O significado de Sua morte

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Lição 10
31 de maio a 7 de junho
O significado de Sua morte
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Et 8–10
Verso para Memorizar: "Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida
em resgate por muitos" (Mc 10:45).
Leituras da semana: Mt 27:45, 46; Lc 2:25-35; 1Co 15:3; 2Co 5:18-21; Gl 6:14; Hb 2:17
Um artigo de capa em uma revista importante reportava uma discussão em um grupo de estudo da Bíblia. O assunto?
A razão para a morte de Jesus. Entre as perguntas apresentadas à discussão estavam coisas como: E se o plano de
Deus fosse somente que Jesus viesse e nos desse bons ensinos, como amar os inimigos? Ou Ele também precisava
sofrer e morrer? Neste caso, por quê? Por que os ensinos não seriam suficientes? E ainda que Ele morresse, o que
isso tem que ver conosco, hoje, muitos séculos mais tarde?
Quase dois mil anos depois de Sua morte, o significado da cruz ainda é um assunto que desafia os cristãos. De fato,
mesmo antes de Sua morte, os profetas tentaram constantemente descobrir "o tempo e as circunstâncias" oportunas
a que o Espírito Santo estava chamando sua atenção, "quando lhes predisse os sofrimentos de Cristo e as glórias que
se seguiriam" (1Pe 1:10, 11, NVI).
Então, nesta semana, vamos procurar responder às importantes perguntas: "Por que Jesus morreu, que propósito se
cumpriu por Sua morte, e o que ela significa para nós, tantos séculos depois? Como alguns afirmam, Cristo morreu
somente para nos mostrar o amor de Deus, e assim mudar nossos sentimentos a respeito de Deus? Ou a morte de
Cristo, de fato, fez algo que mudou o relacionamento entre Deus e nós? Todos estes assuntos são merecedores de
nosso interesse mais profundo.
Domingo
Nascido para morrer
Ano Bíblico: Jó 1, 2
1. Que mensagem deu Simeão a respeito de Jesus? Que significa essa
mensagem? Lc 2:25-35
Esta história, relatada só por Lucas, é poderosa em sua simplicidade e profunda em suas implicações. O devoto
Simeão, ao encontrar afinal o Messias por quem havia esperado, revela aos pais o futuro da criança com esta concisão
enigmática: "Este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel. ... Também
uma espada traspassará a tua própria alma" (Lc 2:34, 35). A palavra espada, no grego, significa um instrumento
enorme, do tipo de Golias, destinado a traspassar o coração de Maria, uma predição da agonia que ela experimentaria
na cruz. "Essas misteriosas palavras de Simeão devem ter passado sobre a consciência de Maria como um
enregelante agouro de coisas futuras" (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 704).
2. O que disse Jesus sobre Sua própria morte? Era algo que tinha que
acontecer? Mt 16:21; Mc 10:45; Lc 18:31-33
A nota constante aqui é que Jesus nasceu para morrer; Sua morte não foi um acidente. Tinha que acontecer. Por quê?
Bem, este não é um assunto que pode ser explicado completamente por processos racionais, não porque é irracional,
mas porque é suprarracional; está acima da razão humana. Ela cai no reino da revelação divina, parte daquele
"mistério... oculto dos séculos e das gerações; [que] agora, todavia, se manifestou aos Seus santos" (Cl 1:26, NVI). A
Bíblia não faz qualquer tentativa de justificá-la ou explicá-la, talvez porque não seja algo sujeito à lógica humana. Não
temos outros casos em outro lugar qualquer pelos quais julgá-la ou compará-la. A expiação bíblica representa uma
ocorrência única na história do Universo. E nossa tarefa é buscar entender o que a Bíblia diz sobre ela e para aplicar à
nossa vida o que ela significa.
O fato de que Jesus tinha que morrer a fim de expiar nosso pecado deve nos dizer algo sobre a seriedade do pecado.
Com quanta seriedade você considera o pecado em sua vida? Que esforços você está fazendo para vencê-lo?
Segunda
Ano Bíblico: Jó 3–5
Como aconteceu (Mt 27:45, 46)
Os Evangelhos dedicam um espaço imenso à última semana da vida de Jesus. Em Mateus, ela ocupa um terço do livro.
Em Marcos, mais de um terço. E um quarto de Lucas e metade do evangelho de João são dedicados a ela. Claramente,
o foco central está na paixão, na morte e na ressurreição de Jesus. Os Evangelhos não são biografias; eles devem ser
vistos, ao contrário, como resumos teológicos do significado da morte de Jesus.
3. Recapitule os eventos terríveis da paixão, relendo as passagens a seguir: Mt
27:27-31, 45-54; Mc 15:21-32; Jo 19:28-30. Como você se sente ao ler esses relatos?
Nenhum de nós pode afirmar que entende plenamente o significado da morte de Jesus, ou suas circunstâncias. O que
parece claro, no entanto, é que o papel desempenhado pelos que estavam fisicamente presentes e ativos (seja em
Seu julgamento, seja na cruz) foi teologicamente secundário no que concerne à identidade racial ou nacional dos
participantes. Difamar os judeus de hoje ou os italianos modernos no que se refere a este assunto, pelo envolvimento
de alguns de seus antepassados na morte de Jesus é estupidez teológica, uma atitude contrária à própria essência da
religião bíblica. A culpa individual dos que estiveram envolvidos em Sua morte será um assunto entre eles e Deus. Em
vez de apontar o dedo, talvez devamos perguntar a nós mesmos: O que teríamos feito se nós, nós mesmos,
tivéssemos estado lá? Em certo sentido, realmente, estávamos!
Embora Ele tenha morrido mais tarde por mãos romanas, o sopro fatal veio muito antes, provocado por uma
gigantesca mão, coletiva, a nossa.
Terça
Ano Bíblico: Jó 6, 7
O que Ele realizou – I
4. Como Paulo considerava a morte de Jesus? 1Co 2:2; 15:3; Gl 6:14
Os escritores do Novo Testamento usaram uma variedade de metáforas, imagens e descrições na tentativa de
expressar a obra divina de salvação em Cristo. Nesta lição (e na de quarta-feira) vamos examinar algumas:
1. O conceito de sacrifício, oferta, substituto:
Efésios 5:2: Cristo "Se entregou por nós como oferta [prosphoran] e sacrifício [thusian] de aroma agradável a Deus"
(NVI). Hebreus 9:26: Ele veio para "aniquilar, pelo sacrifício [thusias] de Si mesmo, o pecado". Hebreus 10:14: Por
meio de "uma única oferta [prosphora] aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados" (NIV).
Em todas estas passagens, a idéia é de morte vicária, morte em nosso lugar, morte como nosso substituto. O
sofrimento vicário (substituto) é o sofrimento suportado por uma pessoa no lugar de outra. Em 1 Coríntios 15:3,
Paulo diz que "Cristo morreu pelos nossos pecados"; Romanos 5:8 diz que "Cristo morreu em nosso favor quando
ainda éramos pecadores"(NVI); e 1 Pedro 2:24 diz que Cristo "levou em Seu corpo os nossos pecados sobre o
madeiro"(NVI).
2. O conceito de resgate:
A palavra resgate deriva do termo grego lutron; a idéia básica é de um pagamento por alguma pessoa libertada. No
grego clássico, o termo era usado freqüentemente com relação ao resgate de escravos e prisioneiros de guerra. Os
escritores sagrados tomaram emprestado o conceito e o utilizaram a serviço de um tema de maior valor: Mateus
20:28 (compare Mc 10:45): "Jesus veio para "dar a Sua vida em resgate [lutron] por muitos". (Aqui, muitos
incidentalmente, significa todos)
A família de palavras de que deriva lutron destaca a natureza substitutiva do sacrifício de Cristo. Ele deu Sua vida por
nós. O tempo verbal no original grego aponta para um evento em um tempo específico, à morte de Jesus na cruz. O
conceito básico aqui é de que éramos escravos do pecado, condenados à morte eterna e incapazes de nos libertar;
mas Jesus veio como nosso resgate, nosso lutron.
Pense nas coisas erradas que você fez, coisas que você sabia que eram erradas, mas continuou fazendo. O que
significa para você saber que alguém, Jesus, uma pessoa inocente, recebeu sobre Si mesmo o castigo que, caso
contrário, seria seu por aquelas coisas (e outras) que você fez?
Quarta
Ano Bíblico: Jó 8–10
O que Ele realizou – II
Ontem, discutimos duas das muitas metáforas empregadas pelos escritores do Novo Testamento para expressar as
realizações da morte de Cristo. Aqui estão mais duas:
3. O conceito de propiciação (ou expiação) (hilasterion):
Com respeito à missão de Cristo, essa palavra é encontrada em Hebreus 2:17, em que ele fala de Cristo fazendo
"propiciação pelos pecados do povo". Propiciação tem o sentido de apaziguar alguém. A crença era que, quando um
deus estava zangado, o povo devia fazer um gesto de apaziguamento (hilasterion) a fim de novamente deixar o deus
hilaros (feliz, jovial). O que os estudiosos do Novo Testamento notaram repetidamente, porém, é que seus autores,
embora hajam tomado emprestado o vocabulário do grego clássico e em outros lugares, eles deram a esse
vocabulário um novo conteúdo e significado.
Conseqüentemente, muitos estudiosos da Bíblia concordam que uma tradução melhor da palavra é "expiação".
Compreendida assim, a idéia é que pela morte de Jesus, Deus "expia", "cobre", "apaga" nosso pecado. Qualquer idéia
de apaziguamento de Deus por parte dos humanos seria totalmente estranha aos escritores do Novo Testamento. Ao
invés, eles queriam enfatizar que toda a raça humana, ameaçada pela ira justa de Deus por causa do pecado, foi
salva pela morte de Jesus. Jesus Se tornou nosso hilasterion, nos cobrindo da ira de Deus (veja Hb 9:5).
4. O conceito da reconciliação (katallage):
5. Como Paulo aplica o conceito de reconciliação em suas epístolas? Rm 5:10, 11;
2Co 5:18-21; Ef 2:16; Cl 1:20-22
O pecado é um afastamento de Deus e da vontade de Deus. Somos postos em alienação de Deus, e seu resultado
final é a morte.
Reconciliação fala da restauração da harmonia entre nós e Deus, a recuperação da totalidade. E aqui está um ponto
crítico a ser notado: Foi Deus que tomou a iniciativa (Rm 5:8-11). "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo" (2Co 5:19). Por causa do pecado, o mundo inteiro foi condenado diante de um Deus justo; por causa da cruz,
mudou nossa condição diante de Deus, e assim, todos os que vão a Jesus, pela fé, têm a certeza da vida eterna.
Por causa da cruz, você tem a oportunidade de ser perfeito, santo e aceito por Deus. Como sua vida deve refletir
diariamente essa nova condição que podemos ter em Jesus?
Quinta
Ano Bíblico: Jó 11–14
A segurança do Universo
cruz se tornou o símbolo central do cristianismo. E na teologia do Novo Testamento, ela diz várias coisas sobre a
condição humana, apontando além de si mesma, para sua consumação maior.
6. Qual é a condição humana, que nos torna tão carentes da morte de Jesus? Rm
3:10, 23; 1Co 2:2; 15:3; Gl 6:14
Os gregos e outros do mundo antigo pensavam que a humanidade era basicamente boa quanto à saúde moral.
Acreditavam que se tivéssemos as oportunidades certas, nossa bondade natural, inata, floresceria. Essa atitude
representava um desafio significativo ao cristianismo, com seu conceito da depravação humana universal e nossa
desesperada necessidade de uma intervenção externa. Era por isso que Paulo podia dizer que "a palavra da cruz é
loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1Co 1:18). Aquele poder silencioso,
ele disse, finalmente vencerá, e "todo joelho" [no Universo] se dobrará confessando que "Jesus Cristo é Senhor" (Fp
2:10, 11).
No entanto, por mais central que seja para nossa salvação, a cruz tem uma importância que vai além de nós.
"O significado da morte de Cristo será considerado por santos e anjos. Os homens caídos não poderiam ter um lar no
Paraíso de Deus sem o Cordeiro morto desde a fundação do mundo. ... Os anjos atribuem honra e glória a Cristo, pois
nem mesmo eles estão seguros a não ser considerando os sofrimentos do Filho de Deus. É pela eficácia da cruz que
os anjos do Céu são defendidos da apostasia. Sem a cruz, eles não seriam protegidos do mal mais que os anjos antes
da queda de Satanás. A perfeição angelical falhou no Céu. A perfeição humana falhou no Éden, paraíso da felicidade.
Todos os que desejam segurança na Terra ou no Céu devem olhar para o Cordeiro de Deus. O plano de salvação,
tornando manifesta a justiça e o amor de Deus, oferece proteção eterna contra a apostasia nos mundos não caídos,
como também entre os que serão redimidos pelo sangue do Cordeiro" (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible
Commentary, vol. 5, p. 1.132).
Até os anjos do Céu são defendidos da apostasia por causa da cruz! Que pensamento incrível! Se a cruz significa tanto
para os seres não caídos, aqueles cuja vida nem foi redimida por ela – quanto mais deveria a cruz ser o enfoque
central para nós, que fomos redimidos através dela?
Sexta
Ano Bíblico: Jó 15–17
Estudo adicional
Ellen G. White, "Calvário", p. 744-757; "Está consumado", p. 758-764, em O Desejado de Todas as Nações.
"Bem podiam, pois, os anjos se regozijar ao contemplarem a cruz do Salvador; pois embora não compreendessem
ainda tudo, sabiam que a destruição do pecado e de Satanás fora para sempre assegurada, que a redenção do
homem era certa e que o Universo estava para sempre a salvo. O próprio Cristo compreendeu plenamente os
resultados do sacrifício feito no Calvário. A tudo isto olhava Ele quando exclamou na cruz: ‘Está consumado.’ Jo
19:30" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 764).
"A morte de Cristo na cruz tornou certa a destruição daquele que tem o poder da morte, que foi o originador do
pecado. Quando Satanás for destruído, não haverá ninguém a tentar para o mal; a expiação nunca precisará ser
repetida; e não haverá perigo de outra rebelião no Universo de Deus" (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible
Commentary, vol. 5, p. 1.132).
Perguntas para reflexão
1. Alguns limitam a cruz a uma simples demonstração do amor de Deus, sem qualquer efeito legal ou reconciliador.
Isto é, Cristo morreu somente para nos mostrar o amor do Pai; não houve qualquer mudança em nossa situação legal
diante do Pai. Conseqüentemente, o único propósito da cruz foi efetuar uma mudança em nós e em nossa atitude
para com Deus. Por que essa posição é uma visão radicalmente fraca e insatisfatória da morte de Jesus? Como essa
concepção leva necessariamente a uma teologia de salvação pelas obras?
2. Pense mais sobre essa idéia de que a segurança do Universo foi garantida pela cruz. O que este fato nos diz sobre
a cruz e sobre as questões principais que ela resolveu? Como nossa compreensão do grande conflito nos ajuda a
apreciar melhor o que aconteceu na cruz?
3. A vida e a morte de Jesus representam um mistério de começo ao fim. Muito embora haja aspectos que podemos
entender, outras coisas permanecem sendo um mistério. Como você pode confiar no Senhor a respeito das coisas que
não entende? Qual é a chave para manter forte sua fé?
Respostas sugestivas às perguntas da Lição:
Pergunta
Pergunta
Pergunta
Pergunta
Pergunta
Pergunta
1:
2:
3:
4:
5:
6:
Jesus veio ao mundo para morrer, o que traria muita aflição a Sua mãe.
Seria morto e ressuscitado ao terceiro dia. Pelo plano divino de salvação, sim.
Resposta pessoal.
Era o tema de sua pregação, a mensagem que impulsionava sua vida.
O pecado nos afastou de Deus. Jesus Cristo nos reconciliou com Deus.
Todos pecamos, não há ninguém justo, e todos somos condenados por isso.
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