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Projeto de Trabalho Final - Metrado UFRN

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PROPOSTA DE TRABALHO
LINHA DE PESQUISA: DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS
ÁREA TEMÁTICA: USABILIDADE, ACESSIBILIDADE, EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA
TÍTULO: ACESSIBILIDADE DIGITAL PARA DOCENTES COM DEFICIÊNCIA
VISUAL DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
PROBLEMÁTICA:
O Estado do Rio Grande do Norte tem no seu quadro, segundo informações do
SIGEDUC, 6 professores com deficiência visual, e o sistema informa que se tratando de alunos
tem: 4 surdos com cegueira, 486 alunos com baixa visão e 44 com cegueira. Professores e
alunos
com
deficiência
visual
não
utilizam
com
independência
tecnológica
o
programa/aplicativo, conhecido como SIGEDUC, por terem muitas dificuldades na
acessibilidade, o que não deveria existir para esses usuários, indo contrário a Lei 13146/15,
conhecida como Lei Brasileira de Inclusão, que diz no Artigo 4º: “Toda pessoa com deficiência
tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma
espécie de discriminação”.
Este ano (2020), as dificuldades aumentaram, pois o que antes se resumia ao lançamento
no SIGEDUC de notas, frequências e conteúdos, os professores com deficiência visual tiveram
que preparar as aulas de forma assíncrona/remota pelo aplicativo ofertado pela Secretaria de
Educação e não tiveram capacitação específica para uso de mais uma rotina que foi a “Escola
Digital”.
Importante ressaltar que o sistema não foi “construído” para facilitar o manuseio de
pessoas com deficiência visual, seja o professor e até mesmo o alunado da rede pública
estadual. As barreiras tecnológicas, aquelas que dificultam ou impedem o acesso da pessoa
com deficiência às tecnologias, é perceptível quando o professor com deficiência visual tenta
alimentar o sistema com informações.
O design gráfico do SIGEDUC não favorece o deficiente visual, e segundo NUNES,
Isabel Dillmann et al “o Design Instrucional é um elemento de grande relevância na construção
de cursos à distância, principalmente considerando a ausência do contato presencial entre
professor e aprendizes“. E o sistema apresenta muitas informações na tela com botões ou links
muito pequenos, o que fica aparentemente impossível para um deficiente visual utilizá-lo,
mesmo aumentando o zoom na tela do celular/computador, pois alguns botões ficam
“flutuando” na tela, não criando uma padronização de funcionalidades.
JUSTIFICATIVA:
Desenvolver aplicativo com apoio dos desenvolvedores do SIGEDUC, mas utilizando
o mesmo banco de dados do sistema, que favoreça a quebra das barreiras tecnológicas
enfrentadas pelos professores com deficiência visual da rede pública estadual de ensino,
gerando oportunidade para sua independência tecnológica na utilização do SIGEDUC, pois
parece que o Estado não sabe ou não reconhece as dificuldades desses professores.
Tendo em vista que a interface gráfica do SIGEDUC não favorece o professor deficiente
visual, mesmo havendo parâmetros nacionais que padronizam os sítios, um dos primeiros
passos será fazer reuniões com a equipe de desenvolvedores para buscar meios para adoção de
soluções que visem a ampliação de acessibilidade da pessoa com deficiência ao sistema,
cumprindo assim o que preconiza a LBI no seu Artigo 78, no parágrafo único.
A implantação de 3 pilares servirá como norteador para o desenvolvimento de todo o
projeto no decorrer percurso, seriam eles:
1º Pilar: Suporte de Desenvolvimento e Infraestrutura
a) Equipamentos tecnológicos;
b) Rede lógica;
c) Equipe de suporte de desenvolvimento e técnico do SIGEDUC.
2º Pilar: Suporte Pedagógico
a) Professores com deficiência visual que estejam em sala de aula;
b) Secretaria de Educação Estadual e DIREC´s.
c) Legislação/Currículo Mínimo
3º Pilar: Suporte Humano
a) Orientação pedagógica e formação nas escolas da rede pública
b) Professor orientador
c) Pais/responsável orientador
d) Monitor (suporte do SIGEDUC)
Sendo assim, a união dos 3 pilares fará com que se possa desenvolver um aplicativo que
promova viabilidade e a aplicabilidade de aulas remotas e das demais rotinas no SIGEDUC
pelo professor com deficiência visual.
QUESTÃO DE PESQUISA:
Como o SIGEDUC pode propiciar aos usuários deficientes visuais a integração com
aplicativos de leitores de tela?
OBJETIVOS:
Geral
Desenvolver aplicativo integrado ao SIGEDUC para professores com deficiência visual,
seguindo padrões e estruturas de acessibilidade conforme normativas da legislação brasileira.
Específicos
a) Diagnosticar as dificuldades dos professores com deficiência visual quanto à
usabilidade/navegabilidade ao SIGEDUC por meio dos leitores de tela;
b) Propor mudanças nos aspectos estruturais do SIGEDUC, para que seja condizente
com as necessidades dos usuários com deficiência visual;
c) Validar o aplicativo junto aos professores com deficiência visual de modo a aferir
se as mudanças implementadas atendem às suas necessidades de navegabilidade.
ASPECTOS GERAIS DO TRABALHO
A presente proposta de trabalho discute questões a partir dos pressupostos da
democratização de acesso, da permanência e da inclusão do professor com deficiência visual,
da rede pública estadual do Rio Grande do Norte, na utilização do programa SIGEDUC. Será
apresentado primeiro, o processo histórico no que se refere à pessoa com deficiência visual. O
próximo passo será retratado as previsões legais para recursos de acessibilidade para o usuário
em debate, com qualificações previstas. Por último, será marcada pela forma de como
desenvolver aplicativo para professores com deficiência, do Estado do Rio Grande do Norte,
buscando sempre migrar do conceito de sistema exclusivo para o do sistema inclusivo,
utilizando os usuários como validadores finais do aplicativo.
A pesquisa a ser desenvolvida está numa área de domínio multidisciplinar entre
engenheiros de software, profissionais computação, professores, o ator principal que é o
professor com deficiência visual, entre outros.
A confecção de recursos tecnológicos e/ou midiáticos para professores cegos deve se
basear em alguns critérios muito importantes para a eficiência de sua utilização, deve ser
atraente para a visão do professor/orientador e agradável ao tato do professor com deficiência
visual. A fidelidade de apoio permanente que deve ser tão intenso quanto possível em relação
ao modelo já existente pelo SIGEDUC.
As adaptações razoáveis, apontadas na LBI 13146/15 é outro critério a ser respeitado,
considerando-se a pertinência em relação aos diferentes tipos de deficiência visual e à
dificuldade no uso das TIC´s que cada professor apresenta, pois o programa SIGEDUC já é
uma realidade no processo de ensino-aprendizado.
O SIGEDUC apresenta falhas de programação e problemas estruturais, principalmente
no período da pandemia, quando houve um acesso maior por parte dos professores, foi que veio
à tona inúmeras solicitações de adequações, porém, os professores com deficiência visual por
não saberem que existe um “botão“ para “abrir chamada”, acabam não solicitando as devidas
adaptações para que o SIGEDUC seja um programa que tenha sua compatibilidade com a
legislação atual para atender os deficientes visuais.
Ao iniciar o projeto, será feito um levantamento, por meio de questionário, de quantos
professores com deficiência utilizam parcial, integralmente ou não utilizam o sistema. Será
estudado também as dificuldades que os mesmos apresentam em suas diversas rotinas de
navegação dentro do SIGEDUC. É importante a criação de ferramentas, tanto computacionais
quanto de softwares para que essa distância seja reduzida drasticamente o mais brevemente
possível. Como? Escutando os atores principais, os professores com deficiência visual.
Será levada proposta para a equipe do SIGEDUC que professores com deficiência visual
sejam os validadores do aplicativo a ser desenvolvido, pois somente assim saberá que o sistema
é acessível aos usuários em questão.
Atualmente, as dimensões e o tamanho dos “botões”, “caminhos”, objetos e texto do
SIGEDUC são pequenos demais e não ressaltam detalhes para o deficiente visual, que se perde
com facilidade. O exagero no tamanho também pode prejudicar a apresentação da totalidade
dificultando a percepção global. Isto ocorre porque o SIGEDUC não cumpre as recomendações
do Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico - eMAG. O eMAG é o documento que
norteia o desenvolvimento de sítios e portais acessíveis no âmbito do governo federal.
Importante ressaltar, conforme Sá, Campos e Silva (2007) “a escassez de informação
restringe o conhecimento em relação ao ambiente”. Por isso, é necessário incentivar o
comportamento exploratório, a observação e a experimentação para que estes usuários possam
ter uma percepção global necessária ao processo de análise e síntese. Não apenas a visão
espacial, mas também é de extrema relevância que o professor com deficiência visual possa
adquirir mais informações por meio recursos tecnológicos.
Após a validação do aplicativo pelos professores com deficiência, o SIGEDUC deverá
estar totalmente adaptado aos parâmetros nacionais e espera que os usuários detenham o uso
das Tecnologias Digitas de Informação e Comunicação (TDIC) para o desenvolvimento das
atividades assíncronas ou não assíncronas, para a independência tecnológica no dia a dia.
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Etapas
Cursar disciplinas
Período (mês e ano)
03/21 a 06/2022
Reunião com equipe do SIGEDUC
03/2021 a 05/2021
Levantamento de bibliografia
09/2021 a 09/2022
Aplicação de questionário/tabulação de dados
08/2022 a 10/2022
Desenvolvimento do Aplicativo
06/2021 a 10/2022
Implantação e teste do aplicativo
10/2022
Validação/teste de usabilidade pelo professor
11/2022
Elaboração de análise e conclusões
12/2022
Elaboração do trabalho
12/2022 a 02/2023
Defesa
03/2023
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília.
______eMAG - Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico. 2019. Disponível em:
<http://emag.governoeletronico.gov.br/>. Acesso em: 01 dez. 2020.
NUNES, Isabel Dillmann; SCHIEL, Ulrich. Design Instrucional e seu acompanhamento em
tempo de execução utilizando Rede de Atividades. https://www.br-ie.org, 2011. Disponível
em: <https://www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/1632>. Acesso em: 03 de dez.
2020.
SÁ, Elizabet Dias; CAMPOS, Izilda Maria; SILVA, Myriam Beatriz Campolina. Atendimento
educacional especializado em deficiência visual. Fascículo da coletânea da Formação
continuada a distância de professores para o atendimento educacional especializado,
SEESP/SEED/MEC 2007.
SECRETARIA DE EDUCAÇÂO. Monitoramento da Educação. www.sigeduc.rn.gov.br,
2020. Disponível em:
<https://sigeduc.rn.gov.br/sigeduc/public/transparencia/pages/consul
ta/relatorio_estudantes/relEstudantesNEEAnalitico.jsf>. Acesso em: 01 de dez. 2020.
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