Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem Departamento de Enfermagem Disciplina: Enfermagem no Processo do Cuidar da Criança II Professora: Francisca Elisângela Teixeira Lima ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA CUIDADOS BÁSICOS USO DE EPIS - Lavagem básica das mãos. - Uso de máscara descartável. - Uso de gorro. CUIDADOS NO PREPARO DE MEDICAMENTOS 1- Lavar as mãos. 2- Concentrar a atenção na medicação. 3- Identificar a criança, número do leito, nome da medicação, via de administração, dose a ser administrada, horário. 4- Cuidado com letras ilegíveis. 5- Cuidados com medicamentos sem rótulos. 6- Não administrar medicamentos preparados por outra pessoa. 7- Não permitir que familiares preparem medicamentos. 8- Checar somente após aplicação ou ingestão do medicamento. 9- Caso não seja administrado o medicamento, rodelar o horário, justificar no relatório de enfermagem e comunicar a enfermeira da unidade. 10- Anotar e notificar as anormalidades que o paciente apresentar. 11- Nunca ultrapassar a dose prescrita. 12- Em casos de emergência, medicação por ordem verbal, deve ser anotada no prontuário. 13- Em geral, a prescrição médica é válida por 24 horas. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E LOCAIS DE ABSORÇÃO VIAS ENTERAIS: TGI Oral Sub-lingual Retal TÓPICAS: Pele e Mucosas Via respiratória Nasal LOCAIS DE ABSORÇÃO Mucosa gástrica e intestinal Mucosa oral Mucosa retal Mucosa Nasal, Traqueal e Brônquica Alvéolos Pulmonares Via cutânea Pele Epiderme Via Geniturinária Vagina Mucosa vaginal Uretra Mucosa uretral Via Ocular e ouvido Olho Conjuntiva ocular Ouvido Ouvido externo PARENTERAIS: lesão de pele e/ou mucosas Com absorção:Intramuscular Subcutânea Intraperitoneal Intradérmica Sem absorção:Intravenosa Intra-arterial Peridural VIA ORAL A. Absorção ocorre no aparelho digestivo B. Administração através da boca C. Forma liquida ou sólida A. B. C. Vantagens : Método simples Econômica Segura (menor risco de contaminação) A. B. C. D. E. Desvantagens : Sabor (desagradável, náuseas e vômitos) Irritação gástrica Dificuldade para deglutir Depende do nível de consciência da criança Criança muitas vezes recusam TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO - Lactente em posição semi-sentada ou sentada - Administrar o conteúdo lentamente, permitindo a criança engolir - Casos de recusa → coerção física - Lactentes < 11 meses: sopro na face → reflexo de deglutição CUIDADOS ATRAUMÁTICOS - Fornecer a criança uma bebida gelada ou cubo de gelo antes do medicamento; - Misture o medicamento com uma substância doce (evitar itens essenciais); - Forneça um gole de água, suco... após medicamento - Medicação com paladar desagradável pode ser ingerida com canudo CUIDADOS ATRAUMÁTICOS - Fornecer a criança uma bebida gelada ou cubo de gelo antes do medicamento; - Misture o medicamento com uma substância doce (evitar itens essenciais); - Forneça um gole de água, suco... após medicamento - Medicação com paladar desagradável pode ser ingerida com canudo VIA SUBLINGUAL Consiste em colocar a medicação sob a língua do paciente VANTAGENS: Ação mais rápida do que via oral Evita a passagem pelo fígado Evita a ação do suco gástrico Absorção muito rápida para substâncias lipossolúveis DESVANTAGENS: Imprópria para substâncias irritantes e de sabores desagradáveis VIA NASOGÁSTRICA, OROGÁSTRICA E GASTROSTOMIA É a introdução do medicamento através da sonda gástrica. Vantagens: administrar o medicamento no horário, sem incomodar a criança Desvantagem: risco de obstruir a sonda Cuidados: - Medicamento deve ser diluído - Fornecer medicamento na temperatura ambiente - Verificar se a sonda esta no estomago (ausculta, copo com água e retorno gástrico). - Lavar sempre a sonda após administrar o medicamento. Clampear a sonda após a lavagem. VIA INALATÓRIA A medicação é inalada pelo aparelho respiratório Absorve em toda a sua extensão (fossas nasais até alvéolos) Nebulização (oxigênio) Vaporização (vapor de água quente) Os dois métodos tem a mesma finalidade: - Umidificar - Eliminar secreções - Dilatação dos brônquios INSTILAÇÃO Consiste em colocar um medicamento em uma cavidade ou orifício corporal Nariz Olhos (saco conjuntival) Ouvidos Usada para efeitos locais (pode levar a efeitos sistêmicos) Não dolorosa, mas desagradável TÓPICA Aplicação de medicamento na pele ou mucosas Ação é local Exemplo: Anti-sépticos Loções hidratantes Pomadas para pele ou via vaginal VIA RETAL Clister e enema Supositório: sedativos, analgésicos, antieméticos... Usada: crianças incapazes de ingerir pela boca Criança com vômitos incontroláveis Absorção no TGI: Mucosa Retal Cuidados: - Introduzir o supositório lubrificado - Com o dedo enluvado colocar o supositório rapidamente, mas suave, no reto - Aproximar as nádegas por 5 a 10 minutos (após urgência de expulsar) VIA PARENTERAL Administrar um medicamento por meio de uma injeção nos tecidos do corpo. Material deve ser “esterilizado” VIAS COMUNS: Intradérmica Subcutânea Intramuscular Intravenosa ou Endovenosa VIA INTRADÉRMICA Administração de medicamento na camada dérmica da pele (entre a pele e o tecido subcutâneo) Exemplo: Teste tuberculínico, Vacinas ... Agulha deve ser introduzida no ângulo de 15o com o bisel para cima e o líquido é injetado, formando uma pápula Área de Aplicação: a. Face anterior do antebraço b.Região escapular do dorso c. Inserção inferior do deltóide VIA SUBCUTÂNEA Administração do medicamento no tecido subcutâneo, logo abaixo da derme Absorção ocorre lenta e continuamente Exemplo: insulina, vacinas, ... Vantagens: Absorção quase completa do medicamento Independe do nível de consciência do paciente Não causa irritação gástrica Desvantagens : Risco de contaminação ou infecção Administração de até 0,5 ml Áreas de Aplicação: a. Face externa do braço b.Face externa da coxa c. Terço médio da região anterior da coxa d.Região periumbilical e. Flanco direito ou esquerdo f. Usar seringa de insulina 1ml g.Agulha 13x4,5 em um ângulo de 90o h.Agulha 25x7; 25x8 em um ângulo de 45o i. Fazer o coxim j. Administrar lentamente k.Fazer leve compressão local l. Não friccionar após aplicação m. Mudar diariamente o local da aplicação (insulina) VIA INTRAMUSCULAR Introdução medicamentosa no músculo com utilização de uma agulha. IDENTIFICAÇÃO DE AGULHAS TABELA DE EQUIVALÊNCIA MÉTRICO (milímetro) INGLÊS (polegada) DE PARA 16 G1 1/2 40x16 1,60x40 18 G1 1/4 30x12 1,20x30 18 G1 1/2 40x12 1,20x40 19 G1 25x10 1,00x25 19 G1 1/4 30x10 1,00x30 20 G1 25x9 0,90x25 20 G1 1/4 30x9 0,90x30 20 G1 1/2 40x9 0,90x40 21 G1 25x8 0,80x25 21 G1 1/4 30x8 0,80x30 21 G1 1/2 40x8 0,80x40 22 G1 25x7 22 G1 1/4 30x7 22 G1 1/2 40x7 0,70x25 0,70x30 0,70x40 23 G1 23 G1 1/4 23 G1 1/2 24 G 3/4 25 G 5/8 25 G 3/4 25 G 1 26 G 1/2 26 G 3/8 27 G 1/2 27,5 G 1/2 30 G 1/2 0,60x25 0,60x30 0,60x40 0,55x20 0,50x15 0,50x20 0,50x25 0,45x13 0,45x10 0,40x13 0,38x13 0,30x13 25x6 30x6 40x6 20x5,5 15x5 20x5 25x5 13x4,5 10x4,5 13x4 13x3,8 13x3 Tamanho da seringa Quantidade do líquido Comprimento da agulha Quantidade da tecido a penetrar Calibre da agulha Viscosidade do líquido Vantagens : Absorção mais rápida que no tecido subcutâneo (maior vascularização). Tolera doses maiores Não irrita mucosa gástrica. Desvantagens: Risco de lesar vasos sanguíneos e nervos Risco de contaminação, infecção (abscessos, nódulos, endurecimento da região e celulites). Doloroso (+ inervação) DETERMINAÇÃO DO LOCAL DE APLICAÇÃO Quantidade e característica da medicação a ser injetada - Quantidade e condição geral da massa muscular - Frequencia ou número de injeções a serem administradas - Tipo de medicação - Capacidade da criança ficar na posição necessária Em geral, cerca de 1 ml é volume máximo que deve ser administrado em um único local em crianças de pequeno porte e lactentes. Local Idade Compr. agulha Vasto lateral Lactente 15 Toddler 15-25 Pré-escolar 25 Escolar 25 Deltóide Lactente Toddler 15-25 Pré-escolar Escolar Dorsoglúteo Lactente Toddler Pré-escolar Escolar 13-40 Ventroglúteo Lactente 15 Toddler 15-25 Pré-escolar 25 Escolar 25-40 Vol Observação 0,5 0,5-1,0 1,0 1,5-2,0 < 7 meses Fácil acesso Seguro Doloroso > 5 anos Não soluções irritantes Absorção + rápida Risco de lesão do radial Maior volume Risco de lesão do isquiático e artéria glútea superior > 7 meses Seguro Pouco tec. SC, fácil de ser IM 0,5 0,5 0,5-1,0 1,5-2,0 0,5 1,0 1,5 1,5-2,0 IM FACE EXTERNA/VASTOLATERAL Localização: terço médio entre o trocânter maior e a articulação do joelho Inserção da agulha: ângulo de 90º ou 45º em direção ao joelho (lactentes). Calibre: 22 a 25 mm Vantagens: - Músculo grande: 0,5 ml (lactentes) a 2,0 (criança) - Ausência de nervos e vasos importantes - Fácil acesso Desvantagens: - Trombose da artéria femoral decorrente da injeção na área mediana da coxa - Local é mais doloroso. IM - DELTÓIDE Localização: terço superior do músculo. Duas polpas digitais abaixo do acrômio Inserção da agulha: ângulo de 90º Calibre: 22 a 25 mm Vantagens: - Absorção + rápida que no glúteo - Fácil acesso - Menos dor que o vasto lateral Desvantagens: - Massa muscular: 0,5 ml (lactentes) a 1,0 (criança) - Margem de segurança pequena (risco de lesão do nervo radial e axilar) IM - DORSOGLÚTEO Localização: desenhar uma linha imaginária entre o trocânter maior e a espinha ilíaca póstero-superior. Admininstrar lateral e superior à linha (glúteo máximo) Inserção da agulha: ângulo de 90º Calibre: 20 a 25 mm Vantagens: - Massa muscular maior em crianças maiores (até 2 ml) - Criança não ver agulha e seringa - Fácil acesso Desvantagens: - Não administrar em crianças que não deambulam (< 1 ano) - Risco de atingir grandes vasos sanguíneos e o nervo ciático - Tecido adiposo subcutâneo espesso - Criança recusa expor o glúteo IM – VENTRO-GLÚTEA Localização: Colocar a palma da mão sobre o trocânter maior, o dedo indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e o dedo médio na crista ilíaca posterior (mais distante possível). Injetar no V formado pelos dedos Inserção da agulha: ângulo de 90º Calibre: 22 a 25 mm Vantagens: - Ausência de nervos e vasos importantes - Fácil identificação pelas proeminências ósseas - Massa muscular: 0,5 ml (lactentes) a 2,0 (criança) - Menos doloroso que o vasto lateral Desvantagens: -Profissionais de saúde pouco familiarizados com a região PROCEDIMENTO - Conferir prescrição - Lavar as mãos - Verificar dose do medicamento, tamanho da seringa, agulha, músculo - Usar seringa de 1ml (doses < 0,5 ml) - Usar luvas - Administrar conferindo as cinco certezas - Usar técnica asséptica (Limpar com álcool e deixar secar) - Introduzir a agulha, aspirar e verificar ausência de sangue - Administrar lentamente - Retirar agulha e fazer uma pressão sobre o local com algodão seco - Retirar luvas e lavar mãos - Confortar criança - Avaliar reações adversas Obs.: Evitar locais com paralisia, edema, hiperemia, abscesso e fístula arteriovenosa. ACESSO PERIFÉRICO Discernimento na seleção da veia. Destreza e habilidade manual. Material de boa qualidade. Vigilância constante. CRITÉRIOS PARA REALIZAR ACESSO VENOSO PERIFÉRICO 1. Administração por pessoal realmente habilitado; 2. Acomodação do cliente e profissional em posição confortável; 3. Não ter pressa, inspecionar e selecionar com segurança o melhor local para a punção; 4. Selecionar o local da punção no sentido da extremidade para a raiz do membro; 5. Evitar, se possível, articulações; 6. Puncionar a veia com dispositivo de calibre adequado ao vaso, à característica da droga a ser infundida e à velocidade de fluxo desejado; 7.Caso não obtenha sucesso na primeira punção, selecionar membro contralateral, se possível, ou fazer segunda punção em veia lateral; 8.Não puncionar a mesma veia em um ponto abaixo à punção anterior para evitar extravasamento acima; 9. Introduzir com segurança o cateter; evitar punções incompletas; 10. Fixar o dispositivo, preferencialmente, com adesivo tipo Micropore, estreito, em pequena quantidade; 11. Nunca puncionar uma veia com o medicamento no interior do sistema; VIA INTRAVENOSA Características: Via mais usada e segura, em relação a níveis séricos e de absorção. Cuidados de enfermagem: Rigorosa habilidade técnica, Cuidados especiais na administração CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DA VEIA Localização Condição da veia e histórico do uso Tamanho da veia e sitio de inserção Comprimento da veia Facilidade de acesso Pele Conforto Veias mais usadas em neonatos e lactentes jovens. Superficiais Preferidas para cateter de longa permanecia • Basílica • Cefálica posterior • Auricular Temporal • externa* • Jugular Safena magna • Safena inferior • Profundas Maiores riscos por estarem acompanhadas de artérias e nervos. Dificuldade na visualização: utilizar aplicação de calor e torniquetes além um ultra-som portátil •Axilar* •Femoral* •Poplítea * Só podem ser puncionadas por pessoas experimentes Apresentam-se a seguir, no Quadro 3.4, as principais veias da cabeça, do dorso mão, braço, pernas e pés, utilizadas na TIV. Seleção do local da inserção nas veias superficiais do braço Veia Origem e características Veias da cabeça - Fig 3.3 Temporal - Permite fácil acesso à circulação central - Atravessa o arco zigomático e une-se a veia retromandibular. Auricular - Atravessa o couro cabeludo posterior atrás da orelha, ligando-se à veia retromandibular abaixo da glândula parótida. - Continua descendo até desembocar na veia jugular externa. Recomendações para a prática - Melhor visualizada acima do osso temporal, frente à orelha. - Pode-se palpar a artéria temporal adjacente a ela - Se houver dificuldade, uma tração leve na pele pode ajudar na progressão do cateter. - Geralmente é uma veia grande. - Se houver dificuldade na progressão do cateter a pele poderá ser retirada gentilmente. - A presença de cabelo pode dificultar a punção. Veia Origem e características Recomendações para a prática Digital - Porções laterais e dorsais dos dedos. - Usar apenas soluções isotônicas, sem aditivos devido ao risco de infiltração. - Dorso da mão, formado pela união das veias entre as articulações. - Normalmente de fácil visualização. - Evitar infusão de antibióticos, cloreto de potássio ou agentes quimioterápicos. Veia Origem e características Recomendações para a prática Basílica - Origina-se no lado ulnar ou medial do antebraço e ascende à superfície posterior do braço. Antes de alcançar o cotovelo, passa pela frente do braço até chegar à área antecubital, onde junta-se à veia antecubital média. - Possui 4 ou 8 válvulas e é a maior veia da região antecubital. - Une-se a veia braquial formando a veia axilar próxima à axila. - Se não pode ser visualizada, realizar fricção na dobra antecubital. A artéria braquial é medial ao tendão, com a veia basílica residindo próxima a ela. - É a primeira escolha para cateter de longa permanência. - Fácil de palpar, porém fácil de moverse, estabiliza-se com a tração durante a punção. - Acima da área antecubital, na porção média do braço, penetra na fáscia profunda e é difícil à palpação e conseqüentemente o acesso. - Origina-se na porção radial ou lateral do antebraço, próximo ao polegar. - Ascende pela lateral do braço e une-se à cefálica mediana abaixo da fossa antecubital - Menor do que a basílica e tortuosa quando ascende à parte superior do braço - Há uma válvula presente na junção com a veia axilar, totalizando 6 a 10 válvulas. - Usar inicialmente na região mais distal e em terapia de longa duração. - Útil para a infusão de hemocomponentes e soluções irritantes. - Há rigidez na junção com a cefálica acessória, sendo o ponto menos desejável para inserção do cateter. - Acima da fossa antecubital, canais linfáticos e gânglios envolvem a cefálica, fazendo desta uma área de risco. - Próximo ao ombro, associa-se à veia axilar num ângulo de 90° abaixo da clavícula. Este percurso torna a passagem do cateter difícil ou impossível. Para superar esta dificuldade deve-se abduzir ou aduzir o braço, ou ainda elevar o ombro. Veias da mão Metacarpo dorsal Veias do braço Cefálica II Veia Origem e características Recomendações para a prática Veias do braço , Cubital mediana - Ascende ao longo da superfície anterior do braço; - Permite comunicação entre a basílica e a cefálica. - O cateter pode ser inserido por esta veia e introduzido até o vaso principal, caracterizando-se como um bom local para TIV. - Freqüentemente é promeniente na fossa antecubital e é usada para obter amostra de sangue por venopunção. Axilar - Grande veia que forma uma ligação direta à veia subclávia. - Encontra-se na porção medial da artéria axilar. - Há apenas uma válvula que necessita ser transpassada, antes de entrar na subclávia. - O grande calibre desta veia permite a inserção de um cateter largo especialmente em crianças com menos de 800 gramas, onde a veia antecubital pode não ter suficiente calibre pra aceitar um introdutor de 18 a 20 G. - Melhor visualizada se abduzir o braço e colocar a mão de baixo da cabeça. - Em crianças maiores é mais difícil de visualizar devido ao aumento da gordura subcutânea. - Pode ser visualizada na axila e a artéria axilar pode ser palpada antes da punção. - Pode se colocar o dedo ou um swab estéril na porção proximal da veia para distender a pele. - Quando puncionar esta veia utilize um ângulo superficial, para evitar a cateterização arterial. - Pode haver grande sangramento. - Manter o cateter com um curativo pode ser mais difícil devido aos movimentos mais freqüentes do braço. Veias das pernas e pés Safena - Mais longa veia do corpo magna - Possui de 7 a 15 válvulas - Ascende pelo lado medial da perna e penetra nos tecidos profundos antes de se ligar a veia femoral, 3cm abaixo do ligamento ingüinal. Melhor visualizada no lado medial do tornozelo Veia Origem e características Recomendações para a prática Veias das pernas e pés Safena inferior - Origina-se na face lateral do pé. - Ascende lateralmente pela perna, cruzando em sua metade posterior. - Contem de 9 a 12 válvulas - Veia de diâmetro curto e tortuosa. - O posicionamento da criança para puncionar esta veia, é complicado, devendo esta permanecer deitada lateralmente durante o procedimento. - Outras veias devem ser consideradas antes. Arco dorsal do pé - Dorso do pé, formado pela união das veias entre as articu lações. - Fácil visualização, especialmente em neonatos, devido ao pouco tecido adiposo. - Considera a diminuição da atividade da marcha - Limita o uso pra cateteres de menor calibre * As veias da região cefálica, não devem ser a primeira escolha para a TIV, em bebês e crianças. Na impossibilidade de outro acesso, essas podem ser utilizadas até por volta de 18 meses. Na prática observa-se seu uso até os dois anos. Frontal Figura - 3.3 - Veias da cabeça Auricular posterior Temporal Veia basílica Figura - 3.4 - Veias da mão Veias metacarpos Arco venoso dorsal Veia cefálica Veia mediana do antebraço Veia basílica Veia cubital mediana Figura - 3.6 - Veias do pé Veia safena magna Plexo dorsal A pele versus fixação de cateteres No bojo desta discussão não podemos deixar de comentar a importância que as fitas utilizadas nos curativos para fixação dos cateteres venosos periféricos assumem na prática da TIV. É recomendável que estas sejam: 1 - Hipoalergênicas - para não causarem irritação; 2 - Porosas - para permitirem a pele respirar livremente; 3 - Aplicação e remoção devem ser fáceis, - para possibilitar a observação do local de inserção do cateter e detecção precoce de complicações locais6, 4 - Fáceis de serem manuseadas, inclusive com luvas e esteticamente harmoniosas. Classificação dos tipos de erros de medicação - American Society of HealthSystem Pharmacists (ASHP) 1. Erros de prescrição: seleção incorreta do medicamento (baseada na indicação. contraindicação, alergias conhecidas, existência de certas terapias medicamentos as e outros fatores); dose, velocidade de infusão e instruções de uso inadequadas feitas pelo médico; prescrição ilegível que possa induzir ao erro 2. Erros de omissão: não administração de uma dose prescrita para o paciente. Não se caracteriza como erro, quando o paciente recusa a medicação ou se houver uma contraindicação reconhecida. Situações de omissão da dose podem ser exemplificadas nos casos em que o paciente está fora da unidade para exames ou se o medicamento não estiver disponível, porém, a razão deve ser documentada apropriadamente no prontuário. 3. Erros de horário: administração de medicamento fora do intervalo de tempo pré-definido no prontuário do paciente. O intervalo de tempo deve ser estabelecido, de acordo com as normas de cada unidade ou instituição. 4. Erros de administração de uma medicação não autorizada: administração de medicamento não autorizada pelo médico responsável pelo paciente. Pode ser exemplificado por: dar o medicamento errado; dar uma dose a um paciente errado; dar um medicamento não prescrito; dar uma dose fora das sugeridas pelos protocolos clínicos e guias de conduta. 5. Erros de dose: administração de uma dose maior ou menor que a prescrita ou administração de doses duplicadas ao paciente. Neste caso, devem ser excluídas as situações em que a administração está atrelada a padrões convencionalmente estabelecidos, em que a determinação da dosagem está relacionada à resposta do organismo (exemplo: administração de antitérmicos ou antipiréticos, conforme a temperatura corpórea ou insulina em função da glicemia), ou casos como prescrição de formas tópicas, que não são expressas quantitativamente. 6. Erros de apresentação: administração de um medicamento a um paciente em apresentação diferente da prescrita pelo médico. Exceções devem ser feitas aos protocolos institucionais regulamentados (estabelecidos por comissões de farmácia e terapêutica) que autorizam o profissional farmacêutico a dispensar apresentações alternativas para pacientes com necessidades especiais (por exemplo: formulações líquidas para pacientes com sondas nasogástricas ou que tenham dificuldade de deglutição ). 7. Erros de preparo: medicamento incorretamente formulado ou manipulado antes da administração. Exemplos deste tipo de erro incluem: reconstituição ou diluição incorreta, mistura de medicamento física ou quimicamente incompatíveis e embalagem inadequada do produto. 8. Erros da técnica de administração: uso de procedimentos inapropriados ou técnicas inadequadas na administração da medicação. Neste tipo de classificação, são incluídas as medicações administradas por via errada (quando diferente da via prescrita); via correta, porém, em local errado (por exemplo: olho esquerdo em vez do olho direito) e velocidade de infusão incorreta. 9. Erros com medicamentos deteriorados: administração de medicamento com data de validade expirada ou quando a integridade física ou química está comprometida. 10. Erro de monitoramento: falha em rever um esquema prescrito para a devida adequação ou detecção de problemas, ou falha em usar apropriadamente dados clínicos, ou laboratoriais para avaliar a resposta do paciente à terapia prescrita. 11. Erros em razão da adesão do paciente: comportamento inadequado do paciente e de sua participação na proposta terapêutica. 12. Outros erros de medicação: quaisquer outros não enquadrados acima. Estratégias de prevenção de erros de medicação No senso comum, prevenção significa antecipar uma decisão sobre uma situação de risco, porém na área de saúde, este conceito deve ser ampliado, significando antecipar, interromper, evitar ou impedir que algo aconteça. É com esta visão que as estratégias de prevenção de erros de medicação devem ser construídas. De forma didática, pode-se dividir essas estratégias em prevenção primária, quando é dirigida ao conjunto de medidas gerais para reduzir a incidência de erros; prevenção secundária, quando envolve a identificação precoce de situação de risco, na administração da droga e prevenção terciária que objetiva reduzir as conseqüências nocivas ou não dos erros, capacitando o profissional, por meio de educação permanente, para desenvolver programas que tenham em sua estrutura a avaliação dos eventos, análise e divulgação dos dados. V árias estratégias podem ser desenvolvidas para prevenir os erros ou reduzir sua freqüência. Apresentamos algumas recomendações adaptadas de outros autores e distribuídas segundo a classificação em nível primário, secundário e terciário (Quadro 2.3), para prevenir erros com medicação 13-18. Prevenção de erros de medicação em nível primário, secundário e terciário Primária - Conhecer a terapêutica atual do paciente, identificar a possibilidade de alergias, incompatibilidade e interações de drogas. - Imprimir as prescrições, se o médico possui letra de difícil compreensão. - Utilizar o nome genérico (não comercial) das drogas. - Estabelecer na instituição recomendações para que se evitem prescrições com Abreviaturas, prefira unidades por extenso (ex.: microgramas ou unidades ao invés de rng ou U); - Evitar à administração de medicação feita por ordens verbais. Caso haja necessidade de utilizá-la, atenção para erros comuns de palavras (ex.: seis versus dezesseis); - Evitar a utilização de zero terminal à direita do número decimal (ex.: use 15 ao invés de 15.0). - Utilizar zero à esquerda da dosagem quando esta for menor do que 1 (ex.: use 0.1 ao invés de .1). - Reduzir os tipos de bombas de infusão na unidade, para facilitar manipulação do equipamento. - Estabelecer fluxo de ordens para suspender imediatamente determinada prescrição, caso esta não seja mais necessária. -Remover do estoque, drogas que sejam consideradas "perigosas". - Dispor de ambiente calmo com pouco barulho para realização de prescrições Secundária - Seguir os cincos "certos"; ler o rótulo do medicamento três vezes; esclarecer dúvidas acerca da dosagem antes de prepará-los; identificar o medicamento preparado com nome do paciente, enfermaria / leito, nome do medicamento e via de administração. - Atenção para "sons parecidos" e "visões parecidas" (ex.: prednisona versus prednisolona). - Checar duplamente os cálculos das prescrições - Assegurar que o farmacêutico verifique a dose antes da primeira administração. - Usar pulseira de identificação do paciente e do leito. - Observar as prescrições de soluções, assegurar-se de que os componentes (aditivos) são identificados por litro e checar cálculo das taxas de infusão, anotado-as por hora. - Checar o peso da criança diariamente, antes do horário da prescrição, se possível também em situação de urgência. - Utilizar no setor somente uma concentração de drogas e que as dosagens de cada medicação sejam identificadas. - Prover local sem barulho para prescrição e preparo de medicação. - Não abreviar sob nenhuma hipótese o nome das drogas, exceto quando houver aprovação da instituição. - Lembrar o preparo de pacientes para exames ou jejum que possam interferir na administração do medicamento. Terciária - Avaliar e investigar as causas de erros para que novos erros não aconteçam. - Incentivar novos estudos sobre os erros de medicação e registro voluntário dos erros. - Desenvolver e implementar um sistema efetivo de registro de erros de medicação. - Automatizar o sistema por meio do uso de código de barras no processo de distribuição de medicamentos. - Assegurar à equipe de enfermagem informações atualizadas sobre aspectos iatrogênicos e suas implicações quanto aos aspectos éticos e legais. - Assegurar melhor comunicação entre os membros da equipe multiprofissional. - Realizar efetivo programa de educação permanente sobre o uso de novos medicamentos, treinamentos periódicos centralizados nos princípios gerais da administração de medicamentos. Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem Departamento de Enfermagem Disciplina: Enfermagem no Processo do Cuidar da Criança II Professora: Francisca Elisângela Teixeira Lima COLETA DE AMOSTRAS PARA EXAMES LABORATORIAIS COLETA DE SANGUE o INSTRUÇÕES GERAIS o As amostras para análise devem ser coletadas na primeira parte da manhã. o Convém que a criança ao chegar ao laboratório seja acalmada e que descanse por alguns minutos. o O PROBLEMA DA HEMÓLISE o A ruptura de hemácias libera hemoglobina e altera os resultados de alguns exames. o A ruptura de uma pequena quantidade de hemácias é praticamente inevitável e não causa hemólise visível. o Alguns cuidados: o Após a anti-sepsia do local de coleta, deixar evaporar totalmente o anti-séptico. o Usar o garrote o menor tempo possível. o Não mover a agulha durante a coleta. o FORMAS DE COLETA: o Agulha e seringa estéreis e descartáveis. o Lanceta estéril e descartável. o Coleta a vácuo. o Obtenção de sangue: o Punção Venosa o Punção Arterial o Punção Capilar PUNÇÃO VENOSA SUPERFICIAL - Indicações • Coleta de amostras sanguíneas para análise laboratórial • Infusão de medicação - Contra-indicações • Sinais de infecção no local da punção • Distúrbios hemorrágicos: não se deve puncionar as veias profundas • Não se recomenda a punção das veias femoral e jugular interna e externa para a coleta de amostra de sangue e nem para a instalação rotineira de venóclise. • Procurar evitar a punção de veias cefálicas em recém-nascidos com patologias do SNC. MATERIAL • Luvas de procedimento • Garrote para aplicação do torniquete • Escalpes número 23G e 25G • Agulhas: 20X5,5 e 13X4,5 (insulina) • Seringas de 3,5 e 10ml • Álcool a 70% e clorexidina alcóolica a 0,5% • Gaze e algodão • Tubos para coleta de exames • Fita adesiva • Etiquetas (identificar os tubos) COLETA DE SANGUE o ANTICOAGULANTES o Quando necessita-se de sangue total ou plasma para algumas análises usamse anticoagulantes. o Em geral, interferem no mecanismo de coagulação in vitro, inibindo a formação da protrombina ou da trombina. o Os mais usados são: o EDTA (ácido etileno-diamino-tetra-acético) – determinações bioquímicas e hematológicas o Heparina – provas bioquímicas o Oxalatos – provas de coagulação o Citratos – provas de coagulação o Polianetol-sulfonato de sódio – hemoculturas Tubos com vácuo: VERMELHO o Sem anticoagulante. o Obtenção de soro para bioquímica e sorologia. o Exemplo de testes: Creatinina Glicose Uréia Colesterol Pesquisa e identificação de anticorpos e ou antígenos no soro. ROXO o Com anticoagulante EDTA (ácido etileno-diamino-tetra-acético) sódico ou potássico o EDTA liga-se aos íons cálcio, bloqueando assim a cascata de coagulação o Obtém-se assim o sangue total para hematologia o Testes: Eritrograma Leucograma Plaquetas VERDE o Paredes internas revestidas com heparina. o Produção de uma amostra de sangue total. o Estabilização por até 48 horas. o Testes bioquímicos. AZUL o Contém citrato de sódio o Anticoagulante utilizado para a obtenção de plasma para provas de coagulação: o Tempo de Coagulação e Retração de Coágulo o Tempo Parcial de Tromboplastina e Tempo de Protrombina PRETO o Os tubos para VHS o Contêm solução tamponada de citrato trissódico o Utilizados para coleta e transporte de sangue venoso para o teste de sedimentação. Velocidade de hemossedimentação (VHS) ou taxa de sedimentação de eritrócitos é a taxa na qual os eritrócitos precipitam em um período de uma hora. É um teste comum na hematologia usado para uma medida não-específica da inflamação. AMARELO o Tubos para tipagem sangüínea o Com solução de ACD (ácido citrato dextrose) o Utilizados para teste de tipagem sangüínea ou preservação celular CINZA o Tubos para glicemia o Contêm um anticoagulante e um estabilizador, em diferentes versões: EDTA e fluoreto de sódio oxalato de potássio e fluoreto de sódio heparina sódica e fluoreto de sódio heparina lítica e iodoacetato o Ocorre inibição da glicólise para determinação da taxa de glicose sanguínea ROSA o Tubos para provas de compatibilidade cruzada o Duas versões: Com ativador de coágulo » Provas cruzadas com soro. Com EDTA » Testes com sangue total. AZUL ROYAL o Três versões: Sem aditivo Com heparina sódica Com ativador de coágulo o Utilizados para testar traços de elementos metálicos, como: Cu, Zn, Pb, etc. TÉCNICA DA PUNÇÃO VENOSA SUPERFICIAL - Seguir todos os cuidados para proteção universal contra infecções: luvas, óculos etc. - Colocar na boca da criança uma chupeta e/ou administrar 1 a 2 ml de solução glicosada a 12,5% cerca de dois minutos antes do procedimento. - Os locais para punção venosa periférica são em ordem preferencial o plexo venoso dorsal das mãos ou dos pés e as veias superficiais do punho, fossa antecubital, couro cabeludo e tornozelo. - Técnica de punção do plexo venoso dorsal das mãos ou pés – método “pingapinga”. - Retirar a agulha da embalagem estéril e acoplar à seringa estéril, deixando na própria embalagem estéril pronta para ser usada. - Apreender a mão do RN, procurando manter as mãos fechadas e os punhos flexionados. - Colocar um garrote ao redor do braço da criança - Visualizar o plexo venoso dorsal, em seguida realizar a anti-sepsia com álcool a 70%. Aguardar evaporação do álcool. - Utilizar agulhas 20X5,5 (RN a termo) e 13X4,5 (RN pré-termo). - Introduzir uma agulha com bisel voltado para baixo, procurando mantê-la paralelamente à pele. Ao puncionar o vaso, o sangue deve fluir em gotas. - Soltar o garrote, retirar a agulha e colocar um pedaço de algodão seco no local. - Após a retirada da agulha, aplicar pressão sobre o vaso com uma gaze ou algodão seco por cerca de três minutos ou até completar a hemostasia. - Transferir o sangue coletado para os tubos com ou sem anticoagulantes, de acordo com o exame solicitado, escorrendo lentamente o sangue, sem formar espuma. COMPLICAÇÕES - Formação de hematomas nos locais da punção - Laceração da artéria adjacente à veia - Flebite e infecções de partes moles - Fenômenos tromboembólicos hemorragias CORDÃO UMBILICAL o Imediatamente após o nascimento do bebê, o cordão umbilical é preso com pinça e cortado. o Para recolher o sangue do cordão, outra pinça é colocada a 20 ou 25 centímetros da primeira, a seção isolada é cortada e a amostra do sangue coletada dentro de um tubo de amostra. o O exame é realizado para avaliar: o Gases sanguíneos o pH do tecido fetal o Nível respiratório o Hemograma completo o Bilirrubina o Glicose o Hemocultura (se houver suspeita de infecção) o Armazenamento de células-tronco PUNÇÃO ARTERIAL o - Indicações Coleta de sangue arterial para avaliação gasométrica. o - Contra-indicações Distúrbios graves de coagulação Sinais de comprometimento isquêmico da extremidade a ser puncionada Sinais de infecção no local da punção Caso alguma artéria do membro em questão já tenha sido cateterizada Não deve puncionar a artéria radial caso o teste de Allen seja positivo MATERIAL Luvas de procedimento Escalpes números 23G e 25G Seringas de 1,0 ml para a coleta do sangue Anestésicos tópicos: lidocaína 0,5% sem adrenalina Álcool a 70% e clorexidina alcoolica a 0,5% Gaze e algodão Tubos com Heparina TÉCNICA • Seguir todos os cuidados para proteção universal contra infecções: luvas, óculos etc. • Colocar na boca da criança uma chupeta e/ou administrar 1 a 2 ml de solução glicosada a 12,5% cerca de dois minutos antes do procedimento. • Na escolha do local da punção, sempre dar preferência às artérias mais distais, na seguinte ordem: artérias radial, temporal, pediosa e tibial posterior. • A punção arterial radial deve ser a primeira opção, desde que a circulação colateral através da artéria ulnar esteja intacta. (Teste de Allen) • Conter a mão do RN entre o polegar e os dedos indicador e médio, tomando-se o cuidado de não hiperestender o punho. • Preparar e checar o sistema para a coleta da amostra sanguínea. Caso a amostra se destine à avaliação gasométrica, tomar os seguintes cuidados: – Heparinizar a seringa de 1 ml, desprezando o excesso de anticoagulante. • Após a determinação do local a ser puncionado proceder à anestesia local com lidocaína a 0,5% sem adrenalina, na dose de 5 mg/kg. A seguir realizar a antisepsia. • Introduzir o escalpe número 25 com bisel voltado para cima, com uma inclinação de cerca de 45º em relação à pele direcionando-o para o interior da artéria contra o fluxo sanguíneo. • Após a punção da artéria, o sangue deve fluir espontaneamente (2 ml). Pode-se aplicar uma leve pressão para aspirar o sangue. • Após a retirada da agulha, comprimir o local com gaze ou algodão seco, durante cinco minutos ou até que a hemostasia se complete. • Retirar o ar da seringa e vedá-la com borracha. Agitar a amostra. • Imediatamente colocar a amostra imersa em gelo. • Após o término do procedimento, deve-se avaliar o pulso arterial, o enchimento capilar, a cor e a temperatura da extremidade. FATORES QUE AFETAM OS RESULTADOS - Transportar a amostra para o laboratório, a fim de processá-la dentro de 15 minutos. - A não expulsão do ar da seringa de gasometria resultará em falsa elevação da PaO2 ou falsa redução da PaCO2; - A não imersão da amostra em gelo pode resultar em redução do pH e da PaO2; - A não expulsão da heparina da seringa antes da coleta da amostra pode resultar em redução do pH, PaCO2 e PaO2. COMPLICAÇÕES - Hemorragia e hematomas locais - Isquemia da região distal a ponto de punção por vasoespasmo ou compressão externa por hematoma e trombose - Fenômenos tromboembólicos - Infecção local e osteomielite - Lesão do nervo adjacente à artéria. PUNÇÃO CAPILAR É uma mistura de sangue venoso e arterial, mas o sangramento é principalmente arterial. O sangue capilar é obtido através da pele. Especialmente em pacientes pediátricos. Punção da pele: Superfície póstero-lateral do calcanhar, em crianças até 1 ano de idade. Na polpa do 3º ou 4º dedo da mão. Lóbulo da orelha. – Indicações • Utiliza-se essa técnica para análise de glicemia, hematócrito, gasometria e teste de triagem para erro inato do metabolismo. – Contra-indicações • Infecção (abscesso, celulite etc) no calcâneo ou em região adjacente • Edema local • Instabilidade cardiovascular grave (choque) • Distúrbios hemorrágicos • Comprometimento do fluxo sanguíneo das extremidades (vasoespasmo, trombose, etc). MATERIAL Luvas de procedimento Cuba com água morna Algodão e/ou gaze Álcool a 70% ou clorexidina alcóolica a 0,5% Lanceta para punção capilar ou agulhas 13X4,5 (insulina) Recipiente para a coleta de material: tubo capilar, fita de glicemia TÉCNICA - Seguir todos os cuidados para a proteção universal contra infecções: luvas, óculos, etc - Colocar na boca da criança uma chupeta e/ou administrar 1 a 2 ml de solução glicosada a 12,5% cerca de 2 min antes do procedimento. - O local da punção deve ser a face lateral ou medial do calcâneo. Não puncionar o terço médio. - Aquecer o calcâneo por cerca de cinco minutos, utilizando-se de um recipiente (cuba) com água a temperatura de 40º ou compressas mornas, a fim de dilatar os vasos locais. - Apreender a parte posterior do pé entre os dedos polegar e indicador, de modo a formar um círculo envolvendo o calcâneo. - Realizar antissepsia do local a ser puncionado com álcool a 70% ou clorexidina alcóolica a 0,5%. - Com a lanceta ou agulha de insulina, puncionar perpendicularmente na região pré-determinada, não excedendo 2,5 mm de profundidade. - O bombeamento delicado do calcanhar pode auxiliar na coleta da amostra. - Sempre que possível desprezar a primeira gota, por causa da contaminação com os fluidos teciduais. - Após o término da coleta, pressionar o local da punção com gaze seca e elevar o pé para cima. COMPLICAÇÕES Processos infecciosos locais, como celulite, osteomielite de calcâneo (decorrente da penetração da lanceta no calcâneo) e abscessos. Calcificações locais. AMOSTRA DE URINA COLETA EM CRIANÇAS / LACTENTES Crianças muito jovens e neonatos » Coletor auto-aderente hipoalergênico Recomendações: Identificar o coletor auto-aderente Abrir as pernas da criança Certificar que a região púbica e perineal estão limpas, secas e isentas de muco. Meninas: colocar o adesivo na pele em volta dos genitais externos, de maneira que a vagina e o reto fiquem isolados e evitando a contaminação. Após 30 minutos retirar o coletor, mesmo sem a emissão de urina. Meninos: colocar o coletor auto-aderente de maneira que o pênis fique em seu interior. Após 30 min. retirar o coletor, mesmo sem a emissão de urina. A urina obtida de fraldas descartáveis pode ser examinada para glicose, cetonas, proteína, sangue, bilirrubina, urobilinogênio, nitrato, potássio, creatinina e uréia. AMOSTRA DE URINA (Jato médio) - É a amostra de urina coletada para cultura após o meato uretral ter sido limpo e os primeiros mililitros terem sido desprezados. TÉCNICA - Limpar o períneo ou a extremidade de pênis com uma gaze estéril embebida em antisséptico (2 X). - Deixar criança desprezar o jato inicial e o jato final, coletar o jato médio. - Esvaziar totalmente a bexiga (marcar o horário); - A partir daí, coletar rigorosamente todas as outras amostras de urina, integralmente, (inclusive a noite) até o horário em que foi desprezada a urina do dia anterior (completando assim 24 horas ), sem perder material, coletar todo volume; - As amostras deverão ser armazenadas no mesmo recipiente, se um não for suficiente, utilize outro; - Caso perca alguma amostra da urina, desprezar o material já coletado e iniciar a coleta novamente; - É indispensável que sejam coletadas todas as amostras, o volume é fundamental para a realização do exame. Obs: - Um cateter de demora pode ser usado durante o período de coleta. - Durante toda coleta conservar a urina em geladeira. FATORES QUE AFETAM OS RESULTADOS Amostras da 1ª urina da manhã fornecem o reflexo mais preciso da presença de bactérias e de elementos formados, tais como cilindros e cristais. Um retardo no exame após a coleta pode causar valores falsamente reduzidos de glicose, cetona, bilirrubina e urobilinogêno. Amostras coletadas, mantidas à temperatura ambiente e tardiamente entregues ao laboratório, podem causar valores falsamente elevados de bactérias, em virtude de seu supercrescimento. Retardos também perturbam a nitidez microscópica, em virtude da dissolução de uratos e fosfatos. PUNÇÃO VESICAL OU SUPRABÚBICA o Indicações Coleta de urina para análise: urina tipo I e cultura. Punção de alívio, nos casos de bexigoma. o Conta-indicações Infecção local Distúrbios hemorrágicos graves, como CIVD Distensão de alças intestinais Hepatoesplenomegalia acentuada Anomalias geniturinárias que aumentam as estruturas pélvicas, como cistos de ovários. MATERIAL • Luvas cirúrgicas estéreis • Escalpe número 23G ou agulha 25X6 • Seringa de 5ml • Clorexidina alcóolica 0,5% • Anestésico tópico: EMLA • Recipientes para coleta de urina • Seguir todos os cuidados para proteção universal contra infecções: luvas, óculos etc. • Manter o RN na posição supina, com os membros inferiores cruzados. • Manobras para evitar o reflexo da micção: – Menina: introduzir o dedo mínimo no ânus e aplicar uma pressão na parede anterior; – Menino: pinçar delicadamente a base do pênis com os dedos indicador e polegar. • Assegurar que a bexiga esteja repleta de urina, através da palpação abdominal e da observação da última micção (min 1 hora). • A punção deve ser realizada na linha média cerca de 1cm acima da borda superior da sínfise púbica. • Realizar a anestesia local, tópica – EMLA. • Realizar a antissepsia da parede abdominal com clorexidina alcoólica a 0,5%. • Introduzir agulha ou escalpe conectado à seringa de 5ml, no local predeterminado, perpendicularmente à pele. Avançar cerca de 2 a 3 cm, mantendo uma leve pressão negativa. Se não houver saída da urina, retirar a agulha e repetir o procedimento após uma hora. Deve-se evitar manobras repetidas de redirecionamento da agulha na tentativa de obter amostra da urina, por causa dos riscos de lesão da bexiga. • Após a retirada da agulha, aplicar uma pressão delicada com gaze estéril até que nenhum líquido ou sangue saia pelo percurso da agulha. – COMPLICAÇÕES • Hematúria macro e microscópica • Hematoma de parede abdominal ou da parede da bexiga • Celulite ou abscesso de parede abdominal • Osteomielite de ossos da púbis • Perfuração de alças intestinais EXAME FÍSICO o COR: As cores usadas para a descrição são: amarelo, amarelo claro, amarelo escuro, avermelhado, marrom, esverdeado. Quando vermelha há hematúria, ou também é observada quando da ingestão de beterraba. A urina também pode apresentar-se verde pela ação de medicamentos. 2. ASPECTO: Os três estados observados são: límpida; ligeiramente turva e turva. Também podemos ter o aspecto sanguinolento. 3. DENSIDADE: Varia de 1,016 a 1,020 como valores normais. Diminuição nesta densidade indica algum problema que não permite a concentração desta urina e o aumento nesta densidade indica excretas a mais (como glicose). EXAME QUÍMICO A maioria dos testes de triagem de urinálise são medidos por meio de uma "fita" reagente. Existem vários tipos de fitas reagentes. Pesquisa de: o Urobilinogênio o Bilirrubina o Corpos cetônicos o Hemoglobina o Glicose o Sangue o Proteínas o pH o Nitritos EXAME MICROSCÓPICO Avaliação do Sedimento Urinário o Hemácias o Leucócitos o Células epiteliais o Cilindros o Microorganismos o Cristais o Gordura AMOSTRA DE FEZES Indicações: identificar parasitas e outros microorganismos que causam diarréia; avaliar função gastrintestinal; e verificar a presença de sangue oculto Exame de fezes - Parasitológico (coleta de uma amostra) Coletar as fezes sem contaminar com urina Crianças com controle de esfíncter devem urinar e depois defecar.em um recipiente adequado. Coletar uma amostra do material (Fezes), colocar no recipiente e enviar ao laboratório fechado e rotulado; As fezes devem ser coletadas no dia ou, no máximo, na noite anterior, manter o material refrigerado até a entrega, caso não esteja em líquido conservante. Exame de fezes - Parasitológico MIFC (coleta de 3 amostras) Quando 3 (três) amostras são necessárias, os recipientes devem ser marcados com data e hora, conservado em refrigerador. (uma amostra por dia) Cuidado com o manuseio da amostra para evitar contaminação TERMOS ÁCIDOS - BÁSICOS PH= Potencial de H+ livre no sangue ÁCIDO: Uma substância que pode ceder Íons de Hidrogênio, H+ BASE: Uma substância que pode aceitar Íons hidrogênio, H+. H2O + CO2 H2CO3 (Ácido carbônico) H+ + HCO3(Base) VALORES NORMAIS DO EXAME LABORATORIAL DO ESTADO ÁCIDOBASE PH = 7,35 - 7,45 PaCO2 = 35 - 45 mmHg PaO2 = 80 - 100 mmHg Excesso de base = +2 ou -2 HCO3- = 22 - 26 mEq/l Saturação de oxigênio = 95 - 100% INTERPRETAÇÃO DA GASOMETRIA 1. Determinar se o pH esta normal ou anormal. pH < 7,35- Acidose pH> 7,45- Alcalose 2. Determinar se a PaCO2 está normal ou anormal. PaCO2 > 45- Hipoventilação- acidose respiratória PaCO2 < 35- Hiperventilação- alcalose respiratória 3.Determinar se o HCO3 esta normal ou anormal. HCO3 < 22mEq/L- Acidose metabólica HCO3 > 26mEq/L- Alcalose metabólica 4. Verificar se ocorreu compensação. - Quando PaCO2 e HCO3 estão anormais, um deles é o distúrbio ácido-básico primário e o outro é o compensatório. - Para decidir entre eles, verifique se o pH é alcalótico ou ácido. - O distúrbio principal causa pH anormal. 5. Estados de compensação: - pH normal- totalmente compensado; - Alterações no pH, HCO3 e PaCO2- Compensação parcial; - Alteração no pH e PaCO2 ou HCO3- Não compensação. 6. Avaliar a oxigenação: Hipoxemia leve- PaO2- 60- 80mmHg; Hipoxemia moderada- PaO2- 40-60 mmHg; Hipoxemia grave- PaO2- < 40 mmHg 1) ACIDOSE RESPIRATÓRIA 1.1) CAUSAS – Obstrução das vias aéreas – Enfisema – Bronquite – Fármacos – Asma – Edema pulmonar ALTERAÇÕES NO pH e PaCO2 pH < 7,35 PaCO2 > 45mmHg HCO3: Apresenta-se normal ou anormal para compensar 2) ALCALOSE RESPIRATÓRIA 2.1) CAUSAS – Hipóxia – Pneumonia – Ansiedade, histeria (síndrome da hiperventilação) – Gravidez – Dor – Acidose metabólica ALTERAÇÕES NO pH e PaCO2 pH > 7,45 PaCO2 < 35mmHg HCO3: Apresenta-se normal ou anormal para compensar 3) ACIDOSE METABÓLICA 3.1) CAUSAS – Excreção de ácidos diminuída pelos rins – Cetoacidose diabética – Metabolismo anaeróbio dos carboidratos – Diarréia ALTERAÇÕES NO pH e HCO3 pH < 7,35 HCO3 < 22 mEq/L PaCO2- Apresenta-se normal ou anormal para compensar 4) ALCALOSE METABÓLICA 4.1) CAUSAS – Diuréticos de alça – Hipertensão renovascular – Altas concentrações endovenosas de bicarbonato – Insuficiência respiratória – Transfusão sangüínea (oito bolsas de sangue) ALTERAÇÕES NO pH e HCO3 pH >7,45 HCO3 > 26 mEq/L PaCO2- Apresenta-se normal ou anormal para compensar CAUSAS E CORREÇÕES DOS DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS Distúrbio Causa Correção Acidose respiratória PaCO2 por hipoventilação Desobstrução das vias aéreas, VM Alcalose respiratória PaCO2 por hiperventilação Ajuste do ventilador mecânico, diminuindo o volume minuto, sedação Acidose metabólica HCO3 Alcalose metabólica HCO3 Tratamento da causa básica, administração de bicarbonato, hiperventilação. Tratamento da causa básica, hipoventilação. Estudem pelos livros da referencia do plano de ensino da disciplina...Bons estudos!!! Profa. Elisângela Lima