“Legitimação retórica das ações em saúde”: câncer e propaganda

Propaganda
ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009.
“Legitimação retórica das ações em saúde”: câncer e propaganda em meados do século
XX
Vanessa Lana 1
Resumo
O presente texto analisa o início das propostas de educação em saúde no Brasil com relação
ao câncer, numa perspectiva comparada à semelhante movimento nos Estados Unidos da
América. O argumento principal é que, nos EUA, as primeiras campanhas estiveram voltadas
prioritariamente para os cânceres femininos e a saúde da mulher, com participação das
pacientes e do movimento feminista na elaboração e discussão de políticas de saúde. Já no
Brasil, não houve uma especificidade das propagandas, quer por gênero ou localidade do
tumor. Contudo, em ambos países, a bandeira principal será a defesa do diagnóstico precoce e
o tratamento médico na possibilidade de cura da doença.
Palavras - chave: História do Câncer; educação em saúde; propaganda.
Abstract
This paper examines the initiation of proposals for health education in Brazil with respect to
cancer, compared to a view similar movement in the United States. The main argument is
that, in the U.S., the first campaigns were aimed primarily at women's cancers and women's
health, with participation of patients and the feminist movement in the preparation and
discussion of health policies. Now in Brazil, there was no specificity of the advertisements,
either by gender or location of the tumor. However, in both countries, the flag will be the
main defense of early diagnosis and medical treatment in the possibility of curing the disease.
Key words: History of Cancer; health education; propaganda.
Os cancerologistas brasileiros, principalmente a partir da década de 1940, fizeram
larga utilização de artefatos de propaganda como artigos, cartazes, filmes – documentários,
fotos, entrevistas e programas de rádio, com o intuito chave de informar e sensibilizar o
grande público acerca da problemática do câncer. As campanhas faziam parte de uma série de
estratégias que visavam evidenciar a enfermidade para o público em geral e para as
autoridades governamentais e engendrar uma política nacional sólida e permanente de
identificação, controle e tratamento da enfermidade. Tais campanhas, por sua vez, estiveram
articuladas com semelhante movimento em outras partes do mundo. Um exemplo dessa
aproximação é a utilização de imagens e slogans de campanhas norte-americanas que
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Doutoranda do Programa de Pós Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz /
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.
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remontam ao início do século XX, e o contato de nossos cancerologistas com a produção
americana.
Posto isso, o objetivo neste texto é analisar as estratégias de educação em saúde contra
o câncer no Brasil numa perspectiva comparada às campanhas norte-americanas. Nosso
argumento principal é que, nos EUA, as primeiras campanhas estiveram voltadas
prioritariamente para os cânceres femininos e a saúde da mulher, com participação das
pacientes e do movimento feminista na elaboração e discussão de políticas de saúde. Já no
Brasil, não houve uma especificidade das propagandas, quer por gênero ou localidade do
tumor. Contudo, em ambos países, a bandeira principal será a defesa do diagnóstico precoce
na possibilidade de cura da doença. No Brasil, entretanto, houve uma sensível mudança de
perspectiva nas estratégias de propaganda. Num primeiro momento, a chamada era a da morte
proeminente e, depois, o foco desvia-se para o lócus da prevenção, da detecção da doença em
sua fase inicial e da conseqüente expectativa de cura e extirpação do tumor.
O presente estudo é fruto das reflexões desenvolvidas no curso de doutorado, no qual
nosso foco concentra-se nas campanhas de educação em saúde contra o câncer no Brasil em
meados do século XX, analisando as propagandas como um artefato na construção de uma
política nacional de atenção à doença. Assim, em nossa argumentação, aquelas estariam
engendradas a um projeto mais amplo, de institucionalização dos cuidados e da construção de
uma política nacional de controle do câncer em território nacional, num período da própria
constituição da cancerologia como sub campo da nossa medicina e da formação de um corpo
profissional especializado na problemática.
O Serviço Nacional do Câncer e as campanhas educativas no Brasil
Na conjuntura de mudanças ocorridas com a implantação do regime do Estado Novo
no Brasil e na tentativa do governo em ampliar o controle e normatização das ações e políticas
em saúde no território nacional, em 1941 ocorre uma grande reforma na área da saúde,
encabeçada pelo então Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema. Nesta reforma, o
Departamento Nacional de Saúde é reorganizado e são criados 13 Serviços Nacionais, ligados
ao controle de doenças específicas que estavam na pauta das discussões governamentais
naquele momento, como tuberculose, lepra, febre amarela, malária, peste, doenças mentais e
câncer. A criação de tais Serviços permitia atuações mais verticalizadas, com centralização
normativa e descentralização operacional, caminhando para a intensificação da atuação
federal na expansão dos serviços de saúde pelo território nacional (Fonseca, 2007).
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Dentre os serviços criados estava o Serviço Nacional do Câncer (SNC), que
incorporou em definitivo a doença no escopo de ações da saúde pública brasileira. A
finalidade principal do Serviço era a organização do combate ao câncer a nível nacional,
incluindo o planejamento, a coordenação e fiscalização de todos os espaços de atenção à
doença (Regimento do SNC). A criação do órgão refletiu o início de uma política de cunho
nacional, que buscou expandir as ações de controle da doença para além da capital federal por
meio de uma proposta de centralização e normatização administrativa levada a cabo pelo seu
então diretor, o cirurgião Mário Kroeff. Além disso, a elaboração de um espaço de
centralidade no tratamento e discussões acerca da problemática do câncer catalisou a
incorporação do mesmo ao rol de prioridades da saúde pública em âmbito federal.
O novo espaço, dentre outras delegações, teria a função de fomentar uma campanha
permanente de combate ao câncer, intitulada posteriormente de “Campanha Nacional Contra
o Câncer”, com base na propaganda do diagnóstico precoce e no auxílio do governo federal
para iniciativas regionais de criação de unidades para tratamento de doentes. Uma das
competências do SNC era, segundo seu artigo 8º, promover e difundir campanhas de
propaganda e educação sanitária relacionadas ao câncer (Regimento do SNC). E foi no escopo
do Serviço que as primeiras ações mais articuladas em relação à educação em saúde no Brasil
começaram a ser pensadas e executadas.
Para os cancerologistas inseridos nos ideários do SNC a problemática do câncer havia
ultrapassado os limites da medicina hospitalar e ambulatorial, devendo ser encarada como
uma questão de saúde pública e imbuída em esforços nacionais para o controle da doença. E,
para além dos recursos tecnológicos e da formação de pessoal, fazia-se importante difundir os
preceitos de preocupação com a enfermidade, assim como informar ao grande público, e até
mesmo à comunidade científica, acerca da identificação, etiologia, profilaxia e tratamento do
câncer.
Como diretor do SNC, Mário Kroeff será um dos principais artífices no inicio dos
esforços de formação e implementação das campanhas educativas em território nacional. O
principal lema defendido pelo médico era o da importância do diagnóstico precoce, afirmando
a possibilidade de cura para o câncer desde que este fosse identificado o quanto antes. Dentre
as estratégias empregadas estava a realização de palestras radiofônicas com explicações sobre
a etiologia da doença, localização dos tumores e as formas e mecanismos de tratamento.
Havia a chamada às mulheres para encabeçar a luta, visto serem elas lideranças de peso no
núcleo familiar. Contudo, não se pensava em uma organização mais delimitada nem
tampouco a ênfase em cânceres tipicamente femininos. Dentre os tipos de cânceres destacados
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estavam os da pele, do lábio, da laringe, do pulmão, da mama, do útero, do estômago e do
reto. Nos folhetos de propaganda eram enfatizados aspectos como as características de cada
tumor, a incidência em âmbito nacional e as terapêuticas mais indicadas para cada
especificidade (Kroeff, 2007).
Kroeff, em seus escritos, ressaltava que, nem sempre, o câncer em si era o único
responsável pelas conseqüências nefastas decorrentes da progressão da doença no organismo
humano. Ao caráter invasor e devastador da mesma, somavam-se fatores como a negligência
para com os sinais corpóreos e sintomáticos e, em ponto mais aguçado, a “ignorância” ao
escutar os conselhos de amigos, charlatões ou curandeiros, sem recorrer de imediato aos
cuidados médicos. Assim, somente o tratamento médico especializado seria capaz de
minimizar a invasão cancerígena e garantir alguma perspectiva de cura ao doente. A
automedicação por indicação de terceiros ou de veículos de comunicação leigos era uma
forma de catalisar o sofrimento e o estado vegetativo evocado com a evolução do tumor
(Idem).
Reproduzimos abaixo um trecho de “conselhos do Serviço Nacional do Câncer” para
divulgar à população a enfermidade e o trabalho do órgão. A passagem ilustra alguns dos
pontos chave defendidos pela equipe:
“O câncer é curável se for tratado a tempo.
As manifestações iniciais são discretas e variam com as múltiplas localizações que
pode tomar a doença no corpo humano.
Desconfie dos pequenos tumores cutâneos que tendem a aumentar ou que se
ulceram (nódulos sinais...); das ulcerações persistentes da língua ou dos lábios; dos
endurecimentos da mama, mesmo indolores; de toda perda sanguínea sem causa
aparente, mormente nas mulheres na época da menopausa; dos transtornos
digestivos persistentes; das alterações permanentes da voz (rouquidão) etc.
Faça exames de tempo em tempo, mesmo na ausência de qualquer sintoma para
descoberta de possíveis lesões, na sua fase inicial.
O Serviço Nacional do Câncer atende para exame a qualquer pessoa atacada de
lesão suspeita, aconselhando a terapêutica indicada”. (Kroeff, 2007: 368).
Mas Kroeff não foi o único personagem de liderança nesta história. Um ator
importante das iniciativas de educação em saúde no Brasil foi o paulista Antonio Prudente,
diretor da Associação Paulista de Combate ao Câncer. Através dessa Associação, Prudente
engendrou atividades educativas acerca do câncer que, dentre outros meandros, eram uma
forma de arrecadar fundos de doações para a construção de um hospital sob responsabilidade
da Associação e para tratamento de pacientes cancerígenos.
Em 1946, Antônio Prudente instituiu a “Campanha Contra o Câncer”, com a
distribuição de panfletos informativos sobre a doença, atentando para a identificação e
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mecanismos de prevenção. Neste mesmo escopo foi montada uma exposição educativa no
centro da cidade de São Paulo, com grande participação do público em geral. Anos após a
iniciativa paulista, o SNC, encabeçado por Mário Kroeff, inaugurou sua primeira campanha
educativa, com a exposição de painéis com imagens e informações da enfermidade. Um dos
pressupostos do Serviço era influenciado pela comemoração do mês do câncer americano,
fundado pela American Câncer Society, todos os meses de abril, com o apoio financeiro a
projetos contra a doença nos Estados Unidos (Teixeira e Cristina, 2007).
O fomento às estratégias de propagandas nacionais acerca da problemática do câncer
no Brasil, sobretudo na década de 1940, atuava como uma espécie de legitimação retórica das
ações em saúde, uma educação em saúde. Focavam-se também nas autoridades públicas, no
esclarecimento sobre a doença, suas formas de manifestação, diagnóstico, tratamento e
prevenção, na idéia de que a doença era passível de cura se diagnosticada precocemente,
contando com os avanços médicos na área. Nesta perspectiva, buscavam alertar para a
gravidade do câncer, sua disseminação, atentando para a idéia de que a enfermidade não era
algo apenas de acometimento individual, necessitando, portanto, ser encarada como questão
de saúde pública, com atenção e investimentos estatais neste sentido, além da criação e
aparelhamento de um espaço integralmente voltado para o controle do mal.
As estratégias e a formulação de campanhas educativas contra o câncer integravam as
táticas de legitimação do corpo profissional de cancerologistas no Brasil e da consolidação de
uma política nacional de controle do câncer, na órbita das ações em saúde pública. Tais
campanhas estiveram inseridas num projeto maior de institucionalização do campo da
cancerologia no Brasil e da formação de políticas públicas de controle da doença. As
campanhas faziam parte de uma série de estratégias das quais o corpo profissional lançou mão
com o objetivo de evidenciar a enfermidade para o público em geral e para as autoridades
governamentais e engendrar uma política nacional sólida e permanente de identificação,
controle e tratamento da enfermidade. Assim, tais campanhas contribuíram para sensibilizar
diferentes camadas para a problemática do câncer e para a necessidade de ações mais
articuladas de combate à doença. Isto, inserido no projeto profissional de tomada do câncer
como questão de saúde pública e alvo de políticas oficiais e permanentes de controle da
doença.
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A propaganda dos cânceres femininos nos EUA
No cenário médico americano de inícios do século XX, dominado por profissionais
masculinos, as mulheres encabeçaram movimentos de tomada de consciência sobre o câncer,
a identificação e o tratamento da enfermidade. Fomentaram, assim, campanhas educativas
acerca da questão, atentando para a bandeira do diagnóstico precoce para o aumento das
possibilidades de cura da doença. Mas além da preocupação com a identificação do tumor em
fases iniciais havia a ressalva da importância de se recorrer aos cuidados médicos ao menor
sinal de desordem ou de alguma alteração corporal. Isto porque, só a ciência médica era a
capaz de dar respostas efetivas e tratar a doença de forma precisa e eficaz. Mas não era de
todas as tipologias cancerígenas que estes personagens estavam tratando, e sim dos cânceres
femininos, prioritariamente, o de mama e do aparelho reprodutivo (Gardner, 2006).
A idéia principal que norteava a construção das campanhas era a de que a educação
poderia reduzir a mortalidade de câncer, e neste ponto, é que se justificam as duas principais
bandeiras, tanto nos EUA quanto no Brasil, da tomada de consciência e a defesa do
diagnostico precoce. A educação, assim, caminharia tanto para o reconhecimento dos sinais
da doença quanto para a busca dos cuidados paliativos de profissionais da medicina ao menos
sinal de anormalidade.
Segundo Gardner, no território americano formou-se uma rede de iniciativas num
projeto profissional que priorizava o conhecimento clínico e os programas educacionais que
incentivavam a mulher a participar das transformações médicas em curso. Entretanto, é
importante atentar para as razões que levaram o publico feminino a encabeçar e a ser o foco
principal da articulação das primeiras campanhas nos EUA. O foco das campanhas no público
feminino estava imbuído em alguns preceitos básicos. Primeiramente, na idéia de que a
mulher é o pilar dos cuidados em saúde no interior da família e, é a partir dessa que a
consciência em saúde é formada e difundida. Como gestora da vida humana, a mulher
necessitava estar atenta a si e a seus próximos. Outro aspecto é o da troca de informações e
experiências entre as próprias mulheres, atentando para a questão reprodutiva e,
conseqüentemente, com a ênfase na prevenção dos órgãos reprodutores, dos cânceres de
mama e cervical (Idem). No Brasil, não verificamos um discurso articulado em torno do
publico feminino, nem tampouco uma organização por gênero que demandasse por
informações e iniciativas concernentes à etiologia, identificação e tratamento do câncer.
Uma das principais ferramentas utilizadas para a promoção dos preceitos de educação
em saúde em relação ao câncer para o público feminino nos Estados Unidos foi a arte
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cinematográfica. O maior quantitativo das produções realizadas estava voltado para a
demonstração de técnicas de auto-exame das mamas, priorizando o elenco feminino nas
filmagens, e com demonstrações das técnicas de detecção em mamas reais. Ao final das
trilogias, a ênfase em geral estava pautada na idéia de que em caso afirmativo da detecção de
alguma anormalidade, pontos ou caroços doloridos, a primeira iniciativa a tomar era procurar
imediatamente um especialista médico para o diagnóstico e prescrição de tratamentos
precisos.
A obra de Gardner está centrada na análise de trilogias produzidas no escopo das
campanhas educativas, analisando o discurso presente nos filmes, o publico ao qual eram
destinados, com o cruzamento de idéias semelhantes ou não que eram divulgadas nestas
produções. Outras estratégias de propaganda foram a publicação de artigos em magazines
populares de ampla circulação para o período, e, em muitas vezes nos voltados para o público
feminino, pôsteres, panfletos educativos e palestras radiofônicas.
A veiculação das primeiras campanhas norte-americanas voltadas para o público
feminino e para os cânceres de acometimento no gênero remonta a questões que transcendem
a ordem puramente médica. a própria participação das mulheres na formulação e
implementação de tais campanhas indicam um envolvimento do movimento feminino e da
busca de espaços da mulher no século XX. A participação deste público nas campanhas indica
uma própria demanda do mesmo por esclarecimentos e medidas efetivas para dar conta da
doença, tanto pelo vieis da educação, dos esclarecimentos, quanto da luta contra a
enfermidade, na indicação das possibilidades de tal combate.
Considerações finais
As propagandas de conscientização do câncer catalisaram o processo de
institucionalização das ações contra a doença no Brasil, visto que atentavam ao grande
público e à própria comunidade científica à problemática da enfermidade, conferindo-a maior
visibilidade no meio social. As estratégias e a formulação de campanhas educativas contra o
câncer caracterizam-se como algo institucionalmente datado e localizado, iniciando-se no
escopo das preocupações e propósitos do Serviço Nacional do Câncer e da Associação
Paulista de Combate ao Câncer.
Numa perspectiva comparada, podemos perceber que muito do que foi proposto e
produzido em termos de educação em saúde com relação ao câncer no Brasil teve influência
direta de semelhante movimento nos Estados Unidos. Contudo, enquanto neste país as
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campanhas estiveram muito voltadas para o publico feminino e para a especificidade de
tumores de gênero, aqui o movimento de propaganda foi mais geral. Mas, em ambos, as
principais fases de efeito estavam na defesa do diagnóstico precoce e na recorrência ao
tratamento médico como possibilidade de enfrentar a doença com êxito.
As campanhas, em termos gerais, foram artifícios legalmente explicitados enquanto
parte das estratégias de formação e legitimação do corpo profissional de cancerologistas. E,
no caso do Brasil, aglutinaram esforços no sentido da consolidação de uma política nacional
de controle do câncer, na órbita das ações em saúde pública.
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