Existem algumas estratégias através das quais se promove a participação popular na tentativa de democratizar processos e decisões pertinentes. Quando nos referimos a comunidades rurais, deve ser dada atenção especial aos modelos participativos que serão implantados, para evitar falhas de comunicação entre as partes envolvidas devido a usos de linguagem ou estratégias não condizentes com as características próprias de comunidades rurais. Nesse sentido, foi criado um guia de estratégias para oficinas de diagnóstico rural participativo (DPR), cuja premissa se baseia na obtenção de um diagnóstico da situação ou ambiente que se pretende analisar executado pelas próprias comunidades que pertencem a tal ambiente, através da exposição de opiniões e compartilhamento de experiências. Algumas das estratégias que podem fazer parte das oficinas para apresentação de plano de manejo estão expostas abaixo: 1. Observação participante Descrição: Basicamente, essa estratégia propõe observar de maneira crítica certos comportamentos e atitudes do cotidiano de uma comunidade antes de propor decisões consideradas “mais lógicas”, já que as próprias atitudes da comunidade para/com o ambiente em que vivem podem esclarecer muito mais do que a aplicação de questionários. 2. Entrevista Semiestruturada Descrição: Com o objetivo de conhecer as limitações da sociedade e discutir possíveis soluções, a entrevista semiestruturada é feita com perguntas pré-determinadas feitas por pessoas-chave ou integrantes dentro de um mesmo grupo. Essa ferramenta permite que as pessoas possam se expressar sem as limitações criadas por um questionário. 3. Mapas ou Maquetes Descrição: O principal objetivo dos mapas e maquetes é discutir e analisar informações visualizadas. Eles podem expor informações referentes ao uso dos recursos naturais, ocupação do solo, situação da população e fluxo econômico, sempre buscando discutir sobre os problemas e potencialidades de cada situação. 4. Calendário Histórico Descrição: A partir das informações levantadas por pessoas com diferentes vivências dentro da comunidade, se constrói um calendário que exibe a sucessão de acontecimentos em um determinado ambiente, destacando as mudanças que ocorreram e suas inferências ambientais, sociais e econômicas para a região. Depois de elaborado, o calendário histórico permite uma fácil visualização das perturbações a que determinado ambiente fora submetido, abrindo espaço para sugestões de soluções e explicações. 5. Diagramas Descrição: Os diagramas permitem que determinados aspectos inter-relacionados de um ambiente sejam visualizados de maneira mais prática. Alguns exemplos mais comuns de diagramas são: Árvore de problemas, diagrama de Venn e fluxogramas. 6. Matrizes Descrição: O objetivo das matrizes é promover uma visualização rápida de determinados aspectos, organizando-os e classificando-os segundo uma escala hierárquica de graus de importância, para que se faça uma avaliação das melhores estratégias a serem adotadas. 6.1 Matriz FOFA Descrição: Uma das mais conhecidas é a matriz de organização comunitária baseada na estratégia FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), que permite identificar, visualizar e analisar a situação atual de uma determinada comunidade, buscando estratégias de fortalecimento. 6.2 Matriz de priorização de problemas Descrição: Outra matriz interessante é a de priorização de problemas, através da qual cada pessoa da comunidade vota e marca em uma tabela, quais problemas diagnosticados em etapas anteriores são mais urgentes para serem resolvidos, de forma a melhorar as condições socioambientais da comunidade. 6.3 Matriz de cenário de alternativas Descrição: O objetivo desse tipo de matriz é expor e comparar diferentes alternativas de soluções para determinado problema, fazendo um balanço entre vantagens e desvantagens para alcançar uma decisão grupal.