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ROMANTISMO
(1836-1881)
• O
romantismo
é
todo
um
período
cultural, artístico e literário que se inicia na
Europa no final do século XVIII, espalhando-se
pelo mundo até o final do século XIX.
• O berço do romantismo pode ser considerado
três países: Itália, Alemanha e Inglaterra.
Porém, na França, o romantismo ganha força
como em nenhum outro país e, através dos
artistas
franceses,
os
ideais
românticos
espalham-se pela Europa e pela América.
Antecedentes Históricos
• O Romantismo foi o primeiro movimento literário da era
denominada romântica ou moderna.
• Surgiu na Inglaterra e na Alemanha, na primeira metade
do século XVIII.
• As ideias românticas ganharam maior impulso a partir do
advento da Revolução Francesa (1789) e se difundiram
pela Europa e pelas Américas.
• As transformações revolucionárias atingiram todos os
segmentos: social, econômicos, político, filosófico e
artístico-cultural. A humanidade acompanhava mudanças
profundas e fundamentais para a formação de uma nova
identidade mais idealista, o que possibilitou o
desenvolvimento da estética romântica.
Fatores históricos decisivos para as
transformações dos séculos XVIII e XIX
• A queda dos sistemas de governo tirânicos.
• Os ideais de liberdade e igualdade.
• Formação de uma mentalidade nacionalista.
• A consolidação do pensamento liberal.
• A revolução Francesa.
• A Revolução Industrial Inglesa.
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Romantismo: A Arte Burguesa
• A
burguesia,
vitoriosa
na
Revolução
Francesa,
experimentou
franca
ascensão
e, afrontando os poderes da Monarquia, exigiram
seu espaço na estrutura sociopolítica, bem como o
cumprimento dos ideais de sua bandeira
revolucionária,
a
utopia:
Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Valorizaram o
trabalho, o comércio, a indústria e todos os meios
capazes de gerar lucro.
• Os burgueses, ansiosos por adquirir cultura, passaram
a ser mecenas, ou seja, patrocinaram a arte que
correspondia aos seus interesses. Foi criado o drama
para o público burguês, inventou-se a narrativa em
forma de romance, para os leitores ansiosos por
consumir cultura e arte burguesistas.
Características Românticas
• Valorização de elementos populares - Surgiu de
relação entre a burguesia e o Romantismo e
objetivava retirar o privilégio da elite aristocrática.
Intensificaram-se os temas ligados á vida urbana;
incentivou-se público a participar de manifestações
culturais.
• Imaginação Criadora - Libertação da arte agora
afastada das rígidas regras clássicas. Liberdade para
a forma e para o conteúdo. Criação de mundos
imaginários nos quais o romântico acreditava.
• Nacionalismo
louvor
e
exaltação
de
pátria,
resgatava
as
origens
de
cada
nação, valorizações dos elementos da terra
natal, dos bens e das riquezas nacionais, das
paisagens naturais. Exaltavam-se as personalidades
e os heróis da história, os valores gloriosos da pátria.
No Brasil, houve a valorização do passado colonial:
o índio foi tomado como herói nacional repleto de
glórias que só existiram nos ideários românticos.
Outra forma de nacionalismo brasileiro foi
conhecida
na
terceira
fase
do
Romantismo, quando o escravo e os ideais de
liberdade ocuparam os versos condoreiros.
• Subjetivismo - atitude individual e única. A poesia
não assume mais os moldes clássicos e, sim, a
vontade do Eu criador.
• Egocentrismo - Houve o triunfo absoluto do EU; o
reinado da poesia confessional na qual o sujeito
lírico declarava seus sentimentos.
• Sentimentalismo - analisa e expressa a realidade
por meio de sentimentos; a emoção foi valorizada
em detrimento do racionalismo.
• Supervalorização do amor - O amor foi
considerado um valor supremo na vida.
Entretanto, a conquista amorosa era difícil:
havia o mito do amor impossível, o estigma da
paixão desesperadora. A perda ou não
realização amorosa levava o romântico ao
desespero, à loucura ou à morte.
•
Idealização da Mulher - Mulher convertida em
anjo,
musa,
deusa,
criatura
pura, poderosa, perfeita, inatingível, capaz de
maravilhar a vida do homem se lhe
correspondesse. A mulher, porém, tornava-se
perversa, maligna, impiedosa, quando pela
recusa arruinava a vida do galante que a
cortejava.
• Byronismo (mal do século) - Na ânsia de plenitude
impossível, o artista sentia-se desajustado e
insatisfeito, além de decepcionado, devido á
falência
da
utopia
revolucionária:
liberdade, igualdade, fraternidade. Assim, o
romântico passou a ver o homem da época como
um ser fragmentado, peça da engrenagem
social, sem individualidade ou liberdade. Os
desajustes e as insatisfações conduziram ao mal do
século, definido como a aflição e a dor dos
descontentes com o mundo. Era a influência do
modo de vida byroniano do poeta inglês Lord
George
Byron,
protótipo
do
herói
romântico, sombrio, elegante e desajustado.
Aspecto Estilístico
• Os românticos abandonam a forma fixa (raros os
sonetos, odes, oitavas e etc.), abandonam o uso
obrigatório da rima e acabam valorizando o verso
branco, negam os gêneros literários em que
abandonam o tradicional, fazendo com que
alguns gêneros não fizessem mais parte como: a
tragédia e a comédia, onde foram surgindo
outros como: o drama, o romance de costumes
entre outros.
Contribuições Culturais
• O romantismo promoveu uma ruptura com as
concepções clássicas da arte e permitiu uma
revolução cultural.
• Enriqueceu a Língua Portuguesa, com a
incorporação de neologismos e a aproximação
entre a Língua Literária e a Língua oral e coloquial.
Romantismo no Brasil
(1836-1881)
• Marco inicial: Publicação de "Suspiros Poéticos e
Saudades", de Gonçalves de Magalhães , em 1836.
• Marco final: Publicação de "Memórias Póstumas de
Brás Cubas", de Machado de Assis , em 1881, que
inaugura o realismo.
Contexto Histórico-cultural
• A Independência é o principal fato político do
século
19
e
vai
determinar
os
rumos
políticos, econômicos e sociais do Brasil até a
Proclamação da República
(1889). Merece
destaque também o Segundo reinado, em que o
país
conheceu
um
período
de
grande
desenvolvimento em relação aos três séculos
anteriores. Apesar disso tudo, o Brasil continuou um
país fundamentalmente agrário, cuja economia se
baseava no latifúndio, na monocultura e na mão
de obra escrava .
• Recém independente, o país procura afirmar sua
identidade, tentando desenvolver uma cultura
própria, baseada em suas raízes indígenas ou
sertanejas. No entanto, isso se faz a partir da
reprodução
dos
modelos
do
romantismo
europeu, o que reflete o caráter intrinsecamente
contraditório do Romantismo brasileiro.
As gerações românticas
Primeira geração romântica - primeiro
grupo (1836-1840)- nacionalismo
• O início do romantismo brasileiro caracterizou-se
por
religiosidade, misticismo, antilusitanismo, nacionalis
mo.
• O espírito nacionalista levou ao culto da natureza
profundamente elogiada dentro do caráter
ufanista, com elevação máxima das belezas
naturais do paraíso tropical. A natureza surgiu
estilizada para expressar intenções ideológicas de
base nacionalista.
• O gênero lírico era amplamente cultivado ao lado
da ficção e do teatro, de influência inglesa e
francesa. Os autores que se destacaram foram:
Manuel de Araújo Porto Alegre, Antônio Teixeira e
Souza e Domingos Gonçalves Magalhães.
Primeira geração romântica – segundo
grupo (1840-1850)- indianismo
• Surgiu o índio, um herói visto com espírito da
civilização nacional e da luta contra a tradição
lusitana. Contudo, o indígena que se pintou à
moda romântica tinha seu próprio modelo
importado da França. Os franceses Cooper e
Chateaubriand, entusiasmados com o selvagem
da América, levaram-no para a sua literatura e
pintaram
os
aborígenes
com
as
tintas
heroicas, inspirados nos heróis de cavalaria
medieval.
• Antônio Gonçalves Dias e José de Alencar,
principalmente, escreveram dentro desse modelo
de índio idealizado como bravo, gentil, valente,
nobre, corajoso, puro, belo, bom por natureza e
capaz de todas as proezas em nome da honra e
da glória. Foi o herói improvisado para configurar
ideologicamente o que deveria ter sido o primeiro
habitante do Brasil.
• Assim, o indígena passou a ser a mais autêntica
ilustração para o Mito do Bom Selvagem, do
filósofo francês Rosseau : O homem nasce puro,
belo, bom e assim permanece enquanto estiver em
contato com a natureza.
• Os autores principais dessa fase foram Gonçalves
Dias, José de Alencar, Joaquim Manoel de
Macedo e Bernardo Guimarães.
Segunda geração romântica – byronismo ou
ultrarromantismo (1850-1860)
• A geração contaminada pelo “mal do século”:
individualismo, negativismo, pessimismo, insatisfaçã
o com o mundo, angústia, desespero, crise
existencial (herança do Barroco). Nessa fase, o
sentimentalismo e a emoção romântica atingiram
o auge absoluto. A influência satânica do poeta
inglês Lord Byron tem seu maior exemplar brasileiro
no poeta Álvares de Azevedo em sua obra.
• Enquanto a poesia segue a linha byroniana, a
ficção consolida-se sobre a forma sertanista,
urbana, indianista. Surge a narrativa histórica para
delinear as origens do Brasil e o seu
desenvolvimento. A utopia das idéias continuava a
influenciar as visões românticas.
• Os autores principais são: na poesia- Gonçalves
Dias; Álvares de Azevedo; Casimiro de Abreu;
Junqueira Freire; Fagundes Varela; Laurindo
Rabelo; na prosa- José de Alencar, fiel
representante da ideologia romântica; Manuel
Antônio de Almeida, que se rebelou contra o
romantismo burguês, escrevendo a obra Memórias
de um Sargento de Milícias, que focaliza a
sociedade suburbana e desmoraliza a corte
amorosa.
Terceira geração romântica – condoreirismo
(1860-1880)
• Os condoreiros praticaram um nacionalismo de
ordem diversa, pois não exaltavam as maravilhas
da pátria, mas reivindicavam liberdade, igualdade
das condições sociais e independência política;
defendiam, enfim, a formação de uma
consciência nacional. O tom lírico não se limitava a
cantar
amores
impossíveis
ou
desgraças
amorosas, porque se expandia para versejar sobre
o erotismo do amor ou se coletivizava para
expressar as paixões pelas causas sociopolíticas.
• Os assuntos centrais ligam-se à Guerra do
Paraguai, à Abolição da Escravatura, à luta pela
Proclamação da República. O homem negro
transformou-se em personagem real e sofrida no
canto eloquente dos condoreiros (condor é uma
ave altaneira).
• O grande condoreiro do Brasil chamava-se Antônio
Frederico de Castro Alves, dono de uma poesia
vibrante que evocava o liberalismo idealizado e
repelia a vergonhosa escravidão, denunciando as
condições desumanas em que os escravos viviam.
• A terceira fase do Romantismo foi uma transição
para o Realismo, pois os condoreiros apoiavam-se
numa filosofia de caráter humano-realístico. A
influência de Vitor Hugo, as preocupações com a
forma, o erotismo no lirismo amoroso demarcaram
novos caminhos para a literatura porvindoura.
• Os autores da terceira geração foram Joaquim de
Sousa
Andrade
(Sousândrade),
Tobias
Barreto, Franklin Távora, Visconde de Taunay e
Castro Alves.
Prosa no Romantismo
• Antes do período artístico romântico, as
composições em prosa eram menos frequentes.
• A prosa literária desenvolveu-se no Romantismo.
• A espécie preferida pelo público era o romance de
temática sentimental.
• Cultivava-se o gosto pelos folhetins, histórias de
amor editadas em jornais com capítulos publicados
em série.
• O primeiro romance romântico brasileiro, datado
em 1843, é O Filho de Pescador, de Teixeira e
Souza.
• O romance que impulsionava o apego sentimental
do publico foi A Moreninha, de Joaquim Manuel de
Macedo,
uma
historia
de
amor
convencional, publicada em 1844, que fixa os
costumes
da
sociedade
carioca
da
época, contaminada por francesismos.
Tipos de Romance
• Romance Histórico-indianista
• Romance regionalista
• Romance urbano
•
Romance analítico
Principais autores e obras em prosa
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (1825-1884)
• Obras principais: Lendas e Romances (histórico); Lendas e
Tradições da Província de Minas Gerais; O Ermitão da Glória
(regionalista); O Garimpeiro; O Seminarista; A Escrava Isaura.
• O Seminarista é sua obra mais notável na qual se critica o
celibato clerical e apresenta o apelo ao sexo, contrário à
corte amorosa de Romantismo.
• Temas característicos
a) Romances basicamente regionalistas, com uma intriga
amorosa indispensável, desenvolvida entre personagens
boas ou más ao extremo.
b) Paisagens minuciosamente descritas e hábitos regionais
do povo mineiro.
Alfredo D'Escragnolle Taunay (1843-1899)
• Visconde de Taunay é o autor de um dos melhores romances
regionalistas do Romantismo.
• Obras principais: Inocência; A Retirada de Laguna; O
Encilhamento; Manuscritos de uma Mulher; Mocidade de
Trajano.
• Temas característicos:
a) Em Inocência, uma das obras mais importantes de
Visconde de Taumay, utilizou-se uma linguagem adequada
para descrever a paisagem do sertão (sudeste do Mato Grosso)
e ainda ficou a fala popular.
b) A fim de envolver o leitor e de acordo com a mentalidade
romântica, inventou em sentimento de amor impossível entre a
bela Inocência e Cirilo. O caso amoroso tem um final trágico,
pois o rapaz é assassinado, e a moça morre consumida pelo
desespero da paixão.
José Martiniano de Alencar (1820-1877)
•
Foi o ficcionista que mais agradou o gosto do publico
burguês, consolidando o romance nacional brasileiro
• Retratou posturas políticas e burguesas em sintonia com a
mentalidade de homem conservador em todos os parâmetros:
monarquista, escravocrata, político (senador do império de
Pedro II), proprietário de terras.
• Era um nacionalista fiel que atacava as formas literárias
importadas e a timidez verbal dos poetas que se propunham a
cantar o Brasil, como escreveu a Carta sobre a Confederação
dos Tamoios, em que criticou a obra épica de Gonçalves de
Magalhães por sua falta de energia e de brasilidade.
• Sempre com linguagem requintada, Alencar inventou um
passado glorioso para o Brasil, com um índio herói fantástico.
Retratou a vida urbana em meio às intrigas amorosas mais
instigantes: conflitos sentimentais marcados por um final feliz
(Senhora - Diva) ou interrompidos com uma morte trágica
(Lucíola).
Manuel Antônio de Almeida (1830-1861)
• Obra principal: Memórias de um Sargento de
Milícias.
• Temas característicos: O romance apresenta
elementos que contradizem as convenções
literárias da época; tem como cenário as ruas e os
casebres do Rio de Janeiro. A linguagem revela
absoluta “molecagem” (desmoraliza a corte
amorosa,
tratando
satiricamente
a
intriga
sentimental). Descreve cenas populares, com um
toque de realismo. È um documentário mais real da
sociedade do século XIX, aproxima-se do que
seriam as narrativas do realistas / naturalistas.
Bernardo
Guimarães
Alfredo
Taunay
José de
Alencar
Manuel
Antônio
de
Almeida
Poesia no Romantismo
• A característica principal da Poesia Romântica é a
expressão plena dos sentimentos pessoais, com
os autores voltados para o seu mundo interior e
fazendo da literatura um meio de desabafo e
confissão. A vida passa a ser encarada de um
ângulo pessoal, em que se sobressai um intenso
desejo de liberdade.
• O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e
sonhador, depois, crítico e retórico, mas sempre
sentimental e nacionalista.
Antônio Gonçalves Dias
• Foi ele quem consolidou o
Romantismo brasileiro, com
sua poesia de alta qualidade.
• Obras
principais:
Primeiros
Cantos;
Segundos
Cantos, Sextilhas do Frei Antão
– Último Cantos.
• Temas característicos:
a) Lirismo Amoroso
b) Indianismo
c) Exílio
Manuel Antônio Álvares de
Azevedo
• É o poeta brasileiro que mais
autenticamente representou
o byronismo, sendo o mais
individualista,
subjetivo
e
sofrido poeta do Romantismo.
Autor
de
uma
poesia
confessional
que exprime
sentimentos, dores e emoções
do eu lírico ultrarromântico.
Morreu aos 21 anos.
• Obras
principais:
Ivo,
Lira
dos
Anos, Conde Lopo.
Pedro
Vinte
Joaquim de Sousa Andrade
• Obras
principais:
Guesa
Errante; Obras Poéticas
• Temas
característicos:
Sousândrade era adepto
das causas republicanas e
abolicionistas. Sua poesia é
marcada por originalidade,
inovadora e revolucionária,
afastadas
dos
modelos
românticos. A linguagem
ousada
aproxima
da
realidade. O vocabulário é
diversificado
com
neologismos, palavras em
inglês, expressões indígenas.
Antônio Frederico de Castro
Alves
• Nutria um grande amor patriótico,
acreditava representar o espírito
nacionalista do povo brasileiro, tendo
escrito poemas de louvor para exaltar
os feitos populares. É um dos mais
expressivos
talentos
da
poesia
brasileira, apesar de ter morrido aos 24
anos de tuberculose. Encarou a morte
com realismo e amargura.
• Obras principais: Espumas Flutuantes.
Poemas mais famosos: Vozes d’África e Navio Negreiro.
• Temas característicos:
a) Poesia da Natureza: personificou a natureza que aparece em
todos os enfoques
b) Lirismo Amoroso
c) Poesia Social Condoreira.
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