Análise da Gestão Ambiental em uma Empresa Prestadora de Serviços de Controle de Pragas Joice Huller de Oliveira (UEPG) [email protected] Fernanda Stieven (UEPG) [email protected] Suelen Carolyne Lucas (UEPG) [email protected] Neuseri Stieven (Exército Brasileiro) [email protected] Resumo: O presente artigo teve por objetivo analisar a gestão ambiental em uma empresa que presta serviços de controle de pragas na região dos Campos Gerais no Paraná. A pesquisa é classificada quanto a sua natureza como uma pesquisa aplicada, utilizando questionários, entrevista e observação direta simples como instrumentos de pesquisa. Atualmente, a importância que as organizações estão dando a questão ambiental não se dá apenas para satisfazer as exigências governamentais, mas também para alcançar a satisfação do seu cliente preocupado com a degradação da natureza. A existência de uma gestão ambiental se faz ainda mais necessária neste contexto. Com a pesquisa foi possível observar que a empresa estudada, apesar de não ter uma gestão ambiental definida, pratica atividades de responsabilidade ambiental e está aberta às ideias sustentáveis, é consciente dos perigos que pode trazer ao meio ambiente e que precisa realizar continuamente as atividades preventivas. Palavras chave: Gestão ambiental. Sustentabilidade. Meio ambiente. Analysis of Environmental Management in a Services Provider Company of Pests Control Abstract: The present article has the objective analysis the environmental management in a services provider company of pests control in Campos Gerais region in Paraná. The research is classified as their nature as applicable research, using questionnaires, interviews as simple and direct observation as instruments of research. Currently, the importance that organizations are taking the environmental issue does not happen only to meet government requirements, but also to achieve the satisfaction of its customer focused with the degradation of nature. The existence of an environmental management is even more necessary in this context.With the research we conclude that researched company, still don't have a defined environmental management, work activities of environmental responsibility and it's open for sustainable ideas, is conscious of the dangers that can bring to the environment and need realize continuously preventive activities. Keywords: Environmental Management. Sustainability. Environment. 1 Introdução Implementar o processo de gestão ambiental às vezes pode parecer algo difícil e caro de ser executado, mas com um pouco de estudo e visão olística pode-se obter grandes melhorias. Solucionar os problemas pode ser mais fácil do que os empreendedores imaginam. Não é preciso necessariamente seguir os modelos pré-definidos, mas consultar e compreender os métodos existentes e identificar qual melhor se encaixa no perfil da empresa já é um bom começo. Atualmente, esta vem sendo a principal dificuldade para as organizações: a adoção de uma nova prática sustentável conseguindo conciliar com os objetivos empresariais. A responsabilidade das empresas para com o meio ambiente se torna cada vez mais abrangente sendo quase que uma obrigação. Além de desatualizadas, as empresas que não buscam esse retorno à natureza, certamente terão uma imagem negativa sobre seus serviços e produtos, prejudicando seu papel na sociedade e abrindo espaço para seus concorrentes. Nem sempre o que é implantado demonstra resultados positivos. Quando isso ocorre, o processo deve ser revisto e deve-se pensar em um outro modo de execução que cause maiores benefícios e menos problemas. É neste caminho problemático, porém necessário, que esta pesquisa tem como objetivo analisar a gestão ambiental de uma empresa prestadora de serviços no ramo de controle de pragas, com isso, obter uma amostra da preocupação das empresas em relação ao meio ambiente e intenções nas implementações de projetos ambientais, no âmbito empresarial. Para isso foi realizada uma pesquisa com a utilização de várias ferramentas de coletas de dados bem como a análise dos mesmos verificando o ambiente organizacional e como atua no mercado consumidor. 2 Fundamentação teórica Segundo Donaire (1999), a gestão ambiental é diretamente ligada com a responsabilidade social; incluindo a proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais, projetos que envolvem a comunidade e serviços sociais de conformidade com o interesse público. Já de acordo com Barbieri (2006) a gestão ambiental são as diretrizes e as atividades administrativas, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam. Em Barbieri (2007) o autor traz três dimensões necessárias para a gestão ambiental: a espacial (onde a espera que a ação realmente de resultado é maior), a temática (relacionada aos temas ambientais), e a institucional (ligada aos agentes realizadores). Hoje a gestão ambiental é citada nas iniciativas privadas, Lanna (1995) traz o conceito de que ela é o processo de articulações das atividades sociais que interagem em um dado espaço, tais que estão em prol dos princípios e diretrizes a adequação dos meios de exploração de recursos naturais, econômicos, e socioculturais ás especificidades do meio ambiente. O gerenciamento ecológico envolve a passagem do pensamento mecanicista para o pensamento sistêmico. Um aspecto essencial dessa mudança é que a percepção do mundo como máquina cede lugar à percepção do mundo como sistema vivo. Essa mudança diz respeito a 1809 X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 nossa concepção de natureza, do organismo humano, da sociedade e, portanto, também de nossa percepção de uma organização de negócios. As empresas são sistemas vivos cuja compreensão não é possível apenas pelo prisma econômico. (ANDRADE; 2000, p. 11) Nem uma empresa é uma ilha, e sua maior dependência é com a natureza. A gestão ambiental precisa de atualização contínua de seus participantes, pois a legislação, tecnologia e novidades, mudam constantemente. O homem degradou o planeta em um tempo extremamente curto considerando a idade do mesmo, e já passou da hora disso ser consertado. Existem empresas que veem neste “problema” uma oportunidade, fazendo disto uma vantagem competitiva. Segundo Donaire (1995), as empresas passam por três principais fases, sendo a primeira o controle ambiental nas saídas, que seriam dos materiais e substâncias que são jogadas para a natureza; depois vem a integração do controle ambiental nas práticas e nos processos empresariais e só por fim a integração do controle ambiental na gestão administrativa, assim afirmando um método sistêmico de trabalho administrativo levando em conta a gestão ambiental nas tomadas de decisões, assim tendo peso no planejamento estratégico da empresa. Barbieri (2006) traz alguns métodos para o processo de implantação da gestão ambiental na empresa, de acordo com os interesses e realidades, sendo um deles o processo de abordagem estratégica. Este processo traz o objetivo de encaixar a gestão ambiental como uma das estratégias diretas da empresa, em função de se obter vantagens a longo prazo. Desta forma podendo planejar as tendências mercado lógicas e diminuindo os riscos de ameaças relacionados com a gestão ambiental, como por exemplo clientes que exigem certificados de procedência, e as que na hora de escolher dão preferência a empresas que praticam a responsabilidade ambiental. Ao mesmo tempo que se mantém uma gestão ambiental, é necessário que haja juntamente uma gestão de qualidade, quando muitas vezes se contradizem. Segundo Oliveira (2003), mesmo que já se tenha percorrido um longo caminho de evolução da gestão da qualidade, tanto nas teorias quanto nas práticas, ainda é necessário percorrer um longo caminho, principalmente pelos países menos desenvolvidos para chegarem aonde as grandes potências estão hoje, pensando de forma sistêmica e de forma que todos os colaboradores interajam com este sistema, até enfim chegar a qualidade total. Campos (2004) explica que o produto ou serviço de qualidade, é aquele que atende perfeitamente a necessidade do cliente, assim a empresa acaba afetando três pessoas, com objetivo de satisfazer a todas: seu cliente, seu colaborador e seus acionistas. Tal objetivo pode ser atingido pelo Controle da Qualidade Total, sistema que foi criado no Japão baseado em ideias americanas. O sistema influencia todos os setores da organização em prol da melhor qualidade, buscando atender as necessidades do cliente, manter a sobrevivência da empresa e seu lucro ser contínuo, identificar os problemas e solucioná-los baseando-se em dados empíricos e comprovados, ainda com outros processos que garantam a qualidade do serviço ou produto. Mas principalmente, de acordo com Chiavenato (2010), deve-se conscientizar todos os colaboradores da importância que o serviço de cada pessoa tem na organização, e que um colaborador depende do outro tendo assim clientes internos. Se um processo não é bem executado o próximo provavelmente também não será, resultando em um produto ou serviço final de qualidade não tão boa quanto seria se tivesse existido cautela. Uma das soluções que estão sendo implantadas atualmente é a logística reversa, que Stock (1992) diz ser o papel da logística em retornar ou devolver produtos, redução na fonte, reciclagem, reuso, reforma e reparação do mesmo, de forma a ter mais cuidado e preocupação com o que se tira e o que se coloca na natureza. Atualmente existem grandes exemplos de indústrias que a colocam em prática e além de ajudarem o meio ambiente, trazem economia para si mesmas no que se refere a reutilização de partes ou produtos. 3 Metodologia A pesquisa é classificada quanto a sua natureza, como uma pesquisa aplicada. Segundo Gil (2010), a pesquisa aplicada busca trazer para a pesquisa o objetivo de acrescentar conhecimentos para a prática em busca da solução para o específico problema. Quanto a forma de abordagem do seu problema ela é uma pesquisa quantiqualitativa. Segundo Roesch (2007) a pesquisa se classifica como quantiqualitativa, quando é associada, a medir variáveis para explicar o problema, avaliando algum sistema ou projeto, com o melhoramento de afetividade da pesquisa; assim uma forma complementando a outra. Quanto aos seus objetivos, classifica-se como pesquisa exploratória. Para Gil (2010) as pesquisas exploratórias têm o objetivo de tornar o problema transparente, permitindo hipóteses. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados questionários que segundo Gil (2002) é o conjunto de questões elaboradas pelo pesquisador, e respondidas pelo público que auxiliará na solução do problema. O questionário foi aplicado a 19 funcionário do total de 27, representando uma percentagem de 70% dos colaboradores da empresa. Foi usada também a técnica de entrevista que segundo o mesmo autor é a técnica de perguntas e respostas envolvendo duas pessoas “face-a-face”. A entrevista foi realizada de forma estruturada com o diretor da empresa. Alem dos métodos anteriores de coleta de dados, foi usada a observação direta simples, de acordo com Barbosa (1998) este método é aplicado com o observador fora da situação observada, assim julgando-a e registrando-a de acordo com sua captação de informações. 4 Coleta e análise dos dados Na realização da pesquisa foram colhidos dados por meio de entrevista estrutural com a gerência, questionários com os colaboradores da empresa, e observação direta dos pesquisadores. 4.1 A organização A organização escolhida para o projeto de pesquisa foi a empresa de controle de pragas localizada na região dos Campos Gerais no Paraná. A empresa atua no mercado de controle de pragas há mais de 20 anos possuindo a certificação de qualidade ISO 9001 desde 2008. A empresa tem uma equipe multidisciplinar de 27 colaboradores sendo eles: engenheiros agrônomos, farmacêuticos, bioquímicos, gestores de controle de qualidade, Técnicos em controle de pragas e administrativo; assim suprindo todas as necessidades da empresa. A mesma oferece serviços de: Controle Integrado de Pragas (CIP), desinsetização, desratização, descupinização, limpezas de caixa d’águas e cisternas, fitossanitário e quarentenário. Tendo a disposição uma frota de 10 veículos adaptada para atender a legislação RDC nº 52, de 22 de Outubro de 2009, que é referente a área de atuação da empresa, desta forma tendo a flexibilidade de poder atender a serviços solicitados com emergência. A empresa foi escolhida para ser o objeto de pesquisa deste projeto justamente pela sua área de atuação que demanda consciência e atitudes sustentáveis, tanto perante a sociedade, quanto aos meios legais, já que se trata de atividades que utilizam produtos altamente tóxicos que precisam de manuseio especializado, tratamento e destinação correta de seus resíduos e recipientes, como por exemplo o tratamento com os equipamentos de pulverização manual ou não, pincelamento, temonebulização, pistolas aplicadoras de gel, polvilhamento, armadilhas e os recipientes que contêm os produtos utilizados. 4.2 Análise dos dados colhidos por meio de uma entrevista estrutural Na entrevista com o gerente da empresa pesquisada (engenheiro agrônomo) realizada no dia 22 de setembro de 2014, procurou-se diagnosticar o grau de conhecimento da situação empresarial no que se remete à gestão ambiental e os objetivos da pesquisa nesse sentido. Durante a entrevista foi possível identificar que a empresa possui uma missão estabelecida, que segundo o entrevistado é “Buscar excelência no ramo de prestação de serviço de Controle de Pragas”. Ainda, segundo o gerente, a empresa desenvolve uma política de melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade, ao prestar serviço de Controle de Pragas “Visando sempre a satisfação de seus clientes, buscando aprimorar os serviços com novas tecnologias, sem agredir o meio ambiente, atendendo as legislações vigentes, com a cooperação de todos os colaboradores, resultando em lucratividade.” Ficou constatado, durante a entrevista que a empresa possui Gestão da Qualidade, e tem como meta a implantação da ISO 14000 até 2015. Atualmente possui a ISO 9001 desde 2008. Para 2015, pretende implantar a Gestão Integrada, abrangendo a certificação ISO 9000 e 14000. A empresa trabalha com indicadores de qualidade, e pretende utilizar também indicadores de gestão ambiental com a implantação da certificação 14000. Como exemplo a entrega de embalagens utilizadas, controle da emissão de CO² e controle no consumo de água. Na prestação dos serviços a empresa utiliza somente produtos registrados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que possuem registro no Ministério da Saúde e alguns produtos no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Além de utilizar produtos registrados e homologados segue à risca as fichas técnicas dos respectivos produtos, cumprindo a legislação que obriga a devolução das embalagens ao fabricante e segue também, a legislação que trata dos produtos enquadrados na linha domissanitário utilizando-se da logística reversa, reduz ao mínimo necessário a geração de resíduos e lixo por parte da organização. A empresa ainda é filiada a Assocampos, empresa de Ponta Grossa que recolhe as embalagens, assim com a certificação de destinação correta dos resíduos sólidos gerados pela empresa, incluindo lâmpadas inutilizadas e separação seletiva de lixo para a reciclagem. Nesse sentido, a empresa possui certificados que são emitidos cada vez que são enviadas as embalagens com nota fiscal de compra, comprovando o local que está sendo destinada tais embalagens. Mesmo porque hoje, boa parte das empresas com as quais tem parcerias possuem certificação e exigem isso da mesma. Por se utilizar de produtos perigosos, tratando-se de materiais que podem danificar muito o solo e todo o nicho ao redor, observou-se que a empresa se comporta de uma maneira responsável com relação ao meio ambiente, seguindo processos seguros que evitam a contaminação nos ambientes que atua. Observa-se que essas medidas a respeito de preocupação com o ambiente, se fazem necessárias não só para exigências legais, mas por fazer parte de uma cadeia de produção que cobra isso do consumidor final. Bem como é uma visão estratégica para se garantir no mercado onde a sociedade, cada vez mais, cobra das empresas sua responsabilidade com o meio ambiente e os cidadãos. 4.3 Análise dos dados colhidos por meio de questionários De acordo com a teoria da amostragem, foi optado pelos autores da pesquisa usar o nível de confiança 2 e erro de estimação 6, pois se trata de uma organização pequena com o universo de 27 colaboradores. A partir desses dados, chegou-se a amostra de 21 colaboradores, o que representa 70,37% de toda a empresa. Para o levantamento de dados foram aplicados 21 questionários na empresa, com perguntas fechadas e uma mista, porém foram devolvidos para a análise dos dados apenas 19 questionários. Pela análise dos dados coletados na aplicação dos questionários, pode-se observar que a percepção dos colaboradores quanto a estarem conscientes de que a organização tem, internamente e externamente, a preocupação com a gestão ambiental, é da maioria dos colaboradores. Sendo 89%, ciente de que a empresa aplica dentro do ambiente interno de trabalho uma gestão ambiental, e que somente uma pequena parcela não tem conhecimento desta ferramenta de gestão. Já no ambiente externo, esse percentual sobe para 94,73% de colaboradores, tendo a consciência da aplicação de gestão ambiental na prestação dos serviços oferecidos. Percebe-se com isso que a empresa possui, na visão dos colaboradores, uma gestão ambiental tanto interna quanto externa partindo de sua empresa, e que ela está sendo aplicada em ambos os ambientes. Este é um ponto positivo para que a gestão ambiental de uma organização seja mais efetiva, pois são os colaboradores que manuseiam os insumos utilizados na prestação dos serviços e é de sua responsabilidade a execução das tarefas que levam a destinação correta dos resíduos que possam prejudicar o meio ambiente, pois o colaborador conscientizado tem menos chances de cometer uma infração às regras organizacionais e legais sobre o tema abordado. Outra questão analizada é se a empresa atua de forma ambientalmente sustentável. Nessa investigação pode ser observado que 57,89% vê a empresa dessa forma, no entanto 42,1% acredita que precisa de melhorias, nos processos e projetos de sustentabilidade da empresa. Nesta situação, seria necessário fazer uma pesquisa específica, para identificar que melhorias podem ser sugeridas e quais podem ser implantadas. Mas cabe a observação, que a politica de gestão ambiental da empresa não está clara na mente dos colaboradores. Nota-se então que há falta de uma sistematização dos processo de execução das tarefas a serem realizadas durante a prestação do serviço, para que se obtenha uma padronização dos serviços prestados em qualquer que seja o local ou o cliente, apesar dos treinamentos serem realizados com os colaboradores. Na continuidade da pesquisa foi investigado se há existência ou não de incentivo da empresa para com os colaboradores em relação à conscientização ambiental, onde 94,73% disseram que sim. Esse questionamento foi feito de forma mista, desta maneira cada colaborador possui uma visão diferente. Surgiram assim relatos de projetos que a empresa realiza com o objetivo de incentivar seus funcionários à conscientização ambiental. Dentre os quais se destacaram: a) a atividade de separação do lixo: é uma grande preocupação da empresa e dos colaboradores (se tratando de um projeto interno), além de que é o mais comum a ser feito em todos os lugares e por todas as pessoas; é um projeto de fácil implantação e não necessita de muito capital investido; b) o descarte correto das embalagens: e isso se justifica, já que a empresa trabalha com inseticidas, pesticidas e matérias que, quando manipulados de forma errada, causam danos ao meio ambiente; c) a triplicelavagem das embalagens: é uma das mais importantes atividades sustentáveis da empresa, pois neste momento, é dado o devido cuidado para que não sobrem resíduos dos produtos tóxicos nas embalagens, antes que elas sejam descartadas, evitando desperdício de produto e evitando algum problema relacionado. Depois de tratadas, é dada a destinação correta das embalagens, com empresas especializadas; d) os treinamentos, reuniões e palestras: estes são realizados periodicamente para trocar experiências, ensinamento de utilização dos produtos sem causar danos, prática e aprendizagem sobre ouros produtos/modos mais sustentáveis, conscientização e feedback do andamento dos serviços. De acordo com as respostas obtidas, pode-se perceber que a empresa se preocupa com a formação de seu colaborador e também em mostrar a importância de atitudes sustentáveis, de tomar cuidado com o trabalho realizado para não danificar o meio onde está trabalhando e mostrar para seu colaborador que a realidade de proteção ambiental levantada pela empresa, deverá também atingir a sua vida pessoal. Com isso podem se transformar em vetores de disseminação das práticas de proteção ao meio ambiente e de sustentabilidade também na vida cotidiana. Outro ponto investigado foi a percepção dos colaboradores quanto à importância que a empresa dá à proteção do meio ambiente, onde foi observado que 84,20% da amostra pecebem que a empresa dá importância a essa questão. Sendo assim, conclui-se que existe a preocupação em proteger o meio em que se está inserido. Bem como a necessidade de investimento em projetos, programas e iniciativas sustentáveis, onde a totalidade dos colaboradores questionados afirmam que é importante a aplicação de recursos. No prosseguimento da análise foi possível verificar que 78,94% dos questionados demonstram estarem satisfeitos com a preocupação da empresa em causas ambientais e 89,74% dos funcionários praticam a sustentabilidade fora do trabalho. Acredita-se que são influenciados pelas atividades da empresa, praticando no trabalho, os colaboradores aprendem a ter maiores cuidados com o meio ambiente e acabam por se preocupar mais com o mesmo, apresentando assim, no próprio meio particular, uma gestão ambiental mais eficaz. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Melhoria da imagem institucional, criatividade e abertura para novos desafios, novos clientes, maiores redes de networking, racionalização de desperdícios, racionalização de custos, entre outros pontos positivos, podem ser alcançados com investimentos na gestão ambiental. Atualmente, há uma cobrança muito grande com relação a gestão da empresa possuir uma gestão sustentável, se praticada, ela pode vir a dar a empresa uma vantagem ainda maior sobre a concorrência. A empresa estudada pratica muitas atividades sustentáveis, como foi identificado na análise dos dados, o que apesar de não ter uma gestão ambiental definida e sistematizada, está aberta às ideias sustentáveis. A organização como um todo é consciente dos perigos que pode trazer ao meio ambiente e que precisa realizar continuamente as atividades preventivas citadas pelos colaboradores. Um processo que seria viável para a implantação de uma gestão ambiental nesta empresa é um dos métodos apresentados por Barbieri (2006), o processo de abordagem estratégica, onde a gestão ambiental é colocada como uma das estratégias da empresa, buscando ter uma situação vantajosa no futuro. Assim aproveitando as oportunidades mercadológicas e diminuindo as oportunidades de ameaças no que se trata de gestão ambiental. Contrastante com a evolução da tecnologia é o crescimento de consumidores que preferem serviços de empresas que respeitem o meio ambiente, fazendo deste um fator que influencia as organizações a colocarem as questões ambientais nas tomadas de decisões. Para que haja êxito na implantação da gestão ambiental, é necessário que a empresa se envolva como um todo, onde todos os setores e departamentos possam contribuir de alguma forma para que mudanças realmente ocorram. A empresa já realiza atividades com todos os colaboradores para que discutam a qualidade do serviço, e também já participam de palestras que abordam o tema para investir em treinamentos de como efetuar os mesmos serviços de forma eficaz, mas, optando por meios sustentáveis, é uma forma de iniciar um novo ciclo e assim criar uma rotina que se enquadre em uma gestão ambiental. A tríplice lavagem praticada pelos colaboradores ajuda a não desperdiçar produtos, a utilizar ao máximo possível dos mesmos, a dar a destinação correta aos resíduos, e depois praticando a logística reversa das embalagens. Este é um exemplo de que projetos sustentáveis trazem otimização de custos para a empresa, fato que torna possível equilibrar a gestão ambiental e a gestão de qualidade na empresa, pois apesar de difícil a aplicação dos dois tipos de gestão em uma empresa média (principalmente porque já se possui a certificação de ISSO 9001, e almeja-se a certificação 14000), elas podem ser utilizadas de forma conjunta, uma controlando e beneficiando a outra de uma forma harmônica. Outra prática também já existente na empresa onde é colocado em prática projetos ambientais específicos para o ramo de controle de pragas junto a sociedade, é a de ceder uma palestra aos seus clientes antes do serviço ser realizado, pois no caso de desratização haverão equipamentos instalados no local que não deverão ser tocados, tanto pela segurança do indivíduo quanto pela qualidade do serviço. Porém por análise de observação direta simples, observou-se que somente informar os clientes não está sendo o suficiente, pois as pessoas que trabalham ou circulam no local trabalhado pela empresa muitas vezes acabam retirando produtos e equipamento do devido lugar comprometendo a qualidade do serviço prestado. Ceder cursos antes da realização do serviço para todos os colaboradores do cliente, tornando isso uma exigência com objetivos de conscientizá-los sobre a segurança do trabalho, a sustentabilidade e a qualidade do serviço pode vir a ser uma solução para o problema, de forma que essas pessoas possam levar este conhecimento para o seu trabalho e para a sua vida pessoal, apicando em sua própria casa, como por exemplo a higiene com a armazenagem dos alimentos domésticos que quando descuidada pode trazer pragas. Sugere-se ainda que a empresa sistematize uma ferramenta de esclarecimento e concientização por parte dos clientes e seus colaboradores na manutenção do processo de desinfecção de pragas, uma vez que, a falta de cuidados durante o periodo de desinfecção pode comprometer a qualidade do serviço e principalmente a contaminação do ambiente com os produtos tóxicos utilizados no combate às pragas. Outra possibilidade para a organização estudada é o desenvolvimento de projetos ou progamas, junto aos orgãos públicos, privados e a sociedade, com a finalidade de desenvolvimento de hábitos de preservação do meio ambiente e de sustentabilidade relacionadas ao ramo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; TAKESHY, Tachizawa; CARVALHO, Ana Barreiros de. Gestão Ambiental: Enfoque Estratégico Aplicado ao Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: MAKRON books, 2000. BARBIERI, José Carlos. 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