Análise da Gestão Ambiental em uma Empresa Prestadora de

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Análise da Gestão Ambiental em uma Empresa Prestadora de Serviços
de Controle de Pragas
Joice Huller de Oliveira (UEPG) [email protected]
Fernanda Stieven (UEPG) [email protected]
Suelen Carolyne Lucas (UEPG) [email protected]
Neuseri Stieven (Exército Brasileiro) [email protected]
Resumo:
O presente artigo teve por objetivo analisar a gestão ambiental em uma empresa que presta serviços de
controle de pragas na região dos Campos Gerais no Paraná. A pesquisa é classificada quanto a sua
natureza como uma pesquisa aplicada, utilizando questionários, entrevista e observação direta simples
como instrumentos de pesquisa. Atualmente, a importância que as organizações estão dando a questão
ambiental não se dá apenas para satisfazer as exigências governamentais, mas também para alcançar a
satisfação do seu cliente preocupado com a degradação da natureza. A existência de uma gestão
ambiental se faz ainda mais necessária neste contexto. Com a pesquisa foi possível observar que a
empresa estudada, apesar de não ter uma gestão ambiental definida, pratica atividades de
responsabilidade ambiental e está aberta às ideias sustentáveis, é consciente dos perigos que pode
trazer ao meio ambiente e que precisa realizar continuamente as atividades preventivas.
Palavras chave: Gestão ambiental. Sustentabilidade. Meio ambiente.
Analysis of Environmental Management in a Services Provider Company
of Pests Control
Abstract:
The present article has the objective analysis the environmental management in a services provider
company of pests control in Campos Gerais region in Paraná. The research is classified as their nature
as applicable research, using questionnaires, interviews as simple and direct observation as
instruments of research. Currently, the importance that organizations are taking the environmental
issue does not happen only to meet government requirements, but also to achieve the satisfaction of its
customer focused with the degradation of nature. The existence of an environmental management is
even more necessary in this context.With the research we conclude that researched company, still don't
have a defined environmental management, work activities of environmental responsibility and it's
open for sustainable ideas, is conscious of the dangers that can bring to the environment and need
realize continuously preventive activities.
Keywords: Environmental Management. Sustainability. Environment.
1 Introdução
Implementar o processo de gestão ambiental às vezes pode parecer algo difícil e caro de ser
executado, mas com um pouco de estudo e visão olística pode-se obter grandes melhorias.
Solucionar os problemas pode ser mais fácil do que os empreendedores imaginam. Não é
preciso necessariamente seguir os modelos pré-definidos, mas consultar e compreender os
métodos existentes e identificar qual melhor se encaixa no perfil da empresa já é um bom
começo. Atualmente, esta vem sendo a principal dificuldade para as organizações: a adoção
de uma nova prática sustentável conseguindo conciliar com os objetivos empresariais.
A responsabilidade das empresas para com o meio ambiente se torna cada vez mais
abrangente sendo quase que uma obrigação. Além de desatualizadas, as empresas que não
buscam esse retorno à natureza, certamente terão uma imagem negativa sobre seus serviços e
produtos, prejudicando seu papel na sociedade e abrindo espaço para seus concorrentes.
Nem sempre o que é implantado demonstra resultados positivos. Quando isso ocorre, o
processo deve ser revisto e deve-se pensar em um outro modo de execução que cause maiores
benefícios e menos problemas. É neste caminho problemático, porém necessário, que esta
pesquisa tem como objetivo analisar a gestão ambiental de uma empresa prestadora de
serviços no ramo de controle de pragas, com isso, obter uma amostra da preocupação das
empresas em relação ao meio ambiente e intenções nas implementações de projetos
ambientais, no âmbito empresarial.
Para isso foi realizada uma pesquisa com a utilização de várias ferramentas de coletas de
dados bem como a análise dos mesmos verificando o ambiente organizacional e como atua no
mercado consumidor.
2 Fundamentação teórica
Segundo Donaire (1999), a gestão ambiental é diretamente ligada com a responsabilidade
social; incluindo a proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais, projetos que
envolvem a comunidade e serviços sociais de conformidade com o interesse público. Já de
acordo com Barbieri (2006) a gestão ambiental são as diretrizes e as atividades
administrativas, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras
realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou
eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles
surjam.
Em Barbieri (2007) o autor traz três dimensões necessárias para a gestão ambiental: a espacial
(onde a espera que a ação realmente de resultado é maior), a temática (relacionada aos temas
ambientais), e a institucional (ligada aos agentes realizadores).
Hoje a gestão ambiental é citada nas iniciativas privadas, Lanna (1995) traz o conceito de que
ela é o processo de articulações das atividades sociais que interagem em um dado espaço, tais
que estão em prol dos princípios e diretrizes a adequação dos meios de exploração de recursos
naturais, econômicos, e socioculturais ás especificidades do meio ambiente.
O gerenciamento ecológico envolve a passagem do pensamento mecanicista para o
pensamento sistêmico. Um aspecto essencial dessa mudança é que a percepção do
mundo como máquina cede lugar à percepção do mundo como sistema vivo. Essa
mudança diz respeito a 1809 X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 nossa
concepção de natureza, do organismo humano, da sociedade e, portanto, também de
nossa percepção de uma organização de negócios. As empresas são sistemas vivos
cuja compreensão não é possível apenas pelo prisma econômico. (ANDRADE;
2000, p. 11)
Nem uma empresa é uma ilha, e sua maior dependência é com a natureza. A gestão ambiental
precisa de atualização contínua de seus participantes, pois a legislação, tecnologia e
novidades, mudam constantemente. O homem degradou o planeta em um tempo
extremamente curto considerando a idade do mesmo, e já passou da hora disso ser consertado.
Existem empresas que veem neste “problema” uma oportunidade, fazendo disto uma
vantagem competitiva.
Segundo Donaire (1995), as empresas passam por três principais fases, sendo a primeira o
controle ambiental nas saídas, que seriam dos materiais e substâncias que são jogadas para a
natureza; depois vem a integração do controle ambiental nas práticas e nos processos
empresariais e só por fim a integração do controle ambiental na gestão administrativa, assim
afirmando um método sistêmico de trabalho administrativo levando em conta a gestão
ambiental nas tomadas de decisões, assim tendo peso no planejamento estratégico da empresa.
Barbieri (2006) traz alguns métodos para o processo de implantação da gestão ambiental na
empresa, de acordo com os interesses e realidades, sendo um deles o processo de abordagem
estratégica. Este processo traz o objetivo de encaixar a gestão ambiental como uma das
estratégias diretas da empresa, em função de se obter vantagens a longo prazo. Desta forma
podendo planejar as tendências mercado lógicas e diminuindo os riscos de ameaças
relacionados com a gestão ambiental, como por exemplo clientes que exigem certificados de
procedência, e as que na hora de escolher dão preferência a empresas que praticam a
responsabilidade ambiental.
Ao mesmo tempo que se mantém uma gestão ambiental, é necessário que haja juntamente
uma gestão de qualidade, quando muitas vezes se contradizem. Segundo Oliveira (2003),
mesmo que já se tenha percorrido um longo caminho de evolução da gestão da qualidade,
tanto nas teorias quanto nas práticas, ainda é necessário percorrer um longo caminho,
principalmente pelos países menos desenvolvidos para chegarem aonde as grandes potências
estão hoje, pensando de forma sistêmica e de forma que todos os colaboradores interajam com
este sistema, até enfim chegar a qualidade total.
Campos (2004) explica que o produto ou serviço de qualidade, é aquele que atende
perfeitamente a necessidade do cliente, assim a empresa acaba afetando três pessoas, com
objetivo de satisfazer a todas: seu cliente, seu colaborador e seus acionistas. Tal objetivo pode
ser atingido pelo Controle da Qualidade Total, sistema que foi criado no Japão baseado em
ideias americanas. O sistema influencia todos os setores da organização em prol da melhor
qualidade, buscando atender as necessidades do cliente, manter a sobrevivência da empresa e
seu lucro ser contínuo, identificar os problemas e solucioná-los baseando-se em dados
empíricos e comprovados, ainda com outros processos que garantam a qualidade do serviço
ou produto.
Mas principalmente, de acordo com Chiavenato (2010), deve-se conscientizar todos os
colaboradores da importância que o serviço de cada pessoa tem na organização, e que um
colaborador depende do outro tendo assim clientes internos. Se um processo não é bem
executado o próximo provavelmente também não será, resultando em um produto ou serviço
final de qualidade não tão boa quanto seria se tivesse existido cautela.
Uma das soluções que estão sendo implantadas atualmente é a logística reversa, que Stock
(1992) diz ser o papel da logística em retornar ou devolver produtos, redução na fonte,
reciclagem, reuso, reforma e reparação do mesmo, de forma a ter mais cuidado e preocupação
com o que se tira e o que se coloca na natureza. Atualmente existem grandes exemplos de
indústrias que a colocam em prática e além de ajudarem o meio ambiente, trazem economia
para si mesmas no que se refere a reutilização de partes ou produtos.
3 Metodologia
A pesquisa é classificada quanto a sua natureza, como uma pesquisa aplicada. Segundo Gil
(2010), a pesquisa aplicada busca trazer para a pesquisa o objetivo de acrescentar
conhecimentos para a prática em busca da solução para o específico problema.
Quanto a forma de abordagem do seu problema ela é uma pesquisa quantiqualitativa. Segundo
Roesch (2007) a pesquisa se classifica como quantiqualitativa, quando é associada, a medir
variáveis para explicar o problema, avaliando algum sistema ou projeto, com o melhoramento
de afetividade da pesquisa; assim uma forma complementando a outra.
Quanto aos seus objetivos, classifica-se como pesquisa exploratória. Para Gil (2010) as
pesquisas exploratórias têm o objetivo de tornar o problema transparente, permitindo
hipóteses.
Como instrumentos de pesquisa foram utilizados questionários que segundo Gil (2002) é o
conjunto de questões elaboradas pelo pesquisador, e respondidas pelo público que auxiliará na
solução do problema. O questionário foi aplicado a 19 funcionário do total de 27,
representando uma percentagem de 70% dos colaboradores da empresa.
Foi usada também a técnica de entrevista que segundo o mesmo autor é a técnica de perguntas
e respostas envolvendo duas pessoas “face-a-face”. A entrevista foi realizada de forma
estruturada com o diretor da empresa.
Alem dos métodos anteriores de coleta de dados, foi usada a observação direta simples, de
acordo com Barbosa (1998) este método é aplicado com o observador fora da situação
observada, assim julgando-a e registrando-a de acordo com sua captação de informações.
4 Coleta e análise dos dados
Na realização da pesquisa foram colhidos dados por meio de entrevista estrutural com a
gerência, questionários com os colaboradores da empresa, e observação direta dos
pesquisadores.
4.1 A organização
A organização escolhida para o projeto de pesquisa foi a empresa de controle de pragas
localizada na região dos Campos Gerais no Paraná. A empresa atua no mercado de controle de
pragas há mais de 20 anos possuindo a certificação de qualidade ISO 9001 desde 2008.
A empresa tem uma equipe multidisciplinar de 27 colaboradores sendo eles: engenheiros
agrônomos, farmacêuticos, bioquímicos, gestores de controle de qualidade, Técnicos em
controle de pragas e administrativo; assim suprindo todas as necessidades da empresa. A
mesma oferece serviços de: Controle Integrado de Pragas (CIP), desinsetização, desratização,
descupinização, limpezas de caixa d’águas e cisternas, fitossanitário e quarentenário. Tendo a
disposição uma frota de 10 veículos adaptada para atender a legislação RDC nº 52, de 22 de
Outubro de 2009, que é referente a área de atuação da empresa, desta forma tendo a
flexibilidade de poder atender a serviços solicitados com emergência.
A empresa foi escolhida para ser o objeto de pesquisa deste projeto justamente pela sua área
de atuação que demanda consciência e atitudes sustentáveis, tanto perante a sociedade, quanto
aos meios legais, já que se trata de atividades que utilizam produtos altamente tóxicos que
precisam de manuseio especializado, tratamento e destinação correta de seus resíduos e
recipientes, como por exemplo o tratamento com os equipamentos de pulverização manual ou
não, pincelamento, temonebulização, pistolas aplicadoras de gel, polvilhamento, armadilhas e
os recipientes que contêm os produtos utilizados.
4.2 Análise dos dados colhidos por meio de uma entrevista estrutural
Na entrevista com o gerente da empresa pesquisada (engenheiro agrônomo) realizada no dia
22 de setembro de 2014, procurou-se diagnosticar o grau de conhecimento da situação
empresarial no que se remete à gestão ambiental e os objetivos da pesquisa nesse sentido.
Durante a entrevista foi possível identificar que a empresa possui uma missão estabelecida,
que segundo o entrevistado é “Buscar excelência no ramo de prestação de serviço de Controle
de Pragas”. Ainda, segundo o gerente, a empresa desenvolve uma política de melhoria
contínua do Sistema de Gestão da Qualidade, ao prestar serviço de Controle de Pragas
“Visando sempre a satisfação de seus clientes, buscando aprimorar os serviços com novas
tecnologias, sem agredir o meio ambiente, atendendo as legislações vigentes, com a
cooperação de todos os colaboradores, resultando em lucratividade.”
Ficou constatado, durante a entrevista que a empresa possui Gestão da Qualidade, e tem como
meta a implantação da ISO 14000 até 2015. Atualmente possui a ISO 9001 desde 2008. Para
2015, pretende implantar a Gestão Integrada, abrangendo a certificação ISO 9000 e 14000. A
empresa trabalha com indicadores de qualidade, e pretende utilizar também indicadores de
gestão ambiental com a implantação da certificação 14000. Como exemplo a entrega de
embalagens utilizadas, controle da emissão de CO² e controle no consumo de água.
Na prestação dos serviços a empresa utiliza somente produtos registrados pela ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que possuem registro no Ministério da Saúde e
alguns produtos no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Além de
utilizar produtos registrados e homologados segue à risca as fichas técnicas dos respectivos
produtos, cumprindo a legislação que obriga a devolução das embalagens ao fabricante e
segue também, a legislação que trata dos produtos enquadrados na linha domissanitário utilizando-se da logística reversa, reduz ao mínimo necessário a geração de resíduos e lixo por
parte da organização.
A empresa ainda é filiada a Assocampos, empresa de Ponta Grossa que recolhe as
embalagens, assim com a certificação de destinação correta dos resíduos sólidos gerados pela
empresa, incluindo lâmpadas inutilizadas e separação seletiva de lixo para a reciclagem.
Nesse sentido, a empresa possui certificados que são emitidos cada vez que são enviadas as
embalagens com nota fiscal de compra, comprovando o local que está sendo destinada tais
embalagens. Mesmo porque hoje, boa parte das empresas com as quais tem parcerias possuem
certificação e exigem isso da mesma.
Por se utilizar de produtos perigosos, tratando-se de materiais que podem danificar muito o
solo e todo o nicho ao redor, observou-se que a empresa se comporta de uma maneira
responsável com relação ao meio ambiente, seguindo processos seguros que evitam a
contaminação nos ambientes que atua. Observa-se que essas medidas a respeito de
preocupação com o ambiente, se fazem necessárias não só para exigências legais, mas por
fazer parte de uma cadeia de produção que cobra isso do consumidor final. Bem como é uma
visão estratégica para se garantir no mercado onde a sociedade, cada vez mais, cobra das
empresas sua responsabilidade com o meio ambiente e os cidadãos.
4.3 Análise dos dados colhidos por meio de questionários
De acordo com a teoria da amostragem, foi optado pelos autores da pesquisa usar o nível de
confiança 2 e erro de estimação 6, pois se trata de uma organização pequena com o universo
de 27 colaboradores. A partir desses dados, chegou-se a amostra de 21 colaboradores, o que
representa 70,37% de toda a empresa. Para o levantamento de dados foram aplicados 21
questionários na empresa, com perguntas fechadas e uma mista, porém foram devolvidos para
a análise dos dados apenas 19 questionários.
Pela análise dos dados coletados na aplicação dos questionários, pode-se observar que a
percepção dos colaboradores quanto a estarem conscientes de que a organização tem,
internamente e externamente, a preocupação com a gestão ambiental, é da maioria dos
colaboradores. Sendo 89%, ciente de que a empresa aplica dentro do ambiente interno de
trabalho uma gestão ambiental, e que somente uma pequena parcela não tem conhecimento
desta ferramenta de gestão. Já no ambiente externo, esse percentual sobe para 94,73% de
colaboradores, tendo a consciência da aplicação de gestão ambiental na prestação dos serviços
oferecidos.
Percebe-se com isso que a empresa possui, na visão dos colaboradores, uma gestão ambiental
tanto interna quanto externa partindo de sua empresa, e que ela está sendo aplicada em ambos
os ambientes. Este é um ponto positivo para que a gestão ambiental de uma organização seja
mais efetiva, pois são os colaboradores que manuseiam os insumos utilizados na prestação
dos serviços e é de sua responsabilidade a execução das tarefas que levam a destinação correta
dos resíduos que possam prejudicar o meio ambiente, pois o colaborador conscientizado tem
menos chances de cometer uma infração às regras organizacionais e legais sobre o tema
abordado.
Outra questão analizada é se a empresa atua de forma ambientalmente sustentável. Nessa
investigação pode ser observado que 57,89% vê a empresa dessa forma, no entanto 42,1%
acredita que precisa de melhorias, nos processos e projetos de sustentabilidade da empresa.
Nesta situação, seria necessário fazer uma pesquisa específica, para identificar que melhorias
podem ser sugeridas e quais podem ser implantadas. Mas cabe a observação, que a politica de
gestão ambiental da empresa não está clara na mente dos colaboradores. Nota-se então que há
falta de uma sistematização dos processo de execução das tarefas a serem realizadas durante a
prestação do serviço, para que se obtenha uma padronização dos serviços prestados em
qualquer que seja o local ou o cliente, apesar dos treinamentos serem realizados com os
colaboradores.
Na continuidade da pesquisa foi investigado se há existência ou não de incentivo da empresa
para com os colaboradores em relação à conscientização ambiental, onde 94,73% disseram
que sim. Esse questionamento foi feito de forma mista, desta maneira cada colaborador possui
uma visão diferente. Surgiram assim relatos de projetos que a empresa realiza com o objetivo
de incentivar seus funcionários à conscientização ambiental. Dentre os quais se destacaram:
a) a atividade de separação do lixo: é uma grande preocupação da empresa e dos
colaboradores (se tratando de um projeto interno), além de que é o mais comum a ser feito em
todos os lugares e por todas as pessoas; é um projeto de fácil implantação e não necessita de
muito capital investido;
b) o descarte correto das embalagens: e isso se justifica, já que a empresa trabalha com
inseticidas, pesticidas e matérias que, quando manipulados de forma errada, causam danos ao
meio ambiente;
c) a triplicelavagem das embalagens: é uma das mais importantes atividades sustentáveis da
empresa, pois neste momento, é dado o devido cuidado para que não sobrem resíduos dos
produtos tóxicos nas embalagens, antes que elas sejam descartadas, evitando desperdício de
produto e evitando algum problema relacionado. Depois de tratadas, é dada a destinação
correta das embalagens, com empresas especializadas;
d) os treinamentos, reuniões e palestras: estes são realizados periodicamente para trocar
experiências, ensinamento de utilização dos produtos sem causar danos, prática e
aprendizagem sobre ouros produtos/modos mais sustentáveis, conscientização e feedback do
andamento dos serviços.
De acordo com as respostas obtidas, pode-se perceber que a empresa se preocupa com a
formação de seu colaborador e também em mostrar a importância de atitudes sustentáveis, de
tomar cuidado com o trabalho realizado para não danificar o meio onde está trabalhando e
mostrar para seu colaborador que a realidade de proteção ambiental levantada pela empresa,
deverá também atingir a sua vida pessoal. Com isso podem se transformar em vetores de
disseminação das práticas de proteção ao meio ambiente e de sustentabilidade também na vida
cotidiana.
Outro ponto investigado foi a percepção dos colaboradores quanto à importância que a
empresa dá à proteção do meio ambiente, onde foi observado que 84,20% da amostra
pecebem que a empresa dá importância a essa questão. Sendo assim, conclui-se que existe a
preocupação em proteger o meio em que se está inserido. Bem como a necessidade de
investimento em projetos, programas e iniciativas sustentáveis, onde a totalidade dos
colaboradores questionados afirmam que é importante a aplicação de recursos.
No prosseguimento da análise foi possível verificar que 78,94% dos questionados
demonstram estarem satisfeitos com a preocupação da empresa em causas ambientais e
89,74% dos funcionários praticam a sustentabilidade fora do trabalho. Acredita-se que são
influenciados pelas atividades da empresa, praticando no trabalho, os colaboradores aprendem
a ter maiores cuidados com o meio ambiente e acabam por se preocupar mais com o mesmo,
apresentando assim, no próprio meio particular, uma gestão ambiental mais eficaz.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Melhoria da imagem institucional, criatividade e abertura para novos desafios, novos clientes,
maiores redes de networking, racionalização de desperdícios, racionalização de custos, entre
outros pontos positivos, podem ser alcançados com investimentos na gestão ambiental.
Atualmente, há uma cobrança muito grande com relação a gestão da empresa possuir uma
gestão sustentável, se praticada, ela pode vir a dar a empresa uma vantagem ainda maior sobre
a concorrência.
A empresa estudada pratica muitas atividades sustentáveis, como foi identificado na análise
dos dados, o que apesar de não ter uma gestão ambiental definida e sistematizada, está aberta
às ideias sustentáveis. A organização como um todo é consciente dos perigos que pode trazer
ao meio ambiente e que precisa realizar continuamente as atividades preventivas citadas pelos
colaboradores.
Um processo que seria viável para a implantação de uma gestão ambiental nesta empresa é
um dos métodos apresentados por Barbieri (2006), o processo de abordagem estratégica, onde
a gestão ambiental é colocada como uma das estratégias da empresa, buscando ter uma
situação vantajosa no futuro. Assim aproveitando as oportunidades mercadológicas e
diminuindo as oportunidades de ameaças no que se trata de gestão ambiental. Contrastante
com a evolução da tecnologia é o crescimento de consumidores que preferem serviços de
empresas que respeitem o meio ambiente, fazendo deste um fator que influencia as
organizações a colocarem as questões ambientais nas tomadas de decisões.
Para que haja êxito na implantação da gestão ambiental, é necessário que a empresa se
envolva como um todo, onde todos os setores e departamentos possam contribuir de alguma
forma para que mudanças realmente ocorram. A empresa já realiza atividades com todos os
colaboradores para que discutam a qualidade do serviço, e também já participam de palestras
que abordam o tema para investir em treinamentos de como efetuar os mesmos serviços de
forma eficaz, mas, optando por meios sustentáveis, é uma forma de iniciar um novo ciclo e
assim criar uma rotina que se enquadre em uma gestão ambiental.
A tríplice lavagem praticada pelos colaboradores ajuda a não desperdiçar produtos, a utilizar
ao máximo possível dos mesmos, a dar a destinação correta aos resíduos, e depois praticando
a logística reversa das embalagens. Este é um exemplo de que projetos sustentáveis trazem
otimização de custos para a empresa, fato que torna possível equilibrar a gestão ambiental e a
gestão de qualidade na empresa, pois apesar de difícil a aplicação dos dois tipos de gestão em
uma empresa média (principalmente porque já se possui a certificação de ISSO 9001, e
almeja-se a certificação 14000), elas podem ser utilizadas de forma conjunta, uma
controlando e beneficiando a outra de uma forma harmônica.
Outra prática também já existente na empresa onde é colocado em prática projetos ambientais
específicos para o ramo de controle de pragas junto a sociedade, é a de ceder uma palestra aos
seus clientes antes do serviço ser realizado, pois no caso de desratização haverão
equipamentos instalados no local que não deverão ser tocados, tanto pela segurança do
indivíduo quanto pela qualidade do serviço. Porém por análise de observação direta simples,
observou-se que somente informar os clientes não está sendo o suficiente, pois as pessoas que
trabalham ou circulam no local trabalhado pela empresa muitas vezes acabam retirando
produtos e equipamento do devido lugar comprometendo a qualidade do serviço prestado.
Ceder cursos antes da realização do serviço para todos os colaboradores do cliente, tornando
isso uma exigência com objetivos de conscientizá-los sobre a segurança do trabalho, a
sustentabilidade e a qualidade do serviço pode vir a ser uma solução para o problema, de
forma que essas pessoas possam levar este conhecimento para o seu trabalho e para a sua vida
pessoal, apicando em sua própria casa, como por exemplo a higiene com a armazenagem dos
alimentos domésticos que quando descuidada pode trazer pragas.
Sugere-se ainda que a empresa sistematize uma ferramenta de esclarecimento e
concientização por parte dos clientes e seus colaboradores na manutenção do processo de
desinfecção de pragas, uma vez que, a falta de cuidados durante o periodo de desinfecção
pode comprometer a qualidade do serviço e principalmente a contaminação do ambiente com
os produtos tóxicos utilizados no combate às pragas.
Outra possibilidade para a organização estudada é o desenvolvimento de projetos ou
progamas, junto aos orgãos públicos, privados e a sociedade, com a finalidade de
desenvolvimento de hábitos de preservação do meio ambiente e de sustentabilidade
relacionadas ao ramo.
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