ABES 124 INFORMA 6 de maio de 2009 Embasa tira carro pipa do semiárido A Embasa está fazendo desaparecer do cenário rural baiano a figura dos carros pipa. Em troca, explorando aquíferos ou expandindo redes de distribuição de áreas urbanas, a água está chegando às torneiras das residências isoladas, para alegria dos moradores. É o caso de Cacimbas e Caldeirãozinho, que receberam rede de distribuição e foram integradas ao sistema de abastecimento de Itiúba, município ao qual estão ligadas. A moradora Maria Nunes conta que pagava, de uma a duas vezes por semana, cerca de R$ 10 ao carro pipa por mil litros de água. Mesmo assim, a quantidade adquirida era insuficiente para atender às necessidades das sete pessoas de sua família. Ela às vezes tinha de procurar água cavando uma cacimba com pá ou enxada, pois o chafariz do povoado ficou seco durante os últimos anos. “Era um problema. Quando tinha, a água não dava para todo mundo. A gente fazia reciclagem: aquela que lavava a rou- pa era usada para lavar o banheiro”, lembra. Em Caldeirãozinho, Maria de Lurdes está satisfeita com a chegada da água. “Tá ótima. Não preciso mais andar quilômetros com balde na cabeça. Meus vizinhos aí tudo têm água, todo mundo ao mesmo tempo”, diz sorrindo. Foram implantadas 300 ligações domiciliares nos dois povoados. Desde outubro do ano passado, cerca de 1,3 mil moradores de Cacimbas e Caldeirãozinho começaram a receber água de boa qualidade do Sistema Integrado de Itiúba. A água captada na barragem do Jacurici é tratada numa estação situada no povoado de Rômulo Campos e conduzida por uma elevatória até o reservatório de Itiúba, de onde segue para as duas localidades. Sistemas semelhantes estão atendendo aos moradores dos distritos de Melancia e Salgado, que passaram a receber água do sistema de Andorinha, e dos arredores de Cansanção, para onde uma adutora conduz água do Aquífero de Tucano. (Fonte: Embasa) Queimadas, uma prática perniciosa Romildo Guerrante Mais vale um hábito que uma carrada de razões. Na história da agricultura brasileira, as queimadas são tidas como instrumentos para acabar com as plantas daninhas e melhorar a qualidade do solo. Alerta a Embrapa, no entanto, que, aquilo que à primeira vista surge como uma vegetação mais forte após o fogo, é apenas parte de um processo que, repetido seguidamente, degenera o solo. Sem falar nos riscos de alastramento do fogo e nos prejuízos ao meio ambiente. Mas tem sido aparentemente inútil insistir nesse ponto. Em cada canto do Brasil, como se pode ver na foto, há sempre alguém botando fogo no mato na esperança de que a terra “cansada” se regenere e traga uma boa colheita na próxima safra. 06/05/2009 ABES 124 INFORMA 2 a palavra dA presidente Clima alterado, nova face do Brasil Chuvas torrenciais no Nordeste de secas históricas, seca devastadora nos celeiros verdejantes do Sul. Definitivamente, as alterações climáticas estão deixando suas marcas no Brasil. Não é um problema só “lá de fora”, é um problema nosso também. O último Fórum da Água deixou muito claro: a água é uma commoditie, ela tem um custo. A natureza é uma só, temos de compartilhar o respeito ao meio ambiente para que todos possamos ter segurança e qualidade de vida. As respostas que a natureza vêm dando às agressões que sofre são, ainda, infinitamente pequenas. A marcha do consumo insensato nos países desenvolvidos está deixando um rastro de conseqüências danosas ao nosso entorno natural. A questão da preservação da qualidade e da quantidade da água nos parece mais urgente, porque depende não só de vontade política dos gover- nantes, mas é comprometida, em muitos casos, pela falta de informação. Desperdiça-se água no Brasil como se os mananciais fossem eternos, ao mesmo tempo em que se lançam sobre os corpos d`água toda sorte de agentes destruidores da qualidade, que comprometem e dificultam a recuperação dessa água para benefício de todos. Agimos em duas pontas, consumindo muita água e depredando o pouco que resta. É tempo para um exame de consciência de cada um sobre a sua relação com o mundo. Se está tirando da natureza mais do que ela pode oferecer, certamente isso que se desperdiça irá nos faltar lá adiante. Então, precisamos trabalhar contra a desinformação dos que não têm a dimensão do mundo e contra a ganância dos que sabem de tudo, mas preferem ignorar. Cassilda Teixeira de Carvalho EXPEDIENTE ABES Informa é um informativo eletrônico da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES, atualizado semanalmente e enviado via Internet para todos os sócios da entidade. Diretor Responsável: Cassilda Teixeira de Carvalho Presidente Nacional da ABES Coordenadora GERAL: Maria Isabel Pulcherio Guimarães Editor de conteúdo: Romildo Guerrante (MTB 12.669-RJ) Projeto Gráfico: Flap Design/ Nena Braga Editoração eletrônica: ABES/ Thiago Oliveira Lobão e-mail: [email protected] Clique aqui para ver as edições anteriores 06/05/2009 ABES 124 INFORMA 3 MEIO ambiente O campo de sementes que virou floresta Numa época em que se lamenta o desmatamento crescente, existe no interior de São Paulo um exemplo de reflorestamento de mata nativa que deu certo e que pouca gente conhece. Trata-se da Floresta Nacional de Lorena, um grande reservatório de Mata Atlântica, localizada entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira. Campo de sementes nos anos 20, a área foi totalmente reflorestada com espécies nativas a partir da década de 1950. Com cerca de 250 hectares, a floresta tem trilhas, lago, viveiro de plantas, centenas de árvores, aves e animais que podem ser vistos livremente pela mata. Bahia, pau-brasil, jequitibá, pacova de macaco, palmito, quaresmeira, cedro e sapucaia, entre outras. Animais como a cotia e a capivara foram importantes aliados da natureza, pois elas trouxeram novas espécies como o cambuí, carrapeta, pindaíba preta e angelim. Hoje, é possível ver cotias, capivaras, porcos do mato, répteis, lagartos, cobras, micos e aves de várias espécies vivendo livremente pela Floresta Nacional. “Foram plantadas espécies pioneiras, ou seja, Sementeira Para se ter uma idéia da magnitude do trabalho realizado pelos pesquisadores da Floresta Nacional, basta ver que em 1923 a mata simplesmente não existia. Ali era um campo de sementes, que eram distribuídas aos lavradores com o intuito de melhorar e intensificar a cultura de cereais e frutas. O local era totalmente desmatado, numa área doada pela Prefeitura ao Ministério da Agricultura, distante cinco quilômetros da cidade, à margem da Estrada de Ferro Central do Brasil. Ação da natureza Para fazer o reflorestamento, foram plantadas ao longo dos anos espécies nativas como angico, pau-jacaré, ingá, diversos tipos de ipês, pérola vegetal, mirindiba, paineira, pau-viola, jacarandá da Numa área de 250 hectares, a natureza ajudou o trabalho do homem na reconstrução de uma floresta rica em biodiversidade as primeiras que nascem no descampado. Elas gostam de luz e germinam facilmente com a ação dos ventos, como a imbaúba, pois suas sementes são leves”, explica o chefe da unidade da Floresta Nacional de Lorena, Vinicius G.Mattei. Em seguida, vieram as secundárias, que gostam de sombra, e depois as últimas, as Clímax, mais valorizadas. Elas nascem por último na sucessão, gostam de sombra, levam mais tempo para crescer e normalmente são exploradas como madeira de lei. Um exemplo é o pau-brasil, que demora de 40 a 50 anos para se desenvolver”, explica Mattei. 06/05/2009 ABES 124 INFORMA 4 recursos hídricos Gaúchos preparam semana da água Ana Maria e Maria de Lourdes na primeira reunião meio ambiente Conama debate educação ambiental com empresários O Conama começou a ouvir empresários e sindicalistas na quarta-feira (6), em Salvador, durante o seminário “Desafios e Perspectivas da Educação Ambiental no Setor Empresarial”, para mapear os programas de educação ambiental nos dois segmentos. (Fonte: MMA) energia Termelétricas da Cagece economizam em energia A Cagece está conseguindo economizar R$ 48 mil por mês desde abril, quando concluiu a instalação de cinco usinas termelétricas para evitar a compra de energia, que é mais cara no horário de pico, entre 17h30 e 20h30, de segunda a sexta-feira. As termelétricas cumprem também outra função importante, que é a de evitar transbordamento de esgoto quando falta energia no município. O investimento foi de R$ 3,6 milhões, com recursos próprios. A seção gaúcha da ABES está organizando, juntamente com a Sema - Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a XVI Semana Interamericana e IX Semana Estadual da Água, que serão realizadas no Rio Grande do Sul de 3 a 10 de outubro de 2009. A programação prevê seminários, palestras, mostras, exposições, ações de educação ambiental, entre outras atividades, realizadas por aproximadamente mil entidades, em praticamente todos os municípios gaúchos. A temática deste ano estará focada no consumo responsável da água, especialmente em atividades domésticas, na agricultura e na indústria. Essa indicação surgiu a partir da abordagem feita no Fórum Mundial da Água, realizado em Istambul, Turquia, em março de 2009. A Coordenadora da Semana da Água e Diretora de Comunicação da ABES/RS, Maria de Lourdes Wolff, e a representante da Sema na comissão organizadora, Ana Maria Cruzat, já fizeram a primeira de uma série de reuniões semanais para tratar do assunto. Entidades que queiram participar do evento podem contatar a ABES/RS (51-321213745) ou a Sema (51-3288-8129) PAC Assemae discute o PAC A Assemae - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento promoverá de 24 a 29 de maio, em Gramado (RS), uma série de paineis para que os municípios discutam com técnicos do Governo Federal, entre outros assuntos, como reduzir o ciclo de desembolso dos recursos do PAC, permitindo que os municípios brasileiros se beneficiem dos recursos em um menor período de tempo a juros mais acessíveis. O evento, voltado para gestores municipais e sob o título “Saneamento ambiental: ferramenta para integrar a gestão da cidade”, ocorrerá durante a realização da 39ª assembleia geral da entidade. Para mais informações, acesse o site: www.assemae.org.br 06/05/2009 ABES 124 INFORMA 5 recursos hídricos Senado relata Fórum Mundial da Água ano da frança França patrocina pesquisa com USP A USP - Universidade de São Paulo e a Universidade de Rennes 2, de Paris, vão patrocinar uma série de pesquisas de campo sobre as dinâmicas agrícolas e seus impactos ambientais no Estado de Mato Grosso. O trabalho, que integra o Ano da França no Brasil, iniciado dia 21 de abril, envolve entre 15 e 20 estudantes de cada universidade, que irão percorrer aquele estado, no mês de julho, durante 29 dias. Serão visitados diversos projetos nos municípios de Rondonópolis, Cuiabá, Sinop, Alta Floresta e Juína O objetivo é abordar a diversidade de realidades brasileiras por meio do exemplo de Mato Grosso, verdadeiro laboratório das dinâmicas agrícolas e ambientais registradas nos últimos anos no âmbito de três dos biomas mais importantes do Brasil: as florestas ombrófilas e mesófilas, os cerrados e as zonas úmidas (Pantanal). As dinâmicas ambientais, demográficas, econômicas e espaciais em Mato Grosso são estudadas há muitos anos pelos pesquisadores. A abordagem é, ao mesmo tempo, geográfica e sociopolítica. A subcomissão de Meio Os parlamentares presenAmbiente do Senado Federal tes ao evento reconheceram apresentou na terça-feira (5) o ainda, conforme o relatório, a relatório final de acompanhanecessidade de universalizar mento do Fórum das Águas o uso da água para reduzir as das Américas e do Fórum desigualdades de povos e terriMundial da Água, cujo tema tórios. Destinar maiores recurfoi “Superando os Divisores de sos financeiros para o acesso Água.” O documento, intitulaà água potável e o saneamendo Parlamentos para a Água, to e cumprir assim as metas do resume a disWorld Water Forum cussão sobre a preservação de aquíferos e o potencial econômico dos rios transfronteiriços e transnacionais. O fórum, do qual participou a presiden- Fórum de Istambul: ações para preservar aquíferos te da ABES, Cassilda Teixeira de Carvamilênio estipuladas pela Orgalho, foi realizado em Istambul, nização das Nações Unidas Turquia, entre os dias 16 e (ONU) são objetivos que tam22 de março. O relatório será bém constam do documento. discutido em outra reunião e, Foi apresentada também a em seguida, encaminhado à declaração final dos ministros Comissão de Meio Ambiente. de Estado presentes ao evenA relatora, senadora Marito da Turquia, que recomensa Serrano, destacou o cadou aos países desenvolvidos so do Rio Paraguai, marco que reduzam as emissões fronteiriço de três países (Arde carbono para diminuir os gentina, Uruguai e Brasil), efeitos das mudanças climátique merece uma discussão cas e, para isso, utilizarem a profunda sobre o seu potenenergia hidrelétrica como facial econômico. Segundo a tor importante na gestão dessenadora, o debate dos leses recursos. O documento gisladores apontou para a apontou ainda o temor de que necessidade de transferência a irrigação exagerada provotecnológica, em especial entre que a escassez de recursos os países da América Latina. hídricos. (Agência Senado). 06/05/2009 ABES 124 INFORMA 6 recursos hídricos Poços aumentam oferta de água em Recife A exploração da água subterrânea tem sido uma alternativa para o aumento da produção de água em Pernambuco, visando suprir a demanda da população e eliminar o racionamento. A Compesa vem abrindo poços subterrâneos em vários municípios, além de desenvolver pesquisas para estudo da viabilidade do abastecimento através de água subterrânea. As obras e os estudos totalizam R$ 9,3 milhões em investimentos. Ao todo, a empresa está desenvolvendo 11 projetos para a perfuração de poços de captação de água subterrânea. Segundo o geren- ca que a média de produção te de Águas Subterrâneas dos novos poços na Região da Compesa, geólogo HéMetropolitana de Recife é lio Paiva, a importância da de 70 a 90 mil litros de água utilização da água subterrâpor hora. No Sítio Histórico nea no abastecimento vem de Olinda, o poço já conclucrescendo a cada dia. Entre ído tem uma vazão de 80 os fatores estão: a degradamil litros de água por hora. ção dos mananciais de superfície e os elevados Compesa custos de tratamento e o constante incremento dos custos da captação superficial, principalmente devido ao aumento das distâncias das fontes de produção aos centros de consumo, entre outras. Com relação á vazão, o geólogo expli- Água subterrânea complementa a oferta empresas Copasa rebaixa e concreta o Arrudas A Copasa está rebaixando e concretando o fundo do Ribeirão Arrudas, responsável por inundações freqüentes em Belo Horizonte. As obras tem duas funções: prevenir as inundações e proteger os interceptores de esgoto que passam nas laterais do Arrudas. Numa extensão de 3.120 metros, os serviços de concretagem compreendem o rebaixamento do leito natural do ribeirão em dois a três metros e, posteriormente, o seu revestimento em concreto. Num trecho de 860 metros, em que a calha já é revestida, será feito apenas o desassoreamento. novos sócios Amanda Regina Campos Honório (DF), Ana Elisa Martinelli Finazzi (MT), Andréia Ruas das Neves (ES), Davi Rodrigues da Silva (DF), Deusmar Aleixo da Silva (GO), Diego Leonardo de Andrade Carvalho (MG), Fernando Duarte Barbalho (GO), Israel Nunes Henrique (PB), Lais Caroline Feitosa da Silva (PA), Liana Notari Pasqualini (SP), Paulo Sérgio Gomes dos Santos (MS), Rogério de Souza Aguiar (PA), Ruana Batista Santana (PA), Sarah de Abreu Moreira Araújo (CE) e Wilton Silva Lopes (PB)