Filo Nematoda (grego nematos: `filamento`, e helmin: `vermes`) Outro

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Filo Nematoda
(grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes')
✔ Outro nome: Nemathelminthes (obsoleto)
✔ Vermes de corpo cilíndrico, afilado nas
extremidades.
✔ Muitas espécies são de vida livre e vivem em
ambiente aquático ou terrestre.
✔ Outras são parasitas de plantas e de animais,
inclusive o ser humano.
✔ Há mais de 10 mil espécies desse tipo de vermes
estudadas.
Morfologia
Os nematódeos possuem tubo digestório completo, com
boca e ânus. Geralmente têm sexos separados, e as
diferenças entre o macho e a fêmea podem ser bem
nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos.
Geralmente o macho é menor do que a fêmea da mesma
idade e sua extremidade posterior possui forma de
gancho.
O corpo apresenta simetria bilateral.
protostômios
(blastóporo
origina
a
boca),
pseudocelomados (cavidade do corpo é delimitada pelos
tecidos da mesoderme e tecidos da endoderme),
Sistema nervoso
O sistema nervoso é formado de um anel anterior, que
circunda a faringe, e cordões nervosos longitudinais.
Respiratório
As trocas gasosas acontecem na superfície corporal, por
difusão. Os nematódeos de vida livre são aeróbicos e
obtêm o oxigênio no meio onde vivem. Os parasitas são
geralmente anaeróbicos e fazem fermentação. Dessa
forma não requerem oxigênio e a maioria não elimina
CO2, porque realizam a fermentação láctica, que não
libera esse gás.
Digestão
O tubo digestivo dos nematódeos é completo, ou seja,
possui um orifício de entrada de alimentos (a boca) e um
outro orifício de saída de dejetos (o ânus).
Na boca, podem ser encontradas placas cortantes
semelhantes a dentes, com as quais os nematódeos
podem perfurar os tecidos de outros seres vivos. A
faringe é musculosa e serve para esmagar os alimentos e
também para os dirigir para o intestino, que não possui
qualquer musculatura. O alimento é completamente
digerido pelas enzimas que atuam sobre ele no interior
do tubo digestivo, e os nutrientes são passados para a
cavidade do corpo para serem distribuídos pelas células.
Muitos nematódeos de vida livre são carnívoros e se
alimentam de pequenos animais ou de corpos de animais
mortos. Os parasitas intestinais recebem o alimento já
parcialmente digerido pelo hospedeiro.
Excreção
Os resíduos ão excretados a partir do líquido que ocupa
Tegumento
o pseudoceloma, por meio de dois tubos longitudinais
Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada ligados por um menor, transversal. A distribuição desses
película protetora, que é bem lisa e resistente.
tubos, no corpo, dá a eles o nome de tubos em "H". Os
dois ramos longitudinais do sistema se abrem em
Locomoção
orifícios próximos da boca.
O sistema locomotor é estruturado em camadas
musculares longitudinais situadas logo abaixo da Circulação
epiderme. Não há movimentos laterais.
Os nematódeos são avasculares (não possuem sistema
Não há estruturas flageladas nem ciliadas nesses circulatório). A cavidade corporal (o pseudoceloma)
animais. Nem mesmo os espermatozóides possuem contém um líquido, e a contínua movimentação desse
flagelos. Eles se locomovem por meio de pseudópodos líquido, propiciada pela contração da musculatura
(“falsos pés”), com movimentos amebóides.
longitudinal do corpo, permite uma relativa distribuição
de materiais entre algumas partes do corpo.
Fisiologia
Os nematódeos não possuem sangue, sistema Reprodução
circulatório nem sistema respiratório.
A maioria das espécies são dióicas (tem sexo masculino e
São animais triblásticos (possuem os 3 folhetos feminino) e realizam fecundação interna, ocorrendo em
embrionários ectoderme, mesoderme e endoderme), algumas nítido dimorfismo sexual: normalmente os
machos são menores que as fêmeas, apresentam
espinhos copulatórios e possuem a cauda encurvada.
Na cópula, os machos depositam os seus
espermatozóides no poro genital das fêmeas. Os machos
não possuem poro genital, e a saída dos espermatozóides
ocorre pela cloaca.
Também são características exclusivas dos nematódeos a
ausência de células ciliadas e os espermatozóides
amebóides, sem flagelo, deslocando-se por pseudópodos.
A fecundação acontece dentro do corpo da fêmea
(fecundação interna). Depois de fecundado, o zigoto se
desenvolve dentro de um ovo com a casca resistente.
Muitas espécies eliminam os ovos fecundados para o
ambiente, onde as primeiras divisões se processam e o
ovo se torna embrionado.
O ciclo evolutivo pode ser direto ou indireto,
dependendo da formação de larvas por dentro ou fora
dos ovos.
Ecologia dos nematódeos
A maioria dos nemátodos é de vida livre, habitantes de
solo úmido, areia, de águas paradas. Entre os parasitas,
além daqueles que têm o homem como seu hospedeiro,
há espécies que infestam outros animais ou plantas
(raízes, frutos).
Muitos podem suspender os processos vitais quando as
condições ambientais se tornam desfavoráveis e encistar,
numa forma que é capaz de sobreviver a condições
extremas de secura, calor ou frio e depois voltar à
"vida" quando as condições são favoráveis. Este
processo é conhecido como criptobiose.
Ecologicamente são muito bem-sucedidos, sendo tal fato
demonstrado pela alta diversidade de espécies.
Encontram-se em todos os habitats, terrestres, marinhos
e de água doce e chegam a ser mais numerosos que os
outros animais, tanto em número de espécies, como de
indivíduos. Algumas espécies são microscópicas,
enquanto uma espécie, parasita do cachalote (uma
espécie de baleia) pode atingir 13 metros de
comprimento.
Recentemente, aclamou-se que os nematódeos são uma
das três principais radiações de organismos
multicelulares que têm produzido a maioria das espécies
do mundo, sendo as outras radiações os insetos e os
fungos.
Doenças causadas por nematódeos
Oxiuríase: Coceira Anal
Inflamação causada pelo verme Oxyurus vermicularis
que se aloja no intestino grosso. Caracteriza-se por
inchaço, vermelhidão, aumento da sensibilidade
dolorosa e aumento da temperatura local.
A doença é adquirida pela chegada dos ovos deste
parasita ao aparelho digestivo através de mecanismos
como: ingestão dos ovos junto com alimentos, poeira de
casa, objetos, animais, roupas contaminados com ovos
dos oxiúros. Auto-infestação, no ato de coçar o ânus os
ovos podem aderir aos dedos e então levados à boca.
Após a deglutição dos ovos, no intestino as larvas se
transformam em adultos, as fêmeas guardam os ovos
fecundados e os machos morrem. As fêmeas migram
para o cólon e reto, de noite elas Saem pelo esfíncter
anal e depositam ovos na região anal e perianal.
O diagnóstico pode ser evidenciado pela visualização dos
vermes nas fezes (raro), em pesquisa de ovos no exame
parasitológico de fezes e mais comumente pela pesquisa
de ovos na região perianal e anal através de raspado
anal (swab) ou fita adesiva. Prevenção: higiene das
mãos, alimentos, animais, roupas, roupas de cama,
brinquedos é eficaz na prevenção. O uso de água
sanitária (diluição de 1/3) serve para maior eficácia na
limpeza de objetos que não sejam atacados pelo cloro.
Filaríase: elefantíase
Causada por Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e
Brugia timori, comumente chamados filária, que se
alojam nos vasos linfáticos causando linfedema. Esta
doença é também conhecida como elefantíase, devido ao
aspecto de perna de elefante do paciente com esta
doença. Tem como transmissor os mosquitos dos gêneros
Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes nas
regiões tropicais e subtropicais. Quando o nematódeo
obstrui o vaso linfático, o edema é irreversível, daí a
importância da prevenção com mosquiteiros e
repelentes, além de evitar o acúmulo de águas paradas
em pneus velhos, latas, potes e outros.
O período de incubação da doença pode ser de um mês
ou vários meses. A maioria dos casos não apresenta
sintomas, contudo existe produção de microfilárias e o
indivíduo dissemina a infecção através dos mosquitos
que o picam. Os episódios de transmissão de
microfilárias (geralmente a noite, a depender da espécie
do vetor) pelos vasos sanguíneos podem levar a reações
do sistema imunitário, como prurido, febre, mal estar,
tosse, asma, fatiga, exantemas, adenopatias (inchaço dos
gânglios linfáticos) e com inchaços nos membros, escroto
ou mamas. Por vezes causa inflamação dos testículos
(orquite). A longo prazo, a presença de vários pares de
adultos nos vasos linfáticos, com fibrosação e obstrução
dos vasos (formando nódulos palpáveis) pode levar a
acumulações de linfa a montante das obstruções, com
dilatação de vasos linfáticos alternativos e espessamento
da pele. Esta condição, dez a quinze anos depois,
manifesta-se como aumento de volume grotesco das
regiões afetadas, principalmente pernas e escroto,
devido a retenção de linfa. Os vasos linfáticos alargados
pela linfa retida, por vezes arrebentam, complicando a
drenagem da linfa ainda mais. Por vezes as pernas
tornam-se grossas, dando um aspecto semelhante a patas
de elefante, descrito como elefantíase.
O diagnóstico é pela observação microscópica de
microfilárias em amostras de sangue. Caso a espécie
apresente periodicidade noturna, é necessário recolher
sangue de noite, de outro modo não serão encontradas. A
ecografia permite detectar as formas adultas.
Prevenção: usar roupas que cubram o máximo possível
da pele, repelentes de insetos e dormir protegido com
mosquiteiros.
Ascaridíase: lombriga
Verminose causada por um parasita chamado Ascaris
lumbricoides. É a verminose intestinal humana mais
disseminada no mundo. A contaminação acontece ocorre
quando há ingestão dos ovos infectados do parasita, que
podem ser encontrados no solo, água ou alimentos
contaminados por fezes humanas. O único reservatório é
o homem. Se os ovos encontram um meio favorável,
podem contaminar durante vários anos.
A maioria das infecções é assintomática. A larva se libera
do ovo no intestino delgado, penetra a mucosa e por via
venosa alcança o fígado e pulmão de onde alcançam a
árvore brônquica. Junto com as secreções respiratórias
são deglutidas e atingem o intestino onde crescem
chegando ao tamanho adulto. Em várias situações
podem surgir sintomas dependendo do órgão atingido. A
ascaridíase pode causar dor de barriga, diarréia,
náuseas, falta de apetite ou nenhum sintoma. Quando há
grande número de vermes pode haver quadro de
obstrução intestinal. A larva pode contaminar as vias
respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse,
catarro com sangue ou crise de asma. Se uma larva
obstruir o colédoco pode haver icterícia obstrutiva.
O diagnóstico é feito pelo exame de fezes, onde se
encontram os ovos do parasita.
Prevenção: medidas de saneamento básico, tratamento
de todos os portadores da doença. A ascaridíase está
mais presente em países de clima tropical e subtropical.
As más condições de higiene e a utilização das fezes
como adubo contribuem para a prevalência dessa
verminose nos países do terceiro mundo.
Ancilostomíase: Amarelão
A doença pode também ser conhecida popularmente
como "amarelão", "doença do jeca-tatu", "mal-daterra", "anemia-dos-mineiros, "opilação", etc. As
pessoas portadoras desta verminose são pálidas, com a
pele amarelada, pois os vermes vivem no intestino
delgado e, com suas placas cortantes ou dentes, rasgam
as paredes intestinais, sugam o sangue e provocam
hemorragias e anemia. A pessoa se contagia ao manter
contato com o solo contaminado por dejetos. As larvas
filarióides penetram ativamente através da pele (quando
ingeridas, podem penetrar através da mucosa). As larvas
têm origem nos ovos eliminados pelo homem. As
principais medidas de prevenção consistem na
construção de instalações sanitárias adequadas, evitando
assim que os ovos dos vermes contaminem o solo; uso de
calçados, impedindo a penetração das larvas pelos pés.
Além do tratamento dos portadores, é necessária uma
ampla campanha de educação sanitária. Caso contrário,
o homem correrá sempre o risco de adquirir novamente
a verminose.
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