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20140709160225176

Propaganda
As áreas rurais em mudança
A.
B.
C.
D.
E.
O que são áreas rurais?
Quais são os fatores que as influenciam?
Que características apresentam as áreas rurais em Portugal?
Como tem evoluído a atividade agrícola em Portugal?
Que oportunidades e desafios se apresentam às áreas rurais?
2
O QUE SÃO ÁREAS RURAIS?
3
Áreas rurais
• O espaço rural é tradicionalmente definido como um espaço com as
características do campo (por oposição às da cidade).
grande parte da
população ocupada com
o trabalho agrícola
rede social mais fechada,
cooperadora na vida
económica e elevado grau
de ajuda mútua
predominância do natural
sobre a artificialização
humana
espaço rural
menor intensidade na
mobilidade, tanto
espacial como social
povoados de
menor dimensão
baixa densidade
populacional
relações sociais mais
homogéneas, mais
conservadoras nas
crenças e atitudes
4
A paisagem rural
• A principal atividade do espaço rural é a agricultura. Contudo, na paisagem
rural encontram-se elementos não só ligados à agricultura, mas também às
indústrias, comércio e serviços diversificados, como o turismo rural.
Paisagem rural
agricultura
indústrias
comércio
serviços
diversificados
5
O espaço agrícola, agrário e rural
Espaço agrícola.
Espaço agrícola
O espaço agrícola é ocupado apenas pelos campos de
cultivo para produção agrícola vegetal e animal.
Espaço agrário
O espaço agrário engloba o espaço agrícola, a superfície
florestal, os terrenos incultos e as construções ligadas à
exploração agrícola (habitações, estufas, armazéns,
celeiros, moinhos, estábulos, caminhos, etc.).
Espaço rural
O espaço rural compreende o espaço agrário e toda a
área envolvente ocupada por elementos não agrícolas,
como as indústrias, comércio e serviços diversificados.
Espaço agrário.
Espaço rural.
6
O espaço agrário
• Sendo o resultado do trabalho humano desde que as sociedades se
fixaram nos espaços, as estruturas agrárias são diferentes de região para
região e são definidas por um determinado tipo de povoamento, por uma
morfologia agrária e por um sistema de cultura.
Porto Carreiro e margens do rio Trancoso.
Estufas no Algarve.
7
A estrutura agrária
• A estrutura agrária é o conjunto de condições fundiárias e sociais
das áreas rurais, resultantes da interdependência do meio natural
e humano.
• É constituída por:
 Elementos visíveis:
 Morfologia agrária
 Sistema de cultura
 Povoamento
 Elementos não observáveis
diretamente:
 Estrutura fundiária
 Exploração agrícola
8
Morfologia agrária
• A morfologia agrária trata da
forma como estão divididos os
campos explorados — desenho
das parcelas e sua disposição
relativa, quer se trate de
campos cultivados, pastagens
ou bosques. Também se
incluem na morfologia agrária
o traçado dos caminhos, a
presença ou ausência de
vedações e o seu tipo (quando
presentes).
9
Sistema de cultura
• No sistema de cultura devem ser
considerados três aspetos
distintos:
o Associação de plantas escolhidas
por uma comunidade rural.
o Conjunto de técnicas ligadas às
culturas.
o Modo de ocupação de terras.
10
Povoamento
Concentrado: as casas encontram-se próximas umas
das outras, permitindo a clara demarcação das
povoações.
Disperso: as casas estão afastadas umas das outras
ou formam conjuntos muito pequenos.
Linear: as casas concentram-se em determinadas
direções, geralmente associadas a vias de comunicação.
Misto: combina o povoamento concentrado com o
disperso.
11
Estrutura fundiária
• A propriedade agrícola refere-se ao
conjunto de terras pertencentes a
um único dono. A unidade básica da
propriedade é a parcela agrícola,
que é distinguida pela sua dimensão.
Microfúndio: propriedade de muito
pequena dimensão.
Minifúndio: propriedade de
pequena dimensão.
Latifúndio: propriedade de
grande dimensão.
12
A exploração agrícola
• Uma exploração agrícola pode
englobar várias parcelas agrícolas.
A sua superfície não é toda utilizada
para a agricultura, apenas a
Superfície Agrícola Utilizada (SAU)
se destina à produção.
Superfície Agrária Utilizada (SAU):
Superfície de exploração que inclui
terras aráveis, horta familiar,
culturas e pastagens permanentes.
SAU
Culturas temporárias:
cereais, batata e produtos hortícolas.
Culturas permanente:
vinha, oliveira e árvores de fruto.
Terras em pousio
Pastagens
Cultura temporária.
Cultura permanente.
13
QUAIS SÃO OS FATORES QUE INFLUENCIAM
AS ÁREAS RURAIS?
14
As áreas rurais são afetadas por…
15
A influência do clima
• O clima tem grande importância para a agricultura pela variação inter e
intra-anual da queda de precipitação e a coincidência da estação seca com
a estação de temperaturas mais elevadas. As secas ou chuvas abundantes
são prejudiciais à maioria das culturas.
Distribuição da precipitação total anual em Portugal: continente (A) e ilhas de São Miguel (B) e da Madeira (C).
16
A influência do relevo e da altitude
• O relevo condiciona a agricultura,
podendo mesmo impossibilitar a
prática desta atividade quando é
muito acidentado, pela difícil
acessibilidade e pela impossível
introdução de práticas mecanizadas.
Como nos declives acentuados não
se acumulam detritos, os solos são
pobres e de difícil prática agrícola.
• A altitude elevada influencia o clima
e dificulta a atividade agrícola, uma
vez que à medida que a altitude
aumenta, a temperatura desce e os
níveis de precipitação sobem.
Serra d'Aire e Candeeiros.
Pico.
17
A fixação da população
• As regiões planas e de
baixa altitude, como a
Lezíria do Tejo, são mais
atrativas para a fixação
das populações.
É aqui que se encontram
os terrenos mais férteis
e mais fáceis de cultivar.
Lezíria do Tejo: região com os terrenos mais férteis de Portugal.
18
Os constrangimentos do relevo
• Quando existem solos muito
férteis em regiões de relevo
difícil, como é a região do
Douro, Açores ou Madeira,
é utilizada a técnica dos
socalcos. Esta técnica utiliza
muros de suporte para reter
o solo, criando patamares
favorecem a acumulação de
sedimentos, para tornar os
solos mais férteis, e que
permitem trabalhar a terra de
forma mais fácil.
19
O papel desempenhado pela natureza e o tipo de solo
O solo é um complexo mineral e
orgânico originado pela
desagregação e alteração química
das rochas e das plantas, e que
apresenta uma estrutura vertical
diferenciada.
Formação de um solo.
A natureza da rocha-mãe dá as características de permeabilidade, textura e riqueza mineral ao
solo, mas a riqueza de um solo depende também da vegetação e da correção da fertilidade do
solo pelo homem (associação de determinadas culturas, a irrigação ou a drenagem e a adição
de fertilizantes orgânicos ou químicos).
20
O rendimento agrícola
• Portugal tem solos pouco férteis, com baixo rendimento. Os solos são
utilizados incorretamente com produções de plantas pouco adaptadas
a esses solos.
• A natureza e o tipo de solo influenciam
as culturas e devem ser tidos em
consideração, de forma a atingir bons
níveis de rendimento agrícola.
• Na maior parte deste espaço, a grande
aptidão dos solos é a exploração
florestal, mas a principal utilização
é a agricultura.
Aptidão e uso do solo em Portugal.
21
A influência do tipo de propriedade e de exploração
• A estrutura fundiária
Valores inferiores a
1 ha (microfúndio)
Valores inferiores a
5 ha (minifúndio)
Valores entre
5 ha e 10 ha
Valores superiores a
60 ha (latifúndio)
Madeira
Madeira, Beira Litoral
e Entre Douro e
Minho
Maioria do país
Alentejo
• Desvantagens da estrutura fundiária portuguesa
o Escassez de propriedades de média dimensão
o As explorações muito grandes requerem recursos financeiros e formação
que os proprietários não têm.
o As explorações excessivamente pequenas, em que não cabe um trator
agrícola, são difíceis de modernizar e o proprietário não tem capacidade
financeira para investir.
22
As formas de exploração
• Em Portugal, a exploração por conta própria é o modo mais comum (72 %),
havendo regiões com valores superiores a 80 % (Madeira, Algarve e Norte).
•
•
•
A exploração por arrendamento só
tem alguma importância nos Açores
(47,7 %) e no Alentejo (27,8 %).
Nos Açores, a emigração levou ao
abandono das propriedades, sendo
a exploração destas entregue a
arrendatários.
No Alentejo, a terra pertence a um
número reduzido de proprietários,
que muitas vezes não vivem na
região e as entregam para
exploração a arrendatários.
23
Inconvenientes nas formas de exploração
Conta própria
Arrendamento
explorações muito
pequenas
não é favorável à inovação ou
ao investimento
poucos recursos
económicos
falta de meios
técnicos
reduzida
modernização
maioria dos arrendatários procura
obter o máximo de receitas com
o mínimo de despesas
falta de investimento na
modernização da exploração
24
As características da mão de obra agrícola
•
Mão de obra agrícola em 2001: 215 598 efetivos. Em 2011: 120 230 indivíduos,
o que significa um recuo de 44,2 % (ver gráficos).
•
O nível etário (ver gráficos):
o Em 2009, c. de 73 % da população rural tinha mais de 55 anos, o que represente um
aumento de 65 % relativamente a 1999.
o Consequências do envelhecimento pelo abandono desta atividade pelos mais novos:




•
Uma menor capacidade física para a realização do trabalho.
Entrave à modernização e revitalização do sistema produtivo.
Menor capacidade de inovação e adoção de novas técnicas e tecnologias de produção.
Redução dos níveis de produtividade e de rendimento agrícola.
O nível de instrução e qualificação profissional (ver gráfico):
o Em Portugal cerca de 22 % da população agrícola não tem qualquer nível de
instrução (Madeira valor mais elevado, Açores valor mais baixo).
o Quanto mais jovem é o agricultor, maior é o seu grau de instrução devido à
escolaridade obrigatória.
o A formação profissional surge como uma tentativa de ultrapassar as limitações
provocadas pelo baixo nível de escolaridade.
25
A pluriatividade e o plurirrendimento
• Pluriatividade: quando a mão de obra agrícola tem outra atividade
remunerada. Em Portugal, é cerca de um terço da população rural.
Vantagens
Sem uma segunda atividade, muitos
agricultores teriam abandonado por
completo a agricultura, devido aos fracos
rendimentos económicos que daí obtêm.
Desvantagens
Entrave a um maior investimento
económico e pessoal na exploração
agrícola, o que não permite a sua
modernização nem a formação profissional
dos agricultores.
• Plurirrendimento: quando os agricultores têm várias fontes de
rendimento. Em Portugal esta fonte vem sobretudo por via das
pensões e das reformas, dado o envelhecimento da população rural
portuguesa.
29
Em síntese
Recurso importante para a atividade agrícola.
Pode ser um grande entrave à modernização desta
atividade em Portugal.
A população agrícola tem decrescido desde meados
do século XX, em resultado do êxodo rural.
Mão de obra
agrícola
Em 1989, a população agrícola representava cerca de
40 % da população ativa em Portugal; em 2009
representava apenas 14,2 %.
Elevado grau de envelhecimento, nível de instrução
muito baixo e falta de qualificação profissional.
Situações de pluriatividade e de plurirrendimento.
Baixa produtividade da agricultura portuguesa, pelo
elevado grau de envelhecimento.
30
QUE CARACTERÍSTICAS APRESENTAM AS ÁREAS
RURAIS EM PORTUGAL?
31
As regiões agrárias portuguesas
• A heterogeneidade das paisagens rurais
portuguesas é resultado da interligação dos
fatores naturais e dos fatores humanos, que
dão origem a paisagens agrárias diversificadas.
• Região agrária: unidade territorial delimitada
tendo por base as características naturais, a
estrutura fundiária, o povoamento, o sistema
de cultura, etc.
32
O Sul: Alentejo e Algarve
Alentejo
Algarve
latifúndio
média dimensão
campo aberto
campo aberto (interior)
e fechado (litoral)
regime extensivo
(afolhamento)
regime intensivo
monocultura
monocultura (interior)
e policultura (litoral)
moderna – sequeiro
tradicional (interior)
e moderna (litoral)
Culturas temporárias:
trigo e arroz
hortícolas
Culturas permanentes:
girassol e vinha
frutos secos e citrinos
gado ovino, suíno e bovino
(regime extensivo)
gado ovino, suíno e caprino
(regime extensivo)
conta própria
e arrendamento
conta própria
e arrendamento
concentrado
aglomerado (serra)
e disperso (planícies)
Dimensão das propriedades:
Vedação:
Ocupação do solo:
Associação de culturas:
Técnicas agrícolas:
Pecuária:
Tipo de exploração:
Povoamento:
O montado alentejano.
A serra algarvia.
33
O Ribatejo e o Oeste
Ribatejo e Oeste
Dimensão das propriedades:
Vedação:
Ocupação do solo:
Associação de culturas:
Técnicas agrícolas:
média dimensão e latifúndio
campo aberto
regime intensivo
monocultura
moderna
Culturas temporárias:
milho, arroz, batatas, tomate
e hortícolas
Culturas permanentes:
vinha, árvores de fruto
Pecuária:
Tipo de exploração:
Povoamento:
gado ovino, suíno (regime intensivo)
e bovino (regime extensivo)
conta própria
misto
34
O Norte atlântico (Entre Douro e Minho e Beira Litoral)
Entre Douro e Minho
Beira Litoral
minifúndios
minifúndios
Vedação:
campo fechado
campo fechado
Ocupação do solo:
regime intensivo
regime intensivo e extensivo
policultura
policultura e monocultura
tradicional – regadio
tradicional e moderna
Culturas temporárias:
cereais (milho)
milho, arroz
Culturas permanentes:
vinha
olival e vinha
gado bovino
(regime intensivo)
gado ovino, suíno e bovino
(regime intensivo)
conta própria
conta própria
disperso
disperso
Dimensão das propriedades:
Associação de culturas:
Técnicas agrícolas:
Pecuária:
Tipo de exploração:
Povoamento:
Entre Douro e Minho.
Beira Litoral.
35
O Norte interior(Trás-os-Montes e Beira Interior)
Trás-os-Montes
Beira Interior
média dimensão
média dimensão
campo aberto
campo aberto e fechado
regime extensivo
(afolhamento trienal)
regime extensivo
(afolhamento)
monocultura
monocultura
tradicional – sequeiro e
socalcos
tradicional e moderna
Culturas temporárias:
cereais (centeio) e
batata
milho e centeio
Culturas permanentes:
olival, vinha e soutos
tabaco e girassol
Pecuária:
gado ovino e caprino
(regime extensivo)
gado ovino e caprino
(regime extensivo)
Tipo de exploração:
conta própria
conta própria
Povoamento:
aglomerado
aglomerado
Dimensão das propriedades:
Vedação:
Ocupação do solo:
Associação de culturas:
Técnicas agrícolas:
Trás-os-Montes.
Beira Interior.
36
A Madeira
Madeira
Dimensão das propriedades:
Vedação:
Ocupação do solo:
Associação de culturas:
Técnicas agrícolas:
pequena dimensão (microfúndios)
campo fechado
regime intensivo, escalonada por altitude
policultura para autoconsumo e monocultura para o mercado
tradicional
batata, milho, trigo e produtos hortícolas (policultura), flores e banana
(monocultura).
Culturas:
Pecuária:
Tipo de exploração:
Povoamento:
Nas terras de baixa altitude, junto ao mar, localizam-se as culturas de
maior rendimento: banana, cana-de-açúcar e vinha; no nível intermédio,
em sistema de policultura, situam-se culturas como a batata, o feijão, o
trigo, o milho e as árvores de fruto como a figueira e a nespereira; nas
altitudes mais elevadas, encontram-se os pastos, os pinhais e os bosques.
aves
conta própria
disperso, com uma densidade populacional muito elevada nos espaços
habitáveis.
37
Os Açores
Açores
Dimensão das propriedades:
Vedação:
Ocupação do solo:
Associação de culturas:
Técnicas agrícolas:
Culturas temporárias:
Culturas permanentes:
Pecuária:
Tipo de exploração:
Povoamento:
pequena e média dimensão
campo fechado nas áreas de baixa altitude
regime intensivo
policultura nas baixas altitudes
e monoculturas para o mercado externo
tradicional nas áreas de baixa altitude
e moderna nas monoculturas (ilha de São Miguel)
milho e trigo
tabaco, chá, pastagens e ananás (monoculturas)
gado bovino (regime extensivo), produção de leite
e produção de carne.
arrendamento
misto e linear
38
COMO TEM EVOLUÍDO A ATIVIDADE AGRÍCOLA
EM PORTUGAL?
39
A evolução da agricultura na segunda metade do século XX
•
•
•
Em meados do século passado, o setor
primário era o setor dominante da
população ativa em Portugal. O país era
«essencialmente agrícola», com poucas
atividades industriais e uma taxa de
urbanização insignificante.
A partir da segunda metade do século
XX, enquanto o setor secundário crescia,
de forma pouco consolidada e o setor
terciário conhecia um crescimento
acentuado, o setor primário perdeu
população.
A agricultura manteve-se tradicional e
sem se modernizar, com falta de
competitividade nos mercados nacionais
e internacionais, e com um crescente
abandono dos campos.
Evolução da estrutura da população ativa, em
Portugal,
entre 1950 e 2011.
40
A crise atual na agricultura portuguesa
•
•
•
A agricultura é considerado o setor
económico que mais problemas enfrenta
atualmente. A crise do setor agrícola
reflete-se na contribuição do PAB para o
PIB.
Produto Interno Bruto (PIB): valor total de
bens e serviços produzidos para consumo
final de uma economia, por residentes e
não residentes de um país,
independentemente da sua afetação a
fatores produtivos nacionais ou
estrangeiros.
Produto Agrícola Bruto (PAB):
corresponde ao valor da produção do setor
agrícola.
Evolução da contribuição do PAB no PIB.
41
O papel da Política Agrícola Comum (PAC)
• Política Agrícola Comum (PAC): política
comum a todos os países membros da UE
e que estabelece orientações relativas à
modernização agrícola.
• A Política Agrícola Comum entrou em
funcionamento em 1962, com três
princípios:
o o mercado único, em que existe livre
circulação de produtos agrícolas;
o a preferência comunitária, que protegia os
produtos agrícolas produzidos na UE e os
colocava no mercado a preços competitivos;
o a solidariedade financeira, que criava uma
unicidade nos preços, sendo as despesas
suportadas pelo orçamento comunitário.
42
Cronologia da PAC
Medidas de incentivo à produção:
• implementação de novas técnicas
agrícolas e de investigação;
• Criação da Organização Comum de
Mercados;
• Criação do FEOGA, que financiava
as medidas da PAC.
Revisão da PAC em 1992:
• controlar a produção;
• apoiar o rendimento dos
agricultores;
• acabar com os excedentes
agrícolas;
• manter a população agrícola;
• respeitar e valorizar o
ambiente.
Consequências negativas:
• excedentes agrícolas;
• dificuldade de escoamento;
• descida de preços;
• degradação ambiental.
Reforma da PAC, em 2013, para o
período 2014-2020:
• garantir uma produção de
alimentos viável;
• assegurar uma gestão
sustentável dos recursos naturais;
• favorecer um desenvolvimento
equilibrado em todas as áreas
rurais na UE.
Alargamento da UE para
28 Estados-membros:
• a população agrícola
na UE aumentou para
cerca do dobro.
43
A evolução recente do número e da dimensão das explorações
• A inviabilidade económica de muitas explorações em Portugal é causada
pela reduzida dimensão das propriedades. A solução para este problema
é o emparcelamento.
•
•
•
As estruturas agrárias agrupam as parcelas
muito pequenas, procurando construir
conjuntos maiores onde seja possível a
utilização de tecnologia agrícola moderna.
Baseia-se na troca de parcelas entre os
agricultores depois de uma avaliação das
qualidades agronómicas dos terrenos.
O emparcelamento é tanto mais difícil
quanto mais diferenciados forem os
terrenos.
44
Redução de explorações de pequena dimensão
• Na primeira década do século XXI, o número de explorações reduziu
de 415 969 para 305 266, na seguinte proporção:
o as explorações com menos de 1 ha diminuíram cerca de 40 %;
o as de média dimensão (entre 20 e 50 ha) decresceram 10 %;
o as de dimensão superior a 50 ha aumentaram cerca de 6 %.
Consequências (ver gráfico):
• A redução nas explorações agrícolas conduziu a um decréscimo de
5 % da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), com menos 195 mil ha
do que em 1999.
• As pequenas explorações, ao serem absorvidas pelas de grande
dimensão, provocaram um aumento da SAU média por exploração:
de 9,3 ha, em 1999, para 12 ha, em 2009.
45
Culturas permanentes e culturas temporárias
As culturas permanentes são constituídas pelas
árvores de fruto, pela oliveira e pela vinha.
Estas culturas são muito características do espaço
agrário português, principalmente devido à sua
adaptação ao clima quente e seco e aos solos pobres.
As culturas temporárias são constituídas pelos cereais,
a batata, as leguminosas secas, as culturas industriais,
a horticultura e a floricultura.
47
A distribuição das principais culturas
48
A distribuição das principais culturas
A superfície total das
explorações agrícolas
representa cerca de
metade do território
português.
Evolução da composição da SAU, 1999-2009.
Composição da superfície total das
explorações em Portugal, em
2009.
As mudanças na ocupação do
espaço agrícola mostram uma
maior aposta na criação de gado
em detrimento das culturas
temporárias.
Evolução da prática da agricultura biológica
em Portugal.
A produção biológica em
Portugal iniciou-se nos anos 90
e, desde então, tem registado
um crescimento significativo.
49
A pecuária e a exploração florestal
• A criação de gado está, desde sempre, associada à atividade agrícola,
como complemento de rendimento, como ajuda nas tarefas agrícolas
e ainda como modo de fertilização das terras.
Tipo de regime:
Caracterização:
•
•
•
Atividade especializada.
Normas específicas de modernização.
Privilegia as espécies mais
competitivas.
•
•
Normalmente feita em regime fechado
(intensivo) -> controlo sobre alimentação
e saúde dos animais.
Incentivos atuais para a criação em
regime aberto (extensivo) -> alimentação
mais natural, evita abuso de rações.
Importância das espécies em Portugal para a produção de carne:
Aves > gado bovino > gado suíno > gado ovino > gado caprino
As aves são também importantes para a produção de ovos.
O gado bovino é também importante para a produção de leite e derivados (predominante sobre o ovino e caprino).
50
A exploração florestal
• A principal aptidão do solo em
Portugal é a exploração florestal.
• A floresta ocupa um terço do
território de Portugal continental.
• Se se aproveitassem os terrenos
incultos e os solos improdutivos,
este valor subiria para o dobro:
cerca de 7 milhões de hectares.
• Os incêndios são o principal
problema da exploração florestal.
• A limpeza periódica das matas e
florestas, a instalação de pontos
de água e a abertura de caminhos
florestais são uma ajuda essencial
no combate aos incêndios.
51
QUE OPORTUNIDADES E DESAFIOS
SE APRESENTAM ÀS ÁREAS RURAIS?
52
A multifuncionalidade do espaço rural
4 eixos da reforma da PAC para o desenvolvimento rural:
• Aumento da competitividade na agricultura e silvicultura.
• Melhoria do ambiente e espaço rural.
• Promoção da qualidade de vida e da diversificação da economia rural.
• Introdução da possibilidade de abordagens locais para o desenvolvimento
rural.
A fragilidade estrutural das áreas rurais
é determinada por uma elevada taxa de
emprego na agricultura, pela falta de
acessibilidade e de infraestruturas e
pelo carácter obsoleto das condições
de vários grupos de atividades.
Apesar da fragilidade:
• Áreas muito diversas.
• Potencial de desenvolvimento endógeno.
Assim, a revitalização destes espaços
e a manutenção da sua população devem
incluir outras atividades dinamizadoras,
sempre associadas aos recursos existentes.
53
A atividade agrícola
• Embora não resolva todos os problemas estruturais, a nova PAC veiculou
algumas mudanças e modernizações na atividade agrícola,
nomeadamente:
o
o
o
o
A introdução do emparcelamento.
O incentivo ao associativismo agrícola.
A especialização de culturas e de produtos regionais.
A introdução de novas culturas, como o quivi, o mirtilo, a beterraba ou a
floricultura.
o O incentivo à reflorestação.
54
As atividades terciárias
• Para o desenvolvimento sustentável das áreas rurais é essencial ter em
conta toda a atividade agrícola e florestal, bem como as atividades industriais
associadas à atividade agrícola e todos os bens e serviços de proximidade.
• As atividades terciárias das áreas rurais surgem quase sempre relacionadas
com a atividade agrícola. Só com a implementação e diversificação de
serviços é possível melhorar as condições de vida das populações e servem
de apoio a outras atividades.
O Turismo de Habitação e o Turismo em Espaço Rural (TER)
• O turismo em espaço rural tem facilitado a potencialização dos recursos
endógenos de cada região.
A indústria no espaço rural
• Ligadas, na sua maioria, à transformação dos produtos agrícolas: leite,
queijo e outros produtos lácteos, sumos e enlatados de fruta.
• Neste setor existe ainda o artesanato, que faz parte do património cultural
local.
55
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