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MEMORIAL-cap11-e-12 Adriana

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ORAL CAP. 11 E 12 - MEMORIAL DO CONVENTO
Português 12º
Março 2020
Bom dia! Primeiro que tudo quero pedir desculpa pela má qualidade de vídeo, mas, neste formato,
não tive outra opção senão fazer com a câmara do computador. Vou ter aqui ao meu lado alguns tópicos do
resumo que vos vou fazer dos capítulos e os excertos que vou lendo, para ser mais fácil para vocês.
Vou então apresentar-vos os capítulos 11 e 12 do Memorial do Convento, que possuem passagens
importantes para a compreensão de toda a obra, como a explicação do que é que consiste o éter, o papel de
Blimunda na construção da passarola, a colocação da primeira pedra do convento e um pedido que Baltasar
faz a Blimunda, que nos transporta para o final da obra. Para além disso, vou aprofundar certas personagens
e aspetos que acho relevantes ao longo da análise dos capítulos.
Portanto, só para vos situar, o capítulo 10 termina com o diálogo de D. Maria Ana com o infante D.
Francisco e a informação de que os sonhos da rainha com o cunhado não foram mais os mesmos, devido à
sua obsessão de tomar o lugar do rei D João V.
Então agora passemos para o capítulo 11, sendo assim, o padre Bartolomeu regressa da Holanda, 3
anos depois de ter partido, onde esteve a aprender com “sábios velhos e alquimistas” sobre a ciência de
voar. Ele pretende agora encaminhar-se para Coimbra, onde vai prolongar os seus estudos, mas passa
primeiramente pela Quinta de S. Sebastião da Pedreira, que encontra abandonada, com materiais dispersos
pelo chão e pardais que esvoaçavam dentro do casarão. Quero realçar o contraste que se faz entre estes
pássaros, que não voavam alto, e a passarola, que, segundo Bartolomeu, “voará até onde cheguem olhos”.
Entretanto, pela inspeção que faz, percebe que Baltasar ali esteve, mas não tantas vezes como lhe havia
recomendado.
Seguidamente, dirige-se a Mafra para se encontrar com Baltasar e Blimunda, abençoando algumas
pessoas por quem passava. Chamo a vossa atenção para a referência que é feita à estátua de S. Bruno, que
existirá no convento de Mafra, sendo que esta estátua está de certo modo ligada ao sofrimento, espírito de
sacrifício e devoção religiosa das centenas de trabalhadores, durante a construção do Convento.
Antes de se encontrar com o vigário de Mafra, Bartolomeu Lourenço passa pelas obras do convento,
e o narrador compara os trabalhadores com formigas, distinguindo o buraco das formigas, lugar de vida, do
buraco dos homens, lugar de morte. Já em conversa com o vigário, o padre é informado de que o convento
tem já 80 frades confirmados e perguntando sobre o paradeiro da família Sete-Sóis, acaba por se identificar
como o padre que casou Baltasar e Blimunda, em Lisboa, uma mentira “à face de Deus”, possivelmente para
evitar injúrias ao casal.
Quando Bartolomeu chega a casa da família, Blimunda abre-lhe a porta, antes de ele sequer bater, e
introdu-lo à mãe de Baltasar, Marta Maria, que já sabia das habilidades de Blimunda, porque ela tinha visto
um tumor no seu ventre, que piorava cada vez mais.
Também Baltasar, quando chega com o seu pai, adivinha a presença do padre, ao avistar a mula que
o trouxera, habilidade que vem adquirindo com o seu convívio com Blimunda, como diz este excerto, do
parágrafo que começa com “Estava o padre Bartolomeu Lourenço sentado ao lume…”, e que diz: “começava
a haver em Baltasar um luzeiro espiritual de dupla visão, que, não dando para mais profundas penetrações,
é quanto basta para observações sumárias como esta.”
Adriana Anselmo, 12º A – Colégio Dr. Luís Pereira da Costa
Professora: Ana Carla Gomes
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ORAL CAP. 11 E 12 - MEMORIAL DO CONVENTO
Português 12º
Março 2020
Bartolomeu Lourenço vai passar a noite em casa do vigário e pede que Blimunda e Baltasar aí se
encontrem com ele na madrugada seguinte, com Blimunda em jejum. E cumprindo o que lhes é pedido, o
padre conta-lhes que o éter, antes de subir aos céus, para segurar as estrelas e ser respirado por Deus, mora
dentro dos humanos, tratando-se da vontade dos vivos, e não da alma, que nasce e morre connosco,
enquanto a vontade pode separar-se do homem enquanto ele é vivo, mas também pode ser separada dele
pela morte.
O padre pede então a Blimunda que o olhe por dentro e veja a sua vontade, e quando esta o consegue
fazer este comemora e diz “Graças, meu Deus, agora voarei”. Nada melhor que esta exclamação para retratar
a temática do sonho, o sonho da criação da passarola, sonho esse que apenas será possível concretizar com
as vontades do homem. Blimunda ficará encarregue de ver e recolher essas vontades, que aparecem em
forma de nuvens fechadas, utilizando um frasco de vidro com uma pastilha de âmbar no fundo, que atrai o
éter. Podemos ver então, nesta parte do texto, que podemos ter tudo para realizarmos o nosso sonho, mas
o mais importante é a vontade e fé para lutar por ele, e vontade nunca é demais, tal como diz Bartolomeu:
“Onde couber uma, cabem milhões, o um é igual ao infinito”.
Por fim, o padre parte para Coimbra e, no final do capítulo, Blimunda recusa comer o seu pão, porque
quer primeiro ver as vontades dos homens que ali perto trabalhavam.
Passamos então para o capítulo 12, que começa e acaba com a referência à chuva que caía.
Compreendemos, logo no início, que o filho mais novo de Inês Antónia morreu faz 3 meses de bexigas
e que o seu marido, Álvaro Diogo, tem a promessa de arranjar emprego na construção do convento. Para
além disso, Marta Maria sofre com dores insuportáveis devido ao seu tumor, e João Francisco, encontra-se
infeliz com a inevitável partida do filho para Lisboa.
Já Blimunda, havia ido à missa comungar em jejum, “não para receber Deus”, como diz no livro,
porque comungar depois de comer era considerado pecado, mas para ver se Deus estava dentro da hóstia,
acabando por contar a Baltasar que dentro dela tinha apenas visto uma nuvem fechada, ou seja, exatamente
o que está dentro dos homens, acabando por concluir que “Entre a vida e a morte (…) há uma nuvem
fechada”. Esta passagem é importante, porque o autor promove este momento de frustração numa
personagem crente e inocente, como Blimunda, para fazer-nos questionar a religião, pelo que sugere que,
não havendo, dentro da hóstia, nem Deus nem Cristo, mas sim a vontade humana, então os ritos cristãos são
forjados e alimentados somente pela vontade humana.
Para além disso, se relacionarmos o pão que Blimunda come todas as manhãs, assim que acorda,
com o pão eucarístico, a hóstia, vamos de encontro com uma das intenções críticas do romance, ou seja,
Blimunda, alimentando-se com um elemento externo e cristão, torna-se parcialmente cega, o que mostra o
poder que a religião tinha na época de alterar a visão dos fiéis.
Mais à frente, o casal recebe uma carta do padre com a indicação para partirem para Lisboa, sendo
que partem 2 meses depois, devido à vinda do rei a Mafra para a inauguração da obra.
Adiante, existe uma analogia com o Adamastor, dos Lusíadas, quando o narrador conta que uma
grande tempestade de vento, como se fosse o sopro de Adamastor, arrasou com a igreja de madeira que
tinha sido construída no local onde ficaria o convento, para receber o rei na cerimónia de inauguração. No
entanto, considera este acontecimento um milagre, porque quando D. João V soube do sucedido, distribuiu
Adriana Anselmo, 12º A – Colégio Dr. Luís Pereira da Costa
Professora: Ana Carla Gomes
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Português 12º
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moedas de ouro por Mafra, tal como diz neste excerto que vos vou ler, no parágrafo que começa com “Uns
dias antes dera-se em Mafra um milagre”, e diz “el-rei, chegado a Mafra e informado do sucesso, se pôs, ele,
a distribuir moedas de ouro, assim, com esta mesma facilidade com que o contamos, porque os oficiais da
obra em dois dias tinham tornado a levantar tudo, multiplicaram-se as moedas, que foi bem melhor que
terem-se multiplicado os pães. É el-rei um monarca previdente que sempre leva arcas de ouro para onde vá,
na previsão destes e outros temporais.”
No dia da inauguração, Baltasar e Blimunda conseguiram entrar na igreja e segue-se uma intensa
descrição do seu interior, luxuoso demais para algo que será destruído 3 dias depois, quando el-rei fosse
embora, passados os 3 dias de celebração.
No 3º dia, deu-se uma grande procissão até à igreja, onde Blimunda foi recolhendo vontades, e
dentro da igreja D. João V colocou então a primeira pedra do convento, seguida de mais 12, trazidas por
fidalgos, como os 12 apóstolos. Tudo isto aconteceu no dia 17 de novembro de 1717, 6 anos depois do rei
ter feito a promessa, e esta é das poucas referências temporais concretas existentes na obra.
Tal como o narrador sugere, o rei quer agora que se apresse a construção do convento e não olha a
gastos, sendo que na inauguração se gastaram já 200 mil cruzados.
Uma semana depois, Blimunda e Baltasar partem para Lisboa. Eu vou ler-vos o excerto do parágrafo
que começa “Quando o tempo levantou” e que diz: “os homens são anjos nascidos sem asas, é o que há de
mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer, isso mesmo fizemos com o cérebro, se a ele fizemos, a elas
faremos, adeus minha mãe, adeus meu pai”. Marta Maria despede-se de vez, pois sabe que morrerá devido
ao tumor que tem, antes que os possa ver de novo.
Avançando, antes de chegarem a Lisboa, dormem num palheiro, em Morelena, que é uma terra que
se situa em Sintra, e quando se põem de novo a caminho, no dia seguinte, Baltasar pede a Blimunda que veja
a sua vontade, antes de morrer, caso este morra antes dela. E como todos já vimos o teatro, sabemos que
Blimunda cumprirá essa sua vontade, no final da obra.
Não choveu durante toda a viagem, apesar de caminharem sob um céu escuro e nublado, mas assim
que entraram na abegoaria, começou a chover. E isto pode ser visto como uma certa bênção ao casal, que
por se amarem verdadeiramente e de modo tão puro, merecem ser protegidos.
E assim termina o capítulo e a minha apresentação. Obrigada!
Adriana Anselmo, 12º A – Colégio Dr. Luís Pereira da Costa
Professora: Ana Carla Gomes
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