CLASSIFICAÇÃO DE ABDOMENS PARA INDICAÇÕES DE LIPOABDOMINOPLASTIA E SUAS VARIAÇÕES Autor: Dr. Wilson Novaes Matos Júnior Co-autores: Fernando V. Carrillo Jiménez, Ricardo Cavalcanti Ribeiro, Rogério Porto da Rocha, Sérgio Miguel da Silva Ribeiro Introdução Analisando os padrões de estética da moda e da vestimenta feminina na atualidade, percebemos uma exigência por resultados cada vez melhores, abdomens com contornos definidos, cicatrizes menores, períodos de recuperação pós-operatória mais curtos e, principalmente, redução das complicações. A partir dessa necessidade, novas propostas terapêuticas estão surgindo. Após a sistematização da plástica de abdômen descrita por Callia, inúmeros trabalhos contribuíram para a evolução da abdominoplastia. A lipoaspiração, criada por Illouz em 1980, revolucionou e evoluiu com diferentes propostas de tratamento das lipodistrofias para todo o segmento corporal, principalmente, o da região abdominal. Trabalhos que associam lipoaspiração à plástica de abdômen foram publicados por Hakme, em 1985, e Wilkinson, em 1986, denominando-a míni-abdominoplastia. Em 1987 Uebel apresenta miniabdominoplastia, com secção do pedículo umbilical, plicatura dos músculos reto abdominais e pequena incisão na região supra-púbica. Cardoso de Castro, em 1987, publica como evitar complicações em miniabdominoplastias. Diversos estudos elaboram classificações clínico-terapêuticas para o tratamento das lipodistrofias abdominais diante da lipoaspiração. Diversos estudos elaboram classificações clínico-terapêuticas para o tratamento das lipodistrofias abdominais diante da lipoaspiração. O primeiro relato de associação da lipoaspiração com a abdominoplastia foi em 1991, por Matarasso que realizou a lipoaspiração do retalho abdominal com descolamento amplo, classificando as regiões que poderiam ser aspiradas. Illouz, em 1992, realizou a abdominoplastia sem descolamento após a lipoaspiração do abdômen, denominando “mesh undermining”, com indicações restritas. Em 1999, Shestak publicou um artigo sobre a associação da lipoaspiração e a ressecção parcial da pele supra-púbica, com o descolamento restrito do retalho abdominal. Avelar, em 1999 e 2000, propõe o tratamento global do tecido celular subcutâneo do abdômen através da lipoaspiração profunda, sem descolamento e sem ressecção do panículo adiposo, com plicatura da diástase através de vídeo-endoscopia, remoção parcial de pele supra-púbica e inframamária para o tratamento do abdômen superior, sem a transposição do umbigo. A partir de 2000, começamos a utilizar a lipoabdominoplastia propondo uma nova filosofia para o tratamento da região abdominal. Nos dois primeiros casos realizamos lipoaspiração do retalho abdominal sem descolamento ressecando o excesso de pele suprapúbica e infra umbilical com transposição do umbigo. Nos casos seguintes confeccionamos um túnel na linha da diástase muscular no abdômen superior para realização da plicatura dos músculos reto-abdominais. Neste descolamento seletivo observamos e preservamos os vasos perfurantes que se iniciam 2 a 3 cm da borda dos m. reto-abdominais. Este tempo cirúrgico foi a nossa colaboração para publicação de Saldanha em 2001, sistematizando a associação da lipoaspiração com a abdominoplastia clássica, realizando o descolamento seletivo do retalho, a plicatura dos músculos reto-abdominais, ressecção total de pele infra-umbilical e a transposição do umbigo. As variações de indicação para cada caso deram início à mudança de tática e técnica, dependendo da necessidade de tratamento das estruturas abdominais, estabelecendo cinco fundamentos básicos para abordar a região abdominal, substituindo a dissecção com bisturi por cânulas de lipoaspiração: 1) Lipoaspiração: Profunda e superficial do abdômen superior Superficial do abdômen inferior 2) Descolamento seletivo para plicatura 3) Preservação dos vasos perfurantes, estruturas vásculo-nervosas e linfáticas 4) Preservação da fáscia de Scarpa e gordura profunda do abdômen inferior 5) Ressecção de pele e tratamento do umbigo A proposta de uma nova classificação clínico-terapêutica do abdômen baseia-se nos cinco fundamentos citados, onde podemos tratar com segurança todas as estruturas que compõem o abdômen para os variados tipos de indicações, dependendo da necessidade de tratamento, e indicar a melhor técnica em cada caso (Tabela I, Fig.1). Anatomia Aplicada à Cirurgia A pele apresenta características peculiares em relação à elasticidade, espessura e mobilidade. De acordo com fatores relacionados à obesidade, perda de peso e gestações anteriores, elas podem se alterar, ocasionando estrias e flacidez, com perda de elasticidade da derme. O tecido celular subcutâneo da região abdominal é dividido em dois planos, separados pela fáscia de Scarpa, considerando o plano superficial ou areolar, composto por glóbulos de gorduras pequenos, firmes e compactos, e a camada profunda ou lamelar, constituída por glóbulos regulares e frouxos, onde se acumula a maior quantidade de gordura nas lipodistrofias abdominais e, por esse motivo, é o principal plano a ser tratado. A fáscia de Scarpa é um novo componente anatômico-cirúrgico que é preservado na região inferior do abdômen, na lipoabdominoplastia. Os músculos reto-abdominais estão envolvidos por aponeuroses que se entrecruzam na linha média; é nesta zona que encontramos flacidez e diástase destes músculos. De acordo com os trabalhos de Taylor, 80% do suprimento sanguíneo da parede abdominal provêm das perfurantes abdominais, ramos das epigástricas superiores e inferiores. Os 20% restantes ocorrem pelas últimas artérias intercostais, lombares e pudendas externas superiores. As artérias perfurantes estão localizadas, em sua maioria, a 2-3 cm lateralmente à borda medial desses músculos. Os vasos linfáticos dirigem-se até as regiões axilares e inguinais e são mais calibrosos no tecido adiposo profundo. A inervação é dada pelos seis últimos nervos intercostais, nervo abdominogenital maior e abdominogenital menor. Avaliação Pré-operatória Iniciamos com a avaliação pré-operatória e, durante o exame físico da paciente, observamos as características da pele como: elasticidade, flacidez, estrias e presença de cicatrizes. A localização do umbigo, sua distância entre o apêndice xifóide, o púbis e as cicatrizes horizontais no hipogástrio que são parâmetros iniciais para indicar a quantidade de pele a ser retirada e o futuro posicionamento da cicatriz umbilical. A espessura, a quantidade e a disposição do tecido adiposo são avaliadas, para direcionar a quantidade de gordura a ser aspirada no retalho superior e gordura profunda da região inferior. Existe uma variação individual de cada caso na distribuição de gordura nas regiões superior e inferior do abdômen, flancos e hipocôndrios. Estas lipodistrofias devem ser diagnosticadas previamente, para serem tratadas através da lipoaspiração, com a finalidade de facilitar a tração do retalho e harmonizar globalmente o abdômen e regiões vizinhas. Diagnosticamos a presença, o grau e a localização de diástase nas regiões infra e supra-umbilicais para plicatura. As lipodistrofias localizadas do contorno corporal nas regiões vizinhas como os flancos, glúteo-trocanteriana, sacral e pubiana são estudadas e tratadas, dependendo de cada caso. As características individuais são fundamentais, considerando-se, ainda, a idade, gestações anteriores, doenças pregressas e a expectativa da paciente quanto ao resultado e cicatrizes. O diagnóstico correto indicará a melhor técnica a ser utilizada. Com o princípio de tratar a pele, tecido celular subcutâneo e musculatura, buscamos um padrão de resultado com o abdômen bem modelado pela lipoaspiração, firme pela plicatura da musculatura, sem excessos, através da ressecção de pele, preservando as estruturas vasculares, linfáticas, nervosas e fáscia de Scarpa. Técnica Cirúrgica A técnica utiliza a infiltração com soro fisiológico e adrenalina na proporção de 1:1000. 000. Todo o abdômen é aspirado através da técnica em “scanner”, com os orifícios da cânula voltados lateralmente, em movimentos curtos e circulares, nas camadas profunda e superficial homogeneamente, substituindo o descolamento convencional com bisturi. A seguir, realizamos a ressecção da pele infra-umbilical parcial ou total, plicatura inferior e/ou superior dos músculos retoabdominais e mobilização do umbigo, transposição ou fixação em posição mais inferior, dependendo da necessidade de cada caso. A fáscia de Scarpa é preservada sempre, exceto na abdominoplastia clássica, para acomodar o retalho composto da camada superficial, preservando, assim, a drenagem linfática e a sensibilidade da região supra-púbica. O dreno aspirativo é utilizado e posicionado na região do descolamento seletivo e é retirado quando o débito está abaixo de 40 ml, em média, do segundo ao quarto dia pós-operatório. Antibioticoterapia profilática, deambulação precoce e medidas profiláticas contra tromboembolismo são adotadas de rotina. As pacientes utilizam malha elástica durante 30 dias. A drenagem linfática manual é iniciada no quinto dia pós-operatório para todos os casos onde for realizada lipoaspiração. Lipoaspiração Indicamos esta técnica isoladamente para as pacientes que apresentam panículo adiposo leve ou moderado, com pele de boa qualidade. Lipomini-abdominoplastia I Consideramos esta técnica para as pacientes que apresentam uma flacidez de pele leve ou moderada na região infra-umbilical, com ou sem diástase inferior. Após realizar a lipoaspiração de todo o abdômen e regiões vizinhas, ressecamos um fuso elíptico de pele localizado na região suprapúbica, removendo completamente a camada superficial do tecido adiposo dessa região, de maneira que o avanço do retalho abdominal acomode-o sobre a fáscia de Scarpa preservada (Fig. 2 A). Quando encontramos diástase da região inferior, ressecamos a fáscia de Scarpa na linha mediana para expor as bordas dos músculos reto-abdominais e realizarmos a plicatura inferior e, posteriormente, suturamos as bordas da fáscia superficialis (Fig. 2 B). Lipomini-abdominoplastia II Esta abordagem é indicada para as pacientes que apresentam flacidez de pele leve ou moderada nas regiões superior e inferior do abdômen, com diástase parcial ou total e implantação alta da cicatriz umbilical. Após seguir o mesmo tempo cirúrgico da lipominiabdominoplastia tipo I, a cicatriz umbilical é desinserida da aponeurose, realizando-se o descolamento seletivo superior para a plicatura, e reposiciona-se o umbigo 2 a 5 cm abaixo. O excesso de pele da região inferior é removido através de um fuso elíptico supra-púbico (Fig. 3 A, B). Lipomini-abdominoplastia III Utilizamos esta técnica para as pacientes que apresentam uma flacidez de pele maior na região supra e infra-umbilical, mas sem excesso suficiente para possibilitar a tração do retalho até a região pubiana. Após a lipoaspiração, o descolamento seletivo da linha média e a plicatura total ou parcial, faz-se ressecção elíptica da pele supra-púbica ampliada com a transposição do umbigo e o fechamento do orifício umbilical, resultando em uma cicatriz de 3 a 4 cm na região do hipogástrio (Fig. 4 A, B). Lipoabdominoplastia Está indicada para as pacientes que apresentam flacidez de pele em todo o abdômen, presença de tecido adiposo em grau leve a acentuado, com ou sem diástase da musculatura abdominal, para os casos de indicação da abdominoplastia clássica. Após aspirar homogeneamente as camadas profunda e superficial de todo o abdômen e flancos, isola-se o umbigo e resseca-se toda a pele infraumbilical, semelhante à abdominoplastia tradicional, preservando a fáscia de Scarpa, os vasos arteriais, venosos e linfáticos, e a inervação. Realiza-se o descolamento seletivo da região da diástase junto às bordas internas dos músculos reto-abdominais, preservando-se, assim, a maioria dos vasos perfurantes. A ressecção parcial da fáscia de Scarpa na linha média infra-umbilical expõe a aponeurose, que se une com o descolamento seletivo da região superior, para a plicatura de toda diástase muscular de modo convencional (Fig. 5 A, B). É feita a transposição do umbigo para a onfaloplastia em estrela (Fig. 6 A, B). O fechamento do abdômen é feito em três planos. Nos casos de difícil tração, pode-se terminar com uma cicatriz pequena em “T” invertido na região inferior. Lipoabdominoplastia em Abdômen Atípico Neste grupo de pacientes, encontramos variações individuais atípicas, diretamente relacionadas com a presença de cicatrizes já existentes no abdômen. Utilizamos a base dos fundamentos citados e aplicados na lipominiabodominoplastia tipo I, II, III e lipoabdominoplastia para tratar os abdomens atípicos, adaptando-se às características e necessidades individuais de cada paciente: Lipoabdominoplastia Reversa Lipoabdominoplastia Vertical Lipoabdominoplastia Âncora (Fig. 7 A, B) Lipoabdominoplastia Pós-obesidade Podemos indicar lipoabdominoplastia também para os casos de abdominoplastias secundárias, onde há necessidade de remoção do tecido adiposo e do excesso remanescente de pele, adaptando táticas e técnicas de acordo com os subgrupos da classificação. Resultados Observamos, independente do subgrupo, um abdômen bem modelado pela lipoaspiração, firme pela plicatura dos músculos reto abdominais e sem excessos, através da ressecção de pele. As vantagens da lipoabdominoplastia e suas variações são: baixo índice de complicações como epiteliose (1,5%), seroma (1%), hematoma (0,1%), necrose (0,1%), cicatrizes menores, sensibilidade preservada na região supra-púbica, melhor contorno do abdômen e diminuição da circunferência abdominal, devido à lipoaspiração, principalmente quando associada à lipoescultura. Discussão A avaliação pré-operatória minuciosa da região abdominal dirigida ao panículo adiposo, à pele, à musculatura, à posição do umbigo e às cicatrizes abdominais é fundamental para diagnosticar, classificar e indicar corretamente a melhor técnica para cada caso. A lipoaspiração superficial e profunda é a base técnica da lipoabdominoplastia, a qual foi utilizada em 89,6% dos casos para dissecar e melhorar a silhueta abdominal (Tabela II). Em 4% dos casos, utilizamos apenas a divulsão com cânulas de lipoaspiração para descolamento do retalho, por não ter indicação de lipoaspiração. A ressecção de pele preconizada por Sinder pode ser usada quando existe dúvida em relação ao posicionamento inferior da cicatriz (Fig. 8 A,B). O descolamento seletivo e a lipoaspiração do retalho diminuem o trauma cirúrgico, preservam as artérias perfurantes e reduzem o espaço morto, substituindo as grandes dissecções da abdominoplastia convencional, as lipectomias, diminuindo as complicações como hematomas, epitelióse e necroses de pele. Em nenhuma das técnicas utilizamos video-endoescopia para descolamento da região superior do abdômen. O modelamento do abdômen que se consegue com a lipoaspiração e com o reposicionamento das estruturas musculares, evita a necessidade de plicaturas maiores, como preconizam alguns autores. A preservação da fáscia de Scarpa é importante para a acomodação do retalho na região inferior do abdômen, evita a perda de sensibilidade da região supra-púbica e a formação de seroma, pela manutenção do sistema linfático e da inervação. Nos cinco casos em que a fáscia de Scarpa foi removida totalmente, deixando a aponeurose exposta, observamos um “degrau” no abdômen inferior em relação ao púbis, e a presença de seroma. Observamos que o hematoma se comporta de maneira diferente quando se utiliza a técnica de lipoabdominoplastia porque está localizado dentro do tecido adiposo entre as camadas profunda e superficial. A resolução feita através de punção após massagem local e reabsorção espontânea até o décimo dia pós-operatório. Não observamos necrose de pele na ocorrência de hematoma. O tratamento do panículo adiposo é uma limitação na abdominoplastia clássica, necessitando, inúmeras vezes, de um segundo tempo cirúrgico para a lipoaspiração. Outra vantagem da lipoabdominoplastia e variantes é a possibilidade de contar com uma grande área doadora de tecido adiposo, que pode ser utilizada como lipoenxerto nas regiões glúteo-trocanterianas e membros inferiores. Associada à lipoaspiração de flancos e culote, permite harmonizar globalmente o contorno corporal.A utilização da lipoabdominoplastia em casos atípicos é interessante, porque modela o tecido adiposo, preservando a nutrição do retalho, trazendo maior segurança na ressecção do excesso de pele. A lipoabdominoplastia higiênica permite o emagrecimento do retalho, evita descolamentos amplos, melhora o resultado final e reduz o índice de complicações neste grupo de pacientes. Com estes fundamentos podemos tratar praticamente todos os abdomens, pois a lipoabdominoplastia é uma técnica conservadora, que, anatomicamente, disseca e modela o abdômen por planos com menor trauma cirúrgico, reposiciona e corrige todas as camadas e estruturas da região abdominal. Um dos objetivos desta classificação é manter a cicatriz bem posicionada geralmente a 7 cm do início da região genital. Conclusão Após revisão e análise dos casos tratados utilizando a lipoabdominoplastia e suas variações, pode-se concluir: A avaliação pré-operatória e a indicação correta de lipominiabdominoplastia, lipoabdominoplastia e variações oferecem boas opções para tratamento da região abdominal; O menor trauma e a preservação do sistema vascular, linfático e nervoso que compõem o abdômen são os principais fatores para a diminuição das complicações; O período pós-operatório é menor e menos doloroso; A curva de aprendizado é rápida, por se tratar da associação de duas técnicas, lipoaspiração e abdominoplastia clássica, que os cirurgiões plásticos já executam; Apresenta bons resultados pela harmonia do abdômen modelado pela lipoaspiração. Tabela I : Tabela I : Classificação Clínico-Terapêutica para Lipoabdominoplastia e Variações Técnica Cirúrgica Sub Grupo Lipoaspiração Pele - Sem flacidez I Lipoaspiração Ressecção suprapúbica Músculos Sem diástase - Flacidez leve/moderada infra- Com/sem diástase umbilical inferior Com ou sem plicatura II inferior Lipoaspiração Ressecção suprapúbica e Lipominiabdominoplastia - Flacidez leve/moderada Diástase parcial ou Infra e supra-umbilical total Plicatura infra-umbilical ou total III - Flacidez de pele Diástase parcial ou moderada infra e total Rebaixamento do umbigo Lipoaspiração Ressecção suprapúbica supra-umbilical Plicatura - Umbigo alto Transposição do Umbigo Lipoaspiração - Excesso de pele em Plicatura total todo o abdômen Lipoabdominoplastia Ressecção de pele supraumbilical Diástase total Dermolipectomina - Excesso de pele em Diástase todo abdômen Hérnia ventral Abdominoplastia Herniorrafia Clássica Plicatura Bibliografia 1. 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