ANA LOURDES MIRANDA DE VASCONCELOS_481_66147

Propaganda
ANA LOURDES MIRANDA DE VASCONCELOS
IDENTIFICAÇÃO DE BARREIRAS QUE DIFICULTAM A ADESÃO DAS GESTANTES
AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
ESTORIL EM RIBAS DO RIO PARDO.
Ribas do Rio Pardo - MS
2011
2
ANA LOURDES MIRANDA DE VASCONCELOS
IDENTIFICAÇÃO DE BARREIRAS QUE DIFICULTAM A ADESÃO DE GESTANTES
AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
ESTORIL EM RIBAS DO RIO PARDO.
Relato
de
experiência
apresentado
à
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
como requisito para conclusão do curso de Pós
Graduação à nível de especialização em
Atenção Básica em Saúde da Família.
Orientadora: Prof. Drª Adriane Pires Batiston.
Ribas do Rio Pardo- MS
2011
3
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO............................................................................................. 6
2FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................... 8
3DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA................................................................ 10
4RESULTADOS E IMPACTOS...................................................................... 12
5CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 15
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 17
APÊNDICES
4
Resumo
Com intuito de se identificar barreiras que dificultam a adesão de gestantes ao
tratamento odontológico na Estratégia Saúde da Família (ESF) Estoril do município de
Ribas do Rio Pardo, realizou-se um questionário conduzido às gestantes que tinham o
acompanhamento pré- natal feito na unidade. O questionário foi aplicado em uma
reunião em que todas estiveram presentes e muitos mitos e crenças puderam ser
esclarecidos em uma roda de conversa. Os dados coletados inicialmente demonstraram
que 30% delas encontravam-se na primeira gestação. Em relação ao tipo de
atendimento de saúde, 86,67% utilizavam exclusivamente o Sistema Único de Saúde.
Além disso, 26,67% não possuíam nenhum tipo de renda familiar. Entre as gestantes,
66,70% consideram normal sentir dor de dente durante a gestação e 70% acreditam
que o tratamento odontológico pode prejudicar o bebê. A maior parte das entrevistadas,
73%, têm medo de ir ao dentista. As que responderam que sim, relataram o medo do
barulho do motor, da anestesia, de sentir dor e do próprio profissional por traumas
anteriores. Um segundo questionário, aplicado durante as visitas domiciliares nas
residências das entrevistadas um mês após a reunião, forneceu resultados divergentes
em relação ao primeiro. Apenas 6% afirmaram que era normal sentir dor de dente
durante a gestação. Todavia, 100% acreditavam que o tratamento odontológico durante
a gravidez não prejudicava a gestação. Com os resultados obtidos do primeiro
questionário pode-se concluir que a principal barreira que dificulta a adesão das
gestantes ao atendimento odontológico é o medo de ir ao dentista. Em segundo lugar,
encontra-se a crença de que o tratamento dentário realizado no período gestacional
pode prejudicar o desenvolvimento do bebê. Além disso, outro mito que interfere
negativamente no atendimento é o de que é normal sentir dor de dente durante a
gravidez. A experiência comprova que através de atividades educativas como rodas de
conversas e dinâmicas em grupo o individuo pode assimilar conhecimentos que o
possibilitarão desempenhar papel de agente ativo na promoção de saúde ao adquirir
competência para mudar sua realidade.
Palavras- chaves: saúde bucal das gestantes; promoção de saúde bucal; pré-natal.
5
Abstract
In order to identify barriers to the adherence to the treatment of pregnant women's
dental health strategy of the family in the city of Estoril Ribas do Rio Pardo, a
questionnaire was carried out led to the women who had prenatal care done in the
health unit. The questionnaire was administered at a meeting in which all were present
and many myths and beliefs could be clarified in a round of conversation. The data
collected initially demonstrated 30% of them were in the first pregnancy. Regarding the
type of health care, 86.67% had exclusively public health system. In addition, 26.67%
did not have any kind of family income. When asked if it was normal to feel a toothache
during pregnancy 66.70% of the women said yes. When asked if the dental treatment
affect pregnancy or childbirth may gain 70% replied that can harm the baby. Most
respondents, 73% are afraid of the dentist. Those who answered yes reported fear of
engine noise, anesthesia, pain, and the professional himself by previous trauma. A
second questionnaire, applied during home visits in the homes of the respondents one
month after the meeting, provided conflicting results regarding the first. Only 6% said it
was normal to feel a toothache during pregnancy. However, 100% believed that dental
treatment during pregnancy did not harm the pregnancy. With the results of the first
questionnaire can be concluded that the main barrier that hinders the adhesion of dental
care to pregnant women is the fear of the dentist. Second, is the belief that dental
treatment performed during pregnancy can harm the developing baby. In addition,
another myth that impairs the service is that it is normal to feel a toothache during
pregnancy. Experience shows that through educational activities such as wheels of
conversation and group dynamics in an individual can assimilate knowledge that will
enable play an active agent in promoting health by acquiring the power to change your
reality.
Keywords: oral health of pregnant women, promotion of oral health, prenatal care.
6
1INTRODUÇÃO
Segundo Costa et al. (1998), hábitos e conhecimentos saudáveis são mais fáceis
de se incorporar quando ensinados precocemente; por isso a mãe é um elemento
chave na formação da personalidade, desenvolvimento dos bons costumes e hábitos
dos filhos . Todavia, Martins e Martins (2002), constataram em seu estudo, que a
maioria das gestantes não têm conhecimento dos prejuízos que podem acarretar à
saúde bucal da criança situações como o uso indevido da mamadeira, a utilização de
açúcar para o preparo do alimento do bebê, além da falta de conhecimentos em relação
a higiene bucal pessoal e da criança.
Politano et al. (2004) procuraram avaliar o nível de informação das mães sobre
cuidados bucais com o bebê . Para isso, foram conduzidas 42 entrevistas com
puérperas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e concluíram que a maioria
das mães entrevistadas não eram orientadas e as fontes que deveriam fornecer estas
informações estavam deficientes o que gera a necessidade de adoção de estratégias
para que os profissionais de saúde se inteirem sobre os cuidados bucais e seu impacto
na saúde do bebê.
Já em trabalho realizado por Albuquerque et al. (2004) foram analisados grupos
focais de gestantes e observou-se que há muitas barreiras que dificultam o atendimento
odontológico destas, dentre as quais encontram-se as crenças populares que
desaconselham a procurar o tratamento no período gestacional, o medo de ir ao
dentista que está associado a imagem autoritária do profissional, o que gera descrédito
no diagnóstico e nos procedimentos realizados. Além disso, a gestante sente vergonha
de fazer as perguntas necessárias e têm receio de receberem críticas do odontólogo
pela sua condição de saúde bucal comparando suas condições de vida com a do
profissional.
A pouca procura pelo atendimento odontológico pelas gestantes cadastradas na
ESF Estoril é preocupante. A análise dos prontuários aponta que no ano de 2010,
7
apenas 5 gestantes tiveram
tratamento dentário concluído. Isto representa uma
quantidade baixa de puérperas que contrasta com os dados obtidos pelo SIAB onde
obtém-se a informação que durante o período de janeiro a dezembro de 2010 a média
de gestantes cadastradas na unidade foi de 29.
O acompanhamento odontológico durante o pré-natal é imprescindível já que as
alterações hormonais da gravidez poderão agravar as afecções já instaladas. Por meio
de ações de educação em saúde bucal, desenvolvidas no pré- natal, a mulher poderá
conscientizar-se da importância do seu papel na aquisição e manutenção de hábitos
positivos de saúde bucal no meio familiar e atuar como agente multiplicador de
informações preventivas e de promoção de saúde bucal, Reis et al. (2006).
Este trabalho propõe identificar barreiras que dificultam a adequada adesão das
gestantes pertencentes à ESF Estoril ao cuidado odontológico através de relato de
experiência de atividade baseada em educação em saúde.
8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde não representa apenas a
ausência de doenças, mas sim, o bem estar biopsicossocial do indivíduo. A saúde
bucal, parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo, está diretamente
relacionada às condições de alimentação, moradia, trabalho, renda, meio ambiente,
transporte, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso aos serviços de saúde e à
informação (RELATÓRIO FINAL 1ª CONFERÊNCIA SAÚDE BUCAL, 1986, p 3).
Na prática, pode-se constatar que, a despeito das atuais políticas de saúde bucal
vigentes, ainda não existe um atendimento odontológico pré- natal integral como sugere
a promoção em saúde neste período,( REIS et al., 2007).
Durante a gestação a mãe está mais disposta a adquirir hábitos saudáveis e
prevenir a si mesma e o futuro do bebê de possíveis doenças sistêmicas. É
fundamental que as mães recebam informações sobre promoção, proteção e prevenção
das doenças na boca, (DIAS, 2007).
As perturbações de saúde oral durante a gravidez causam não poucos prejuízos à
saúde da gestante e ao feto. Assim, embora a gestação em si mesma não seja mais
propícia a incidência de carie que outras condições de vida, a má saúde bucal tem
conseqüências mais graves nesse período, devendo ser convenientemente preservada
a sanidade bucal, (COZZUPOLI, 1981).
Costuma-se relacionar o período da gravidez com uma maior incidência de lesões
cariosas. Não há comprovação cientifica desse fato, sabe-se que nesta fase não há
alterações da dentina, como a remoção de cálcio. O que ocorre é um aumento da
quantidade de placa devido ao descuido da gestante com sua higiene oral relacionado
à ansiedade e demais preocupações desta fase. Clinicamente, pode haver a
constatação de novas lesões cariosas, que não estão relacionadas com as alterações
fisiológicas, mas com a grande quantidade de irritantes locais presentes. (FILHO E
9
OLIVEIRA, 1995).
Dias (2007) afirma que infecções bucais durante o período gestacional podem
evoluir para situações mais graves. É possível que bactérias localizadas no periodonto
provoquem, através da circulação sanguínea, inflamação na placenta, resultando não
só em aborto como também, em um período mais adiantado da gravidez, contrações
uterinas e dilatação prematura do colo do útero, antecipando o parto. O mito de que na
gravidez dentes e gengivas sempre ficam estragados não tem fundamento. O tecido
gengival poderá sofrer alterações devido ao desequilíbrio hormonal. O aparecimento
maior de cárie durante a gestação é resultado do aumento do apetite da gestante, que
acarreta um maior consumo de alimentos, em especial dos açucarados. Nestes casos,
não havendo uma higiene adequada, certamente o processo de cárie terá inicio.
Recomenda-se a limpeza e a massagem da gengiva do recém nascido, para
contribuir com o estabelecimento de uma flora bucal saudável e para auxiliar no
processo de erupção dos dentes. Esta limpeza precoce é feita pelos pais, com o uso de
uma compressa de gaze, ou a ponta de fralda úmida, que são envolvidos pelo dedo dos
pais, e passadas nos tecidos gengivais fazendo delicada massagem, (PINTO, 1998).
Há aspectos culturais das gestantes que as levam a certa repulsa ao tratamento
odontológico durante a gravidez. Esses padrões de comportamento advêm do baixo
nível de desenvolvimento de certas comunidades e são oriundos de traços culturais que
transmitem a mulher grávida conhecimentos incorretos, tanto no que se refere a sua
saúde em particular, quanto ao próprio desenvolvimento do feto e aos pretensos juízos
que podem advir ao recém nascido, (COZZUPOLI, 1981).
Segundo Waes & Stockli (2002), a limpeza dos dentes é necessária praticamente
após a erupção dos primeiros dentes decíduos. A criança geralmente procura limpar
sozinha seus dentes a partir do terceiro ano de vida. No entanto, como uma escovação
adequada só pode ser esperada a partir dos oito anos, a criança necessita diariamente,
por vários anos, da ajuda dos pais.
10
3 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
Para identificar barreiras que dificultam a adesão das gestantes ao atendimento
odontológico pertencentes à ESF Estoril optou-se por utilizar como metodologia ação
em grupo buscando a educação em saúde e prevenção através da aplicação de
dinâmica e roda de conversa.
O universo desta investigação foi composto pelas as gestantes que realizavam
acompanhamento pré- natal na ESF Estoril em um total de 15. Foram enviados convites
individuais entregues em domicilio pelos agentes de saúde contendo a data e o horário
da reunião para todas as gestantes que realizavam o acompanhamento pré-natal na
unidade participarem da dinâmica e da roda de conversa. Antes da dinâmica iniciar,
aplicou-se questionário (APÊNDICE A) que abordava assuntos sobre a saúde bucal da
gestante e do bebê. Foi realizada a dinâmica verdades e mitos que utilizou cartões com
frases (verdades e mitos) sobre saúde bucal para montagem de dois painéis de
respostas falsas e verdadeiras. Os cartões forem entregues a cada participante que o
posicionou no painel que acreditava ser o adequado como mostra as figuras 1e 2.
Figura 1
11
Figura 2
Logo em seguida, cada afirmativa foi lida e sua posição foi debatida por todos em
uma roda de conversa e as que estavam em lugar inadequado foram posicionadas
corretamente. Ao final, foi feita uma confraternização com as gestantes. Após um mês,
foram realizadas visitas domiciliares para aplicação do segundo questionário
(APÊNDICE B) com intuito de avaliar se as informações haviam sido assimiladas pelas
gestantes.
12
4 RESULTADOS E IMPACTOS
Foram entrevistadas um total de 15 gestantes. A faixa etária das gestantes
variava de 15 a 32 anos e apenas 30% delas encontravam-se na primeira gestação.
Em relação ao tipo de atendimento saúde, 86,67% tinham exclusivamente a rede
pública de saúde. Além disso, 26,67% não possuíam nenhum tipo de renda familiar.
Apesar da gestação não ser responsável pelo aparecimento de doenças na
cavidade oral mas sim o descuido em relação à higiene bucal nesta fase da mulher que
propicia a instalação de doenças (FILHO E OLIVEIRA, 1995; COZZUPOLI, 1981, DIAS,
2007), quando questionadas se era normal sentir dor de dente durante a gestação
66,70% das gestantes responderam que sim como se observa no gráfico nº 1.
Gráfico 1
Há aspectos culturais das gestantes que as levam a certa repulsa ao tratamento
odontológico durante a gravidez que são oriundos de traços culturais que transmitem a
mulher grávida conhecimentos incorretos. Infecções bucais durante o período
gestacional podem evoluir para situações mais graves como parto prematuro por isso,
deve ser convenientemente preservada a sanidade bucal, e se necessário, ações
curativas deverão ser realizadas (DIAS, 2007;COZZUPOLI, 1981). Mas, ao serem
indagadas se o tratamento odontológico prejudica a gestação ou pode adiantar o parto
70% respondera que pode prejudicar o bebe nenhuma assinalou que poderia adiantar o
parto e o restante respondeu que não ocasionava nenhum prejuízo.
13
Há muitas barreiras que dificultam o atendimento odontológico no período
gestacional, dentre as quais se encontram as crenças populares que desaconselham a
procurar o tratamento por este poder prejudicar o bebê, o medo de ir ao dentista que
está associado à imagem autoritária do profissional, (ALBURQUEQUE ET AL., 2004).
A maior parte das entrevistadas, 73%, têm medo de ir ao dentista. As que responderam
que sim, relataram o medo do barulho do motor, da anestesia, de sentir dor e do próprio
profissional por traumas anteriores.
Em relação à higiene bucal do bebê, 20% das entrevistadas não sabiam quando
deveriam iniciar os cuidados com a higiene bucal de seu filho sendo que 33%
acreditavam que o inicio seria somente quando os dentes começassem a erupcionar e
as demais, logo que o bebê nascer, como se observa no gráfico 2. Recomenda-se a
limpeza e a massagem da gengiva do recém nascido, para contribuir com o
estabelecimento de uma flora bucal saudável e para auxiliar no processo de erupção
dos dentes que deverá ser feita com o uso de uma compressa de gaze, ou a ponta de
fralda úmida (PINTO, 1998).
Gráfico 2
Questionadas como deveria ser este cuidado, 40% das gestantes não sabiam e
60% responderam que deveria ser com fralda ou gaze embebida de água como se
observa no gráfico 3.
14
Gráfico 3
A
maioria das gestantes não têm conhecimento dos prejuízos que podem acarretar à
saúde bucal da criança situações como o uso indevido da mamadeira, a utilização de
açúcar para o preparo do alimento do bebê, além da falta de conhecimentos em relação
à higiene bucal pessoal e da criança (MARTINS E MARTINS, 2002) e muitas não são
orientadas e as fontes que deveriam fornecer estas informações são deficientes
(POLITANO ET AL. 2004). Das gestantes que participaram da pesquisa, 33% nunca
haviam recebido informações sobre saúde bucal do bebê e 26% receberam do
odontólogo e as demais de outros profissionais como pediatras e agente saúde.
No segundo questionário, aplicado durante as visitas domiciliares nas residências
das entrevistadas, obteve-se resultados divergentes em relação ao primeiro. Apenas
6% afirmaram que era normal sentir dor de dente durante a gestação. Todavia, 100%
acreditavam que o tratamento odontológico durante a gravidez não prejudicava a
gestação. Além disso, todas responderam que os cuidados com a higiene bucal do
bebe devem ser iniciados logo após o nascimento e que deveria ser utilizado fralda ou
gaze embebida em água.
15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É importante identificar as barreiras que dificultam a adesão das gestantes ao
atendimento odontológico para que os princípios fundamentais que norteiam a rede
pública de saúde relacionados com equidade, integralidade, universalidade além do
atendimento humanizado e de qualidade sejam respeitados. Por isso, a saúde bucal
não deve ser vista como um item separado do restante da saúde da mulher mas como
parte integrada e a sua inserção no pré- natal é de extrema relevância.
Com os resultados obtidos do primeiro questionário pode-se concluir que a principal
barreira que dificulta a adesão das gestantes ao atendimento odontológico é o medo de
ir ao dentista.
Em segundo lugar, encontra-se a crença de que o tratamento dentário realizado no
período gestacional pode prejudicar o desenvolvimento do bebê.
Além disso, o mito que é normal sentir dor durante a gravidez interfere
negativamente na adesão ao tratamento.
O trabalho em grupo facilita a conscientização por favorecer a troca de idéias entre
os sujeitos. Acredita-se que o diálogo criado em tal contexto resulte numa
conscientização coletiva sobre as condições de vida e na compreensão da
possibilidade de que o indivíduo e o grupo tenham competência para mudar sua
realidade (Oliveira, 2001). Na experiência relatada o resultado obtido foi positivo. Ao
confrontarem-se as respostas do primeiro e do segundo questionários obteve-se uma
assimilação de 94 % das informações transmitidas para as gestantes.
Assim, é de suma importância que o odontólogo inserido na equipe de saúde da
família esteja atento as necessidades do paciente como um todo levando em conta
seus anseios e medos e suas crenças culturais que interferem no atendimento. A partir
disso, poderá elaborar atividades educativas que contribuirão para a prevenção do
estabelecimento de doenças. Durante a gestação a mulher passa por uma série de
mudanças fisiológicas naturais deste período. Todavia, a gravidez não é a vilã
responsável pelo aparecimento de cárie nem pela perda de minerais dos dentes da
mãe. Por isso, é importante a união da ação curativa à preventiva para que se promova
16
e mantenha a saúde bucal objetivando a melhora e recuperação da saúde da gestante.
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, O. M. R; ABEGG, C.; RODRIGUES C. S. Percepção de gestantes do
Programa da Família em relação a barreiras no atendimento odontológico em
Pernambuco, Brasil. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.20, n.3, p. 789- 796,maijun. 2004.
COSTA I. C. C.; MARCELINO G.; BERTI G. M.; SALIBA N. A. A gestante como agente
multiplicador de saúde. Rev. RPG, v.5, n.2, p.87- 92, 1998.
COZZUPOLI, C. A. Odontologia na gravidez. Panamed editorial. São Paulo, 1981.
DIAS, C. R. Promoção e proteção saúde bucal na família: o cotidiano da prevenção.
Editora Santos, 2007.
FILHO, A. G. O.; OLIVEIRA L. S. Odontologia na gravidez. In: ElIAS, R. A. Odontologia
de alto risco: pacientes especiais. Rio de Janeiro, Revinter, 1995. cap. 9, p.117-132.
MARTINS R. F. O.; MARTINS Z.F.O. O que as gestantes sabem sobre a cárie : uma
avaliação dos conhecimentos de primigestas e multigestas quanto a própria saúde
bucal. Rev ABO Nacional, v.10, n. 5, p.278- 284, 2002.
POLITANO, G. T.; PELLEGRINETTI, M. B.; ECHEVERRIA, S. R.; IMPARATO, J. C. P.
Avaliação da informação das mães sobre cuidados bucais com o bebê. JBP- Rev Iberoam Odontopediatr Odontol Bebê, v.7, n.36, p. 138- 148, 2004.
PINTO C. G. Odontopediatria clínica. Artes médicas, 1998.
REIS, D. M; PITTA D. R.; FERREIRA H. M. B.; JESUS, M. C. P.; MORAES, M. E. L.;
SOARES M. G. Educação em saúde como estratégia de promoção de saúde bucal em
gestantes. Ciência e Saúde Coletiva v. 15, n.1, p.269- 276, 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação de Saúde Bucal. 8ª Conferência Nacional de
Saúde. 1ª Conferencia Nacional de Saúde Bucal. Relatório Final. Brasília, 1986, p. 3.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE ATENÇÃO BÁSICA: SIAB. Secretaria Municipal de
saúde. Ribas do Rio Pardo, 2010.
WAES H. J.H VAN, STOCKLI. Odontopediatria: Coleção de atlas coloridos de
odontologia. Artmed, 2002.
18
Apêndice A
ESF Estoril
Entrevista com gestante 1
nome:___________________________________________________________________
Período gestacional:________________________________
Telefone:_________________________________________
Idade:____________________________________________
nº de filhos:_______________________________________
Tipo de atendimento médico (pré- natal):
( )SUS ( ) convênio ( ) particular
Na sua opinião, quando deve-se iniciar os cuidados com a higiene bucal de seu filho?
( ) não sabe ( ) logo que o bebê nasce ( ) quando erupcionam os dentes ( ) mais tarde
Outro período: __________________________________________
Como deve ser este cuidado?
( ) não sabe ( ) com fralda ou gaze embebida em água ( ) escova ( ) escova e pasta
Quem forneceu a informação sobre os cuidados com a boca do bebê?
( ) nunca obteve informação ( ) dentista ( ) pediatra
( ) ginecologista
Outros:_______________________________________________
Você acredita que é normal sentir dor de dente durante a gravidez?
( ) sim ( ) não
por quê?
__________________________________________________________
Na sua opinião, tratamento odontológico durante a gravidez:
( ) prejudica o bebê ( ) pode adiantar o parto ( ) não prejudica a gestação
Você tem algum medo, receio ou ansiedade de ir ao dentista? Por quê?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
19
______________________________________________________________________________
___________________________________________
_______________________
Qual a sua renda familiar estimada ( em n° de salários mínimos)
___________________________________
Apêndice B
ESF Estoril
Entrevista com gestante 2
nome:___________________________________________________________________
Período gestacional:________________________________
Telefone:_________________________________________
Idade:____________________________________________
nº de filhos:_______________________________________
Na sua opinião, quando deve-se iniciar os cuidados com a higiene bucal de seu filho?
( ) não sabe ( ) logo que o bebê nasce ( ) quando erupcionam os dentes ( ) mais tarde
Outro período: __________________________________________
Como deve ser este cuidado?
( ) não sabe ( ) com fralda ou gaze embebida em água ( ) escova ( ) escova e pasta
Você acredita que é normal sentir dor de dente durante a gravidez?
( ) sim ( ) não
por quê?
__________________________________________________________
Na sua opinião, tratamento odontológico durante a gravidez:
( ) prejudica o bebê ( ) pode adiantar o parto ( ) não prejudica a gestação
Você tem algum medo, receio ou ansiedade de ir ao dentista? Por quê?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
20
Download