Fotos Divulgação Merial e Mapa vacina 78 Fonte: Revista Produz Excelência em qualidade As vacinas desenvolvidas no Brasil possuem reconhecidamente qualidade superior. Um resultado dos rígidos controles por parte dos órgãos responsáveis por acompanhar a produção desses insumos Por Elaine Soares A conformidade dos insumos pecuários é imprescindível para assegurar a sanidade dos animais e, por consequência, a inocuidade dos seus produtos para o homem. Considerando ainda que não existe agropecuária forte sem o uso adequado de insumos, a qualidade de insumos biológicos (vacinas) usados nos programas sanitários oficiais é primordial para a bovinocultura brasileira. Nesse sentido, o presidente do Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal), Emílio Salani, declara, com grande tranquilidade, ser o Brasil possuidor de vacinas de qualidade superior. E isso em decorrência de um duplo controle: o controle por parte dos laboratórios e por parte do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Segundo Salani, a rede de laboratórios nacionais responsáveis pela produção de vacinas são credenciados e respeitadíssimos no exterior, inclusive, auditados. “Temos, hoje, só para citar alguns dos laboratórios de referência no controle de produtos, como vacina de febre aftosa e de brucelose, as unidades de Porto Alegre (RS), Campinas (SP), Pedro Leopoldo (MG), Recife (PE) e Belém (PA)”. O presidente relata que no laboratório de Pedro Leopoldo, o Governo Federal investiu alguns milhões numa planta biossegura, à prova de escape de vírus. Já em Campinas, está sendo desenvolvida uma unidade biocontida. Investimentos que retratam a dinâmica de melhoria contínua pela qual passam os laboratórios responsáveis pela produção de vacinas no país. Melhoria que, de acordo com Emílio, “nos últimos cinco, sete anos, vem sendo mais e mais demandada”, e acaba por originar vacinas de melhor qualidade. O presidente do CNPC (Conselho Nacional da Pecuária de Corte), Sebastião Costa Guedes, compartilha da mesma opinião de Salani em relação aos laboratórios nacionais, para ele, o Brasil possui “um parque industrial invejável”. E dentre as vacinas produzidas no país, ele destaca a de febre aftosa, mesmo porque na bovinocultura brasileira a vacinação contra o vírus é fundamental para a fase inicial de erradicação da enfermidade. “A vacina produzida no Brasil é atualizada tecnologicamente, e agora sem 79 2009 Fonte: Revista Produz vacina Sebastião Costa Guedes presidente do CNPC proteínas não estruturais, o que permitirá ao país avançar para erradicar a doença no final de 2010”, comunica Guedes. Lembrando que o uso de vacinas sem proteínas não estruturais contra a febre aftosa definido pelo Mapa, atende a uma exigência da OIE (Escritório Internacional de Epizootias) para que não haja questionamentos sobre os resultados dos inquéritos soroepidemiologicos, cuja documentação embasa as condições de Livre com Vacinação nas diferentes regiões do país. Ainda assim, para Salani, é imprescindível a manutenção de ações no intuito de incentivar a qualidade das vacinas. Nesse sentido, o Sindan colabora para o controle da produção desses insumos biológicos. “Temos um termo de cooperação assinado entre o Mapa e o Sindan, dando possibilidades de repasse de recursos para fazer frente às necessidades mais urgentes de laboratório”, declara ele. E quem também busca colaborar com o trabalho desenvolvido pelo Governo Federal é o CNPC. “Viabilizamos uma série de contribuições do setor privado para as regiões críticas, onde existe carência de recursos”, compartilha Guedes. Somado a isso, o presidente alega que o CNPC e a cadeia produtiva da carne bovina buscam participar dessa questão por meio da participação de ações que viabilizem alianças. Tudo isso de modo a salvaguardar a produção e a produtividade pecuária pela garantia de níveis adequados de conformidade e qualidade das vacinas colocadas à disposição dos produtores. Conservação de vacinas Mesmo a qualidade da vacina tendo controle rígido feito pelos órgãos oficiais, restam variáveis técnicas ainda não monitoradas como manipulação, transporte e conservação pelo consumidor, dose, local e forma de aplicação que interferem na resposta imune. A seguir, saiba quais os cuidados devem ser tomados em relação ao armazenamento de vacinas: Geladeira: É preciso averiguar a capacidade da geladeira de armazenamento de vacinas e relacionar com a quantidade das mesmas. Não é aconselhável sobrecarregar a geladeira. Termômetro: A utilização de termômetros auxilia no controle da temperatura, podendo nos informar se a temperatura interna da geladeira está Emílio Salani presidente do Sindan 2009 Fonte: Revista Produz correta (2 a 4°C). Ainda também, para um melhor controle, devemos registrar as temperaturas máximas e mínimas diárias. Desta forma, é possível descobrir alterações na refrigeração quando não há funcionários no momento do problema, a exemplo de picos de energia elétrica durante a madrugada. Congelador: É extremamente importante não conservar vacinas no congelador. A temperatura baixa neste compartimento causa danos graves na vacina, fazendo com que esta perca sua eficiência. Por questão de higiene, é aconselhável descongelar o congelador de tempos em tempos. Geladeira suja: A eficácia do procedimento de vacinação depende diretamente da higiene envolvida no processo. Uma geladeira suja, além de demonstrar falta de higiene, pode sujar os frascos da vacina e predispor ao aparecimento de abcessos nos animais, diminuindo assim a eficácia da vacina. Água, alimentos e outros materiais na geladeira: A geladeira deve ser EXCLUSIVA para vacinas. Caso se queira armazenar água, alimentos e outros materiais utilizar outra geladeira. Vacinas vencidas: Conferir sempre o prazo de validade das vacinas, priorizando a utilização daquelas com o vencimento mais próximo. Vacinas na porta: Não é aconselhável o armazenamento de vacinas na porta da geladeira, pois a temperatura neste local não é a ideal para conservação (a temperatura tende a aumentar rápido ao abrir a porta). Vacinas encostadas na placa congeladora do fundo da geladeira: Encostar a vacina nestas placas pode diminuir a eficácia do produto, pois pode ocorrer congelamento da parte do frasco encostado nesta área. Vários frascos da mesma vacina aberta: Devese sempre acabar um frasco de vacina para abrir outro. Porta da geladeira fechada adequadamente: Para verificar se a vedação da porta da geladeira está adequada e assim a sua temperatura interna também, ao fechar a geladeira coloca-se uma folha de jornal entre a geladeira e a porta. Se a folha do jornal cair, quer dizer que a vedação não está boa, necessitando provavelmente trocar a borracha de vedação da porta. Se folha do jornal permanecer firme, significa que a vedação está correta. P 81 2009 Fonte: Revista Produz