ser virtual. Vou conhecer os
trabalhadores por foto, videoconferência, talvez numa confraternização
de fim de ano.”
O efeito, segundo ele, é um aumento da disputa entre trabalhadores, o que pode prejudicar o trabalho em equipe.
Organização do trabalho: “...existe a possibilidade de se promoverem mudanças na organização do trabalho, incluindo novos esquemas
de compartilhamento que permitam flexibilidade e salvem empregos.
Isso pode significar semanas de trabalho mais curtas ou acordos de
compartilhamento de trabalho para evitar folgas em períodos com
menos funcionários.
Demanda por qualificação: Susan Hayter afirma que, à medida
que o trabalho online se incorpora ao mundo do trabalho, é provável que
a demanda por trabalhadores qualificados suba junto com seus salários.
Segundo ela, as contribuições de profissionais de saúde e outros trabalhadores (por exemplo, professores e funcionários de supermercados)
serão mais valorizadas do que antes.
29
HISTÓRIA
Engajamento virtual: “...os profissionais deverão ter uma atitude
proativa de buscar conexões com o colega de trabalho. Em vez de mandar e-mail, o mais indicado é “puxar” a conversa para uma ferramenta
online, onde os interlocutores poderão ver uns aos outros.
Controle por produção: “Deverá ser estabelecido um vínculo entre
as partes, onde haja um acordo de metas a serem alcançadas em vez
de horas a serem trabalhadas...” das empresas, colocar suas perguntas
de forma aberta sem receio, ter os feedbacks e saber o que está acontecendo é um mitigante de ansiedade” comenta.
Desconectar será preciso: a gestão do tempo tende a ser uma
competência ainda mais utilizada e deverá haver um ajuste nas rotinas
de trabalho e pessoal para não comprometer a rotina do profissional.
Mudanças nos processos de seleção: os profissionais em busca
de novas oportunidades de trabalho devem se preparar para as entrevistas on-line, pois elas serão cada vez mais frequentes.
Distanciamento afeta trabalho em equipe: um efeito esperado
com a diminuição da interação entre trabalhadores é uma menor empatia e solidariedade entre trabalhadores “por falta de laços de amizade”.
Boa conexão será pré-requisito: haverá aumento do home office
e do custo de aluguel para as empresas. E um dos efeitos será a transferência de custos do trabalho para o empregado, como equipamento,
internet e estrutura para trabalhar.
Segurança no local de trabalho: Os funcionários terão ainda de se
acostumar com o hábito de sempre usar máscaras e de limpar todos os
equipamentos de sua estação de trabalho.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou orientações
para o retorno ao ambiente de trabalho. As medidas incluem instalação
de barreiras físicas, melhoria da ventilação e adoção de horários flexíveis
de trabalho, além de práticas de limpeza e higiene e uso de equipamento
de proteção individual.
Para Maria Luiza Nascimento, várias companhias devem adotar o
modelo por rodízio, em que parte dos funcionários trabalharão em home
office e a outra no escritório, e garantir todos os cuidados, como uso de
máscara, distanciamento entre pessoas e material de higienização.
Disponível em: <http://glo.bo/3fCeph2>.
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
30
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
1 Quais as formas de organização do trabalho a humanidade utilizou ao longo do tempo?
2 Como eram as relações de trabalho antes da Revolução Industrial?
3 Explique o sentido da afirmação “é por meio do trabalho que o
homem produz os meios para manter-se vivo”.
4 Que mudanças aconteceram no mundo do trabalho com a Revolução Industrial?
5 Essas mudanças pararam de acontecer? Que novidades foram
introduzidas no tempo presente com a globalização?
HISTÓRIA
6 Explique a seguinte trecho do texto 1: “A possibilidade de estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias e
alongou nosso período de trabalho. O trabalho formal remunerado, que antes estava recluso entre as paredes das fábricas e
escritórios, hoje nos persegue até em casa e demanda parte de
nosso tempo livre”.
7 Que aspectos das mudanças tem facilitado o crescimento da
desigualdade social entre os trabalhadores?
8 Identifique as principais tendências no trabalho na pandemia.
9 Quais consequência essas tendências terão no dia a dia de
empresas e das pessoas?
6 A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
A vida é uma constante, ela flui e perpassa toda a nossa existência. A arte
é a maneira mais prazerosa que encontramos para expressar nossos
sentimentos, alegrias, tristezas, essa necessidade se se comunicar com o
outros, com os outros faz de nós seres humanos, serem especiais e essa
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
31
arte está presente no Mundo do trabalho, dos negócios toda arte e ou obra
de arte pode ser comercializada e esta também é uma forma de se ganhar
a vida! A música, a poesia, as artes plásticas, o cinema, o teatro entre outras
manifestações artísticas ajudam-nos a atravessar momentos críticos
como os que vivemos hoje e outros viverão amanhã, que tal fazer uma
breve pesquisa sobre os artistas do nosso tempo e conte para nós quais
as dificuldades e as saídas que os artistas encontraram para se manterem
durante a pandemia da covid-19, tente entrevistar um artista, não deixe de
socializar com seus colegas e professor(a).
Frente a essas significativas mudanças todos temos que nos situar para
nos proteger dos impactos negativos como desemprego, diminuição da
renda e maior competição entre os trabalhadores por postos de trabalho.
Estou fazendo a minha parte para que essa situação não me atinja? Como?
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da trilha ou início de novos caminhos? Chegou a hora de avaliar o
nosso percurso.
1
Você fez todas as atividades propostas?
2
Sentiu alguma dificuldade no entendimento das questões ou
dos textos?
3
Tirou dúvidas com o professor?
4
Você entendeu como as mudanças na organização do trabalho
foram impactando a sociedade e os trabalhadores ao longo do
tempo?
TRILHA 4 | Olhares sobre as revoluções e o mundo do trabalho
32
HISTÓRIA
7 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
TRILHA 1
Geografia
Trajetória dos
movimentos sociais
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Caros estudantes, estimo que estejam bem, extensivo a suas respectivas
famílias. Vamos dar início às nossas trilhas de aprendizagem?
Sigamos adiante!
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Pra começar nosso caminho, quero te fazer algumas perguntas:
• O que você entende por meio ambiente?
• Você sabe o que significa e para que serve os movimentos sociais?
• Você conhece movimentos sociais? Cite alguns.
• Já ouviu falar em Reforma Agrária, o movimento que luta pela redistribuição de terras no Brasil?
• Conhece a história de como nossas terras foram apropriadas desde
a colonização portuguesa em uma perspectiva contra-hegemônica?
• Seus pais, avós ou até mesmo ancestrais mais antigos possuíram/
possuem terra?
• Caso a resposta seja positiva, qual é/era o tamanho? É um minifúndio ou latifúndio?
A partir dessa nossa conversa, vamos aprofundar mais estas questões?
TRILHA 1 | Trajetória dos movimentos sociais
33
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 3. Movimento feminista
Figura 4. Movimento negro
Figura 5. Movimento LGBTQIA+
Figura 6. Movimento trabalhista
Figura 7. Movimento ambientalista
GEOGRAFIA
Figura 2. Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra
Fonte das Figuras 1 a 6: Agência Brasil
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Vamos conhecer um pouco mais sobre a história dos movimentos sociais?
Os movimentos sociais no Brasil têm sua história marcada pelas lutas e
embates realizados contra os governos autoritários, sobretudo nas lutas
pela liberdade e democracia, a partir das décadas de 1970 e parte da década
de 1980.
TRILHA 1 | Trajetória dos movimentos sociais
34
Podemos afirmar que um movimento social geralmente advém de condições adversas, fruto da indignação e da falta de condições básicas de
sobrevivência dos diferentes grupos sociais mais vulneráveis, ou seja,
luta contra a pobreza e todas as formas de opressão. Para entendermos
o verdadeiro significado dos movimentos sociais na história de nosso país,
faz-se necessário compreendermos a luta pela consolidação da democracia e pela liberdade de expressão, bem como diversas conquistas coletivas históricas em nosso país e no mundo.
A partir do que já foi discutido, é possível perceber que movimentos sociais
não são apenas pontuais, esporádicos ou efêmeros. Ao invés disso, são
organizações sociais que permanecem no tempo e possuem projetos
sociais de longo prazo. Veja a seguir alguns exemplos.
Texto 1
Movimentos Sociais do Campo
TRILHA 1 | Trajetória dos movimentos sociais
GEOGRAFIA
Os movimentos sociais do campo visam à democratização da
posse pela terra e à reparação de injustiças sociais sobre os trabalhadores do campo.
Os movimentos sociais são aqueles que envolvem o campesinato, isto é, os trabalhadores rurais. Entre as suas principais bandeiras
de luta, estão a reforma agrária, a melhoria das condições de trabalho
e o combate ao processo de substituição do homem pela máquina no
meio agropecuário.
Apesar de haver as mais variadas siglas, os movimentos sociais do
campo constituíram-se, historicamente, a partir de duas principais frentes: as Ligas Camponesas, entre as décadas de 1940 e 1960, e o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado na década de 1980.
Desde a sua fundação, o MST atua através da ocupação de grandes
latifúndios e terras improdutivas, construindo assentamentos. Porém, é
importante observar que esse é apenas o seu método de ação, e não o
seu objetivo final. Após a ocupação, o movimento realiza pressão para
que o Estado ofereça condições de infraestrutura básica como rede elétrica e outros.
35
Durante as ocupações, o MST costuma oferecer apoio às famílias,
com a criação de escolas e cursos de formação política e de técnicas de
cultivo e agricultura familiar, estimulando a organização dos pequenos
produtores rurais em cooperativas.
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/movimentos-sociais-campo.htm>.
Acesso em 26/8/2020.
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
1 De acordo com a leitura do texto e das imagens, conceitue movimentos sociais e sinalize qual desses movimentos citados se
relacionam e marcam sua vida cotidiana.
2 Pesquise e acrescente outros movimentos sociais além destes.
GEOGRAFIA
3 Como você aprendeu nas aulas de história, sobre a divisão das
terras no Brasil com a chegada dos portugueses? Explique.
4 Quem eram os verdadeiros donos das terras brasileiras e como
foram tratados?
5 Você considera o MST um movimento social importante para uma
reparação histórica, através de uma redistribuição justa da terra
com a reforma agrária?
6 Você concorda com as notícias veiculadas na mídia sobre este
movimento? Justifique sua resposta.
7 Conceitue reforma agrária e justifique sua importância para os
trabalhadores(as) sem Terra que vivem e produzem sua existência no campo.
8 Diferencie latifúndio de minifúndio e reflita qual desses dois
modelos de propriedade abastece a mesa dos brasileiros.
9 Você concorda com essa frase “Se o campo não planta, a cidade
não janta”? Justifique escrevendo em seu caderno.
TRILHA 1 | Trajetória dos movimentos sociais
36
6 A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Veja o trecho da poesia do mestre nordestino Patativa do Assaré:
Texto 2
A terra dos posseiros de Deus
Eu já tenho imaginado
Que a baixa, o sertão e a serra,
Devia sê coisa nossa;
Quem não trabalha na roça,
Que diabo é que quer com a terra?
Como podemos interpretar o poema do grande mestre Patativa do Assaré?
Escreva em seu caderno de que maneira você entende as palavras do
poeta. Qual é o problema social em evidência? Qual foi o sentimento dele
ao escrever? Que pessoas ele representou no texto? Em que pontos você
concorda ou discorda do pensamento dele?
Aproveite e não deixe de fazer o seu próprio poema. Pesquise um movimento social com o qual você se identifica e arrase nos versos!
7 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Você sabe a história de vida e escolarização do grande poeta Patativa do
Assaré? Vale a pena pesquisar.
Será que existe alguma semelhança com a sua vida? Traga para a próxima
aula a história de vida e escolarização de Patativa e também a sua, para
debatermos sobre o papel da escola formal no Brasil.
TRILHA 1 | Trajetória dos movimentos sociais
37
GEOGRAFIA
Esta terra é desmedida
e devia ser comum,
Devia ser repartida
um toco pra cada um,
mode morar sossegado.
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
1
Você já conhecia bem os movimentos sociais?
sim não
mais ou menos
2
Com qual destes movimentos você mais se identificou?
1 2
3
4 5
6
3
É possível conquistar direitos sem lutar por eles no Brasil?
sim não
não sei dizer
4
Você já conhecia o poeta Patativa do Assaré?
sim não
mais ou menos
5
Conhecer a vida dele foi importante para você?
sim não
mais ou menos
Até a próxima trilha!
TRILHA 1 | Trajetória dos movimentos sociais
38
38
GEOGRAFIA
Agora que chegamos ao fim da nossa trilha, como foi para você?
TRILHA 2
Geografia
Educação ambiental
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Caros estudantes, estimo que estejam bem, extensivo a suas respectivas
famílias. Vamos dar início às nossas trilhas de aprendizagem? Nosso tema
de hoje será Educação Ambiental. Sigamos adiante!
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Pra começar nosso caminho, quero te fazer algumas perguntas:
• O que você entende por meio ambiente?
• O que você entende por fauna e flora?
• Como você acha que devemos preservar o meio ambiente?
• O que entende por sustentabilidade?
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1. Nuvem de palavras sobre educação ambiental
Figura 2. Dimensões de análise
Fonte das figuras: do autor.
Para saber mais
Educação Ambiental e o conceito de natureza – https://extensao.cecierj.
edu.br/material_didatico/soc2101/Aula1.pdf
TRILHA 2 | Educação ambiental
39
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Vamos conhecer um pouco mais sobre o conceito de meio ambiente.
Concepções de meio ambiente e o paradigma científico moderno
Cada corrente de EA possui uma forma de conceber o meio ambiente.
Reigota (2002) considera como uma representação social de meio ambiente
essa forma de pensar e concebê-lo e, vai além, dizendo que essas concepções têm influência direta nas práticas pedagógicas dos educadores. Assim
sendo, as características das atividades são reflexos daquilo que se compreende como sendo meio ambiente. Ao considerar a corrente naturalista, a
concepção de meio ambiente está atrelada ao conceito de natureza, principalmente à flora e fauna.
[...] Já na corrente conservacionista, o meio ambiente é concebido
como um recurso e que, portanto, deve ser preservado. Assim sendo, as atividades objetivam a adoção de comportamentos de conservação e de habilidades para a gestão ambiental, exemplificadas pela clássica atividade dos
3R’s (Reciclar, Reduzir e Reutilizar).
A junção das características das correntes naturalista e conservacionista pode ser traduzida em atividades que apontam para uma tendência
afetiva, comportamentalista e tecnicista, voltadas tanto para o cuidado com
a natureza, como para a resolução de problemas ambientais, ambos apresentados considerando apenas os aspectos naturalísticos. Assim, as atividades marcam um forte tom de denúncia, porém sem se preocupar com
as interfaces (culturais, sociais, econômicas, políticas etc.) que permeiam a
relação entre o homem e a natureza.
Tendo como aporte teórico a vertente crítica, o meio ambiente pode
ser definido como [...] o lugar determinado ou percebido, onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Essas
relações implicam processos de criação cultural e tecnológica e processos
históricos e sociais de transformação do meio natural em construído (REIGOTA, 2002, p. 14).
Conceber meio ambiente em uma perspectiva crítica é ir além de
uma leitura biologizante e reducionista, em busca de entender as complexas
inter-relações e conflitos de interesses que envolvem a sociedade e natureza, e que resultam na atual crise ambiental vivenciada [...]
FONSECA, F. S. R.; OLIVEIRA, L. G. Concepções de meio ambiente dos educadores. Educar em Revista,
Curitiba, Brasil, n. 41, p. 231-246, jul./set. 2011. Editora UFPR.
TRILHA 2 | Educação ambiental
40
GEOGRAFIA
Texto 1
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Com base no trecho do artigo acima, responda em seu caderno os quatro
questionamentos com que iniciamos a aula e, em seguida, junte-se a um/a
colega e amplie suas respostas.
GEOGRAFIA
1 Faça a leitura da tira abaixo e as interprete, tomando como referência as diferentes concepções de meio ambiente, se posicionando acerca da concepção que você acha mais adequada para o
equilíbrio socioambiental do planeta.
2 Discuta a tira abaixo com seus colegas e socialize com toda a turma
as diferentes formas de interpretação, elencando-as na lousa.
Quino. Toda Mafalda. 6a ed. São Paulo: Martins Editora, 2003.
3 Assista em casa o documentário Home – Nosso Planeta, Nossa
Casa, 2009, do diretor Yann Arthus-Bertrand e faça um resumo
da evolução Geo-histórica da Terra, relacionando os aspectos
que você considera importantes, com as diferentes concepções
de meio ambiente. Disponível no link: https://www.youtube.com/
watch?v=NcZPjIbZDm8
TRILHA 2 | Educação ambiental
41
6 A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Os 7 R’s da sustentabilidade
Repensar Recusar Reduzir Reparar
Reutilizar Reciclar Reintegrar
Que tal pensar em nosso meio ambiente e no que podemos fazer por ele?
Os 7 R’s da sustentabilidade nos dão uma visão daquilo que cada um de nós
pode fazer para garantir um meio ambiente mais seguro para todos. Reflita
e use a sua criatividade para nos dizer como podemos proteger o nosso
futuro! Faça uma canção, um poema, um cordel, um vídeo, um artesanato a
partir de materiais recicláveis e diga para o mundo inteiro como é bom viver
e respirar ar puro, alimentar-se daquilo que a natureza produz e termos
uma vida mais saudável. Use a sua imaginação, o universo é o limite.
Com base nas experiências que temos em nosso dia a dia, produza um
pequeno texto e fale um pouco sobre como é a sua relação com o lixo que
você produz. Destaque os R’s que você já utiliza e dê até três exemplos.
Fale também sobre aquele ou aqueles R’s que poderá incluir na sua rotina
diária. Não deixe de compartilhar com seus colegas e professor(a).
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Agora que chegamos ao fim da nossa trilha, como foi para você?
1
Você compreendeu bem as teorias sobre meio ambiente?
sim não
mais ou menos
2
Você já conhecia os 7 R’s?
sim não
não sei dizer
3
Qual ou quais dos 7 R’s você pratica?
1 2
3
4 5
4
6
7
Você aprendeu algo novo?
sim não
mais ou menos
Até a próxima trilha!
TRILHA 2 | Educação ambiental
42
42
GEOGRAFIA
7 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
TRILHA 3
Geografia
Movimentos em defesa do
meio ambiente
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Caros estudantes, estimo que estejam bem, extensivo a suas respectivas
famílias. Vamos dar início às nossas trilhas de aprendizagem? Hoje vamos
falar sobre os movimentos em defesa do Meio Ambiente. Sigamos adiante!
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Pra começar nosso caminho quero te fazer algumas perguntas:
• Qual a importância dos ambientalistas para o meio ambiente e quais
são seus objetivos?
• Você conhece algum movimento ambientalista? Cite alguns se sua
resposta for positiva.
• Quais são as formas de atuação desses movimentos?
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1. Jovem ativista
Figura 2. Marca de movimento ambientalista
Fonte: Revista Galileu.
Fonte: CPP Nacional.
TRILHA 3 | Movimentos em defesa do meio ambiente
43
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Vamos conhecer um pouco mais sobre os movimentos em defesa do meio
ambiente ou movimentos ambientalistas?
Texto 2
Movimentos ambientalistas
O que são (quem são)
Os ambientalistas são indivíduos, que atuam sozinhos ou em grupos organizados, cujo principal objetivo é proteger e conservar o meio
ambiente (flora, fauna, rios, solo, entre outros). Geralmente, os grupos
(movimentos) ambientalistas estão organizados e estabelecidos como
ONGs (Organizações Não Governamentais).
Objetivos dos ambientalistas:
• Proteger o meio ambiente.
GEOGRAFIA
• Evitar a extinção de espécies animais. Muitos grupos ambientalistas
atuam em defesa de determinadas espécies animais, por exemplo.
• Despertar as pessoas e governos a respeito da necessidade de preservação do meio ambiente.
• Combater ações de desmatamento e poluição ambiental.
• Apresentar propostas (alternativas) de desenvolvimento sustentável.
• Apontar e combater ações que estão promovendo as mudanças
climáticas negativas em nosso planeta.
Formas de atuação:
• Ações políticas em defesa do meio ambiente. Neste sentido, muitas
organizações ambientalistas atuam em partidos políticos ou através
de parlamentares defensores do meio ambiente. O objetivo, nestes
casos, é a aprovação de leis em defesa do meio ambiente.
• Protestos e manifestações populares.
• Adoção de ações que visam à conscientização e educação ambiental.
• Plantio de árvores e ações práticas visando à despoluição de rios,
lagos e oceanos.
TRILHA 3 | Movimentos em defesa do meio ambiente
44
• Divulgação de propagandas em meios de comunicação e redes
sociais, voltadas para a defesa do meio ambiente.
• Ações diretas para evitar prejuízos ao meio ambiente.
• Desenvolvimento de pesquisas, que possam servir para detectar
problemas ambientais, facilitando assim intervenções mais eficientes.
• Incentivar a reciclagem, o uso racional da água e energia e o consumo
consciente.
•
•
•
•
•
•
•
Greenpeace (mundial)
WWF (mundial)
S.O.S Mata Atlântica (brasileiro)
Fundação Gaia (brasileiro)
Instituto Sócio Ambiental (brasileiro)
Instituto Akatu (brasileiro)
Amigos da Terra (brasileiro)
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Com base no trecho do artigo acima, responda em seu caderno aos três
questionamentos com que iniciamos a aula, e, em seguida, junte-se a
um/a colega e amplie suas respostas.
Faça a leitura da imagem abaixo e amplie seu conhecimento pesquisando
sobre a importância do Protocolo de Kyoto para o meio ambiente, respondendo os seguintes questionamentos em seu caderno:
TRILHA 3 | Movimentos em defesa do meio ambiente
45
GEOGRAFIA
Exemplos de grupos ambientalistas:
1 O que representa para a humanidade o Protocolo de Kyoto? Responda de acordo com sua concepção de vida e de mundo.
2 Quando e onde este tratado foi assinado? Identifique o país e sua
capital no mapa-múndi.
3 Quais os objetivos e metas desse protocolo?
4 Vimos que o papel dos ambientalistas e os Protocolos para conter
os danos ao meio ambiente são muito importantes. E nos outros?
Como devemos nos posicionar de forma efetiva?
Entender os movimentos ambientais e o nosso compromisso com eles
é fundamental para evitar que os membros destes movimentos sejam
interpretados de forma negativa, você se veria como um ambientalista?
Pensando no seu território de identidade e conhecendo bem o seu bioma
existe algum elemento da fauna ou da flora que corre risco de extinção?
Que tal usar a criatividade e desenvolver uma campanha de proteção e ou
preservação desta espécie, faça um cartaz bem criativo e alguns panfletos
e crie uma página no Instagram e tente atrair seguidores para sua causa,
não deixe de compartilhar com seus amigos e professor(a).
7 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Leia a imagem ao lado e reflita se
você se enquadra em todas estas
doze atitudes, tão necessárias para
construirmos um mundo melhor
para todas/os. Escolha até 3 atitudes
que você já pratica e diga porque elas
são importantes para você até 3 que
você ainda não desenvolveu e diga
por que gostaria de desenvolvê-las.
TRILHA 3 | Movimentos em defesa do meio ambiente
46
GEOGRAFIA
6 A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Agora que chegamos ao fim da nossa trilha, como foi para você?
Você compreendeu o papel dos ambientalistas na preservação do
meio ambiente?
sim 2
mais ou menos
Você saberia explicar o que faz um ativista?
sim 3
não
não
não sei dizer
Compreendeu a importância do Protocolo de Kyoto?
sim não
mais ou menos
Até a próxima trilha!
GEOGRAFIA
1
TRILHA 3 | Movimentos em defesa do meio ambiente
47
TRILHA 4
Geografia
Atuação das lideranças
populares em defesa da vida
1 PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Caros estudantes, estimo que estejam bem, extensivo a suas respectivas
famílias. Vamos dar início às nossas trilhas de aprendizagem? O tema é a
atuação das lideranças populares em defesa da vida. Sigamos adiante!
2 BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Você conhece o conceito de movimentos sociais?
• Quando na sua comunidade acontece algum problema ambiental, ou
qualquer outro, que prejudica a todos/as os moradores/as, quem sai
em defesa dessa comunidade?
• Vocês acham importante que exista movimentos e/ou entidades
que lutam para defender a vida das pessoas, de suas tradições e dos
seres vivos de um modo geral?
3 LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1.
Figura 2.
Fonte: Solidariedade.
Fonte: e-Cycle.
TRILHA 4 | Atuação das lideranças populares em defesa da vida
48
GEOGRAFIA
Para começar nosso caminho quero te fazer algumas perguntas:
4 EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Vamos fundamentar nossas ideias lendo o texto abaixo?
Texto 1
Racismo ambiental na Ilha de Maré (BA)
GEOGRAFIA
“Que desenvolvimento é esse que traz morte?”, questiona pescadora
e líder quilombola.
“Eu venho deste lugar de mulher preta, de mulher que defende o
território, filha de um pescador e de uma marisqueira, que sempre educou seus filhos com a atividade da pesca”, relata a pescadora Eliete Paraguassu, uma das muitas mulheres que estão na linha de frente da luta
pela defesa dos manguezais e dos territórios pesqueiros na Ilha da Maré,
que fica na região central da Baía de Todos os Santos.
A liderança quilombola da Comunidade Porto dos Cavalos, um
dos cinco quilombos que existem dentro da Ilha, atua, desde a década
de 1990, no combate ao racismo ambiental e pelo direito de seu povo de
permanecer no território - cercado por indústrias petroquímicas situadas no entorno, como o Complexo Industrial de Aratu (CIA), o Complexo
Petroquímico de Camaçari (Copec), e pelo Porto de Aratu-Candeias, onde
circula 60% da carga marítima do Estado da Bahia.
Disponível em: <https://www.observatorioagrariobahia.com.br/pagina/noticias_interno/6>. Acesso em
20/8/2020.
Entendendo a notícia
Vocês já ouviram falar em racismo ambiental? Vamos compreendê-lo?
O reverendo Benjamim Chavis foi assistente de Martin Luther King Jr. e
atuou junto com ele no movimento pelos direitos civis. Também foi quem
empregou o termo ‘racismo ambiental’ pela primeira vez, e deve ser usado
quando há discriminação racial nas políticas ambientais. “É discriminação
racial na escolha deliberada de comunidades de cor para depositar rejeitos
tóxicos e instalar indústrias poluidoras. É discriminação racial no sancionar
oficialmente a presença de venenos e poluentes que ameaçam as vidas
nas comunidades de cor”, definiu o reverendo.
TRILHA 4 | Atuação das lideranças populares em defesa da vida
49
Finalizamos nossa trilha, propondo uma entrevista com um(a) representante de movimentos sociais que luta pela preservação da vida, e apresente para seus/as colegas o resultado, enfatizando a importância desses
movimentos para a criação, implantação e acompanhamento de políticas
públicas em defesa da vida e da dignidade humana. Elabore as questões da
entrevista previamente, com a orientação de seu professor(a).
5 RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
1 Com base no conceito de racismo ambiental, você considera que
ele existe na sua comunidade? Como você o identifica? Escreva
em seu caderno.
GEOGRAFIA
2 Como você entende que as empresas citadas no texto acima,
estão prejudicando o manguezal e impactando a vida das marisqueiras que ocupa este território?
3 Você concorda com a fala da pescadora e líder Quilombola Eliete
Paraguassu, quando ela questiona: “Que desenvolvimento é esse
que traz morte?”, se referindo às indústrias petroquímicas situadas no entorno, como o Complexo Industrial de Aratu (CIA), o
Complexo Petroquímico de Camaçari (Copec), e pelo Porto de
Aratu-Candeias que tem impactado seus territórios e a sobrevivência da comunidade local.
4 Pesquise sobre os complexos industriais referidos no Texto 1 e faça
uma análise crítica em relação à sua importância para o desenvolvimento da economia baiana e seus impactos ambientais.
5 “Eu venho deste lugar de mulher preta, de mulher que defende o
território, filha de um pescador e de uma marisqueira, que sempre educou seus filhos com a atividade da pesca”. Sobre esta
outra fala, você acredita que ser mulher (gênero), ser trabalhadora (classe), ser preta (étnico-racial), pode ser um conjunto de
marcadores sociais que ajuda a ampliar as desigualdades?
TRILHA 4 | Atuação das lideranças populares em defesa da vida
50
6 Pesquise no dicionário o significado das categorias:
a) Gênero
b) Raça
c) Classe
d) Território
6 A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Você conhece os costumes de uma comunidade quilombola? Conhece
sua religiosidade, a música, a dança, as crenças e tradições? Que tal fazer
algo especial? Pesquise no google ou vá até uma comunidade e faça um
desenho, ensaio fotográfico ou filmagem contando um pouco da história
ou cultura dessa gente maravilhosa, que durante longos anos tiveram seus
direitos negados, mas agora sonham com a sua liberdade e possibilidade
de conquistas para todos os pretos e pretas do Brasil.
Nós somos um coletivo de gente, de muita gente! Que luta incansavelmente
pelos seus direitos e a luta pela terra é uma das mais antigas enfrentadas
pela humanidade, um dos movimentos mais populares na atualidade são
os movimentos quilombolas.
Analise o mapa abaixo e observe quantas comunidades quilombolas temos
na Bahia. Em seguida, pesquise quantas comunidades existem em seu
território de identidade e destaque ao menos uma delas, faça uma pesquisa
sobre ela e conte-nos um pouco.
Figura 3.
Fonte:Fundação Palmares,2017
TRILHA 4 | Atuação das lideranças populares em defesa da vida
51
GEOGRAFIA
7 A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Agora que chegamos ao fim da nossa trilha, como foi para você?
Você compreendeu melhor as lutas das comunidades quilombolas?
sim 2
mais ou menos
Você sabia da importância das mulheres pretas na liderança das
suas comunidades?
sim 3
não
não
não sei dizer
Você aprendeu algo com a trilha?
sim não
mais ou menos
Esperamos que você tenha aproveitado os estudos e sinta-se preparado
para apoiar os movimentos sociais que fazem parte da nossa sociedade, e
que, de repente, podem nos inspirar a construirmos um mundo melhor e
mais justo para todos!
Até a próxima trilha!
TRILHA 4 | Atuação das lideranças populares em defesa da vida
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GEOGRAFIA
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