Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº 4 – janeiro/dezembro de 2011 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações Bento Manuel Salvador da Conceição [email protected] Faculdades Integradas Claretianas Prof. Ms. Fernanda Harmitt Machado [email protected] Faculdades Integradas Claretianas Resumo Este artigo, intitulado “O real valor das pessoas para as organizações”, é resultado de uma pesquisa de iniciação científica, de caráter qualitativo, que teve como base de estudo a revisão sistemática da literatura especializada, com dados obtidos de livros e canais virtuais com assuntos relevantes para a fundamentação das discussões do presente trabalho. O artigo tem como proposta realizar um estudo dos perfis desejáveis das pessoas para gerar valor para a área e contribuir para o desenvolvimento organizacional, especificamente, em relação à importância do fator humano nesse contexto, bem como a função delas dentro das organizações. Diante da consciência de que as organizações não sobrevivem sem as pessoas, a tendência é que estas sejam cada vez mais valorizadas, com condições de trabalho adequadas e respaldadas com aspectos legais que garantam a existência cada vez maior de mão de obra humana nas organizações. Palavras-Chaves: Organizações, Pessoas, Recursos Humanos, Valores. 1 Introdução Este artigo vinculado à pesquisa de iniciação científica foi realizado em duas partes. A primeira foi dedicada ao levantamento bibliográfico, que possibilitou a captura e agrupamento de teorias e estudos sobre a temática de discussão para uma melhor compreensão e reflexão sobre o que venha a ser o real valor das pessoas para as organizações. Já a segunda etapa contempla a junção das questões mais relevantes bem como sua apresentação em consequência do levantamento e da análise dos dados. Considerando-se que as organizações não funcionam sem o amparo das pessoas e estas, por sua vez, não caminham na ausência das organizações, a área de recursos humanos é imprescindível, uma vez que se apresenta como ponte de ligação entre dois extremos com interesses distintos, a organização e as pessoas, de maneira a contribuir para identificar ou construir interesses comuns nesse contexto e gerenciar ações para o desenvolvimento organizacional. A relevância desse fato comprova-se através da realidade atual, ou seja, a existência de diversificadas organizações onde as pessoas convivem em um contexto que se transforma diariamente e que, ao mesmo tempo, influencia e é influenciado pelas pessoas, seus interesses, necessidades, capacidade técnica e comportamento. Assim como há diferentes estruturas organizacionais, há pessoas e pessoas, sendo a área de recursos humanos determinante dessas relações organizacionais, atuando de forma mais estratégica do que operacional. Nesse contexto, essa área está em fase de transição e sofrendo significativas 6 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações mudanças e inovações neste novo milênio, o que se deve à crescente globalização dos negócios, à gradativa exposição e à forte concorrência mundial e principalmente, a cada vez maior valorização das pessoas. Diante disso a palavra de ordem que se resumia em operacionalização passa a ser produtividade, qualidade e competitividade, mais uma vez, enfatizando o valor das pessoas nas organizações. Desta maneira as pessoas deixaram de ser um desafio e recursos organizacionais e tornaram-se as vantagens competitivas das organizações e as principais parceiras dos negócios oferecendo-lhes livre dinâmica, vigor e inteligência. (CHIAVENATO, 2007) O presente estudo tem como objetivo maior demonstrar a importância das pessoas para as organizações, num cenário atual globalizado e cheio de competitividade e sistemas tecnológicos altamente sofisticados. Outra finalidade é a de provocar a curiosidade sobre este tema e de estimular uma posterior discussão e o desenvolvimento de novos estudos acerca dele, através de uma pesquisa mais aprofundada, pois vários autores consultados discutem o assunto, mas fica evidente, devido à importância e atualidade da temática, a necessidade de serem estabelecidas discussões mais aprofundadas sobre a visão do real valor das pessoas para as organizações. 2 Metodologia Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos, em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam esses métodos são ciências, concluindo-se destas afirmações que a utilização de métodos científicos não da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos”. (MARCONI e LAKATOS, 2000,p.). Para Ackoff apud Marconi e Lakatos (2000), o método é uma das formas de se avaliar as alternativas para a ação científica, sendo as técnicas utilizadas por um cientista ou pesquisador fruto de escolhas estabelecidas de acordo com suas decisões e interesses de pesquisa, tais decisões são tomadas dependendo das regras estabelecidas pelos métodos de investigação e análise disponíveis, onde métodos são regras de escolha e técnicas são as próprias escolhas. Este trabalho será desenvolvido através de revisão de literatura, que é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informações escritas, para coletar dados gerais ou específicos. Tratando do mesmo assunto, Lima (1997), afirma que a pesquisa bibliográfica antecede as pesquisas documentais, de campo, laboratório, representando o elemento chave de um estudo, devendo reunir um conjunto de autores reconhecidos pela área, para a discussão das questões que tenham publicado, tornando-se fundamentais para uma discussão teórica e Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 7 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações cabendo ao pesquisador articular as informações coletadas, desdobrando-as com um nível de análise crítica, não meramente descritiva. As fontes de pesquisas bibliográficas são as publicações impressas ou digitais em forma de livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, resenhas, monografias, dissertações, teses, apostilas, boletins, entre outras, que ajudam ou auxiliam a reforçar, justificar, demonstrar, esclarecer e explicar, o fenômeno estudado, devendo ser utilizada para explicar o fenômeno ou temática estudada a fim de se dar credibilidade ao que está sendo produzido em termos de produção acadêmica científica. O ser humano é o único considerado um animal racional, ou seja, é a única espécie que tem capacidade de discernimento, lógica, distinção do correto e do incorreto dentre outras características que só essa raça apresenta. Diante disso observa-se, a importância desse elemento humano nas organizações, uma vez que elas necessitam de uma produção com dinamismo, competência só alcançada pelas pessoas, que contribuem para o andamento do fluxo organizacional. Este estudo tem grande relevância, pois aborda o grau de valorização que as pessoas recebem, e até onde elas podem contribuir de acordo com sua valorização para o sucesso das instituições. Atualmente a valorização das pessoas por parte das organizações ocorre através de melhores salários, capacitação, quantidade de funcionários satisfatória para o fluxo empresarial, estrutura física adequada, dentre outros fatores. Esses aspectos têm contribuído para o crescimento das instituições, pois os indivíduos sentem-se motivados, ou seja, valorizados para juntos atingirem a filosofia, missão e meta das corporações. 3 Breve histórico Segundo Araújo (2006), já no século XX, antes dos anos 30, a administração de pessoal, como ficou conhecida após 1930, tinha como função básica o recrutamento e a seleção de pessoas, que eram desenvolvidas quase ao mesmo tempo. Então a década de 30 marcou definitivamente o início sistematizado e regulado por documentos legais da administração de pessoal. Desde então, a atual gestão de pessoas se manteve em crescimento. Observa-se, desta maneira, o início da preocupação com o modo de como as pessoas eram administradas, qual a qualidade que elas deveriam apresentar através do recrutamento e da seleção de pessoas. O escrito elaborado por Araújo (2006) diz que a história dos departamentos de pessoal no Brasil inicia-se junto à legislação trabalhista na década de 30, com o movimento sindical e a proteção aos trabalhadores que levaram às modificações significativas nas relações de trabalho no Brasil, surgindo naquele momento à proteção social aos trabalhadores. Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 8 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações A evolução na gestão de recursos humanos, considerando o valor das pessoas, respeitando suas necessidades humanas através da consideração dos direitos que o trabalhador deveria possuir ficou evidente e é descrita a seguir. Nas décadas de 40 e 50, a intervenção governamental nas relações trabalhistas se acentuou, mostrando às empresas a necessidade de ampliação das funções do departamento de recursos humanos. Todavia, como marco principal nas relações de trabalho teve-se, em 1943, a promulgação da legislação reguladora do trabalho no Brasil, ou seja, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa legislação criou a carteira profissional, regulamentou horários de trabalho, definiu férias remuneradas, instituiu as comissões mistas nas juntas de conciliação, estabeleceu as condições de trabalho para menores, entre outras normas. Nas décadas de 60 e 70, teve-se a promulgação de leis de segurança no trabalho, saúde ocupacional e pensões. Com essas mudanças, o trabalhador obteve garantias e benefícios necessários para que ele, como pessoa, apresentasse condições para uma saúde adequada, descanso e lazer. Fica explícito dessa maneira, que as instituições estavam cientes de que um profissional valorizado oferecia mais vantagens do que desvantagens, mostrando resultados, se não superados, esperados. E atualmente no Brasil o modo como se faz gestão de recursos humanos tem sido um processo difícil de mudança gradual, mas significativa. Se até bem pouco tempo atrás o foco dos administradores do departamento de recursos humanos estava em realizar atividades burocráticas e de controle, hoje, a forma como se gerem as pessoas passou a ser um diferencial estratégico independentemente do porte ou nacionalidade da empresa. Essa mudança mostra que as empresas estão mais conscientes dos benefícios que esse tipo de tratamento traz para os funcionários e contribuem para sua vida profissional, consequentemente contribuem para a realidade da instituição, que será constituída de pessoas valorizadas e motivadas para o sucesso da empresa. (TEGOM, 2009) 4 As organizações “As organizações não existem para si próprias, são meios representando um órgão social que visa à realização de uma tarefa social”. (Drucker apud Kanaane 1999, p). Vieira (2009), afirma que a Gestão de Pessoas é uma especialidade relativamente nova, que surgiu a partir do crescimento e do alto grau de complexidade das tarefas das organizações. Suas origens remontam ao início do século XX, após o forte impacto da Revolução Industrial, com a denominação Relações Industriais, atuando com a principal finalidade de buscar o equilíbrio entre o capital e o trabalho (organização e pessoas), evitando-se ou diminuindo-se, os conflitos entre os interesses das organizações e os interesses individuais das pessoas que trabalham Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 9 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações nessas organizações, interesses estes até então considerados totalmente incompatíveis e impossíveis de serem conciliados pelas partes. As organizações são estruturas fundamentais para a existência da gestão de pessoas, pois elas têm vida a partir da existência dessa clientela para seu funcionamento e, consequentemente, necessita da gerência desse grupo. Isso implica que, se uma instituição/organização almeja o sucesso, é imprescindível que ela tenha funcionários altamente capacitados e com condições adequadas para o alcance dessa meta. Barnad apud Chiavenato (2009) apresenta a idéia de que uma organização é um sistema de atividade conscientemente coordenado de duas ou mais pessoas, onde a cooperação entre elas é essencial para sua existência e tem em conta que uma organização somente existe porque as pessoas são capazes de se comunicarem e estão dispostas a contribuir com a ação, a fim de cumprirem um propósito comum. Existe uma forte influência das organizações sobre a vida das pessoas, pois as organizações não funcionam sem as pessoas e as pessoas não vivem sem as organizações, assim sendo, é fundamental o modo de como as pessoas vivem, compram, trabalham, dentre outros. Para se falar em gestão de pessoas e do real valor que ela representa para as organizações atualmente, devemos considerar as transformações da administração de pessoal em gerenciar os recursos humanos da empresa, a incorporação de conhecimentos técnicos e incursões teóricas do campo da administração, trazendo profissionais com formação estratégica para a área de pessoas, que passa a ser ocupada por aqueles que tenham assimilado as técnicas e abordagens de toda sorte do campo da administração. (ARAÚJO, 2006). 5 As pessoas nas organizações Desde que nascemos fazemos parte de organizações, isso se considerarmos nossas famílias como a primeira delas. A partir daí vamos, paulatinamente, adaptando-nos às normas e regras que nos são apresentadas para que possamos nos inserir em outros ambientes organizacionais. Vêm a escola, a igreja, o clube recreativo, dentre outros ambientes institucionais, e novas exigências de comportamentos nos são feitas. Vamos então adequando nossa personalidade e testando nossos comportamentos de acordo com os valores, regras e normas de todas essas organizações. Em certo momento de nosso desenvolvimento psicossocial, ingressamos no mercado de trabalho e todos os aprendizados anteriores começam a ser colocados em evidência dentro de um contexto produtivo. Nossas competências, habilidades e atitudes passam a ser avaliadas continuamente, desde o processo seletivo para o primeiro emprego. É preciso, então, lidar com os eventos organizacionais de maneira cada vez mais adaptativa e flexível, revendo continuamente nossa postura pessoal e profissional. Afinal, somos seres providos de valores e para que tudo corra bem se faz necessário que tenhamos Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 10 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações comportamentos adequados e funcionais. Entretanto, muitas vezes ainda não estamos com nosso potencial de relacionamento voltado eficazmente à produtividade. Torna-se evidente a necessidade de intervenções externas e objetivas, focadas no desenvolvimento das habilidades intra e interpessoais, visando a um melhor desempenho funcional. Mas de quem é essa responsabilidade? Da empresa ou do funcionário? De ambos! Por parte da organização algumas estratégias podem ser utilizadas, visando um melhor desempenho de seu colaborador. Por parte do colaborador, seu papel é colaborar e aproveitar as oportunidades de desenvolvimento pessoal e aumento da sua empregabilidade. Fortalece-se assim a parceria necessária para um excelente desempenho organizacional e extremamente necessário na atualidade. Desta forma, alguns percursos devem ser percorridos continuamente pela empresa para que sua missão seja cumprida e sua visão seja atendida, utilizando-se a concepção de que as pessoas são as principais responsáveis pelo sucesso ou fracasso de toda e qualquer estratégia competitiva adotada pela organização. As pessoas são influências nas organizações e vice-versa, pois as organizações são influenciadas pelo modo de pensar e sentir das pessoas. Atualmente a sociedade moderna é uma sociedade de organizações, sendo elas mesmas uma administração das mais admiráveis instituições sociais que a criatividade humana já construiu, e tendo em conta que as organizações de hoje são diferentes das de ontem, tanto nos aspectos econômicos, como nos intelectuais, sendo que o homem moderno busca uma satisfação assim como as organizações, fazendo com que estas interajam mais com as pessoas (CHIAVENATO, 1999). Através do esquema de Chiavenato (2008, p.97), entendemos melhor qual e relação entre as pessoas e as organizações para a real análise da interdependência que eles possuem. O esquema deixa explícito o que as pessoas oferecem e o que as organizações, por sua vez, proporcionam para as pessoas. Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 11 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações Pessoas Oferecem contribuições Para servir as necessidades das pessoas, como: • Salário • Treinamento • Oportunidades • Benefícios • Segurança Para servir as necessidades Da organização,como: • Trabalho • Habilidades • Compromissos • Esforço • Tempo Oferece induzimentos Organização Figura 1- relação entre as pessoas e as organizações 6 As novas organizações “Uma organização é um sistema socialmente estabelecido pelo conjunto de valores expressos pelos indivíduos que dela fazem parte, sendo assimilados e transmitidos sucessivamente pelos mesmos, com uma responsabilidade diante dos seus trabalhadores representando uma estrutura como elementos básicos para uma boa atuação organizacional e comprometimento com o ser humano” (Kanaane, 1999, p:28). De acordo com Gil (2006), as empresas nos meados dos anos 80 sofreram sérios desafios, tanto ambiental quanto organizacional, globalização da economia, evolução das comunicações, desenvolvimento tecnológico, competitividade. Começaram a se questionar sobre a importância dos indivíduos para as organizações, se seria necessário administrar as pessoas para se ter um maior rendimento e considerando-as como parte do patrimônio dessas organizações, verificando-se em algumas organizações a tendência de reconhecer os empregados como parceiros e não meros empregados. Chiavenato (1999), diz que cada parceiro ou sócio se dispõe a investir nos seus recursos, já nas organizações à medida que se obtém um retorno satisfatório, maior é a valorização dos empregados e estes, por sua vez, demonstram o seu envolvimento com as Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 12 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações atividades das organizações, desse modo é mostrada a evolução ou a forma de como as organizações estão veem como os seus trabalhadores são importantes para elas. Nos dias de hoje, as novas organizações mostram-se bastante preocupadas com a busca cada vez maior da perfeição, talvez pelo reconhecimento que isso acarreta, pela satisfação pessoal, pelos resultados benéficos ou até mesmo para adquirir acreditação no caso das instituições de saúde. Isso demonstra como as pessoas estão sendo cada vez mais valorizadas, e como as organizações estão dispostas a se adaptarem a nova condição atual, pois só assim elas conseguem atingir seu objetivo. Prova disso é que pontos cada vez mais pessoais estão sendo trabalhados para que isso ocorra, dentre eles podemos citar medidas que satisfaçam um tipo de perfil específico de funcionários. As organizações passaram a enxergar as pessoas como pessoas e não simples meros recursos produtivos, e elas começam a deixar de adotar as estratégias de eliminar pessoas e benefícios que levam a caminhar em sentido contrário do propósito de manter uma boa relação entre organização e pessoas, porque dentro de um novo contexto as pessoas deixam de ser o problema das organizações e passam a ser a solução. Atualmente também se pode dizer que as pessoas têm um real valor para as organizações porque elas deixaram de ser um desafio para se tornar a vantagem, levando a um diferencial competitivo, passando a ser parceiras principais das organizações porque são elas que dão o impulso necessário para que as organizações possam alcançar os seus principais objetivos. (VIEIRA, 2008). Tratando-se do mesmo tema, temos a seguinte declaração: “Já se notou ou se revelou dados históricos que as organizações adotam uma reorganização e redefinição dos sistemas, alterando significativamente as relações com os seus funcionários”. E como as organizações atualmente estão passando por mudanças e transformações a cada dia que passa, seja introduzindo novas tecnologias ou modificando produtos e serviços, alterando desta forma o comportamento das pessoas, e estas mesmas organizações tornando-se sistemas sociais porque são compostos por pessoas e funcionam graças às atividades e à interação entre elas, deve-se considerar o tratamento adequado para o equilíbrio de interesses de ambos. E partindo-se do pressuposto que as organizações são sistemas integrados de subsistemas interdependentes e intercambiáveis, identificando-se em um conjunto de elementos, ou seja, as relações de poder e autoridade, o sistema de comunicação, o processo de liderança, o clima, a cultura, a estrutura organizacional, os sistemas administrativos entre os mais significativos, correspondem às relações de poder e autoridade nos níveis hierárquicos e fatores dinâmicos que correspondem ao funcionamento dos subsistemas interagindo entre si, dando formas e conteúdos aos processos existentes, a sua própria estrutura e das pessoas que dela fazem parte, introduzindo um melhor relacionamento entre as pessoas e as organizações. Em estudos realizados no campo do comportamento humano nas empresas, fatores psicológicos e sociais demonstravam a influência nos fatores de produção. Com isso resultaram Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 13 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações na importância de valorizar mais as relações humanas nas organizações, trazendo um refinamento à ideologia da harmonização entre trabalhadores e as organizações. Essas relações passaram a constituir uma integração de indivíduos que passaram a colaborar mais com as organizações e mostraram o seu real valor, além de encontrar a possibilidade de satisfazer as suas necessidades sociais e psicológicas. Através das funções e estreitamento de uma série contínua de processos que abordam como os indivíduos ingressam nas organizações, como evoluem dentro delas, como é o seu desempenho e, enfim, como eles deixam essas organizações, mostra-se o real valor das pessoas para as organizações sobre o novo paradigma de ajudá-los a se tornar ativos organizacionais e valiosos para essas mesmas organizações. (KANAANE, 1999) 7 Conclusão Concluiu-se, após a análise da evolução de gestão de pessoas, que o real valor das pessoas para as organizações é muito amplo haja vista que esse aspecto levou à criação de leis e sindicatos visando à valorização dessa clientela que tanto contribui para a existência de instituições mantendo o fluxo organizacional. Se atualmente deparamo-nos com instituições cada vez mais preparadas para sobreviver no mercado competitivo, isso se deve ao grande reconhecimento que as pessoas recebem por parte das organizações, levando-as a motivação para contribuição e alcance dos propósitos empresariais. Diante da consciência de que as organizações não sobrevivem sem as pessoas, a tendência é que estas sejam cada vez mais valorizadas, com condições de trabalho adequadas e respaldadas com aspectos legais que garantam a existência cada vez maior de mão de obra humana nas organizações, cada vez mais qualificada e disposta a colaborar para a satisfação organizacional. E através desta pesquisa, considerando que as organizações estão em constante crescimento e cada vez mais estão tendo uma responsabilidade social maior com os seus trabalhadores, sugere-se se dê continuidade, a esta pesquisa com uma pesquisa de campo para se constatar a verdadeira realidade das organizações em relação a importância que e dada aos seus funcionários. 8 Referências bibliográficas ARAÚJO, Luiz César G. de. Gestão de Pessoas: estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. CHIAVENATO, I. Administração de Recursos Humanos: Fundamentos básicos. São Paulo: Atlas, 2007. CHIAVENATO,I. Administração nos novos tempos. 2ª edição. São Paulo;Atlas,2000. Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº4 – janeiro/dezembro de 2011 14 O Real Valor das Pessoas Para as Organizações CHIAVENATO,I.O Capital humano das organizações. 8ª edição.São Paulo; Atlas, 2008. GIL, A.C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2006. KANAANE, R. 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