SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS DE FÍSICA PROF. DRº. LUIZ PEDUZZI ALUNOS: JOSÉ CARLOS MAGALHÃES FERNANDO THESING GOLFETTO SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 Princípio da conservação da energia Eletromagnetismo A teoria cinética dos gases Termodinâmica Mecânica estatística. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 O astrônomo italiano Galileo Galilei (1564 – 1642) foi um dos primeiros a construir um termômetro em 1593, em Florença. Teoria do calórico: o calor como um fluido imponderável: Pierre Gassendi (astrónomo e filósofo francés), Lavoisier e Bertholet (químicos franceses), William Thomson (Lord Kelvin), William Cleghorn (Edimburgh, 1779) Mecanicistas Como Francis Bacon e Robert Hooke argumentam que o calor resulta do movimento das partículas. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 1760 - Joseph Black: no estudo da fusão do gelo descobre a noção de calor latente e calor especifico. Ele fez a distinção entre temperatura e calor. 1798 - Benjamin Thompson (conde Rumford): observa a produção de calor na perfuração dos canos para canhões (calor gerado pela fricção). Suas experiências forneceram um argumento contra a hipótese do calórico, na década de 1790, Rumford concluiu que o calor devia ser uma forma de movimento. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 PERIODO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL O engenheiro grego Hero de Alexandria (100 d.C.) inventou a aelolípila, um motor a vapor simples. O vapor liberado pela água fervida dentro de uma esfera saía por bicos recurvos, fazendo a esfera girar. Invenções. Coleção Aventura Visual SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 PERIODO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Em 1698, mais de mil anos após a máquina de Heron, surgiu a primeira máquina a vapor de interesse industrial, elaborada por Thomas Savery (1650-1715), um engenheiro militar inglês. Invenções. Coleção Aventura Visual Projeto Harvard,1963,1ª ed, p. 45 SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 PERIODO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Por volta de 1712, o inglês Thomas Newcomen, aperfeiçoando as máquinas de Savery, idealizou uma nova máquina térmica que poderia ser utilizada em minas profundas com menor risco de explosões e que, além de elevar a água, poderia elevar cargas. Invenções. Coleção Aventura Visual Projeto Harvard,1963,1ª ed, p. 47 SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 PERIODO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Em 1765, James Watt, modificou máquina de Newcomen, aumentando sua eficiência e minimizando os custos com o carvão utilizado como combustível. O motor a vapor é uma máquina que transforma a energia térmica do vapor em energia mecânica utilizando um êmbolo que se movimenta dentro de um cilindro. Invenções. Coleção Aventura Visual Projeto Harvard,1963,1ª ed, p. 49 SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 Da concepção do Calórico para o Energetismo 1824 – Sadi Carnot (1796-1832) experiências com motor a vapor (a fonte de calor, a água e o vapor, e o condensador como recipiente de calor). Introduz o conceito de ciclo e estudou a transformação de calor em trabalho 1842 – Julius R. von Mayer (1814-1878) propõe que a energia de um sistema fechado é constante: Principio da conservação da energia. Em 1845 fornece um valor ao equivalente mecânico da unidade de calor. https://pt.wikipedia.org https://pt.wikipedia.org SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 Da concepção do Calórico para o Energetismo 1847 - James Joule estudou o trabalho realizado por um gás quando se expande e o calor gerado quando se comprime, determinou a quantidade de trabalho necessária para gerar uma quantidade determinada de calor (a equivalência entre a energia mecânica e o calor). Joule dizia que estava “...satisfeito porque os grandes agentes da natureza são indestrutíveis pela vontade do criador, e que onde quer que se consuma energia mecânica, é sempre obtido um equivalente exato de calor.” ( Rutherford, F. James et al, 1963). Invenções. Coleção Aventura Visual SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 Pressupostos de Joule para teoria cinética de um gás ideal Os gases são constituídos por moléculas e estas por átomos. Há um número muito grande de moléculas em um gás. As dimensões das moléculas são desprezíveis em relação aos espaços entre elas. As moléculas se movimentam ao acaso; não há direções privilegiadas. As forças entre as moléculas são desprezíveis. A dinâmica molecular obedece às leis de Newton. As colisões são perfeitamente elásticas. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 Joule relaciona, em 1848, a pressão de um gás (P) ao número (N), à massa (m) e à média dos quadrados das velocidades ( v2 ) das moléculas contidas em um volume (V) fixo, modelo mecânico de um gás ideal. Equação empírica de Clapeyron SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 Com todos os estudos até o inicio do século XIX, o desenvolvimento da ciência das engenharia e da filosofia natural levou a pensar que todas as formas de energia podiam transformar umas nas outras sem perdas. O desenvolvimento da teoria cinética dos gases proporcionou o apogeu da cosmovisão mecanicista de Newton. O sucesso na observação Previsão e explicação de vários fenômenos Os Trabalhos desenvolvidos na química Conduziram à concepção dominante de que a matéria e constituída de átomos e moléculas. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 A teoria cinética e as críticas ao atomismo O mais vigoroso defensor do energetismo é químico e físico Wilhelm Ostwald (1853-1932). Será mesmo desejável edificar conhecimentos sob o pressuposto de um não observável? Que experimentos asseguram a realidade do átomo? A questão da irreversibilidade temporal ? Energetismo, surge como uma filosofia que vai contestar a visão mecanicista da natureza http://victorygraphik.com SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 Clausius e Thomson: as bases conceituais da termodinâmica 1ª Lei da termodinâmica http://victorygraphik.com Rudolf Clausius (1822-1888) funda uma nova área de investigação: a termodinâmica. O trabalho de Clausius e de Kelvin tornou claro que o calor não era nenhum misterioso fluido mas sim uma forma de energia. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 1ª lei da termodinâmica: relaciona a variação da energia interna de um sistema à quantidade de calor com o trabalho. explicita a conservação da energia no âmbito dos fenômenos térmicos. É a segunda lei que se pronuncia sobre se um determinado processo físico pode ou não ocorrer, à luz dessa conservação. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 2ª Lei da Termodinâmica 1851 - Clausius enuncia a segunda lei da termodinâmica, mas só 1865, Clausius introduz um novo conceito na física, uma nova função de estado na termodinâmica: 1859 - James C. Maxwell formula a lei de distribuição de velocidades. Em 1871 publica a obra The Theory of Heat, onde expõe os fundamentos da termodinâmica. 1877 – Boltzmann estabelece o vínculo entre o teorema de Clausius sobre o aumento da entropia e a probabilidade de estado de um sistema. Interpretação estatística da entropia: S = kB lnΏ SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 O movimento browniano 1827 - O botânico escocês Robert Brown (17731858) depara- se com um intrigante fenômeno quando através de um microscópio, constata que seus grãos de pólen, quando colocados na água, rompiam-se, e que as partículas liberadas de seu interior apresentavam movimentos desordenados e incessantes. SOBRE O ATOMISMO DO SÉCULO 19 O demônio de Maxwell é um experimento mental projetado por James Clerk Maxwell em 1871, para sugerir que a segunda lei da termodinâmica seria verdadeira apenas estatisticamente 2.4 O ATOMO NÃO É REAL: A REJEIÇÃO DE NÃO OBSERVÁVEIS EM UMA TEORIA CIENTÍFICA O entendimento de Cantoni e outros cientístas sobre a causa do movimento das partículas, em suspensão em um liquido, que pressupõe a existência física de um "ser" não observável - o átomo e a molécula; mostra que as observações não são neutras. Por outro lado, á os que não aceitem a existência física dos átomos por atribuírem aos observáveis um papel fundamental na gênese de uma teoria. Em vista que observar é fundamental para poder auferir a sua existência. O químico Jean B. A. Dumas (1800 – 1884), falou que se pudesse "apagaria a palavra atomo da ciência", seu conceito ultrapassa a experiência. Já para o químico Edmund J. Mills (1840 – 1921), os atomos eram ainda mais inacreditáveis que o flogístico. O físico e filósofo Ernst Mach (1838 –1916), acreditava que os átomos eram apenas produto do pensamento, por serem inacessíveis aos sentidos. Os cientista deveriam desenvolver uma teoria mais satisfatória. Não distante deste pensamento, o filósofo John B. Stallo (1823 – 1900), afirma, que a hipótese atomística nada mais é do que um procedimento gráfico ou explicativo, para representar as fases químicas. Wilhelm Ostwald (1853 – 1932), em uma reunião na cidade alemã de Luebeck, em 1895, afirma: "A preposição que todos os ser reduzidos a fenômenos hipótese útil de trabalho. inversão temporal, podendo tempo fenômenos naturais podem mecânicos, não pode ser As equações admitem a ir para frente e para trás no (...) porém, não vemos borboletas voltarem a ser lagartas, nem idosos voltarem a ser crianças. (...) A Irreversibilidade dos fenômenos naturais prova a existência de processos que não podem ser descritos pelas equações da mecânica" A oposição de Ostwald ao materialismo científico, reúne argumentos de cunho científico e epistemológico: • Científico: quando se preocupa com a reversibilidade temporal presente nas equações da mecânica e; • Epistemológico: quando defende o energetismo. Se opondo a existência de não observáveis em uma teoria científica. A filosofia energeticista, propõe que, fenômenos não podem ser explicados, apenas por relações (causais ou não) entre matéria (seja ela composta por átomos ou não) e movimento. Contrapondo-se a visão mecanicista da natureza. A "Teoria Cinética do Calor" - 1822 Inspirado pelo formalismo lagrangeano, Jean-Baptiste Fourier (17681830), reduz a física, à análise matemática e deixa de lado as considerações específicas sobre a natureza do calor. Lei de transmissão de calor, obtida experimentalmente por Fourier. Estruturado em função de grandezas macroscópicas mensuráveis! A termodinâmica de Clausius e Thomson, é compatível com qualquer descrição dos fenômenos elementares, estabelece apenas, condições que devem ser satisfeitas. •O que é ressaltado por Louis de Broglie (1892 – 1987) anos mais tarde. Afirmando inclusive, que a física quântica obedece as exigências da termodinâmica. Os pensadores, associavam os átomos com a mecânica clássica. •Para Ostwald, admitir a existência de um não observável a uma teoria física é restringi-la necessariamente ao escopo da mecânica. Mas a "diversidade qualitativa da energia e a sua tendência a degradação" mostra a carência nos conceitos de conservação e irreversibilidade. 2.5 Reversibilidade e irreversibilidade temporal Newton: "O Tempo Absoluto verdadeiro e matemático, de acordo com sua própria natureza, flui uniformemente sem relação com qualquer coisa externa...", a esse o ser humano não tem acesso. "Já o Tempo Relativo é aquele mensurável, através de periodicidade e conforme a ideia de passado, presente e futuro." Experimento Mental de Laplace Pierre S. Laplace (1749 – 1827), elabora o experimento mental, que é símbolo da visão determinística do mundo "O universo é previsível, porque existe regularidade e deve ser visto como efeito de seu estado anterior" A fígura mostra 8 instantes de tempo, com duas bolas de bilhar. Observe que: •De 1 á 4 se aproximam, •Ocorre a colisão, e •De 6 á 7 se afastam. Mas se tomarmos o instante 8, como sendo o inicio da colisão, ainda faz sentido fisicamente. O passado e o futuro são indistinguíveis! Um frasco de perfume deixado em um quarto fechado, ilustra muito bem a situação de um processo irreversível. A medida que suas moléculas evaporam, elas se espalham uniformemente por todo o recinto. Mas nunca voltam ao frasco. Porém a outros tipos de processos irreversíveis. Tal como, o que ocorre ao jogar um cubo de açúcar em uma xícara de chá quente e em seguida agitar. Após alguns instantes, não restam mais traços de seu estado original. O qual agora é representado por agitação molecular, concentração espacial de moléculas de açúcar e diferença de temperatura. Aumento da entropia (desordem), até um valor máximo! Energeticista: "Não é o tempo da mecânica, que permite estabelecer uma distinção entre passado, presente e futuro. Tais processos destroem a informação inicial e são os causadores da desordem". Apenas no âmbito da irreversibilidade, que se encontra a flecha do tempo. • A orientação dos processos naturais é da organização para a desorganização • Como consequência, tem-se um processo de mudanças de arranjos mais ordenados para arranjos menos ordenados. A entropia aumenta Degrada a energia A entropia é uma medida do grau de desordem do sistema! Segundo o experimento mental de Maxwell, nenhuma região do espaço é proibida para uma molécula. E pelas leis de Newton, cada molécula pode retraçar o seu caminho, ou seja, percorrê-lo na ordem inversa. Conferindo assim, a crítica dos energeticistas ao atomismo, e principalmente, a teoria cinética: Como a dinâmica dos movimentos reversíveis dos constituintes fundamentais da matéria, podem dar origem a fenômenos macroscópicos irreversíveis? Ordem: é um conceito macroscópico, uma propriedade de sistemas constituídos de muitas partículas. O movimento de uma única molécula não gera informação e muito menos, entropia. A ponte entre o micro e o macro, não passa pela análise da trajetória individual. Mas afinal, as leis da física são ou não invariantes sob reversão temporal? Exemplo 1: Uma partícula de massa m, sob ação de uma força F e de uma força de resistência proporcional á velocidade. Exemplo 2: Uma partícula de massa m e carga q, se desloca com velocidade v em um campo magnético B. Ao trocar ( t ) por ( -t )... Mas afinal, as leis da física são ou não Invariantes sob reversão temporal? Nos dois exemplos, existem influências externas! O tempo não pode ser invertido, apenas em uma parte do universo. Fazer isso, causa a assimetria no tempo, nas equações físicas. 2.6 A oposição científica e epistemológica de Boltzmann ao energetismo Para Ludwig Boltzmann (1844-1906), a mecânica deve ser a base para toda a teoria científica. Busca pela representação mecânica do mundo. Convicto da importância do uso da probabilidade no estudo dos processos físicos. Sua ciência reflete o indispensável e permanente diálogo entre teoria e experiência. Mas os modelos científicos não são induzidos da experiência, pois é da teoria para os fatos que o espírito científico se move. As pretensões de Ostwald de excluir o átomo da ciência, motiva Boltzmann, a recorrer a história da ciência, para mostrar a amplitude e "plasticidade" desse conceito. Apesar de nunca ter organizado as suas concepções filosóficas, Boltzmann foi epistemólogo, concebendo uma teoria científica como uma imagem ou representação dos fenômenos naturais. Os fenomenologistas, por outro lado, acreditavam, que a teoria científica deve se limitar a descrever os fenômenos observados. Por não ser observado, o átomo é um conceito metafísico, não é real. Boltzmann é um realista: "A realidade do átomo é independente da teoria que o emprega... é uma hipótese sobre a maneira de representar a realidade (...)" Influenciado pelo trabalho de Maxwell, Boltzmann dá um significado estatístico à entropia. Maxwell, em uma carta sobre seus "demônios", provavelmente de 1868, diz que a segunda lei é apenas uma certeza estatística. Em 1860, estuda sistemas com muitas partículas. Onde, assumindo que as moléculas são esferas rígidas que exercem influências recíprocas apenas durante colisões e fazendo uso da teoria de probabilidades, desenvolvida por Laplace, Maxwell obtém uma função de distribuição de velocidades das moléculas de um gás em equilíbrio. Verificou que era a única distribuição definitivamente estável. A importância das colisões moleculares, já havia sido ressaltada por Clausius, em 1859, com o conceito de livre caminho médio. A distinção de velocidade molecular e de difusão, permite explicar por exemplo, porque a propagação do perfume exalado do frasco, não é imediata. Abre caminho para um vasto programa de cálculo, das chamadas propriedades de transporte. O que estimula o confronto entre resultados teóricos e experimentais. O químico Johann J. Loschmidt (1821-1895), publica em 1865 o artigo “Sobre o tamanho das moléculas de ar”. Onde realça os resultados já alcançados pela teoria cinética dos gases, e as contribuições de Clausius e Maxwell. Obtém também uma estimativa para a magnitude do diâmetro de uma molécula de ar, obtendo um valor de 0,000000969 mm. As ideias atomísticas começam a ganhar caráter além de filosófico, porém, mesmo entre os químicos, ainda existe uma grande resistência. Programa de pesquisa de Boltzmann Estuda a evolução temporal de sistemas com muitas partículas e longe de seu equilíbrio termodinâmico. Seu objetivo é provar que qualquer que seja o estado inicial do gás, ele sempre atingirá o limite encontrado por Maxwell. Em 1872, publica a sua famosa equação de transporte. Partindo de um modelo mecânico e usando argumentos probabilísticos, chega à um estado que não admite a reversibilidade no tempo. Dedução... • Introduz uma função H, definida em termos de distribuições de velocidades e com a propriedade: • identifica essa função, como sendo o negativo da entropia. De onde mostra, que a entropia não pode decrescer com o tempo. • O "Teorema H", enfim mostra a irreversibilidade dos processos físicos macroscópicos. •A variação da função de distribuição de velocidades, seria determinista, baseada na mecânica das colisões. Paradoxo da Reversibilidade No cálculo da probabilidade de ocorrência, Boltzmann introduziu uma aproximação, que não pode ser explicada pela dinâmica Newtoniana. O Paradoxo da Reversibilidade, levantado por Loschmidt, faz essa crítica: O modelo mecânico molecular não pode explicar processos irreversíveis, porque as leis da mecânica são invariantes por reversão temporal. Se invertermos as velocidades das partículas, o sistema percorre uma sucessão inversa de estados, resultando na diminuição da entropia. Boltzmann, reconhece a crítica, e em 1877 publica um artigo com a conceituação moderna: "na aproximação ao equilíbrio, não é imprescindível o aumento da entropia, mas este é o curso mais provável dos acontecimentos" A mudança conceitual de Boltzmann, é didaticamente apresentada por Leite Lopes, através do experimento de pensamento. Considere uma difusão de 5 moléculas de água e 3 de metileno. A reprodução do estado inicial do sistema, depois de iniciada a difusão, é fisicamente possível, mas a probabilidade de vir a ocorrer, diminui com o aumento de constituintes. Exemplo 2... Dividindo o recipiente em duas partes iguais A e B, por uma parede fixa contendo um pequeno orifício. E trocando as moléculas anteriores por duas moléculas de gás, que inicialmente (t=0), estão em A. Com o passar do tempo, ocorrem colisões entre as moléculas e a parede do recipiente. Se forem 3, 4, 10, 100 moléculas, com B inicialmente vazio, a probabilidade de encontrar o sistema novamente em seu estado inicial é de respectivamente, 1/8 , 1/16 , 1/1024 , 1 / (10^30) . Um macroestado, pode ter muitos microestados possíveis. O número de microestados, em um macroestado cuja distribuição é uniforme, é muito maior do que aqueles com as moléculas reunidas em um só lado. Probabilidade = 1/2 Probabilidade = 1/4 Probabilidade = 1/4 Relacionando a entropia de um macroestado, S, com o número de microestados W. E considerando também, que todos os microestados, tem a mesma probabilidade de acontecerem. No artigo de 1877, Boltzmann percebe que: O crescimento da entropia de um sistema, é uma expressão do aumento da desordem molecular e o esquecimento da assimetria inicial. Não exclui a possibilidade de um decréscimo na entropia do sistema. A segunda lei da termodinâmica, tem validade meramente estatística. Embora a relação esteja gravada no jazigo de Boltzmann, no cemitério central de Viena. Foi Planck que concebeu a equação da entropia como a conhecemos. Max Planck (1857 – 1947) Jules Henri Poincaré (1854 –1912) Grande matemático, demonstrou que, se esperarmos tempo suficiente, todo evento "raro" associado a diminuição da entropia volta a ocorrer. Ele afirma, que não é impossível ao mundo, voltar para trás, é apenas infinitamente pouco provável. Entende-se, mais uma vez, porque a máquina ideal de Carnot, não pode ter um rendimento de 100%.