NOÇÕES DE MÁQUINAS TÉRMICAS Autor: José Carlos Faustini de Rezende NOÇÕES DE MÁQUINAS TÉRMICAS NOÇÕES DE MÁQUINAS TÉRMICAS Autor: José Carlos Faustini de Rezende Ao final desse estudo, o treinando poderá: • Reconhecer os principais conceitos relacionados ao funcionamento das máquinas térmicas. Programa Alta Competência Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades profissionais na Companhia. É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. Programa Alta Competência Como utilizar esta apostila Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila está organizada e assim facilitar seu uso. No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual representa as metas de aprendizagem a serem atingidas. ATERRAMENTO DE SEGURANÇA Autor Ao final desse estudo, o treinando poderá: • Identificar procedimentos adequados ao aterramento e à manutenção da segurança nas instalações elétricas; • Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao aterramento de segurança; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. Objetivo Geral O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. Capítulo 1 48 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. a maior fonte sária, além das ole, a obediência nça. Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Alta Competência mo está relacionada a e do tipo de es durante toda na maioria das mantê-los sob is, materiais ou Objetivo Específico • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; 1.6. Bibliografi a Exercícios 1.4. 1.7. Gabarito CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – aterramento de segurança? Elétrica, 2007. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? riscos elétricos e O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. _______________________________________________________________ COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. _______________________________________________________________ Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: Apresentamos, seguir, trechos de Normas Técnicas que Norma Petrobras N-2222. 2) Projeto de aterramentoa de segurança em unidades marítimas. Comissão de abordam Normas Técnicas - CONTEC, 2005. os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. A) Risco de incêndio e explosão Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação o caso: Brasileira de Normas Técnicas, 2005. A) Risco Proteção de incêndio e explosão B) Risco Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. ( ) 24 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança de contato “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” “Todas as partes das instalações elétricas devem ser Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em projetadas e executadas de modo que seja possível eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// prevenir, por meios seguros, os perigos de choque www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” NFPA 780. Standard for the Installation Protection Systems. National ( ) of Lightining “Nas instalações elétricas de Fire Protection Association, 2004. áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões, 2008. prevenir sobrecorrentes, falhas de B) Risco de contato (B) 21 Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas isolamento, aquecimentos ou Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais em: 20 mai. 2008. de operação.” outras condições ( ) “Nas partes das instalações elétricas Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. ( ) 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fio terra”. 25 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança T odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção definos nições disponíveis glossário. sistemasestão de aterramento envolvidosno nestes equipamentos.Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o identifi cados, pois estão em destaque. seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 49 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona 3.4. Glossário 3.5. Bibliografia Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN elétricos - inspeção e medição da re Elétrica, 2007. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos – Curso técnico de segurança do trab Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. NFPA 780. Standard for the Installation Fire Protection Association, 2004. Norma Petrobras N-2222. Projeto de marítimas. Comissão de Normas Técn Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala Brasileira de Normas Técnicas, 2005. 56 Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr atmosféricas. Associação Brasileira d Norma Regulamentadora NR-10. Seg eletricidade. Ministério do Trabalho www.mte.gov.br/legislacao/normas_ em: 14 mar. 2008. 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 98 100 102 104 105 106 108 110 112 114 115 Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. Alta Competência NÍVEL DE RUÍDO DB (A) 1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. 24 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fio terra”. (F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado Alta deCompetência um determinado item do capítulo. É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. ? Os riscos VOCÊ elétricosSABIA? de uma instalação são divididos em dois grupos principais: 14 MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 8 horas 7 horas 6 horas 5 horas 4 horas e 30 minutos 4 horas 3 horas e 30 minutos 3 horas 2 horas e 40 minutos 2 horas e 15 minutos 2 horas 1 hora e 45 minutos 1 hora e 15 minutos 1 hora 45 minutos 35 minutos 30 minutos 25 minutos 20 minutos 15 minutos 10 minutos 8 minutos 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é adas parafina. questões Devido às “Importante” é um lembrete essenciais do baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode conteúdo tratadovirno capítulo. a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar 85 86 87 88 89 90 91 92 93 25 94 95 96 98 100 102 104 105 106 108 110 112 114 115 Capítulo 1. Riscos elét Trazendo este conhecimento para a realid observar alguns pontos que garantirão o incêndio e explosão nos níveis definidos pela durante o projeto da instalação, como por ex • A escolha do tipo de aterramento fu ao ambiente; • A seleção dos dispositivos de proteção • A correta manutenção do sistema elét O aterramento funcional do sist como função permitir o funcion e eficiente dos dispositivos de pro sensibilização dos relés de proteçã uma circulação de corrente para a por anormalidades no sistema elétr ao da arteriosclerose. Observe no diagrama a seguir os principais ris à ocorrência de incêndio e explosão: 1.1. Riscos de incêndio e explosão IMPORTANTE! Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma: É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, sua Unidade. Informe-se junto a ela! fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática. ATENÇÃO Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalaçãoÉ e muito seu descontrole se traduz em os danos importante que principalmente você conheça específicosoperacional. para passagem de pig pessoais, procedimentos materiais e de continuidade em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. RESUMINDO... Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas 7 horas 6 horas 5 horas 4 horas e 30 minutos 4 horas 3 horas e 30 minutos 3 horas 2 horas e 40 minutos 2 horas e 15 minutos 2 horas 1 hora e 45 minutos 1 hora e 15 minutos 1 hora 45 minutos 35 minutos 30 minutos 25 minutos 20 minutos 15 minutos 10 minutos 8 minutos 7 minutos ao da arteriosclerose. IMPORTANTE! É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ATENÇÃO Já a caixa de destaque é uma É muito “Resumindo” importante que você conheça os versão compacta procedimentos específicos para passagem de pig dos principais pontos no capítulo. em poços abordados na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. RESUMINDO... ? MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 8 horas 7 horas 6 horas 5 horas 4 horas e 30 minutos 4 horas 3 horas e 30 minutos 3 horas 2 horas e 40 minutos 2 horas e 15 minutos 2 horas 1 hora e 45 minutos 1 hora e 15 minutos 1 hora 45 minutos 35 minutos 30 minutos 25 minutos 20 minutos 15 minutos 10 minutos tricos e o aterramento de segurança 8 minutos 7 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. RESUMINDO... Recomendações gerais • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; uncional mais adequado • Lançadores e recebedores deverão ter suas Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional! o e controle; trico. scos elétricos associados Em “Atenção” estão destacadas as informações que não IMPORTANTE! devem ser esquecidas. É muito importante que você conheça os tipos de pig Todos os recursos• Antes didáticos presentes nesta apostila têm do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. dade do E&P, podemos controle dos riscos de as normas de segurança xemplo: tema elétrico tem namento confiável oteção, através da ão, quando existe a terra, provocada rico. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o VOCÊ SABIA? interior do lançador; Uma das principais substâncias removidas em poços de • Apóspelo a retirada um pig, inspecione internamente petróleo pig dede limpeza é a parafina. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula o recebedor de pigs; nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode • Lançadores e recebedores deverão ter suas vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. 15 Sumário Introdução 15 Capítulo 1 - Máquinas térmicas Objetivos 1. Máquinas térmicas 1.1. Ciclos teóricos e reais 1.1.1. Ciclo de Carnot 1.2. Ciclos termodinâmicos reais 1.2.1. Ciclo Otto 1.2.2. Ciclo Diesel 1.2.3. Ciclo Brayton 1.2.4. Ciclo Rankine 1.2.5. Turbo-expansores 1.3. Sistemas auxiliares de um motor a combustão interna do ciclo Otto 1.3.1 Sistema de combustível 1.3.2. Sistema de ignição 1.3.3. Sistema de arrefecimento 1.3.4. Sistema de lubrificação 1.4. Exercícios 1.5. Glossário 1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito 17 19 19 21 22 22 24 27 28 29 29 29 33 36 37 40 44 46 47 Capítulo 2 - Refrigeração Objetivos 2. Refrigeração 2.1. Máquinas de refrigeração 2.2. Ciclos por compressão e absorção 2.2.1. Ciclo por compressão 2.2.2. Ciclo por absorção 2.3. Frio industrial 2.3.1. Aplicações do frio industrial 2.4. Fluidos refrigerantes 2.5. Gases refrigerantes 2.6. Condensadores 51 53 53 53 53 56 57 58 58 59 59 2.7. Evaporadores 2.8. Normas 2.8.1. Outras normas 2.9. Exercícios 2.10. Glossário 2.11 Bibliografia 2.12. Gabarito 61 62 63 67 70 71 72 Introdução O riginária do grego mechane, a palavra “máquina” significa qualquer dispositivo engenhoso ou invenção que possua várias partes, cada uma com uma função. Cerca de 130 a.C., o inventor Heron de Alexandria catalogou os primeiros instrumentos nomeados de máquinas simples: a alavanca, a roda e eixo, a roldana, a cunha e a rosca. Essas máquinas simples possuíam uma turbina de reação que era responsável por converter a energia em movimento. Esse processo é conhecido hoje pela Terceira Lei de Newton: a lei de ação e reação. As máquinas térmicas atuam nesse mesmo processo, convertendo energia interna de um combustível em energia mecânica, de forma que essa energia gere movimento necessário para transportar, acionar outras máquinas, gerar energia elétrica, dentre outros. Elas têm participação importante na indústria do petróleo, figurando como componentes vitais nos processos produtivos. As turbinas a vapor e a gás e os motores a diesel, a gasolina e a vapor são máquinas térmicas utilizadas na indústria. Há máquinas térmicas de combustão interna e externa. Nas primeiras, a transformação do combustível em energia e a sua conversão em trabalho ocorrem no mesmo espaço físico, como é o caso dos motores a gasolina e a diesel e das turbinas a gás. Nas de combustão externa, os processos ocorrem em espaços físicos diferentes, como é o caso das turbinas a vapor e dos turbo-expansores, nos quais a geração de energia térmica ocorre em caldeiras ou num outro processo químico. 15 As máquinas térmicas operam em um ciclo repetido de aquecimento e pressurização de um fluido operante, da transformação de parte da energia contida no fluido em trabalho mecânico e do descarte da energia não aproveitada. Várias substâncias podem ser usadas como fluido operante, entretanto as mais usadas nos equipamentos industriais são a água, o ar e os hidrocarbonetos. Esses fluidos são os responsáveis por receber calor e liberar trabalho. As máquinas térmicas, portanto, utilizam energia na forma de calor (gás ou vapor em expansão térmica) para provocar a realização de um trabalho mecânico, gerado a partir da expansão do fluido contendo temperatura e pressão. 16 Capítulo 1 Máquinas térmicas Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Identificar os conceitos básicos relacionados aos ciclos termodinâmicos das máquinas térmicas, bem como as suas aplicações a máquinas reais; • Reconhecer os principais sistemas de um motor ciclo Otto. Alta Competência 18 Capítulo 1. Máquinas térmicas 1. Máquinas térmicas A s máquinas térmicas são dispositivos criados pelo homem para transformar o calor, produzido a partir de uma fonte quente, em energia mecânica utilizável, ou seja, geram trabalho (W). Essas máquinas utilizam a energia do vapor d’água ou da mistura gasosa produzida pela combustão de certos materiais combustíveis ou a energia térmica de outras fontes, gerando um regime contínuo de trabalho (W) mecânico. Apesar dos diferentes tipos de máquinas térmicas, elas obedecem às seguintes características: • Recebem calor de uma fonte quente; • Conservam apenas parte desse trabalho (W); • Rejeitam o calor que não foi usado para um reservatório chamado fonte fria; • Funcionam por ciclos. Ciclos termodinâmicos representam as transformações das condições termodinâmicas de uma substância. Assim, nas máquinas térmicas o trabalho é gerado por meio da aplicação dos ciclos adequados. 1.1. Ciclos teóricos e reais A Termodinâmica estuda as relações entre calor, temperatura, energia e trabalho (W) mecânico. Esses processos de conversão de energia são governados por leis que definem as grandezas termodinâmicas: • Lei zero: determina a temperatura e o equilíbrio térmico entre os corpos; • Primeira lei: estabelece o princípio de conservação da energia de um sistema; 19 Alta Competência • Segunda lei: define os limites de eficiência e a direção do fluxo da energia. O ciclo teórico, considerado como ideal, serve-nos como modelo de estudo embora não seja alcançável na realidade, ou seja, este ciclo não existe na prática. Nesse ciclo, podemos notar as seguintes características: • Ausência de atrito; • Perdas para o meio externo e; • Equilíbrio em todos os processos. 20 Por esses motivos é considerado ideal, servindo apenas de base para a ciência explicar grande número de fenômenos ou operações. O ciclo real é aquele que ocorre na realidade. Ao contrário do ciclo teórico, não é imaginário. Nesse ciclo, podemos notar que existem perdas de energia para o meio externo, causadas por atrito. Além disso, não há tempo suficiente para o equilíbrio nos processos. As máquinas térmicas funcionam de acordo com ciclos. A energia adicionada em forma de calor em uma parte do ciclo é utilizada como trabalho (W) útil em outra. Assim, a variação interna de energia do sistema é a diferença entre o calor adicionado e o trabalho (W) realizado. Essa é a descrição da primeira lei da termodinâmica, que é expressa pela relação: ∆U = Q - W Onde: ΔU = Variação da energia interna; Q = Calor recebido (adicionado) pelo sistema; W = Trabalho realizado. Capítulo 1. Máquinas térmicas 1.1.1. Ciclo de Carnot A máquina que funciona segundo o ciclo de Carnot é uma máquina ideal em que a perda de calor para o exterior é mínima e, portanto, apresenta o máximo rendimento entre os ciclos, muito embora na prática nunca tenha sido possível construí-la. Portanto, nenhuma máquina real pode superar a eficiência da máquina de Carnot operando entre as mesmas temperaturas. O ciclo de Carnot pode ser representado no diagrama PV a seguir, onde: p Q1 A B 21 T1 T2 Q2 C v AB = Expansão isotérmica do trabalho (W) realizado pelo gás; BC = Expansão adiabática da liberação de calor para a fonte fria; CD = Compressão isotérmica trabalho (W) adicionado ao gás; DA = Compressão adiabática da adição de calor ao gás. O trabalho (W) total realizado pelo gás é a área interna de ABCD. Nesse caso, por termos um ciclo reversível, no qual o gás sempre retorna a sua condição inicial, a eficiência pode ser dada por: Alta Competência Onde: Tc = Temperatura da fonte fria (em graus Kelvin); Th = Temperatura da fonte quente (em graus Kelvin). Essa relação representa o máximo rendimento térmico que uma máquina térmica, operando entre as temperaturas Tc e Th, pode alcançar. ? 22 VOCÊ SABIA? Sadi Carnot (1796-1832) foi um engenheiro militar francês que pesquisou sobre as características básicas das máquinas térmicas, estudando o problema de seu rendimento. Ele foi o primeiro a demonstrar as características realmente significativas do funcionamento das máquinas térmicas: primeiramente, a máquina recebe de uma fonte qualquer certa quantidade de calor a uma temperatura elevada; depois, executa um trabalho (W) externo; e, por fim, rejeita o calor à temperatura mais baixa do que a correspondente ao calor recebido. 1.2. Ciclos termodinâmicos reais Os diversos tipos de máquinas térmicas reais têm o seu princípio de funcionamento baseado em ciclos termodinâmicos reais, sendo os principais exemplos os ciclos de, Otto, Diesel, Brayton e Rankine. 1.2.1. Ciclo Otto O ciclo Otto representa o funcionamento dos motores de combustão interna cuja principal aplicação é a propulsão dos automóveis. A máquina Otto é composta basicamente por um pistão trabalhando em um cilindro fechado e acoplado a um eixo girante por uma biela Capítulo 1. Máquinas térmicas que permite a transformação do movimento alternativo em rotativo. O cilindro possui também uma válvula de admissão da mistura combustível + ar e uma de escape, bem com uma vela de ignição. No esquema a seguir é apresentado o princípio de funcionamento de um motor de ciclo Otto de quatro tempos, que são: • Aspiração; • Compressão; • Combustão ou expansão; • Descarga. comb ar 23 0-1 1-2 3-4 4-1 2-3 1-0 Princípio de funcionamento de um motor Otto de quatro tempos Na posição 0-1, o pistão se desloca para baixo admitindo a mistura combustível – ar para o cilindro; esse é o tempo “aspiração”. Na seqüência 1-2, as válvulas fecham e o pistão sobe, comprimindo a mistura ar + combustível. Esse é o tempo “compressão”. Alta Competência Na seqüência 2-3, com o pistão na sua posição superior (ponto morto superior), a mistura está comprimida e uma vela de ignição produz uma centelha elétrica que inicia a combustão. O calor gerado pela combustão eleva a pressão no cilindro forçando o pistão para baixo como em 3-4. Esse é o temp de “combutão/ expansão”. Ao atingir a sua posição mais baixa (ponto morto inferior) a válvula de descarga se abre como em 4-1. A nova subida do pistão em 1-0 permite a expulsão do gás queimado e já sem pressão. É o tempo de “descarga”. 24 Quando o pistão atinge novamente o seu ponto morto superior, o ciclo se reinicia. Esse é o ciclo dos motores a gasolina, a álcool e a Gás Natural Veicular (GNV). ? VOCÊ SABIA? Em 1862, um engenheiro francês, Alphonse Beau de Rochas idealizou o ciclo de “quatro tempos” que, posteriormente (1876), foi implementado pelo engenheiro alemão Nikolaus Otto, aplicando-o a um motor térmico. Por isso, a designação de Ciclo Otto. 1.2.2. Ciclo Diesel O ciclo Diesel representa o funcionamento dos motores de combustão interna de mesmo nome. Embora construtivamente tenham muitos pontos em comum com os motores Otto, os motores movidos a diesel possuem algumas diferenças típicas, que estão relacionadas, principalmente, com as características do combustível utilizado. Capítulo 1. Máquinas térmicas Nos motores Otto há necessidade de uma fonte de ignição para que a combustão seja iniciada, já nos motores diesel, quando as condições de temperatura e pressão geradas pela compressão do ar no cilindro são suficientes para gerar a auto-ignição, apenas a injeção controlada do combustível na câmara de combustão pode dar início à combustão. O esquema a seguir descreve o seu funcionamento. comb ar 0-1 1-2 2-3 25 3-4 4-1 1-0 Princípio de funcionamento de um motor Diesel Na posição 0-1, o pistão se desloca para baixo admitindo somente ar para o cilindro. Na seqüência 1-2, as válvulas fecham e o pistão sobe, comprimindo o ar. Na seqüência 2-3, com o pistão na sua posição superior (ponto morto superior), o ar está comprimido e o combustível é injetado de forma controlada por um bico injetor. A condição interna na câmara propicia o início da combustão sem a necessidade de centelha elétrica. Alta Competência O calor gerado pela combustão eleva a pressão no cilindro, forçando o pistão para baixo como em 3-4. Ao atingir a sua posição mais baixa (ponto morto inferior) a válvula de descarga se abre como em 4-1. A nova subida do pistão em 1-0 permite a expulsão do gás queimado e já sem pressão. Quando o pistão atinge novamente o seu ponto morto superior, o ciclo se reinicia. ? 26 VOCÊ SABIA? Em 1893, o engenheiro alemão Rudolf Diesel (18581913) criou o primeiro modelo do motor a diesel. Há algumas diferenças com relação a outros motores de combustão interna, como por exemplo, enquanto os cilindros dos motores Otto aspiram uma mistura combustível – ar, os dos motores Diesel aspiram somente ar. Em função dos princípios de funcionamento dos dois tipos de motores -enquanto para a gasolina, quanto mais resistente a auto-ignição, melhor; para o diesel, quanto menos resistente, melhor. Engenheiros que continuaram o trabalho de Rudolf Diesel o substituíram por um motor de ciclo misto, em que o funcionamento relaciona-se ao mesmo tempo com o ciclo Diesel e com o ciclo Otto. Devido às suas características funcionais, os motores diesel trabalham em regimes de mais baixa rotação, bem como possuem pior relação peso-potência do que os de ciclo Otto de mesma cilindrada. Isso explica a sua maior aplicação onde o torque é fator mais importante, como veículos para transporte (ônibus, caminhões e embarcações) e larga aplicação industrial. Outra justificativa para essas aplicações é o fato do combustível queimado nos motores diesel ser mais seguro (características de inflamabilidade na temperatura ambiente). Capítulo 1. Máquinas térmicas 1.2.3. Ciclo Brayton O ciclo Brayton utiliza um gás contendo energia térmica que se expande em uma turbina gerando trabalho (W). Este é um exemplo de ciclo Brayton aberto, cujo conjunto é denominado “turbina a gás”, muito utilizadas em aviões, na geração elétrica, no acionamento de compressores de processo e na propulsão de navios. Nesse ciclo, o ar é admitido e ganha pressão em um compressor e, em seguida, recebe energia pela queima de um combustível em uma câmara de combustão, expandindo-se em uma turbina que, além de acionar o compressor, disponibiliza trabalho (W) externo. O gás que sai da turbina é descarregado na atmosfera. Observe a seguir o exemplo completo desse esquema. Combustível 27 3 Câmara de combustão Compressor W 2 Turbina Eixo 1 4 Entrada de ar Saída de gases Esquema do ciclo Brayton Como mais de 2/3 da energia fornecida pela queima do combustível é consumida internamente no acionamento do compressor que alimenta a câmara de combustão, a turbina a gás possui um rendimento térmico em torno dos 30%. Na ilustração a seguir estão mostrados os componentes principais de uma turbina a gás industrial. exaustor Admissão de ar Rotor do compressor combustor Combustível Estator do compressor Turbina Componentes de uma turbina a gás industrial Alta Competência As turbinas a gás têm como suas maiores qualidades a compacticidade (relação peso x potência) e a possibilidade de utilizar vários tipos de combustíveis, como diesel, querosene de aviação (QAV), gás natural e óleo combustível. O fator peso-potência é o que determina sua larga aplicação na aviação. Também essa característica, associada à flexibilidade no uso de combustíveis, determina o seu uso intensivo em plataformas de produção de petróleo. Como o gás da exaustão de uma turbina ainda contém uma considerável quantidade de energia térmica (em torno de 400 ºC), freqüentemente ele é utilizado para aquecimento ou geração de vapor. 1.2.4. Ciclo Rankine Se a expansão ocorrer em uma turbina, por exemplo, esta pode ser usada para acionar equipamentos rotativos, como geradores elétricos e compressores. Nesse caso, o vapor que deixa a turbina condensase e a água é bombeada de volta à caldeira. Outro exemplo prático do ciclo é a locomotiva a vapor, em que a turbina é substituída por pistões a vapor. A seguir é mostrada a visão esquemática do ciclo. 3 Turbina Caldeira Q23 2 4 Condensador 28 O ciclo Rankine é basicamente uma adaptação do ciclo de Carnot. É o mais usado em usinas termelétricas e nucleares. Tem como fluido operante a água, que passa à fase de vapor quando aquecida em uma caldeira, gerando, dessa forma, trabalho (W). Outros líquidos podem ser usados, mas a água é o mais comum. W12 1 Bomba Esquema do ciclo Rankine W34 Q41 Capítulo 1. Máquinas térmicas As turbinas a vapor têm vasta aplicação na indústria da energia, principalmente na área de refinarias e petroquímicas. Em alguns FPSOs (Floating Production Storage Offloading) elas são usadas para geração de energia elétrica e acionamento de bombas e compressores. 1.2.5. Turbo-expansores Os turbo-expansores são turbinas que utilizam gases provenientes de processos químicos que ainda contenham quantidade de energia térmica suficiente para gerar trabalho (W) mecânico quando expandidos nestas. São largamente utilizados em refinarias, petroquímicas e unidades de produção de gasolina natural. 1.3. Sistemas auxiliares de um motor a combustão interna do ciclo Otto Os sistemas de um motor a combustão interna do ciclo Otto (gasolina ou álcool) necessitam para o seu funcionamento de sistemas auxiliares que desempenham funções diversas, como por exemplo: • Sistema de combustível; • Sistema de ignição; • Sistema de arrefecimento; • Sistema de lubrificação. 1.3.1 Sistema de combustível É o sistema responsável por introduzir o combustível no motor, misturando-o com ar. Em um motor movido à gasolina, a alimentação é feita através de um carburador ou através de injetores de gasolina colocados diretamente no coletor de admissão do motor. a) Carburação Entendemos por carburação o processo no qual a mistura ar/ combustível é produzida com o objetivo de gerar uma combustão otimizada. Cabe também à carburação suprir o motor com a vazão 29 Alta Competência adequada de combustível para cada regime de funcionamento do mesmo. Para a gasolina, a relação ideal está na faixa de 15 partes de ar para uma de combustível e para o álcool 9. Valores mais baixos que estes indicam uma mistura rica, que provoca maior consumo e mais poluição. Misturas pobres - muito ar - geram perda de potência. b) Sistema de combustível a carburador A ilustração a seguir mostra os principais componentes de um carburador típico. Alimentador Afogador Emulsionador (compensador) Entrada de gasolina Cuba Vent Bóia 30 Difusor (venturi) secundário Agulha de entrada Difusor (venturi) principal Bomba de aceleração Mistura atomazida Gigle principal Circuito de baixa (marcha lenta) Borboleta de aceleração Agulha de ajuste (marcha lenta) Componentes de um carburador típico O combustível é recebido na cuba fornecido por uma bomba que o movimenta a partir de um reservatório. Um sistema de bóia e agulha mantém o nível da cuba constante. O acionamento do acelerador atua na abertura da válvula-borboleta de controle do fluxo, permitindo um aumento da vazão de ar que passa pelo venturi. Uma depressão é formada no centro, arrastando o combustível e formando uma mistura atomizada que é direcionada para a admissão do motor. Na condição de marcha lenta, onde a válvula-borboleta de aceleração está fechada, a alimentação se faz por um circuito alternativo. Em condições de aceleração, um fluxo adicional de combustível é requerido, sendo este fornecido por um dispositivo que força uma injeção por um circuito independente. O afogador permite o enriquecimento da mistura, requerido quando o motor está frio, facilitando a sua partida Capítulo 1. Máquinas térmicas c) Sistema de combustível a injeção A evolução dos sistemas de alimentação fez com que o carburador fosse sendo substituído por um sistema de injeção direta, controlado eletronicamente. Esse sistema garante que o motor receba somente o volume de combustível de que necessita para um melhor desempenho no regime em que está sendo solicitado. Nos sistemas de injeção eletrônica, todos os componentes são controlados por um módulo eletrônico central, que recebe várias informações do funcionamento do motor via sensores elétricos, tais como: rotação, fluxo de ar, ângulo de posição do eixo, posição da válvula-borboleta, temperaturas e pressões, entre outros. O esquema a seguir descreve o funcionamento desse sistema. Ar 31 Bico injetor P B Controle de Vazão Tanque de combustível Mistura Sensores Módulo eletrônico de controle Velas Sistema de injeção eletrônica Alta Competência Uma bomba elétrica de combustível mantém uma pressão constante na entrada dos bicos injetores, que são acionados para abrir e dosar a quantidade de combustível determinada pela central, que também controla o sistema de ignição. Um sistema de injeção tem como principais componentes: • Bico injetor: controla o volume de combustível, atuando através de comandos enviados pela “unidade comando eletrônico”; • Regulador de pressão: atua como limitador de pressão de combustível de 1 a 2 bar, permitindo o retorno de combustível em excesso para o reservatório; 32 • Bomba de combustível: possui acionamento elétrico. Sua operação independe da rotação do motor, mantendo assim o sistema sem flutuações de pressão; • Atuador de marcha lenta: tem a função de controlar a vazão de ar em regime de marcha lenta, permitindo, assim, controle da rotação em qualquer instante de funcionamento do motor; • Unidade de comando eletrônico: é o centro de operação de todos os componentes do sistema de alimentação de combustível. Tem a função de monitorar e analisar os dados enviados pelos sensores, sinalizando ao injetor, e em alguns casos ao sistema de ignição, as condições de trabalho (W) solicitadas pelo motor. Capítulo 1. Máquinas térmicas ? VOCÊ SABIA? Uma forma de se aproveitar parte da energia rejeitada por um motor de combustão interna é acoplar turbinas acionadas pelos gases de escape. Esse processo é chamado de turboalimentação. Os gases que saem da câmara de explosão possuem temperatura elevada e certa pressão e a turbina converte parte dessa energia mecânica. A função é aumentar a capacidade de admissão de ar no motor, uma vez que este sendo admitido a uma pressão maior que a atmosférica permite que uma maior massa de ar seja admitida, gerando maior potência. A seguir, é apresentado um esquema de funcionamento do dispositivo. O recurso da turboalimentação pode ser utilizado tanto em motores do ciclo Otto como nos de ciclo Diesel. Coletor de admissão Coletor de escape Intercooler Regulador Atuador Válvula de alívio Rotor de compressor Filtro de ar Rotor de escape Turbo 1.3.2. Sistema de ignição O sistema de ignição é um sistema elétrico que tem a função de gerar uma centelha no interior da câmara de combustão, que dá início a queima da mistura combustível - ar. 33 Alta Competência A centelha é gerada no interior da câmara de combustão, dando início a queima da mistura combustível - ar. Essa centelha é formada na vela - um eletrodo que abre um arco voltaico quando submetido à alta tensão, obtida por um circuito elétrico composto por uma bateria, uma bobina que eleva a tensão e um distribuidor para as velas no momento requerido. No esquema a seguir são mostrados os componentes principais do sistema: + 7 1 2 RV 6 34 5 3 4 Sistema de ignição 1- bateria, 2- comutador de ignição, 3- bobina de ignição, 4- distribuidor de ignição, 5- condensador de ignição, 6- platinado, 7- velas de ignição, Rv- pré-resistor. O momento em que o sistema de ignição dispara a centelha na vela é de suma importância para o funcionamento de um motor a gasolina. É o chamado ponto de ignição. Como a queima não é instantânea, o sistema promove uma antecipação da centelha em relação ao ponto morto superior do cilindro, ou seja, quando a pressão interna deveria atingir o seu valor máximo requerido, otimizando o trabalho (W) gerado. Assim, essa antecipação tem um momento ótimo e o desvio em relação a esse valor produz efeitos indesejáveis ao funcionamento/integridade do motor. Quando a antecipação – medida em graus em relação ao Ponto Morto Superior (PMS) – é excessiva, dizemos que o ponto está adiantado, podendo provocar o fenômeno da auto-ignição ou detonação, a comumente chamada “batida de pino”. A auto-ignição é uma queima descontrolada que pode gerar sérios danos ao motor, como erosão nos pistões. Por outro lado, motores atrasados – com pouca antecipação da ignição – perdem potência e aquecem acima do normal. Capítulo 1. Máquinas térmicas a) Octanagem O rendimento de um motor do ciclo Otto é diretamente proporcional à sua taxa de compressão. Isso quer dizer que os motores devem ser construídos com a maior taxa possível. Na prática, temos uma limitação a isso, que é a possibilidade de ocorrer a auto-ignição da mistura “combustível - ar”, quando as condições de “temperatura - pressão” na câmara são elevadas. Como dito anteriormente, essa é uma condição indesejável aos motores. Assim, o limite da taxa de compressão está vinculado à resistência que o combustível tem em iniciar uma auto-ignição. Esta propriedade de um combustível pode ser medida e foi padronizada, chamada de Octanagem ou Índice de Octana, pois é medida em comparação com uma mistura de isoctano com n-heptano. Assim, o valor da octanagem de uma gasolina é dado pelo percentual de isoctano da mistura equivalente, e quanto maior o valor, maior a resistência e, portanto, melhor a gasolina. No Brasil, temos como exemplos a gasolina comum, com 87 octanas, e a Premium Podium Petrobras, com 95 octanas. Os motores são projetados para atender à octanagem média da gasolina fornecida no país. Tanto a gasolina comum quanto a aditivada tem octanagem 86. Este índice é indicado para a maioria da frota de veículos que circulam no Brasil. Já a gasolina Premium possui octanagem 91, podendo ser utilizada em qualquer veículo. Embora a octanagem da gasolina Premium seja superior a da comum e a da aditivada, não traz nenhum benefício se o motor não exigir esse tipo de combustível (alta taxa de compressão, com monitoramento eletrônico, injeção multiponto e projetados para gasolinas de alta octanagem). 35 Alta Competência ? VOCÊ SABIA? O teor de álcool na gasolina é objeto de Lei Federal e de responsabilidade da Agência Nacional de Petróleo – ANP. No Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, é utilizada uma mistura de 76% de gasolina e 24% de álcool etílico (etanol). É uma gasolina única no mundo. No Brasil, também se mistura etanol à gasolina, na forma de 24% de etanol anidro, a 99,6 ºGay-Lussac (GL) e 0,4% de água, formando uma mistura “gasohol” com o objetivo de aumentar a octanagem da gasolina. 1.3.3. Sistema de arrefecimento 36 Menos de uma quarta parte da energia calorífica desenvolvida em um motor do ciclo Otto é convertida em trabalho (W) útil. O calor restante deve ser dissipado para que nenhum dos componentes do motor aqueça a ponto de ser danificado. Quando se pisa fundo no acelerador, cerca de 36% do calor são descartados pelo escapamento, 7% são consumidos em atritos internos que são absorvidos pelo óleo de lubrificação e 33% dissipam-se no sistema de arrefecimento, antes chamado de sistema de refrigeração. O circuito fechado de arrefecimento é composto por uma bomba, uma válvula termostática que controla a temperatura, mangueiras e camisas no bloco do motor para condução do líquido de arrefecimento, e um radiador que troca calor com o ar externo. Capítulo 1. Máquinas térmicas Os tipos de sistemas de arrefecimento são: Sistema de refrigeração a ar Nesse sistema, os cilindros do motor (às vezes, também, o cárter) possuem aletas que aumentam a superfície de contato com o ar, permitindo uma melhor troca de calor com o meio. Sistema de arrefecimento a água Nesse sistema, a água é utilizada como condutora de calor entre o motor e o ar atmosférico. A refrigeração é obtida pelo forte calor da água em contato com o exterior dos cilindros e do cabeçote. Com isso, a temperatura do motor fica estabilizada e o seu funcionamento mais regular. Sistema de arrefecimento natural – Termossifão Sistema de circulação forçada por bomba Nesse sistema, não há uma bomba, a circulação de água é feita naturalmente pela diferença de densidade entre a água fria (menos densa) do motor e a água quente (mais densa) do radiador. Esse tipo de circulação é chamado de Termossifão. Nesse sistema, há uma bomba que agiliza a circulação, resultando em uma menor diferença de temperatura nas extremidades do radiador e menos riscos de congelamento no inverno. Entretanto, quando o motor é acionado, a água fria entra imediatamente em circulação e o aquecimento do motor é mais lento. 1.3.4. Sistema de lubrificação A função do óleo no motor não consiste apenas em reduzir o atrito e o desgaste dos componentes móveis, mas também exerce função de selagem (atua nos anéis do pistão selando os gases da câmara de combustão), de dissipar o calor, de diminuir a corrosão e absorver alguns dos resíduos nocivos da combustão. O óleo encontra-se no cárter, na parte inferior do motor, e é enviado por uma bomba para os apoios principais através de um filtro. O bloco do motor dispõe de uma série de ranhuras que conduzem o óleo para os mancais, cilindros, conjunto de válvulas de admissão e descarga, entre outros. O resfriamento do óleo é normalmente feito no cárter por troca com ambiente externo, sendo que em motores de alta performance é utilizado um radiador específico. 37 Alta Competência a) Lubrificantes Os óleos lubrificantes para motores possuem, entre outras, as seguintes propriedades: Viscosidade: caracteriza as particularidades de escoamento do óleo. Ela é modificada com a temperatura; nesse sentido, quanto mais quente está o óleo, menor a viscosidade. A viscosidade ainda deve ser suficiente para assegurar um atrito líquido a temperaturas de funcionamento das peças do motor entre 353 °K e 423 °K (80 a 150 °C). 38 Ponto de combustão: a temperatura na qual o óleo emite vapores suscetíveis de serem inflamados. O ponto de combustão deve ser o mais elevado possível, evitando fugas por vaporização quando em contato com as partes inferiores do pistão do motor quente. A temperatura de combustão é geralmente superior a 493 °K (220 °C) para os óleos finos, e para os óleos espessos, ela ultrapassa 253 °K (250 °C). Ponto de congelamento: o óleo, a uma determinada temperatura, não escorre mais de uma proveta quando esta é inclinada. O ponto de congelamento deve ser o mais baixo possível, facilitando, assim, que o motor entre em movimento após um tempo prolongado sob temperaturas muito baixas. Os lubrificantes devem possuir também características detergentes, que contribuem para manter a limpeza interna do motor, anticorrosivos e contra formação de borras e depósitos nas partes internas nos motores. Capítulo 1. Máquinas térmicas Os tipos de sistemas de lubrificação são: Lubrificação por salpico Nesse sistema, as cubas colocadas perto da passagem de cada biela são alimentadas por uma bomba de óleo. As bielas possuem uma colher (pescador) que apanha o óleo que passa pela cuba; por inércia, o óleo penetra em seguida na biela e lubrifica o moente. Lubrificação por pressão Nesse sistema, o óleo chega aos mancais sob pressão, sendo canalizado até aos moentes para lubrificar as bielas. Tanto os mancais quanto as bielas não possuem ranhuras de lubrificação, com exceção de algumas câmaras de óleo curtas que não desembocam no exterior. Lubrificação por projeção Nesse sistema, a lubrificação ocorre sob pressão de todos os mancais e a lubrificação das bielas por um jato de óleo, que intensifica a penetração do mesmo no interior da biela. Lubrificação por mistura Nesse sentido, o óleo é misturado com o combustível penetrando no motor, proporcionalmente ao consumo do mesmo. Lubrificação por cárter seco Nesse sistema, o óleo fica em um reservatório independente, sendo introduzido sob pressão nos elementos a lubrificar. O óleo que tende a se acumular no fundo do cárter é aspirado por uma segunda bomba, chamada bomba de retorno, que o remete ao reservatório. 39 Alta Competência 1.4. Exercícios 1) Qual é a função de um sistema de ignição? _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Qual a diferença entre ciclo teórico e ciclo real? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) Complete: 40 a) O ciclo _______________ caracteriza um motor térmico ideal em que a perda de calor para o exterior é mínima e, portanto, apresenta o máximo rendimento entre os ciclos. b) O ciclo _____________ representa o funcionamento dos motores de combustão interna cuja principal aplicação é a propulsão dos automóveis. c) O ciclo ______________ aplica-se aos motores lentos estudados para a propulsão dos barcos. d) O ciclo _______________ usa a água, que passa à fase vapor quando aquecida em uma caldeira e se expande para gerar trabalho. e) O ciclo _______________ utiliza um gás contendo energia térmica que se expande em uma turbina, gerando trabalho. Capítulo 1. Máquinas térmicas 4) Qual a diferença entre sistema de carburação e injeção? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5) Relacione as características apresentadas na primeira coluna com os tipos de sistemas de arrefecimento e lubrificação listados na segunda coluna: (1) O óleo fica em um reservatório in- ( dependente, sendo introduzido sob pressão nos elementos a lubrificar. ) Sistema de lubrificação por projeção. (2) O óleo é misturado com o combustí- ( vel, penetrando no motor proporcionalmente ao consumo do mesmo. ) Sistema de lubrificação por salpico. (3) O óleo chega aos mancais sob pres- ( são, sendo canalizado até aos moentes para lubrificar as bielas. ) Sistema de lubrificação por mistura. (4) A lubrificação ocorre sob pressão ( de todos os mancais e a lubrificação das bielas por um jato de óleo. ) Sistema de lubrificação por cárter seco. (5) As cubas colocadas perto da passa- ( gem de cada biela são alimentadas por uma bomba de óleo. ) Sistema de lubrificação por pressão. 41 Alta Competência 6) Marque a alternativa correta. a) Neste sistema, a água é utilizada como condutor de calor entre o motor e o ar atmosférico. ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. b) Neste sistema, os cilindros do motor (às vezes, também, o cárter) possuem aletas que aumentam a superfície de contato com o ar. 42 ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. c) Neste sistema, há uma bomba que agiliza a circulação, resultando em uma menor diferença de temperatura nas extremidades do radiador e menos riscos de congelamento no inverno. ( ) Sistema de arrefecimento natural – Termossifão. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. d) Neste sistema, não há uma bomba, a circulação de água é feita naturalmente pela diferença de densidade entre a água fria do motor e a água quente do radiador. ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( ) Sistema de arrefecimento natural – Termossifão. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. Capítulo 1. Máquinas térmicas 7) Correlacione as colunas, identificando os principais sistemas de um motor ciclo Otto. A) Sistema de combustível ( ) A função do óleo no motor não consiste apenas em reduzir o atrito e o desgaste dos componentes móveis, mas também exerce função de selagem (atua nos anéis do pistão, selando os gases da câmara de combustão), de dissipar o calor, de diminuir a corrosão e absorver alguns dos resíduos nocivos da combustão. B) Sistema de ignição ( ) É um sistema que tem a função de dissipar o calor restante resultante do processo de conversão de energia para que nenhum dos componentes do motor aqueça ao ponto de ser danificado. C) Sistema de ( arrefecimento ) D) Sistema de lubrificação ) É o sistema responsável por introduzir o combustível no motor, misturando-o com ar. Em um motor movido a gasolina, a alimentação é feita através de um carburador ou através de injetores de gasolina colocados. ( É um sistema elétrico que tem a função de gerar uma centelha no interior da câmara de combustão, que dá início à queima da mistura combustível - ar. 43 Alta Competência 1.5. Glossário Afogador - dispositivo no painel do veículo, o qual enriquece a mistura de ar + combustível. Aleta - chapa paralela, presa às carcaças dos motores com o objetivo de aumentar a área de contato com o ar para o resfriamento. ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Biela - peça responsável pela transferência do movimento alternativo em rotativo. Cárter - o cárter de um motor é em ferro fundido ou em alumínio fundido. Forma a parte principal do bloco do motor e contém o virabrequim, o eixo de cames (motor de válvulas laterais) e a bomba de óleo. As extremidades do cárter têm freqüentemente garras destinadas à fixação do motor. As paredes extremas e as divisórias internas suportam os mancais do virabrequim. 44 Cilindrada - medida do volume deslocado de um motor de combustão interna a pistão. É obtido pelo produto do diâmetro pelo curso dos pistões, multiplicado pelo número de cilindros do motor. Combustão - reação química entre uma substância (o combustível) e um gás (o comburente), geralmente o oxigênio, para liberar. Fluido operante - em uma máquina térmica, tem o papel de receber o calor e liberar o trabalho. Várias substâncias podem ser usadas como fluido operante, mas os mais usados nos equipamentos industriais são a água, o ar e os hidrocarbonetos. FPSO - Floating Production Storage Offloading. Sistema Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência. GL - Gay-Lussac. Mancal - suporte do rolamento nos eixos dos motores. Moente - pino do eixo manivela. Pistão - peça móvel do motor responsável por movimentar o eixo manivela. PMS - Ponto Morto Superior. Proveta - recipiente cilíndrico de vidro encontrado em laboratórios. QAV - querosene de aviação. Ranhura - pequenos canais onde corre o óleo lubrificante. Trabalho (W) - para fins da termodinâmica, trabalho é a energia que passa de um corpo para outro devido à ação de uma força. Capítulo 1. Máquinas térmicas Válvula-borboleta - válvula responsável por dosar a quantidade de ar na entrada da câmara de combustão. Venturi - estreitamento do tubo no qual é criada uma depressão onde o ar suga o combustível. Viscosidade - propriedade dos fluidos correspondente ao transporte microscópico de quantidade de movimento por difusão molecular. 45 Alta Competência 1.6. Bibliografia ALMEIDA, Silvio Carlos Anibal de. Motores de Combustão Interna. Apostila. Rio de Janeiro: UFRJ. Disponível em: <http://mecanica.scire.coppe.ufrj.br/util/ b2evolution/media/silvio/apmotoresMCI05_01.pdf>. Acesso em: 29 set 2008. CARBONE, Luis. Máquinas Térmicas. Rio de Janeiro: CEFET/RJ, 1993. RIBEIRO, Almir Francisco. Refrigeração e Ar condicionado. Apostila. Petrobras. Rio de Janeiro: 2004. VAN WYLEN, Gordon & SONNTAG, Richard E. Fundamentos da Termodinâmica. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda., 1998. 46 Capítulo 1. Máquinas térmicas 1.7. Gabarito 1) Qual é a função de um sistema de ignição? Esse sistema elétrico tem a função de gerar uma centelha no interior da câmara de combustão, que dá início a queima da mistura combustível - ar. 2) Qual a diferença entre ciclo teórico e ciclo real? No ciclo teórico temos ausência de fricção, equilíbrio em todos os processos e não há perda de energia para o meio externo. Já no ciclo real há fricção, tempo insuficiente para equilíbrio e perdas de energia. 3) Complete: O ciclo de Carnot caracteriza um motor térmico ideal em que a perda de calor para o exterior é mínima e, portanto, apresenta o máximo rendimento entre os ciclos. O ciclo Otto representa o funcionamento dos motores de combustão interna cuja principal aplicação é a propulsão dos automóveis. O ciclo Diesel aplica-se aos motores lentos estudados para a propulsão dos barcos. O ciclo Rankine usa a água, que passa à fase vapor quando aquecida em uma caldeira e se expande para gerar trabalho. O ciclo Brayton utiliza um gás contendo energia térmica que se expande em uma turbina, gerando trabalho. 4) Qual a diferença entre sistema de carburação e injeção? No sistema de carburação, a mistura ar/combustível começa no carburador e termina no interior da câmara de combustão do motor. Já no sistema por injeção, todos os componentes são controlados por um módulo eletrônico central, que recebe várias informações do funcionamento do motor via sensores elétricos, permitindo que o motor receba somente o volume necessário de combustível. 47 Alta Competência 5) Relacione as características apresentadas na primeira coluna com os tipos de sistemas de arrefecimento e lubrificação listados na segunda coluna: (1) O óleo fica em um reservatório independente, sendo introduzido sob pressão nos elementos a lubrificar. (5) Sistema de lubrificação por projeção. (2) O óleo é misturado com o combustível, penetrando no motor proporcionalmente ao consumo do mesmo. (4) Sistema de lubrificação por salpico. (3) O óleo chega aos mancais sob pressão, sendo canalizado até aos moentes para lubrificar as bielas. (2) Sistema de lubrificação por mistura. (4) A lubrificação ocorre sob pressão de todos os mancais e a lubrificação das bielas por um jato de óleo. (1) Sistema de lubrificação por cárter seco. (5) As cubas colocadas perto da passagem de cada biela são alimentadas por uma bomba de óleo. (3) Sistema de lubrificação por pressão. 6) Marque a alternativa correta. 48 a) Neste sistema, a água é utilizada como condutor de calor entre o motor e o ar atmosférico. ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( X ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. b) Neste sistema, os cilindros do motor (às vezes, também, o cárter) possuem aletas que aumentam a superfície de contato com o ar. ( X ) Sistema de refrigeração a ar. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. c) Neste sistema, há uma bomba que agiliza a circulação, resultando em uma menor diferença de temperatura nas extremidades do radiador e menos riscos de congelamento no inverno. ( ) Sistema de arrefecimento natural – Termossifão. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( X ) Sistema de circulação forçada por bomba. d) Neste sistema, não há uma bomba, a circulação de água é feita naturalmente pela diferença de densidade entre a água fria do motor e a água quente do radiador. ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( X ) Sistema de arrefecimento natural – Termossifão. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. Capítulo 1. Máquinas térmicas 7) Correlacione as colunas, identificando os principais sistemas de um motor ciclo Otto. A) Sistema de combustível (D) A função do óleo no motor não consiste apenas em reduzir o atrito e o desgaste dos componentes móveis, mas também exerce função de selagem (atua nos anéis do pistão, selando os gases da câmara de combustão), de dissipar o calor, de diminuir a corrosão e absorver alguns dos resíduos nocivos da combustão. B) Sistema de ignição (C) É um sistema que tem a função de dissipar o calor restante resultante do processo de conversão de energia para que nenhum dos componentes do motor aqueça ao ponto de ser danificado. C) Sistema de arrefecimento (B) É um sistema elétrico que tem a função de gerar uma centelha no interior da câmara de combustão, que dá início à queima da mistura combustível - ar. D) Sistema de lubrificação (A) É o sistema responsável por introduzir o combustível no motor, misturando-o com ar. Em um motor movido a gasolina, a alimentação é feita através de um carburador ou através de injetores de gasolina colocados. 49 Capítulo 2 Refrigeração Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Definir máquinas de refrigeração; • Distinguir os diferentes ciclos da refrigeração; • Reconhecer os conceitos básicos relacionados à refrigeração. Alta Competência 52 Capítulo 2. Refrigeração 2. Refrigeração R efrigeração não é um processo de adição de frio, como normalmente se pensa, mas sim, a remoção natural ou artificial do calor de um corpo. Esta aplicação é utilizada na preservação de alimentos desde muito tempo. Foi importante no desenvolvimento do comércio, pois conservava os produtos sujeitos à deterioração. 2.1. Máquinas de refrigeração Equipamentos construídos no intuito de refrigerar ou condicionar o ar, permitindo a troca de calor entre substâncias e ambientes de temperaturas diferentes, são chamados de máquinas de refrigeração. Nas plataformas de produção de petróleo offshore da Petrobras, situadas na Bacia de Campos, os tipos de sistemas de climatização mais utilizados são o de expansão indireta (chiller) e o de expansão direta (self-contained). 2.2. Ciclos por compressão e absorção O processo de remover calor de um corpo é realizado por meio de um ciclo termodinâmico. A partir desse ciclo, o calor é extraído do ambiente a ser refrigerado e em seguida é enviado para o ambiente externo. Dentre os ciclos de refrigeração, os ciclos por compressão e por absorção são os mais utilizados. 2.2.1. Ciclo por compressão O ciclo de Carnot é um ciclo ideal e, portanto, pode funcionar de forma invertida. Assim, se ao invés de retirarmos trabalho (W) de uma fonte quente, adicionarmos trabalho (W) ao ciclo, o calor será movido da fonte fria para a fonte quente e teremos o princípio usado nos sistemas de refrigeração. Um ciclo de refrigeração é operado por meio de condensador, válvula de expansão e evaporador. Esses componentes são mostrados no esquema a seguir: 53 Alta Competência Trabalho Condensador Evaporador Compressor Válvula de expansão Calor Esquema de um ciclo de refrigeração 54 No ciclo por compressão, a elevação da pressão do refrigerante é conseguida por meio de um compressor que requer trabalho (W), ou seja, ao introduzir o trabalho (W) externo, por intermédio do compressor, a pressão do fluido refrigerante é elevada à forma de gás, que se torna liquido quando resfriado no condensador. Convém mencionar que o fluido operante no ciclo por compressão possui propriedades específicas que permitem maximizar o rendimento do ciclo. Chamado de fluido ou gás de refrigeração, o mais comumente utilizado é o Freon, nome comercial para os gases com base nos clorofluorcarbonos, ou CFCs. A transformação de expansão ocorre em uma válvula que, reduzindo a pressão, faz com que o refrigerante retorne para o seu estado gasoso removendo calor da fonte fria por intermédio do evaporador. Entende-se por fonte fria o meio que se deseja resfriar. Tanto o condensador quanto o evaporador são trocadores de calor que podem ser do tipo colméia ou do tipo casco e tubos. Em sistemas domésticos, como geladeiras e aparelhos de ar condicionado, as trocas de calor ocorrem entre o gás refrigerante e o ar externo no condensador e entre o gás refrigerante e o ar do meio refrigerado no evaporador, normalmente do tipo colméia - radiadores. Capítulo 2. Refrigeração Nos sistemas industriais, como em plataformas, é comum o uso da troca “gás - refrigerante - água” em condensadores e evaporadores casco tubo, em sistemas de ar condicionado que utilizam a água gelada como fluido secundário, os chamados chillers. Assim, a água gelada é conduzida por tubulações isoladas aos ambientes, onde alimenta um conjunto “radiador - ventilador” (fan-coil) que resfria o ar. Observe nas ilustrações a seguir alguns componentes dos sistemas de refrigeração. 55 Chiller Condensador com válvula termostática Alta Competência Ventoinha Escapamento ajustável Tambique Ventilador Compressor Painel de controle Grade frontal Sensor do Filtro termostato Mola do Mola do condensador evaporador Condicionador de ar doméstico 56 Fan coil 2.2.2. Ciclo por absorção O ciclo de refrigeração por absorção é similar ao ciclo de refrigeração a vapor, sendo que a etapa de compressão é substituída por um processo químico. Esse ciclo é operado a calor, isto é, a maior parte da operação está associada com o fornecimento de calor que libera o vapor do líquido de alta pressão. Capítulo 2. Refrigeração No sistema de absorção, podemos citar os seguintes componentes: • Absorvedor: onde o fluido (gás) é misturado a uma solução líquida (ex.: água + amônia); • Bomba: para manter o fluxo e aumentar a pressão da mistura líquida; • Gerador: onde o fluido (gás) é separado da mistura a alta pressão. A energia externa vem em forma de calor. Este é adicionado ao gerador para liberação do fluido. A remoção do calor acontece no absorvedor durante a mistura. Uma válvula redutora mantém a diferença de pressão entre o gerador e o absorvedor. Assim, é possível a geração de frio a partir do fornecimento de calor. Qge Ambiente Quente Tq Gerador Absorvedor C D B Wbs Qq A Qab Tf Qf Ambiente Frio Esquema de sistema de absorção 2.3. Frio industrial Frio industrial é a utilização de equipamentos para reduzir a temperatura ambiente a valores requeridos pelo processo onde é aplicado. 57 Alta Competência 2.3.1. Aplicações do frio industrial Atualmente, são inúmeras as aplicações do frio, que é aproveitado praticamente em todos os ramos da atividade humana. Assim, podemos citar: Setores 58 Aplicações Indústria de alimentos Manufatura, tratamento térmico, armazenagem e transporte de alimentos. Fabricação de gelo Gelo em blocos, seco, pista de patinação. Indústria de construção Estruturas de concreto (barragens, fundações etc.), congelamento do solo para abertura de poços e túneis, e consolidação de fundações abaladas. Metalurgia Tratamento térmico de aços rápidos, redução do endurecimento de certas ligas (alumínio), refrigeração de ferramentas durante o corte, ligação de peças mecânicas por contração etc. Indústria química Remoção de calor em reações químicas exotérmicas, separação de misturas de líquidos e gases, e solidificação de materiais etc. Condicionamento do ar Refrigeração de residências, escritórios, fábricas, transportes, recreação, hospitais etc., para refrigeração de minas profundas etc. Medicina Congelamento de peças anatômicas, conservação de cadáveres (morgues), elaboração do plasma sanguíneo, cultura de fungos (antibióticos), na fabricação da insulina etc. 2.4. Fluidos refrigerantes As substâncias químicas responsáveis pelo transporte de energia num ciclo de refrigeração são chamadas de fluidos refrigerantes. Essas substâncias, utilizadas em todos os equipamentos de refrigeração por compressão têm como função absorver energia térmica do meio. Capítulo 2. Refrigeração 2.5. Gases refrigerantes As substâncias que absorvem grande quantidade de calor ao passarem do estado líquido para o gasoso são chamadas de gases refrigerantes. Para que haja essa absorção, é necessária a presença de uma fonte extra que efetue a troca de calor (água ou ar). A absorção ocorre justamente com a mudança de fase do fluido. Observe, na tabela a seguir, alguns exemplos de gases refrigerantes e sua aplicação. Família Química ODP GWP Lubrificante Aplicação R-11 CFC 1,0 1,0 - Limpeza (solvente) R-141b HCFC 0,11 0,13 - R-12 CFC 1,0 3,06 OM R-134a HFC 0 0,30 POE HCFC - - AB, POE Retrofit HCFC 0,05 0,31 OM, AB, POE Retrofit Refrigerante R-401A (MP 39) R-409A (FX 56) R-22 HCFC 0,055 0,37 OM R-407C HFC 0 - POE R-413A R-417A HFC HFC 0 0 - OM, AB, POE OM, AB, POE Limpeza (solvente) Frigorífico / Ar condicionado Novos equipamentos / Retrofit Ar condicionado / Frigorífico Ar condicionado Retrofit Retrofit Exemplos de gases refrigerantes e sua aplicação 2.6. Condensadores Tanto o condensador quanto o evaporador são trocadores de calor que podem ser tanto do tipo colméia quanto casco tubo. Em sistemas domésticos, como geladeiras e aparelhos de ar condicionado, as trocas 59 Alta Competência de calor são entre o gás refrigerante e o ar externo no condensador e entre o gás refrigerante e o ar do meio refrigerado no evaporador, normalmente do tipo colméia - radiadores. Nos sistemas industriais, como em plataformas, é comum o uso da troca gás refrigerante - água em condensadores e evaporadores tipo casco tubos, em sistemas de ar condicionado que utilizam a água gelada como fluido secundário, os chamados chillers. Assim, a água gelada é conduzida por tubulações isoladas aos ambientes, onde alimenta um conjunto radiador - ventilador (fan-coil) que resfria o ar. 60 Condensador O condensador tem por finalidade esfriar e condensar o vapor superaquecido, proveniente da compressão, nas unidades de refrigeração mecânica. Esta operação é feita transferindo-se o calor do fluido aquecido para o meio (fonte quente), usando-se, para isto, água, ar ou mesmo ar e água em contato. A transmissão de calor num condensador verifica-se em três fases distintas: o dessuperaquecimento, a condensação e o sub-resfriamento. O refrigerante sob pressão e superaquecido entra no condensador onde, trocando calor com a água, ar ou água salgada, muda do estado de vapor superaquecido para líquido saturado ou sub-resfriado. No caso de condensadores a água doce ou salgada, eles são do tipo casco tubo. O vapor superaquecido circula através do casco, enquanto a água, através dos tubos. Capítulo 2. Refrigeração Condensador casco e tubo O condensador evaporativo constitui-se em uma combinação de uma serpentina condensadora com uma torre de arrefecimento de água com ar forçado, isto é, um dispositivo onde um fluido frigorígeno é condensado e, ao mesmo tempo, a água usada para a sua condensação é esfriada. 61 Um condensador evaporativo é constituído de um circuito de água com borrifadores e bomba, um circuito de ar com eliminadores de gotas e ventilador, e uma serpentina condensadora para o fluido frigorígeno. Condensador casco e tubo 2.7. Evaporadores A troca térmica entre o refrigerante e o meio a ser resfriado, seja ele o ar ambiente (expansão direta) ou água, salmoura (expansão indireta) é feita por meio do evaporador. Uma mistura formada de líquido + vapor circula dentro do evaporador. O refrigerante responsável pela absorção de calor do meio a ser climatizado, vaporiza-se até se transformar em vapor superaquecido na saída do evaporador. Alta Competência O efeito refrigerante ocorre dentro do evaporador, conforme o refrigerante muda de fase (calor latente de vaporização). A partir do momento em que todo refrigerante se transforma em vapor, a quantidade de calor absorvido será bem menor, o que ocasionará um aumento da temperatura do gás (calor sensível). 62 Evaporador 2.8. Normas O Ministério da Saúde publicou algumas normas para garantir a qualidade do ar em ambientes climatizados, em interiores, bem como os procedimentos mínimos para executar os serviços de higienização corretiva de sistemas, de tratamento e distribuição de ar contaminado microbiologicamente. Seguem as principais: Resolução ANVISA – RE Nº 176, de 24 de outubro de 2000. Estabelece procedimentos e diretrizes mínimas para execução dos serviços de higienização corretiva de sistemas, de tratamento e distribuição de ar contaminado microbiologicamente. NBR 14.679, de abril de 2001. Estabelece o cumprimento de padrões adequados de manutenção, limpeza, operação e controle de modo garantir a qualidade do ar para todos os sistemas de climatização de ar e da implantação formal do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). Portaria Nº 3.523, de 28 de agosto de 1998. Estabelecer critérios que informem a população sobre a qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Capítulo 2. Refrigeração 2.8.1. Outras normas Além das já mencionadas, podemos citar outras normas aplicáveis ao uso de refrigeradores. • Portaria Nº 3.523, de 28 de agosto de 1998 Esta Portaria é o marco inicial do reconhecimento da “Síndrome do Edifício Doente” pelo Governo brasileiro. Alguns autores associam a publicação desta portaria à morte de uma autoridade política brasileira por contaminação microbiológica através de um sistema de climatização de ar, não tendo sido, contudo, comprovado e divulgado alguma evidência que associasse esta morte com a possível contaminação do sistema. A priori, as motivações para a publicação desta Portaria eram: a preocupação mundial com a Qualidade do Ar em ambientes climatizados; a preocupação com a saúde, bem-estar, conforto, produtividade e absenteísmo do trabalhador; e os agravos à saúde dos trabalhadores relacionados à Síndrome do Edifício Doente. Essa Portaria visa estabelecer o cumprimento de padrões adequados de manutenção, limpeza, operação e controle de modo garantir a qualidade do ar para todos os sistemas de climatização de ar e da implantação formal do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) em sistemas com capacidade de climatização acima de 5 TR (15.000 Kcal/h = 60.000 BTU/h ). Medidas de segurança e manutenção O Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) - complementa a Portaria Nº 3.523 no que diz respeito às recomendações e procedimentos de manutenção e limpeza dos sistemas, definindo uma periodicidade para algumas tarefas de limpeza e manutenção. A tabela a seguir mostra a periodicidade de tarefas para alguns componentes dos sistemas de climatização. 63 Alta Competência Componente Periodicidade Tomada de ar externo Limpeza mensal ou quando descartável até sua liberação (máximo 3 meses). Unidades filtrantes Limpeza mensal ou quando descartável até sua liberação (máximo 3 meses). Bandejas de condensado Mensal*. Serpentina de aquecimento Desencrustação semestral e limpeza trimestral. Serpentina de resfriamento Desencrustação semestral e limpeza trimestral. Umidificador Desencrustação semestral e limpeza trimestral. Ventilador Semestral. Plenum de mistura/casa de máquinas Mensal. * Excetuando na vigência de tratamento químico contínuo que passa a respeitar a periodicidade do produto utilizado. 64 Fonte: Resolução ANVISA - RE Nº 9. Periodicidade de Tarefas do PMOC • Resolução ANVISA - RE Nº 176, de 24 de outubro de 2000 Passados dois anos a partir da Portaria Nº 3.523, o Governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, e de sua Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), e com a participação de várias instituições, baixa a resolução a RE Nº 176 tendo por metas: • Estabelecer critérios que informem a população sobre a qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, cujo desequilíbrio poderá causar agravos à saúde dos seus ocupantes; • Instrumentalizar as equipes profissionais envolvidas no controle de qualidade do ar interior, no planejamento, elaboração, análise e execução de projetos físicos e nas ações de inspeção de ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Capítulo 2. Refrigeração Essa resolução foi publicada a fim de complementar a Portaria Nº 3523, estabelecendo padrões referenciais para a qualidade do ar interior, abordando não só a questão do conforto, mas, principalmente, com relação aos agentes físicos, químicos e microbiológicos que podem acarretar em ambientes nocivos às pessoas expostas. A Resolução faz, ainda, um levantamento das principais fontes de contaminação biológica e química em ambientes climatizados além de apresentar recomendações para a avaliação e controle, através de métodos de amostragem e análises dos possíveis contaminantes. • ABNT - NBR 14.679 de abril de 2001 A importância desta Norma foi o estabelecimento de padrões e o nível de detalhamento abordado nos procedimentos de limpezas a serem cumpridos de modo a garantir a perfeita higienização de todo o sistema de climatização artificial. Em função do nível de detalhamento e especificidade quando a atividade de higienização dos sistemas é recomendável que o conteúdo desta NBR seja incluído no PMOC das instalações de climatização, atendendo à periodicidade estabelecida na RE Nº 176 e em sua revisão a RE Nº 9. • Resolução ANVISA - RE Nº 9, de 16 de janeiro de 2003 Esta resolução Nº 9 da ANVISA tem por objetivo a revisão e atualização da antiga RE Nº 176 de 24 de outubro de 2000 quanto aos “Padrões Referenciais do Ar Interior em Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo, frente ao conhecimento e a experiência adquiridos no país nos primeiros anos de sua vigência”. Nesse item são levantados os Padrões Referenciais da RE Nº 9, quanto à possível contaminação dos ambientes climatizados artificialmente por agentes físicos, químicos e microbiológicos, além das recomendações de avaliação e controle destes poluentes, através de métodos analíticos. 65 Alta Competência Apesar da Resolução em questão ter sido publicada em função da preocupação mundial com o agravo à saúde por contaminação biológica de uma forma geral, através da proliferação de bactérias, ácaros, vírus, protozoários etc., a mesma define o Máximo Valor de Referência apenas para fungos viáveis, indicando a inaceitabilidade aos fungos patogênicos e toxigênicos, sem definir, ou mesmo deixar claro se poderiam ser enquadrados como “fungos” outros contaminantes microbiológicos. 66 Capítulo 2. Refrigeração 2.9. Exercícios 1) O que são máquinas de refrigeração? _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Assinale com C as características pertencentes ao ciclo por compressão e A, ao ciclo de absorção: ( ) A pressão do fluido refrigerante na forma de gás é elevada, tornando-se líquido quando resfriado no condensador. ( ) Utiliza uma fonte de calor. ( ) Há um processo químico. ( ) Possui condensadores, evaporadores e compressores. ( ) Há uma válvula que, ao reduzir a pressão, faz com que o refrigerante retorne para o seu estado gasoso. 3) O que é frio industrial? Cite duas aplicações. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) Complete as afirmativas: a) São substâncias químicas responsáveis pelo transporte de energia num ciclo de refrigeração: _____________________________________________________________. b) São substâncias que absorvem grande quantidade de calor ao passarem do estado líquido para o gasoso: _____________________________________________________________. c) Caracteriza as particularidades de escoamento do óleo: _____________________________________________________________. 67 Alta Competência d) É a temperatura à qual o óleo emite vapores suscetíveis de serem inflamados: _____________________________________________________________. e) É quando o óleo, a uma determinada temperatura, não escorre mais de uma proveta quando esta é inclinada: _____________________________________________________________. 5) Qual é a função do condensador e do evaporador? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 6) Relacione as normas apresentadas na primeira coluna com os seus respectivos objetivos, listados na segunda coluna: 68 (1) Resolução ( ANVISA – RE Nº 176, de 24 de outubro de 2000 ) Estabelece procedimentos e diretrizes mínimas para execução dos serviços de higienização corretiva de sistemas, de tratamento e distribuição de ar contaminado microbiologicamente. (2) NBR 14.679, ( de abril de 2001 ) Estabelece o cumprimento de padrões adequados de manutenção, limpeza, operação e controle de modo a garantir a qualidade do ar para todos os sistemas de climatização de ar e da implantação formal do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). (3) Portaria Nº ( 3.523, de 28 de agosto de 1998 ) Estabelecer critérios que informem a população sobre a qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Capítulo 2. Refrigeração 7) Para cada componente dos sistemas de climatização, indique a periodicidade de tarefas, segundo o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). Componente Periodicidade Tomada de ar externo Unidades filtrantes Bandejas de condensado Serpentina de aquecimento Serpentina de resfriamento Umidificador Ventilador Plenum de mistura/casa de máquinas 69 Alta Competência 2.10. Glossário ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. CFC - Clorofluorcarbono. Chiller - sistema de climatização de expansão indireta. Dessuperaquecimento - redução da temperatura do vapor superaquecido para um valor aceitável. Fluido frigorígeno - tipo de fluido utilizado para promover a transferência de calor em um sistema de refrigeração que, em temperaturas e pressões mais altas, rejeita o calor e o recebe, quando temperatura e pressão estão baixas. Fluido operante - em uma máquina térmica, tem o papel de receber o calor e liberar o trabalho. Várias substâncias podem ser usadas como fluido operante, mas os mais usados nos equipamentos industriais são a água, o ar e os hidrocarbonetos. 70 NBR - Norma Brasileira. PMOC - Plano de Manutenção, Operação e Controle. RE - sigla que antecede a uma resolução. Exemplo: “RE Nº 9”. Self-contained - sistema de climatização de expansão direta. Trabalho (W) - para fins da termodinâmica, trabalho é a energia que passa de um corpo para o outro devido à ação de uma força. Capítulo 2. Refrigeração 2.11 Bibliografia ALMEIDA, Silvio Carlos Anibal de. Motores de Combustão Interna. Apostila. Rio de Janeiro: UFRJ. Disponível em: <http://mecanica.scire.coppe.ufrj.br/util/ b2evolution/media/silvio/apmotoresMCI05_01.pdf>. Acesso em: 29 set 2008. ANVISA. Portaria nº 3.523/GM, de 28 de agosto de 1998. Disponível em: <http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=295&word>. Acesso em: 29 de set 2008. ANVISA. Resolução RE nº 9, de 16 de janeiro de 2003. Disponível em:<http://e-legis. anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=17550&word>. Acesso em: 29 de set 2008. ANVISA. Resolução RE nº 176, de 24 de outubro de 2000. Disponível em: <http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=7377&word>. Acesso em: 29 de set 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Instalações centrais de ar condicionado para conforto - Parâmetros básicos de projeto, NBR 6401. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Sistemas de condicionamento de ar e ventilação - Execução de serviços de higienização, NBR 14.679. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar e ventilação - Manutenção programada, NBR 13.971/97. CARBONE, Luis. Máquinas Térmicas. Rio de Janeiro: CEFET/RJ, 1993. RIBEIRO, Almir Francisco. Refrigeração e Ar condicionado. Apostila. Petrobras. Rio de Janeiro: 2004. VAN WYLEN, Gordon & SONNTAG, Richard E. Fundamentos da Termodinâmica. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1998. 71 Alta Competência 2.12. Gabarito 1) O que são máquinas de refrigeração? São equipamentos que refrigeraram ou condicionam o ar, permitindo a troca de calor entre substâncias e ambientes de temperaturas diferentes. 2) Assinale com C as características pertencentes ao ciclo por compressão e A, ao ciclo de absorção: 72 (C) A pressão do fluido refrigerante na forma de gás é elevada, tornando-se líquido quando resfriado no condensador. (A) Utiliza uma fonte de calor. (A) Há um processo químico. (C) Possui condensadores, evaporadores e compressores. (C) Há uma válvula que, ao reduzir a pressão, faz com que o refrigerante retorne para o seu estado gasoso. 3) O que é frio industrial? Cite duas aplicações. O frio industrial é a utilização de equipamentos no uso diário, de forma a abaixar a temperatura de um corpo da temperatura ambiente até a temperatura de congelamento ou até abaixar a temperatura dele aquém da sua temperatura de congelamento. Ele pode ser aplicado: na indústria de alimentos, na fabricação de gelo, na indústria de construção, na metalurgia, na indústria química, no condicionamento do ar, no aquecimento por bomba de calor e na medicina. 4) Complete as afirmativas: a) São substâncias químicas responsáveis pelo transporte de energia num ciclo de refrigeração: Fluidos refrigerantes. b) São substâncias que absorvem grande quantidade de calor ao passarem do estado líquido para o gasoso: Gases refrigerantes. c) Caracteriza as particularidades de escoamento do óleo: Viscosidade. d) É a temperatura à qual o óleo emite vapores suscetíveis de serem inflamados: Ponto de Combustão. e) É quando o óleo, a uma determinada temperatura, não escorre mais de uma proveta quando esta é inclinada: Ponto de congelamento. Capítulo 2. Refrigeração 5) Qual é a função do condensador e do evaporador? O condensador tem por finalidade esfriar e condensar o vapor superaquecido, proveniente da compressão, nas unidades de refrigeração mecânica. Já o evaporador tem como função estabelecer a troca térmica entre o refrigerante e o meio a ser resfriado. 6) Relacione as normas apresentadas na primeira coluna com os seus respectivos objetivos, listados na segunda coluna: (1) Resolução ANVISA – RE Nº 176, de 24 de outubro de 2000 (2) Estabelece procedimentos e diretrizes mínimas para execução dos serviços de higienização corretiva de sistemas, de tratamento e distribuição de ar contaminado microbiologicamente. (2) NBR 14.679, de abril de 2001 (3) Estabelece o cumprimento de padrões adequados de manutenção, limpeza, operação e controle de modo a garantir a qualidade do ar para todos os sistemas de climatização de ar e da implantação formal do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). (3) Portaria Nº 3.523, de 28 de agosto de 1998 (1) Estabelecer critérios que informem a população sobre a qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. 7) Para cada componente dos sistemas de climatização, indique a periodicidade de tarefas, segundo o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). Componente Periodicidade Tomada de ar externo Limpeza mensal ou quando descartável até sua liberação (máximo 3 meses). Unidades filtrantes Limpeza mensal ou quando descartável até sua liberação (máximo 3 meses). Bandejas de condensado Mensal. Serpentina de aquecimento Desencrustação semestral e limpeza trimestral. Serpentina de resfriamento Desencrustação semestral e limpeza trimestral. Umidificador Desencrustação semestral e limpeza trimestral. Ventilador Semestral. Plenum de mistura/casa de máquinas Mensal. 73 Anotações 74 Anotações Anotações 75 Anotações 76 Anotações Anotações 77 Anotações 78 Anotações Anotações 79 Anotações 80 Anotações Anotações 81 Anotações 82 Anotações Anotações 83