LIDERANÇA – ESCOLA TÉCNICA DE ENSINO EM SAÚDE LTDA- EPP Nicoly de Lima Ferreira¹ AT 46 ENFERMAGEM EM PRONTO SOCORRO 1 E PRIMEIROS SOCORROS: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS PRIMEIROS SOCORROS PRÉHOSPITALAR (SUPORTE BÁSICO DE VIDA). Hortolândia/SP 2021 1 Concluinte do Curso Técnico de Enfermagem liderança Escola Técnica de Ensino em Saúde. RESUMO Neste trabalho será apresentado de maneira didática o papel da enfermagem em pronto socorro, mais especificadamente nos cuidados pré-hospitalar e o suporte básico de vida. O atendimento pré-hospitalar, mais popularmente conhecido como APH, é um grande serviço assistencial de urgência e emergência, fora do ambiente hospitalar, podendo ser fixo ou móvel. Disponível 24 horas por dia e 7 dias da semana, importantíssimo para os primeiros minutos da cena do acidente, aumentando a probabilidade de chance de sobrevivência e recuperação dos pacientes. Para que esse serviço seja ágil e eficaz, principalmente por estarem lidando com vítimas em diferentes situações e necessidades, é necessário ter uma equipe especializada em APH, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Para simplificar podemos citar um exemplo, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). O SAMU é o componente da Rede de Atenção às Urgências e Emergências, RUE, que tem como objetivo ordenar a assistência disponibilizando um atendimento precoce e transporte adequado, que dê assistência as vítimas. Já o suporte básico de vida, SBV, é um protocolo de atendimento que se resume no reconhecimento e realização de ressuscitação cardiopulmonar, tendo como objetivo principal de manter a vítima de parada cardiorrespiratória viva até a chegada de uma unidade de transporte especializada. Palavras-chave: APH, SBV, enfermagem, cuidados, emergência, urgência; 1. INTRODUÇÃO APH é o serviço realizado fora do hospital, com uma equipe especializada para lidar com situações adversas, suprindo a necessidade do paciente. É importante ressaltar que há um sistema fixo de triagem e controle, onde é feita a analise inicial de cada caso, indicando para qual equipe especifica será deslocada para o atendimento, seja ele básico ou avançado. Ademais, o APH permite o primeiro atendimento no local onde o problema se desencadeia, antes do paciente ser levado a um hospital especializado. É uma abordagem multidisciplinar, pois envolve a ativação pública do sistema através do 192, onde um médico regulador irá acionar ambulâncias, seja elas avançadas ou básicas, dependendo do caso. Também, a própria legislação brasileira dividiu o APH em dois grupos: profissionais da área da saúde, sendo médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. E de outras áreas: policiais, guardas municipais, bombeiros, motoristas de veículos de urgência e emergência. De maneira geral, o SBV é o primeiro atendimento de saúde, sendo manobras não invasivas para manutenção da vida e prevenção de lesões irreparáveis, o RCP. A ressuscitação cardiorrespiratória tem como função promover a oxigenação de fluxo de sangue para o cérebro e coração, devendo ser feita de imediato, pois o cérebro não tolera quatro minutos de hipóxia (falta de oxigênio nos tecidos). E, sendo assim, após dez minutos sem a RCP, a morte cerebral torna-se estabelecida. Além disso há também o suporte avançado de vida, SAV, que já são manobras para suporte de vida mais avançados. E, são invasivas, complexas e para pacientes com sérios agravos a saúde. 2. METODOLOGIA DA PESQUISA Foram utilizados mecanismos de pesquisa virtual, em sites credenciados de informações médicas e de enfermagem, incluindo fóruns de discussão sobre os assuntos citados, textos de pesquisas cientificas, artigos e trabalhos acadêmicos. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Além de tudo o que foi citado acima, o APH tem como objetivo prestar socorro a uma vítima de emergência, seja ela traumática ou não. Para que o paciente chegue em boas condições no hospital, ou até mesmo com vida, é necessário um bom atendimento no campo de acidente. O APH serve tanto para o resgate em primeira mão, quanto para o cuidado especifico com o paciente, podendo ser divido em SBV e SAV, como visto anteriormente. Também é um assunto que abrange diversos tipos de paciente, desde o lactente até o idoso. Existem também os protocolos utilizados no atendimento pré-hospitalar, destacando o protocolo Norte-Americano, que consiste em chegar até a vitima no menor tempo possível. Realizar manobras essenciais de estabilização e encaminhá-la para um hospital adequado. No protocolo Francês tem-se o principio de realizar atendimento medico no local até a estabilização da vítima, conhecido como Stay and Play. No Brasil há um sistema misto, onde se estabeleceram unidades de suporte básico, sendo comandadas por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, treinados em APH, SBV E SVA, nas quais se encontra presente o médico. A assistência da equipe de enfermagem começa dentro da ambulância, checando o material, reposição de material faltante, verificação do funcionamento de equipamentos, verificação do oxigênio, manutenção dos medicamentos e kits de socorros, além do checklist diário dos itens da ambulância, que se torna responsabilidade do enfermeiro da base. Na avaliação inicial, deve-se seguir procedimentos que determinarão qual o principal problema associado à lesão ou doença, e quais medidas iremos tomar diante disso. Logo após, inicia-se a abordagem inicial, verificando para qual lado está o rosto da vítima, garantindo o controle cervical; verificar se está respirando e consciente; apresentar-se, acalmar a vítima, perguntar o que aconteceu e um diálogo adequado permite-nos esclarecer se a vitima está consciente e se suas vias aéreas estão permeáveis; não havendo resposta, estimule a vítima tátil e verbalmente, perguntando algumas vezes se ela está bem, o que aconteceu, seu nome. Não havendo resposta, começamos a Avaliação Primária. Na Avaliação Primária, realizamos sem movimentar a vitima da sua posição inicial, com exceção nos casos de desobstrução de vias aéreas. Tendo como objetivo observar os problemas causados, gravidade das lesões e trata-los o mais rápido possível. Ela se desenvolve obedecendo as seguintes etapas, tendo como objetivo a equipe de enfermagem realizar e prestar assistência: A) Vias aéreas com controle da coluna cervical, sendo evitar algum tipo de lesão da coluna. Se a vítima estiver consciente, devemos nos apresentar e dizer os procedimentos que serão realizados, verificar se as vias aéreas estão permeáveis, analisando presença de secreção e dificuldade respiratória causada por trauma visível no pescoço. Se o paciente estiver inconsciente, deveremos realizar a tríplice manobra, tração do queixo e extensão da cabeça (executada em pacientes que não há suspeita de Trauma Raquimedular). Em casos que não há suspeita de trauma de coluna cervical, manobra de Clin Lift. B) Respiração. Observar como está a respiração e avaliar os movimentos do tórax, liberando as vias aéreas através da manobra indicada. C) Circulação. Como está a circulação, sendo sinais flogísticos, quadro hemorrágico, locais de hematoma, sudorese. Os sinais vitais no geral. Visualizar a parte posterior e anterior do corpo da vítima, dando atenção às hemorragias da cabeça em sentido aos pés. Verificar também os capilares dos dedos, verificando o retorno da perfusão sanguínea. D) Avaliação Neurológica. Verificar o nível de consciência, pois o seu agravamento é sinal de hemorragia. Além disso, na avaliação neurológica é aplicada a escala de coma de Glasglow. Avaliação do diâmetro das pupilas é incluso, e motricidade dos membros. E) Exposição da vítima, seja ao calor, frio, combustível, entre outros. Já na Avaliação Secundária, há de se realizar um exame físico detalhado, céfalo-caudal. Estabelecer os sinais vitais, sendo pressão arterial e seu controle, frequência cardíaca e respiratória, temperatura, saturação. Além da conversação com a vítima, se ela não estiver inconsciente. Com o intuito de descobrir lesões ou problemas que possam acometer a vida da vítima. Através disso, poderemos determinar o tipo de emergência e como proceder. Nos sinais e diagnósticos, podemos dividir em sinais e sintomas, sendo sinais o que podemos ver e descobrir, e sintomas o que a vitima discorre. Nisso, a assistência de enfermagem entra na realização de todos esses procedimentos citados acima. No exame céfalo-caudal, colocar o colar cervical, manter o pescoço em posição neutra até que o paciente tenha sido totalmente imobilizado. Verificar a palpação na traqueia, procurando por ferimentos, resistência ou dor e crepitação óssea, até realizar aspiração se necessário. Também pode utilizar-se da medida de estimulação da hidratação, dito pela Classificação das Intervenções de Enfermagem, tendo tomada essa medida, diminui-se o risco de hipoxia. Na coluna vertebral (Y), verificar lesões, dor a palpação e instabilidade da estrutura óssea. No crânio, face e cavidades averiguar ferimentos, secreções, hálito, dentes quebrados e adornos. Nos olhos, realizar a avalição pupilar. Na região toracoabdominal, o mesmo procedimento e verificar se não há rigidez no abdome. Na pélvica, lesões, instabilidade e dor. Nos membros superiores, inferiores e extremidades, averiguar ferimentos, resposta motora para avaliar a lesão em nervos, perfusão periférica para avaliar lesão arterial ou sinais de choque. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante ressaltar o conhecimento completo e treinamento da equipe de enfermagem nos cuidados de APH, SBV e SVA, pois são procedimentos muito complexos e necessitam de agilidade para realizá-los, dependendo de diversas circunstancias que a vitima pode se encontrar. O profissional deve ser devidamente capacitado para tais coisas. Além disso, a assistência de enfermagem torna-se primordial no APH pois é determinante para um diagnóstico precoce de patologias, possíveis traumas e lesões secundárias. Esse conjunto de ações da equipe do Atendimento Pré-Hospitalar, incluindo o enfermeiro e médico, acaba resultando em um atendimento mais rápido e preciso. As manobras realizadas nos cuidados primários e secundários são extremamente importantes, pois o APH é a porta de entrada para o hospital, preparando o paciente para outros procedimentos a serem realizados. REFERÊNCIAS 1 MACIEL, Kamilla da Silva – Faculdade Anchieta: O profissional de enfermagem e a abordagem primária nos setores de emergência. [Internet] citado em 15 de setembro de 2014. Disponível em: http://www.faculdadeanchieta.edu.br/wp-content/uploads/o-profissional-deenfermagem-e-a-abordagem-primria-no-setor-de-emergncias.pdf. Acessado em: 05 out. 2021. 2 SILVA, Amaro Santiago – Análise primária e secundária. [Internet] citado em 20 de janeiro de 2013. Disponível em: https://issuu.com/amaro_aph/docs/analise_primaria_e_secun daria. Acessado em: 05 out. 2021. 3 MONTEIRO, Wanderson – Avaliação primaria e secundária (SBV). [Internet] citado em 16 de maio de 2015. Disponível em: https://wandersonmonteiro.wordpress.com/2015/05/ 16/avaliação-primaria-e-secundaria-suporte-basico-de-vida/. Acessado em 05 de out. 2021. 4 CONGRESSO Internacional de Enfermagem – Assistência de enfermagem no atendimento pré-hospitalar. [Internet] citado em 2017. Disponível em: https://eventos.set. edu.br/cie/article/view/5828. Acessado em 05 out. 2021. 5 LUME, UFGS Repositório Digital. Coutinho, Karen Chisini - Atividades do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar. [Internet] citado em 2011. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/37531. Acessado em 05 out. 2021. 6 SANAR MED - Suporte Básico de Vida (SBV): tudo sobre esse protocolo de atendimento. [Internet] citado em 2019. Disponivel em: https://www.sanarmed.com/suportebasico-de-vida-sbv. Acessado em 05 out. 2021.