Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra 1° BIMESTRE Arthur Bispo do Rosário Biografia Natural de Japaratuba-Sergipe, Arthur Bispo é descendente de escravos africanos, foi marinheiro na juventude, vindo a tornar-se empregado de uma tradicional família carioca. Na noite 22 de Dezembro de 1938, despertou com alucinações que o conduziram ao patrão, o advogado Humberto Magalhães Leoni, a quem disse que iria se apresentar à Igreja da Candelária. Depois de peregrinar pela rua Primeiro de Março e por várias igrejas do então Distrito Federal, terminou subindo ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou a um grupo de monges que era um enviado de Deus, encarregado de julgar aos vivos e aos mortos. Dois dias depois foi detido e fichado pela polícia como negro, sem documentos e indigente, e conduzido ao Hospício Pedro II (o hospício da Praia Vermelha), primeira instituição oficial desse tipo no país, inaugurada em 1852, onde anos antes havia sido internado o escritor Lima Barreto (1881-1922). Um mês após a sua internação, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, localizada no subúrbio de Jacarepaguá, sob o diagnóstico de "esquizofrênicoparanóico". Aqui recebeu o número de paciente 01662, e permaneceu por mais de 50 anos. Em determinado momento, Bispo do Rosário passou a produzir objetos com diversos tipos de materiais oriundos do lixo e da sucata que, após a sua descoberta, seriam classificados como arte vanguardista e comparados à obra de Marcel Duchamp. Entre os temas, destacam-se navios (tema recorrente devido à sua relação com a Marinha na juventude), estandartes, faixas de mísses e objetos domésticos. A sua obra mais conhecida é o Manto da Apresentação, que Bispo deveria vestir no dia do Juízo Final. Com eles, Bispo pretendia marcar a passagem de Deus na Terra. Os objetos recolhidos dos restos da sociedade de consumo foram reutilizados como forma de registrar o cotidiano dos indivíduos, preparados com preocupações estéticas, onde se percebem características dos conceitos das vanguardas artísticas e das produções elaboradas a partir de 1960. Utilizava a palavra como elemento pulsante. Ao recorrer a essa linguagem manipula signos e brinca com a construção de discursos, fragmenta a comunicação em códigos privados. Inserido em um contexto excludente, Bispo driblava as instituições todo tempo. A instituição manicomial se recusando a receber tratamentos médicos e dela retirando subsídios para elaborar sua obra, e Museus, quando sendo marginalizado e excluído é consagrado como referência da Arte Contemporânea brasileira. As artes de Arthur Bispo do Rosário Arthur Bispo do Rosário perambulou numa delicada região entre a realidade e o delírio, a vida e a arte. No refúgio de sua cela no Hospital Nacional dos Alienados, na Praia Vermelha, o paciente psiquiátrico produziu mais de mil obras consagradas no mercado internacional de arte contemporânea. Criou um universo lúdico de bordados, assemblages, estandartes e objetos durante os mais obscuros períodos da psiquiatria – época dos eletrochoques, lobotomias e tratamentos violentos aplicados para o controle de crises. Sem se dar conta, Bispo não só driblou os mecanismos de poder no manicômio como utilizou sobras de materiais dispensados no hospital para criar suas obras, inventando um mundo paralelo, feito para Deus. Dizia-se um escolhido do todo-poderoso, encarregado de reproduzir o mundo em miniaturas. Eram suas “representações”, afirmava. Paradoxalmente, as obras, que deveriam representar tudo o que havia na Terra acabariam reconhecidas como peças de vanguarda, incluídas por críticos em importantes movimentos artísticos. Sua arte genial chegou a representar o Brasil na prestigiada Bienal de Veneza, além de correr museus pelo mundo, a exemplo do Jeu de Paume, em Paris. Curiosamente, em vida, Bispo recusava o rótulo de “artista”, dado o caráter divino de sua tarefa. Mas a potência de sua obra ignora limites e até hoje atravessa fronteiras, transgredindo convenções e levando espectadores de todo o mundo ao encantamento. A história da “loucura” de Bispo remonta à noite de 22 de dezembro de 1938, quando, aos 29 anos, conduzido por um imaginário exército de anjos, andou pelas ruas do Rio com um destino certo: ia se “apresentar” na igreja da Candelária, no centro. Peregrinou pelas várias igrejas enfileiradas na rua Primeiro de Março e terminou no Mosteiro de São Bento, onde anunciou a uma confraria de padres 1 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra que era um enviado, incumbido de “julgar os vivos e os mortos”. Detalhes dessa narrativa, meio real meio ficcional, constam de um estandarte bordado por Bispo, uma das belas peças de sua vasta obra, que mistura autobiografia e autoficção. É nesse estandarte que Bispo registra a frase-síntese de sua vida e obra Eu preciso destas palavras – Escrita. A palavra tinha para ele status extraordinário, por isso seus bordados estão repletos de nomes de pessoas, trechos poéticos, mensagens. O dia 24 de dezembro de 1938 foi um divisor de águas psíquico para Bispo. Era Natal, ele se convertia na figura de Jesus Cristo, mas acabaria sob o domínio da psiquiatria. Interditado pela polícia dois dias após a sua “anunciação”, foi enviado ao Hospital Nacional dos Alienados, na Praia Vermelha, onde rótulos não tardariam a marcar sua ficha: negro, sem documentos, indigente. ATIVIDADE 1- Observe as obras abaixo, de Arthur Bispo do Rosário, e desenhe , separadamente, em duas folhas do seu caderno de desenho, dois objetos que fazem parte destas obras. 2 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra 2- Faça um resumo da vida de Arthur Bispo do Rosário. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 3-Procure no dicionário o significado de estandarte. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 4- Quais os objetos utilizados por Arthur Bispo do Rosário em suas obras. _____________________________________________ _____________________________________________ ____________________________________________ Objetos na arte É comum o desenho de objetos para a composição plástica, sem que esses percam a sua função usual do dia a dia. Marcel Duchamp criou a expressão ready-made para designar um tipo de produção que utiliza um objeto do uso cotidiano, deslocando de seu espaço e de sua função, apresentando com um novo significado. Duchamp, cuja obra é uma crítica radical da arte Artista francês, Marcel Duchamp nasceu em Blainville, França, a 28 de julho de 1887, e morreu em Nova York, EUA, em 2 de outubro de 1968. Irmão do pintor Jacques Villon (Gastón Duchamp) e do escultor Raymond Duchamp-Villon. Freqüentou em Paris a Academie Julian, onde pinta quadros impressionistas, segundo ele, "só para ver como eles faziam isso". Em 1911-1912 suas obras "O rei e a rainha cercados de nus" e "Nu descendo uma escada" estão na confluência entre o Cubismo e o Futurismo. São quadros simultaneistas, análises do espaço e do movimento. Mas já se destacam pelos títulos, que Duchamp pretende incorporar ao espaço mental da obra. Entre 1913-1915 elabora os "ready-made", isto é, objetos encontrados já prontos, às vezes acrescentando detalhes, outras vezes atribuindolhes títulos arbitrários. O caso mais célebre é o de "Fonte", urinol de louça enviado a uma exposição em Nova York e recusado pelo comitê de seleção. Os títulos são sugestivos ou irônicos, como "Um ruído secreto" ou "Farmácia". Detalhe acrescentado em um "ready-made" célebre: uma reprodução da Gioconda, de Leonardo da Vinci, com barbicha e bigodes. Segundo o crítico e historiador de arte Giulio Carlo Argan, os "'ready-mades' podem ser lidos como gesto gratuito, como ato de protesto dessacralizante contra o conceito 'sacro' da 'obra de arte', mas também como vontade de aceitar na esfera da arte qualquer objeto 'finito', desde que seja designado como 'arte' pelo artista". Esses "ready-mades" escondem, na verdade, uma crítica agressiva contra a noção comum de obra de arte. Com os títulos literários, Duchamp rebelou-se contra a "arte da retina", cujos significados eram só, segundo ele, impressões visuais. Duchamp declarou preferir ser influenciado pelos escritores (Mallarmé, Laforgue, Raymond Roussel) - e não pretendia criar objetos belos ou interessantes. A crítica da obra de arte se estendia à antítese bom 3 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra gosto-mau gosto. Entre 1915 e 1923 o artista dedicou-se à sua obra principal, "O grande vidro", pintura a óleo sobre uma placa de vidro duplo dividido em duas seções. A parte superior chamou de "A noiva desnudada pelos seus celibatários, mesmo"; e a inferior, "Moinho de chocolate". Toda a obra é um pseudomaquinismo: a "noiva" é um aparato mecânico, assim como os "celibatários". Contendo vários níveis de significação, várias hipóteses foram formuladas pela crítica para descobrir o sentido de sua complicada mitologia. para o campo das artes. A princípio como uma brincadeira entre seus amigos, entre os quais Francis Picabia e Henri-Pierre Roché, Duchamp passou a incorporar material de uso comum nas suas esculturas. Em vez de trabalhá-los artisticamente, ele simplesmente os considerava prontos e os exibia como obras de arte. Para Giulio Carlo Argan, "O grande vidro" foi desenvolvido "em torno de significados eróticomísticos, joga com a transparência do espaço, com o significado alquímico e simbólico, com o conceito de 'andrógino', inato em todos os indivíduos". Coincidir arte e vida Marcel Duchamp, A fonte Após "O grande vidro", Duchamp dedicou-se aos mecanismos ópticos que chamou de "rotorrelevos". Em 1941 executa uma "caixamaleta", contendo modelos reduzidos de suas obras, e, em 1943, a "Caixa verde", contendo fotos, desenhos, cálculos e notas. A partir de 1957 vive em Nova York, dedicando-se à sua paixão pelo jogo de xadrez. Seu silêncio parece uma redução da capacidade inventiva, mas após sua morte descobre-se que o artista estivera trabalhando secretamente na construção de um "ambiente": um quarto fechado onde repousa uma figura em cera, cercada de vegetações. O ambiente só pode ser visto, por determinação do artista, por um orifício da porta. A obra de Duchamp, reduzidíssima, foi menos obra do que uma atitude, um gesto crítico radical, mas em muitas declarações o artista recusou-se a ser visto como um destruidor. A atitude crítica de Duchamp ainda repercute, tantos anos depois de suas criações radicais. A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo - especialmente depois de sua morte -, está baseada nesse conceito de ready made: pensada inicialmente por Duchamp (que, para esconder o seu nome, enviou-a com a assinatura "R. Mutt", que se lê ao lado da peça) para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido nos Estados Unidos, a escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri; entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode ensaiar uma explicação psicanalítica, quando se tem em mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina. Na opinião de Giulio Carlo Argan, "talvez a obra de Duchamp alquímica por excelência seja toda a sua vida, que serve de modelo para todas as novas vanguardas do segundo pós-guerra, do 'New Dada' às experiências de recuperação do corpo como expressão artística, na intenção de fazer coincidir arte e vida". Duchamp foi o responsável pelo conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida cotidiana, a priori não reconhecido como artístico, 4 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra 1- Qual a relação entre ready-made e dadaísmo? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 2- Quem foi Marcel Duchamp ? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 3- Onde nasceu Marcel Duchamp ? _________________________________________ _________________________________________ 4-O que é ready-mades ? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ _________________________________________ Geoges Braque Georges Braque era filho e neto de pintores. Foi criado em Le Havre e, ali, estudou na École des Beaux-Arts de 1897 a 1899. Mudou-se para Paris e estudou com um mestre decorador em 1901. Legado Vale a pena ressaltar que a obra de Duchamp deixou um legado importante para as experimentações artísticas subseqüentes, tais como o Dadaísmo, o Surrealismo, o Expressionismo abstrato, a Arte conceitual, entre outros. Muitos dos artistas identificados com essas tendências prestaram tributo a Duchamp, quando não o conheceram de fato, tendo com ele um contato direto (ou, às vezes, íntimo), o que influenciou as suas respectivas obras. John Cage, por exemplo, trocou idéias com Duchamp, e André Breton, pai do Surrealismo, por várias vezes tentou cooptar Duchamp para a causa do movimento surrealista; Tristan Tzara, um dos responsáveis pelo Dadaísmo, também reconheceu na obra de Duchamp, apesar do pouco contato da arte norte-americana com a arte européia, uma espécie de precursora. Atividades: Seu estilo inicial era impressionista. Entre 1902 e 1904, foi aluno da Academie Humbert, também em Paris. Lá, fez amizade com Marie Laurencin e Francis Picabia. Em 1907, depois de alguns meses em Antuérpia, participou de uma exposição do Salão dos Independentes (Paris), apresentando obras mais próximas do fauvismo. Fez sua primeira exposição individual em 1908. No ano seguinte, trabalhou com Picasso no desenvolvimento do cubismo. Em 1911, casou-se com Marcelle Lapré. Em 1912, Braque e Picasso começaram a incorporar em suas pinturas a técnica da colagem. A parceria duraria até 1914, quando estourou a Primeira Guerra Mundial e Braque, convocado, partiu para a frente de batalha. Em 1915, foi ferido em combate. Após a guerra, a obra de Braque foi adquirindo liberdade, tornando-se menos esquemática. Em 1922, expôs no Salão de Outono (Paris), o que lhe rendeu fama. Fez ainda a cenografia para dois balés de Sergei Diaghilev. Em 1925, mandou construir uma casa, 5 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra chamando o arquiteto Auguste Perret (o mesmo do teatro dos Champs-Élysées). No fim da década, sua obra foi ficando mais realista. Em 1930, comprou casa de campo em Varengeville, na Normandia, onde passou a morar boa parte do tempo, usando seu ateliê de pintura e escultura. Em 1931, elaborou as primeiras gravuras e começou a utilizar motivos mitológicos. Sua pintura tornou-se então mais lírica. Em 1933, Braque realizou a primeira retrospectiva de peso, num museu da Basiléia (Suíça). Quatro anos depois, ganhou o primeiro prêmio na mostra Carnegie International, em Pittsburgh (EUA). Durante a Segunda Guerra Mundial, recolheu-se a Varengeville e trabalhou com litogravura, gravura em metal e escultura. A partir do fim da década de 1940, pintou pássaros, paisagens e marinhas. Em 1954, desenhou os vitrais da igreja de Varengeville e, em 1958, participou da Bienal de Veneza, que lhe dedicou uma sala especial. Nos últimos anos de vida, mesmo com problemas de saúde, Georges Braque continuou atuante, dedicando-se à pintura, à litografia e à joalheria. CUBISMO Assim Braque definiu seu trabalho: "Amo a regra que corrige a emoção. Amo a emoção que corrige a regra". Junto com Pablo Picasso, ele inventou o cubismo, revolucionando a pintura. Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois, para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros, Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. Na verdade,essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. Significava, em suma, o abandono da busca da ilusão da perspectiva ou das três dimensões dos seres, tão perseguidos pelos pintores renascentistas, Com o tempo, o Cubismo evoluiu em duas grandes tendências chamadas Cubismo analítico e Cubismo sintético, O Cubismo analítico foi desenvolvido por Picasso e Braque, aproximadamente entre 1908 e 1911. Esses artistas trabalharam com poucas cores - preto, cinza e alguns tons de marrom e ocre , já que o mais importante para eles era definir um tema e apresentá-lo de todos os lados simultaneamente . Levada às últimas conseqüências, essa tendência chegou a uma 6 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra fragmentação tão grande dos seres, que tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas . Violinoe Cântaro (1910), de Braque. Mulher com Violão (1908), de Braque. O Cubismo sintético foi chamado também de Colagem porque introduziu letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artista de criar novos efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis. Questões 1- Quem foi o precursor do Cubismo? _________________________________________ _________________________________________ O Poeta (1911), de Picasso. Reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura, os cubistas passaram ao Cubismo sintético. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Mas, apesar de ter havido uma certa recuperação da imagem real dos objetos, isso não significou o retorno a um tratamento realista do tema. Foi mantido o modo característico de o Cubismo apresentar simultaneamente as várias dimensões de um objeto, como podemos observar em Mulher comViolão, de Braque (fig. 1.6). 2- O Cubismo foi dividido em duas partes.Quais foram elas ? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 3- Discorra sobre o Cubismo Analítico. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 4- Discorra sobre o Cubismo Sintético. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 7 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra 5- No inicio do século, em Paris, Pablo Picasso e Georges Braque criaram um novo estilo que mudou a idéia de se fazer arte. Estamos falando do Cubismo. Quanto a este movimento marque uma ÚNICA alternativa FALSA. Os cubistas: a)( )Romperam com a idéia de arte como imitação da natureza. b)( )Passaram a valorizar as formas geométricas. c)( )A cor é o elemento mais importante da obra. d)( ) Reproduzia os objetos e figuras em dezenas de pedaços. conseguiríamos ver quem fez o que, quando e como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores, costumam classificá-las por categorias e rotulá-las. È um procedimento comum na arte ocidental. Ex.: Renascimento, Impressionismo, Cubismo, Surrealismo, etc. IMPRESSIONISMO 6- Sobre o Cubismo marque a alternativa correta: 1.( ) O Cubismo é uma arte realista. 2.( ) O Cubismo é uma arte surreal. 3.( ) No Cubismo não aparecem figuras da realidade. 4.( ) No Cubismo existe o triângulo 7- São fases de Pablo Picasso: 1. ( 2. ( 3. ( 4. ( ) Rosa e Verde. ) Rosa e Azul. ) Azul e Verde. ) Azul e Vermelho. 8- Além de pintor Pablo Picasso foi também: 1. ( 2. ( 3. ( 4. ( ) Ator. ) Médico. ) Advogado. ) Cenógrafo. Historicismo 1866 – O Tocador de Pífaro, de Manet 1867 – Consagração do estilo Art Nouveau 9- No Cubismo analítico: 1. ( ) As figuras são dispostas de forma quase incompreensível. 2. ( ) As figuras são bem nítidas. 3. ( ) AS figuras são surreais. 4. ( ) Não existem figuras. 10- No caderno de desenho crie uma obra do cubismo analítico e uma obra do cubismo sintético. 2º Bimestre ESTILO Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado suas decisões. Cada artista possui um estilo único. Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca 1869 – Degas pinta A orquestra da Ópera 1874 – Primeira exposição pública Impressionista 1886 – Surge a técnica do Pontilhismo 1889 – Proclamação da República no Brasil 1895 – Invenção do Cinema 1897 – Fundação da Academia Brasileira de Letras O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Os impressionistas procuraram, a partir da observação direta do efeito da luz solar sobre os objetos, registrar em suas telas as constantes alterações que essa luz provoca nas cores da natureza. A partir daí, criaram considerações práticas que caracterizaram a pintura impressionista: 8 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento. As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração para representar imagens. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas. Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e sombra mais real do que o claro-escuro do barroco. As cores e tonalidades não devem ser obtidas em misturas na paleta, mas sim puras e dissociadas nos quadros, em pequenas pinceladas. O observador é que combina as cores no seu campo visual. A mistura deixa de ser técnica para ser óptica. Almoço sobre relva, Manet Claude Monet (1840 – 1926): as inconstantes cores da natureza Lago com nenúfares, de Claude Monet A grande preocupação de Monet era a pesquisa com a luz solar refletida nos seres humanos e na natureza. Entusiasta da pintura ao ar livre, que lhe permitia recriar os efeitos da luz do sol, Monet criou uma série de quadros da catedral de Rouen, pintados em vários momentos do dia, registrando assim as diferentes impressões que o edifício lhe causava. Esse encanto pela luz e a ousadia de representá-la tão intensamente o tornaram o mestre dos impressionistas. Baile no Moulin de La Galette, de Auguste Renoir 9 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra Édouard Manet Catedral de Ruen (Monet) – Pela ordem: de manhã, ao meio-dia, à tarde e ao entardecer. Auguste Renoir (1841-1919) – a alegria de pintar Artista impressionista de maior popularidade e reconhecimento ainda em vida, Renoir manifestava em seus quadros otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Explorou ao máximo o princípio óptico do Impressionismo: em suas telas, as manchas coloridas, unidas visualmente pelo observador, compõem um todo só percebido à distância. Renoir empenhou-se em explorar todas as possibilidades em superfícies refletoras de luz, como águas e espelhos Edgar Degas (1834 – 1917) – a influência da fotografia Degas teve uma posição muito pessoal dentro do Impressionismo. Sua formação acadêmica fez com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, optou por pintar interiores com luz artificial. Na verdade, sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, captar um movimento ou expressão. Suas telas com bailarinas (Ensaio de Balé, Quatro Bailarinas em Cena e O Ensaio) trazem leveza de movimentos, a delicadeza das cores em pastel e a sutileza do desenho. Édouard Manet nasceu em Paris no dia 23 de Janeiro de 1832 foi um pintor e artista gráfico francês e é considerado uma das figuras mais importantes da arte do século XIX. Nascido em uma família burguesa, Manet cresceu com todos os privilégios de boa saúde e educação, mas escolheu tornar-se um artista em vez de seguir os passos do pai e do avô no Direito. Ainda jovem, tentando a carreira naval, embarcou em um navio mercante para uma viagem ao Brasil, retornando após alguns meses. Mas entre 1850 e 1856 passa a estudar no ateliê de Thomas Couture. Não se submetendo ao ensino acadêmico, contudo, prefere freqüentar os museus, viajando pela Itália, Áustria, Alemanha, Bélgica e Holanda. Questões 1-Descreva o quadro Almoço sobre a Relva, de Edouard Manet. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ ____________________________________________ 2-Cite o sabe sobre Claude Monet. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 3-Quais são as principais características de uma obra impressionista ? _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 10 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra 4-Descreva o que é estilo. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 5-O que ocasionou o aparecimento da bisnaga de tinta? _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ POP ART ANDY WARHOL A expressão "pop-art" também vem do inglês e significa “Arte popular”. A fonte da criação os artistas ligados a esse movimento era o dia-a-dia das grandes cidades, pois sua proposta era romper qualquer barreira entre a arte e a vida comum. Em conseqüência disso, seus temas são os símbolos e os produtos industriais dirigidos às massas urbanas: lâmpadas elétricas, dentifrícios, automóveis, sinais de transito, eletrodomésticos, enlatados e até mesmo a imagem das grandes estrelas norte americano, que também é consumida em massa nos filmes, nas tevês e nas revistas. Um exemplo bastante ilustrativo é o trabalho Marilyn Monroe feito por Andy Warhol (1930-1987). Nesse trabalho, realizado a partir de uma fotografia, Andy Warhol reproduz, em seqüência, imagens de Marilyn Monroe que, apesar das variações de cor, permanecem invariáveis. Com isso, o artista talvez quisesse mostrar que assim como os objetos são produzidos em série, os mitos também são manipulados para o consumo do grande público. Andrew Warhola, assim registrado, mas conhecido depois como Andy Warhol, nasceu na cidade de Pittsburgh, no dia 6 de agosto de 1928. Apesar de nascer nos EUA, seus pais eram migrantes provenientes do norte da Eslováquia. Para evitar ser convocado pelo exército austrohúngaro logo após o término da Primeira Guerra Mundial, Andrei, genitor de Andy, mudou-se para o território norte-americano, posteriormente seguido pela esposa, que em 1921 desembarcou na América. Durante a infância, Warhol foi acometido por uma enfermidade que atingiu seu sistema nervoso central, provocando no garoto uma reação de extrema timidez. Seus estudos se desenrolaram no Liceu de Schenley, escola na qual ele assistia às aulas de arte, bem como no Museu Carnegie, localizado próximo à instituição onde ele estudava. Mais tarde seus familiares, com um certo sacrifício, custearam-lhe o curso de design no famoso Instituto de Tecnologia Carnegie, atualmente conhecido como Carnegie Melon University. Nesta renomada escola técnica, Andy já exercitava seu estilo polêmico, pois se recusava a aceitar as normas estabelecidas. Sua permanência neste Instituto foi interrompida pelo final da Segunda Guerra Mundial, pois a Lei de Desmobilização obrigava vários alunos a cederem lugar nas Universidades dos EUA a soldados que agora se encontravam desocupados, em tempos de paz. Mas vários de seus mestres exigiram sua volta, assim foi permitido a ele assistir o Curso de Verão, o que lhe propiciava realizar nova inscrição no 11 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra outono do ano seguinte. Os projetos por ele executados durante a graduação levaram-no a receber um prêmio concedido por esta instituição, com a conseqüente exposição de seus trabalhos. Ao concluir o curso ele seguiu para Nova York, logo iniciando sua carreira como ilustrador de veículos significativos da mídia, tais como Vogue, Harper’s Bazaar e The New Yorker, e como produtor de anúncios e displays publicitários para serem exibidos nas vitrines de vários estabelecimentos comerciais. Sua trajetória profissional como artista gráfico, coroada de êxito, iniciou-se neste momento. Ao longo de sua jornada ele conquistou inúmeros prêmios como diretor de Arte do Art Director’s Club e do The American Institute of Graphic Arts. Warhol, um dos criadores e principal representante da Pop Art, pintor e cineasta norte-americano, morreu em Nova York, no dia 22 de fevereiro de 1987, após uma cirurgia da vesícula biliar. Famoso durante 35 anos, ele foi o criador da frase: “No futuro, toda a gente será célebre durante quinze minutos”, o que se concretiza na atual cultura de massa, na qual a arte é um mero produto comercial, disseminado através de meios de produção massificados. Ele também criou e financiou a célebre banda The Velvet Underground. “In the future everyone will be famous for fifteen minutes.” Cor e Equilíbrio Andy realizou sua primeira exposição individual em 1952, na Hugo Galley, com a mostra de quinze desenhos inspirados na produção de Truman Capote, jornalista e ficcionista norte-americano. Estes trabalhos são igualmente exibidos no MOMA, Museu de Arte Moderna, em 1956, quando ele passa a assinar suas obras como Warhol. Na década de 60, sua trajetória como artista plástico sofre uma reviravolta, pois ele passa a se apropriar das idéias publicitárias em suas criações, valendose de tonalidades fortes e tintas acrílicas. Neste mesmo período ele renova o movimento conhecido como pop art, ao gerar mecanicamente inúmeras cópias de seus trabalhos, através de uma técnica denominada serigrafia – processo de reprodução de imagens sobre papel, madeira, vidro, entre outros materiais, o qual utiliza uma moldura com tela de seda ou nylon formado por malhas; a tinta passa através das malhas permeáveis, que correspondem à imagem a ser impressa, permanecendo as restantes impermeáveis à tinta. Ele concretiza essa produção artística com temas extraídos do dia-a-dia, como latas de sopas Campbell, garrafas de CocaCola, rostos de ícones da indústria cultural, entre eles os de Marilyn Monroe, Elvis Presley, entre outros. As colagens e a utilização de matéria-prima descartável, geralmente não utilizada pelos artistas plásticos, foram outras técnicas privilegiadas por Andy. Andy reproduziu a imagem da embalagem da sopa Campbell’s, trocando as cores originais e empregando vários tipos de harmonia cromática. Na sua produção, Andy utilizou a harmonia do contraste, empregando na base de fundo, duas cores localizadas em lados opostos no círculo. Em outras obras, utilizou a harmonia isocromática, empregando cores análogas, isto é, vizinhas no círculo. No ano de 1968 ele é vítima de um atentado perpetrado por uma militante do grupo Society for Cutting Up Men – Sociedade para castrar homens -, Valerie Solanis, criadora e única integrante desta entidade. O tiro que o alveja não o conduz à morte e inspira o filme I shot Andy Warhol – Eu atirei em Andy Warhol -, de1996, dirigido por Mary Harron. 12 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra Roy Lichtenstein (1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual. Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração Observe o círculo das cores: Cores primárias: São as cores puras, que não se fragmentam. As cores primárias das cores-pigmento são: Vermelho, amarelo e azul Cores secundárias. As combinações surgidas de duas cores primárias são chamadas de cores secundárias. São elas: laranja, que é a mistura do amarelo com o vermelho, 13 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra o verde, que é a mistura do azul com o amarelo e o violeta, que é a mistura do vermelho com o azul. Cores Terciárias. São obtidas pela mistura de uma primária com uma ou mais secundárias. Primária + Secundária = Terciária Vermelho + Roxo = Vermelho-arroxeado Vermelho + Laranja = Vermelho-alaranjado Amarelo + Verde = Amarelo-esverdeado Amarelo + Laranja = Amarelo-alaranjado Azul + Verde = Azul-esverdeado Azul + Roxo = Azul-arroxeado A cor é um elemento fundamental no processo de comunicação visual. Quando vista, impressiona a retina e, quando sentida, provoca emoção e possui valor simbólico. Cores análogas São as que aparecem lado-a-lado no gráfico. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. Pôr exemplo o amarelo-ouro e o laranjaavermelhado tem em comum a cor laranja. As cores análogas, ou da mesma "família" de tons, são usadas para dar a sensação de uniformidade. Uma composição em cores análogas em geral é elegante, porém deve-se tomar o cuidado de não a deixar monótona Cores Complementares. Note no gráfico, que uma cor primária é sempre complementada por uma cor secundária. Esta é a cor que está em oposição a posição desta cor primária. Por exemplo, a cor complementar do vermelho é o verde. As cores complementares são usadas para dar força e equilibrio a um trabalho criando contrastes. Raramente se usa apenas cores complementares em um trabalho, o efeito pode ser desastroso, mas em alguns casos é extremamente interessante. Os pintores figurativos em geral usam as cores complementares apenas para acentuar as outras criando assim, equilibrio no trabalho. Vale lembrar que as cores complementares são as que mais contrastes entre si oferecem, sendo assim, se queremos destacar um amarelo, devemos colocar junto dele um violeta. Outra caracteristica importante das cores complementares é que elas se neutralizam entre si. O que isso quer dizer? Que se quisermos tirar a "potência" de um amarelo, basta acrescentar-lhe certa quantidade de violeta até que neutralizando-o em um tom de cinza, até chegar ao preto. (Processo químico de composição de cores.) Cores neutras. Os cinzas e os marrons são consideradas as cores neutras, mas podem ser neutras também os tons de amarelos acinzentados, azuis e verdes acinzentados e os violetas amarronzados. A função das cores neutras é servir de complemento da cor aproximada, para dar-lhe profundidade, visto que as cores neutras em geral tem pouca reflexividade de luz. O "calor" das cores. A temperatura das cores, designa a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias. Quando se divide um disco cromático ao meio (figura acima) com uma linha vertical cortando o amarelo e o violeta, percebe-se que os vermelhos e laranjas do lado esquerdo, são cores quentes, vibrantes. Pôr outro lado, os azuis e verdes do lados direito são cores frias, que transmitem sensações de tranquilidade. Matiz É a característica que define e distingue uma cor. Vermelho, verde ou azul, pôr exemplo, são matizes. Para se mudar o matiz de uma cor acrescenta-se a ela outro matiz. Tom Refere-se a maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a 14 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e essas gradações são chamadas escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras acrescenta-se branco. Intensidade Diz respeito ao brilho da cor. Um matiz de intensidade alta ou forte é vívido e saturado, enquanto o de intensidade baixa ou fraca caracteriza cores fracas ou "pastel". O disco de cores mostra que o amarelo tem intensidade alta enquanto a do violeta é baixa. Conhecer a teoria das cores não é suficiente para elaborar trabalhos interessantes, porém ajuda e muito a atingir objetivos quando estes envolverem o sentido da visão. Afinal é o olho o órgão que capta as cores, passando a mensagem ao cérebro que a identifica e associa com estes conceitos apresentados. Seu saber: Tarefa 1-Trazer de casa um rótulo ou uma embalagem. 2-Observe o produto e verifique se ela apresenta cores análogas ou complementares. 3-Crie um rótulo ou uma embalagem de um produto.Use sua criatividade. 4- Complete o círculo . Arte para o consumo Os rótulos de embalagens não são clasificados como obras de arte, mas devemos considerar que a atitude artítica está presente no trabalho do designer profissional que cria uma forma singular com intencionalidade, utilizando elementos com os quais estamos familiarizados. Normalmente, é a aparência de uma embalagem que ajuda na decisão da compra. O criador do rótulo da embalagem de um produdto tem a intenção objetiva de chamar a atenção do consumidor. Para tanto, ele escolhe as formas e as cores com as quais o consumidor possa identificar o produto entre tantas marcas existentes. A imagem publicitária experimentou um desenvolvimento notável em São Paulo, entre 1900 e 1930, em rótulos, logomarcas, anúncios e embalagens. Artistas anônimos, em sua maioria imigrantes italianos e espanhóis, foram os responsáveis pela produção de imagens de extrema qualidade comunicativa e técnica. Podemos observar alguns exemplos de rótulos e embalagens. 15 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra Responda: Há uma relação ente a Pop Art e a divulgação de obras de arte em embalagens dos produtos de consumo? Por que? _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ ____________________________________________ Tarefa No seu caderno reproduza, o rótulo da embalagem em que você apresentou na sala de aula. Lembre-se todo trabalho deve ter margem. Observe a produção acima e disserte sobre as questões abaixo: a) b) c) d) e) f) g) h) as formas são figurativas ou abstratas? Quantos planos apresentam? Há perspectiva ? Que cores foram utilizadas? Que tipo de harmonia crómatica utilizou ? Quais as facilidades que você encontrou na realização do trabalho ? Quais as dificuldades encontradas na realização do trabalho? O resultado do seu trabalho foi satisfatório? Por quê ? 16 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra A ARTE EM QUADRINHOS Henfil (1944 - 1988) Biografia Henrique de Souza Filho (Ribeirão das Neves MG 1944 - Rio de Janeiro RJ 1988). Cartunista, jornalista, escritor. Cresce na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Por influência do irmão mais velho, Herbert de Souza, o Betinho (1935 1997), interessa-se pela militância política. Integra a Juventude Estudantil Católica - JEC, e a União Municipal dos Estudantes Secundaristas - Umes. Acompanhando o irmão, freqüenta o diretório acadêmico da Faculdade de Ciências Econômicas. Além de caricaturas dos líderes estudantis, faz Ilustrações para faixas, cartazes, folhetos e jornais nas campanhas do diretório acadêmico. Publica seus primeiros desenhos no Resmungo, jornal mimeografado da JEC. Inicia o curso de sociologia, na Universidade Federal do Minas Gerais - UFMG, mas o abandona após dois meses. Em 1962, ingressa como revisor na revista Alterosa, mas logo se torna cartunista, a convite do editor da publicação e também escritor Roberto Drummond, o criador do nome Henfil. Em 1965, faz caricatura política para o Diário de Minas. Em 1967, reside no Rio de Janeiro, onde faz charges esportivas para o Jornal dos Sports e colabora nas revistas Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro. A partir de 1969, desenha para o semanário Pasquim e para o Jornal do Brasil. Seus cartuns e charges satirizam as instituições, os costumes e fazem crítica à política. Seus personagens mais conhecidos, são Os Fradinhos, o Capitão Zeferino, a Graúna, o Bode Orelana e Ubaldo, o paranóico. No fim da década de 1970, engaja-se na luta pelo fim do regime militar, pela Anistia e pelas Diretas-Já. Participa da criação do Partido dos Trabalhadores - PT, para o qual produz cartuns e desenhos para confecção de cartazes, camisetas, buttons e outros produtos. Hemofílico, morre em 1988 em decorrência da Aids, contraída em transfusão de sangue. 17 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra A produção de rótulos para embalagens está vinculada ao desenvolvimento da arte e da técnica de reproduzir textos e imagens no papel, em grande quantidade. E a propagação da história em quadrinhos também vinculada a esse fator. O que caracteriza a história em quadrinhos é uma narrativa por meio do desenho , em sua maioria lida horizontalmente, acompanhada ou não de diálogos curtos, apresentados em balões. The Yellow Kid No Journal, Outcault passou a experimentar com o uso de múltiplos painéis e balões de diálogo. Embora não tenha sido o primeiro a usar ambas as técnicas, foi ele quem criou o padrão pelos quais os quadrinhos seriam medido. Onomatopéias Os balões de diálogo surgiram nas histórias em quadrinhos por volta de 1895, criados pelo americano Richard Outcault. Richard Felton Outcault (Lancaster, Ohio, 14 de Janeiro de 1863 - Flushing, Nova York, 25 de Setembro de 1928), autor e ilustrador de tiras de quadrinhos norte-americano. Foi o criador da série The Yellow Kid e é considerado o inventor da tira em quadrinhos moderna. Significa imitar um som com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopéias. Por exemplo, para os índios tupis tak e tatak significam dar estalo ou bater e tek é o som de algo quebrando. As onomatopéias, em geral, são de entendimento universal. Ao dizermos que um grilo faz "cri cri" ou que batemos à porta e fazemos "toc toc", estamos utilizando onomatopéias. Aristófanes, na sua peça "As rãs", faz uso de determinadas palavras que, no grego original, pretendem imitar o som desses animais; usa, portanto, uma figura retórica que é também de carácter onomatopeico. Exemplos: tilintar, grasnar, piar,cacarejar, zurrar, miar Outcault começou sua carreira como desenhista técnico de Thomas Edison, e como arte-finalista de humorísticos nas revistas Judge e Life. Ele logo juntaria-se à New York World, que passou a usar as tiras de Outcault para um suplemento em cores experimental que usava um único cartum em um painel na capa chamado "Hogan's Alley", que estreou em 5 de maio de 1895. Em outubro de 1896 Outcault desertou para o New York Journal, gerando um processo que resultou na posse pela New York World do título "Hogan's Alley". 18 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra Tarefa Você receberá do seu professor um quadro com uma onomatopéia. Observe-a e crie uma situação para representar uma cena e um som correspondente Pesquisar a história em quadrinhos no Brasil. As onomatopéias surgiram nas histórias em quadrinhos por volta de 1897, atribuindo-se a sua inserção a Rudolph Dirks, criador de Os sobrinhos do Capitão, irmãos traquinas que se expressam com um pesado sotaque alemão. 19 Apostila de Arte – 8º ano – Prof. Márcio Guerra 20