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Transporte Intra hospitalar

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TRANSPORTE INTRA-HOSPITALAR
Segurança do Paciente
CONCEITO
Transporte intra-hospitalar é o encaminhamento temporário ou definitivo de clientes por
profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar, seja para fins diagnósticos ou
terapêuticos (NOGUEIRA; MA-RIN; CUNHA, 2005).
FINALIDADES
Regulamentar as responsabilidades e as formas de transporte dos clientes no âmbito
hospitalar, visando garantir a segurança e evitar/reduzir a ocorrência de eventos
adversos.
PÚBLICO ALVO
Clientes adultos, pediátricos e neonatais hospitalizados,
INDICAÇÕES
 Admissão Hospitalar
 Transferência entre as unidades ou entre leitos
 Realização de Exames diagnósticos (TC ou RM);
 procedimentos terapêuticos e cirúrgicos;
 Atividades Recreativas
 Alta Hospitalar
 Óbito
CONTRAINDICAÇÕES
 Incapacidade de manter oxigenação, ventilação e performance hemodinâmica
durante o transporte
 Impossibilidade de permanência no local de destino pelo tempo necessário
COMPLICAÇÕES COMUNS
 Alterações dos níveis pressóricos; parada cardiorrespiratória; arritmias; acidente
vascular cerebral; insuficiência respiratória; broncoaspiração, vômitos; alteração do
nível de consciência; agitação; crise convulsiva; dor; hipotermia; aumento da pressão
intracraniana; hipo/hiperglicemia e broncoespasmo.
 Extubação; obstrução de vias aéreas por secreções; pneumotórax; tração de
cateteres; perda do acesso venoso; interrupção da infusão de drogas vasoativas;
término do medicamento e falhas técnicas dos equipamentos
FATORES PREDISPONENTES AO EVENTO ADVERSO
 Deficiência de recursos humanos, materiais e equipamentos
 Equipamentos sem manutenção preventiva ou corretiva
 Equipe não preparada
 Falta de planejamento
 Comunicação ineficiente
 Infra-estrutura ineficiente

Ausência de protocolos e rotinas
RESPONSABILIDADES
Equipe Multidisciplinar (Médico, Enfermeiro, Técnico/Auxiliar em Enfermagem e
Fisioterapeuta)
 A equipe multidisciplinar envolvida deverá ter conhecimento sobre o protocolo
multiprofissional do transporte e seguir as normas estabelecidas no protocolo;

Manter-se atualizada e capacitada para manipular os equipamentos necessários
durante o transporte. Caso o profissional não esteja apto a manipular o equipamento,
procurar ajuda de um profissional habilitado para tal;

Analisar o risco/benefício do transporte de alto risco;

Conhecer o quadro atual do cliente: diagnóstico de internação e evolução clínica;

Prever todas as intercorrências e complicações que possam ocorrer no trajeto e
adotar medidas preventivas;

Estabelecer comunicação efetiva com as equipes dos locais de origem e de destino;

Ser capacitado/conhecimento em suporte avançado de vida, ventilação pulmonar
assistida e obtenção de via aérea artificial.
RESPONSABILIDADES INDIVIDUAIS
ENFERMEIRO
 Avaliar estado geral
 Organizar e atribuir funções
 Analisar risco benefício
 Estabelecer comunicação efetiva
 Classificar o tipo e o modo de transporte
 Prever intercorrências e complicações, e preveni-las
 Solicitar o kit de medicamento de urgência à Farmácia
 Acompanhar o cliente no transporte de médio/alto risco
 Ter conhecimento em suporte avançado de vida e VM
 Acompanhar/Supervisionar
TÉCNICO/AUXILIAR DE ENFERMAGEM
 Preparar o cliente
 Reunir e testar a integridade dos materiais/equi.
 Acompanhar o cliente no transporte de baixo, médio e alto risco
 Recompor a unidade e o cliente
 Realizar a limpeza e desinfecção
 Registro
TRANSPORTE DE RN
Os recém-nascidos e crianças somente poderão ser transportados no colo do responsável
ou do profissional de saúde, se o mesmo estiver sentado na cadeira de rodas. Deve-se
utilizar berço comum ou aquecido, incubadora, cadeira de rodas ou maca. No Neonato
gravemente enfermo, o transporte deverá ser realizado nas incubadoras de transporte;
Em situações onde não existem recursos para o tratamento de um recém-nascido de
risco, seja ele um prematuro ou um RN gravemente enfermo, está indicado o transporte
para uma Unidade de maior complexidade.
COMUNICAÇÃO
É extremamente importante estabelecer-se uma comunicação adequada antes da
realização do transporte. Neste contato, avalia-se a gravidade do caso, a existência de
vaga e medidas a serem tomadas até que o transporte se efetive.
AVALIAÇÃO DO RN ANTES DO TRANSPORTE
A principal medida a ser tomada antes de efetivamente remover o recém-nascido, é
avaliar a gravidade do caso:
- Pode este RN ser transportado?
- Necessita intubação imediata?
Recém-nascidos muito pequenos, abaixo de 1.000 g com sofrimento respiratório devem
estar sempre intubados, antes de serem removidos.
- Qual a nossa hipótese diagnóstica para o caso?
- Podemos tomar alguma medida, antes de partir?
- Você observa convulsões não metabólicas, existem antecedentes de asfixia?
- Deve tratar antes de sair?
*A antecipação é o segredo do sucesso, nesta situação*
A seqüência abaixo ilustra os passos a seguir:



Avaliação do caso;
Secagem adequada do RN, quando o transporte ocorrer logo após o nascimento;
Envolver o corpo do RN, mas não a cabeça, em filme ou saco transparente de PVC,
para diminuir a perda de calor por evaporação e convecção;
 Uso de toucas principalmente em RN prematuros ou com hidrocefalia;
 Utilização de incubadora de transporte de dupla parede com a temperatura
regulada, de acordo com o peso do RN;
 Monitorização da glicemia capilar imediatamente antes do início do transporte e,
depois, a cada 60 minutos, se necessário
 Instalação de hidratação venosa com glicose a 5 ou 10%;
 Verificação da temperatura e necessidade de oxigênio;
 Colocação de uma sonda orogástrica;
 Estimar nível de assistência respiratória a ser instituído (Hood, CPAP ou
Respirador);
 Estabilização do RN;
Não se deve iniciar o transporte, a não ser em condições muito especiais, sem que o RN
esteja com condições clínicas estáveis. É nossa missão assegurar a manutenção da
homeostase durante a remoção do RN.
O transporte do cliente deverá ser classificado como de baixo, médio e de alto risco,
considerando as condições clínicas do cliente (Quadro 1);
CLASSIFICAÇÃO DE TRANSPORTE
Baixo Risco (A)
Médio Risco (B)
Alto Risco (C)
CONDIÇÕES CLÍNICAS DO CLIENTE
Clientes estáveis, sem alterações críticas nas últimas
48 horas e que não sejam dependentes de
oxigenoterapia.
Clientes estáveis, sem alterações críticas nas últimas
24 horas, porém que necessitam de monitoração
hemodinâmica ou oxigenoterapia.
Cliente em uso de droga vasoativa e/ou assistência
ventilatória mecânica.
Situações especiais a corrigir antes do transporte:
– Pneumotórax;
– Insuficiência cardíaca;
– Insuficiência respiratória;
– Convulsões;
– Hipoglicemia;
– Desidratação grave;
– Hipotermia.
PREPARO DO MATERIAL
A lista abaixo mostra o material básico necessário para uma maleta de transporte.
Devemos planejar todo o material necessário para o atendimento de um recém-nascido.
Esta lista deve estar anexa à maleta, no momento da conferência de material a ser
verificada item a item.
• Lista de Material para Transporte
– Incubadora de transporte;
– Bala de oxigênio;
– Estetoscópio;
– Material para cateterismo umbilical;
– Soro glicosado a 5,10 e 25%;
– Soro fisiológico;
– Gluconato de cálcio a 10%;
– Cloreto de Sódio a 20%;
– Cloreto de Potássio a 10%;
– Bicarbonato de Sódio a 8.4%;
– Adrenalina;
– Fenobarbital;
– Dopamina e dobutamina;
– Atropina;
– Diurético (Furosemida);
– Cedilanide;
– Água destilada;
– Seringas de 1, 3, 5, 10, 2 e 20 ml;
– Hood para oxigenioterapia;
– Circuito para CPAP nasal;
– Agulhas, escalpes;
– Ambu ou ressuscitador neonatal;
– Laringoscópio com dois tamanhos de lâminas;
– Tubos endotraqueais;
– Material para drenagem torácica;
– Eletrodos;
– Esparadrapo;
– Glicofita;
– Lanceta;
– Álcool Puro;
– Álcool Iodado;
– Algodão;
– Borrachas de latéx;
– Microgotas.
EQUIPE DE TRANSPORTE
Deve ser constituída por dois profissionais treinados, idealmente um médico e uma
enfermeira, com experiência no manuseio de recém-nascidos graves.
MEIO DE TRANSPORTE
A decisão sobre o meio de transporte a utilizar, vai depender das condições geográficas
da região. Em regra geral, transportes envolvendo distâncias de até 200 Km, podem ser
realizados com segurança em ambulâncias. Acima desta distância, recomenda-se o uso
de helicópteros ou aviões. É importante julgar condições de trânsito, principalmente
dentro das cidades grandes, na estimativa do tempo de duração deste transporte.
Transportes longos devem incluir cilindros de oxigênio adicionais.
DADOS PERINATAIS (DADOS DA MÃE E RECÉM-NASCIDO)
Deve existir uma ficha especialmente desenhada para anotar informações sobre os
antecedentes obstétricos, pré-natal, nascimento e evolução clínica e demais dados
pertinentes ao caso. Esta ficha deve ter preenchimento obrigatório para fins de
estatísticas posteriores. Em algumas situações é recomendável verificar se a placenta
esta guardada, se foi colhido sangue do cordão e/ou sangue materno.
A FAMÍLIA DO RN
Não se deve remover um recém-nascido sem o consentimento e conhecimento da
família. O afastamento da mãe já é sempre traumático. A família deve estar bem
informada das condições clínicas do RN, do risco de sua patologia, para onde este RN vai
ser removido e o possível prognóstico. É desejável que os pais possam ver este RN antes
da remoção.
Quando as condições clínicas permitem (quase sempre) o médico e/ou enfermeira
encarregado do transporte devem levar o RN até os pais e explicar com detalhes a
situação.
MEDIDAS DURANTE O TRANSPORTE
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Evitar o resfriamento: a criança poderá ser coberta com plástico ou papel
alumínio;
Manter estável a concentração de oxigênio (cabeça dentro do capacete);
Prevenir o excesso de perfusão colocando somente a quantidade de líquido
suficiente para o transporte;
Utilizar, na medida do possível, um cardiomonitor;
Revisar, antes da partida, a fixação de seu material de tratamento (tubo traqueal,
sonda gástrica, catéter, etc.);
O transporte deve ser realizado com extrema preocupação de limpeza e assepsia
para evitar a contaminação que pode ser fatal ao doente;
Na maioria dos casos, o conforto e a regularidade se colocam antes da velocidade.
É necessário verificar a qualidade do veículo e obter do motorista uma condução
regular, sem solavancos ou curvas repentinas.
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