Arquitetura e Desenvolvimento Sustentável Ana Rocha Melhado Diretora da PROACTIVE CONSULTORIA, empresa especializada em Gestão de Projetos e Sustentabilidade Empresarial. (www.proactiveconsultoria.com.br) O desenvolvimento sustentável deve atender às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento das necessidades de gerações futuras. Este conceito foi publicado em 1987, no Brundtland Report, relatório emitido pela Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (World Commission on Environment and Development) ou Brundtland Commission, criada em 1983, pelas Nações Unidas. O objetivo era definir políticas e estratégias de desenvolvimento sustentável nos âmbitos social, econômico e, sobretudo, ambiental. Sustentabilidade é portando um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais e ambientais das sociedades humanas.Uma atividade sustentável é Economicamente viável, Socialmente justa e Ecologicamente correta. Em relação à arquitetura, uma edificação sustentável é aquela que quantifica os impactos que causa ao meio ambiente e à saúde humana, empregando todas as tecnologias disponíveis para mitigá-los, ou seja, é um edifício que consome menos energia, água e outros recursos naturais, considera o ciclo de vida dos materiais utilizados e o da edificação desde o seu projeto, passando pela construção, operação e manutenção, até o esgotamento da sua destinação original. Seu objetivo é integrar harmoniosamente, num projeto global, estética, conforto e qualidade de vida, com o mínimo de impacto no entorno. A arquitetura, portanto, pode contribuir para melhorar a qualidade de vida e a convivência entre as pessoas em seu ambiente. O projeto sustentável deve ser desenvolvido por uma equipe multidisciplinar integrada que trabalhe em conjunto desde a concepção, sob a figura de gerenciador ou coordenador. Este profissional poderá se valer de uma consultoria em sustentabilidade. O modelo linear de trabalho, onde o projeto arquitetônico é entregue aos demais projetistas que, a partir daí, desenvolvem trabalhos para compatibilização, não se adequa à produção de edificações sustentáveis. O desenvolvimento de um projeto sustentável deve ser circular, onde todos contribuem desde o início, e alguns temas devem ser necessariamente abordados: 1. Respeito e adequação às condicionantes locais; 2. Minimização dos impactos no entorno; 3. Racionalização da energia; 4. Racionalização da água; 5. Espaços adequados à Gestão dos Resíduos; 6. Manutenabilidade; 7. Conforto e saúde dos usuários; 8. Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos 1 9. Canteiro de obras sustentável A sustentabilidade na construção civil depende de um esforço conjunto e multidisciplinar. O arquiteto tem como responsabilidade, neste processo, o conhecimento e domínio dos temas da sustentabilidade antes das decisões de projeto, o questionamento de possíveis soluções e avaliação de informações obtidas. Sua atuação deve estar em constante evolução, baseada em experiências e modelos já desenvolvidos e na busca de novas soluções relacionadas aos aspectos técnicos, ambientais, sociais e econômicos. Neste sentido, o cabe dissertar, de maneira não exaustiva ou definitiva, diretrizes de sustentabilidade que devem ser consideradas na concepção de projetos para edifícios. O primeiro passo é a realização de Análises Preliminares. Estas análises tem como objetivo o conhecimento das características do terreno e do entorno do local onde será implantado o empreendimento, a fim de potencializar as suas vantagens e limitar seus eventuais aspectos negativos, sempre buscando a integração e a harmonização do edifício e seu entorno. É imprescindível que se realize previamente uma análise e coleta de informações do terreno a ser edificado e de seu entorno, bem como o estudo da potencialidade ambiental do empreendimento, por meio da elaboração de programa de necessidades e indicação de objetivos ambientais a serem atingidos, ou ainda, o delineamento do Perfil Ambiental do Empreendimento. Somente com tais atividades preliminares pode-se obter subsídios necessários para identificar as oportunidades, dificuldades a serem superadas e a possibilidade de se otimizar as potencialidades observadas nas características locais, sempre com vistas aos objetivos do desenvolvimento sustentável, criando elementos que poderão ser aplicados ao projeto da edificação. É este o momento propício para que as necessidades e expectativas dos diversos agentes e interessados (empreendedor, projetistas, consultores, construtores, vizinhos) sejam devidamente explicitadas e delimitadas. Deve-se analisar o modo segundo o qual o projeto valoriza os dados contextuais provenientes da análise prévia do local do empreendimento, bem como estimar os possíveis impactos do empreendimento no meio ambiente. Nesse momento devem ser analisados: 1. Aspectos naturais (meio físico e ecossistemas, riscos naturais); 2. Infraestrutura (sistema viário, redes, recursos e serviços locais, riscos tecnológicos e sanitários); 3. Vizinhança (equipamentos urbanos, entorno construído, comunidade etc.); 4. Contexto regulamentar. 2 O empreendimento deve estar alinhado com os princípios de desenvolvimento sustentável aplicados à gestão do território (foto 1). Foto 1: Integração do edifício com o entorno – mitigação de impactos É igualmente importante nesse momento a realização do estudo de insolação e de ventos (foto 2, 3). Para a realização de tal atividade, podem ser utilizados o software Google SketchUp (disponível para download gratuito) ou qualquer outro programa computacional de modelagem tridimensional. Devem ser modelados não apenas o empreendimento, como as edificações e demais características do entorno que causem interferência na insolação do edifício. Esta modelagem pode ser volumétrica, e o cálculo necessita da inserção dos dados da cidade onde será implantado o edifício (latitude, longitude e fuso horário), para que os ângulos de incidência do sol fiquem corretos. As perspectivas que irão compor o Estudo devem ser em no mínimo dois pontos de vista diferentes, de maneira que se possa visualizar a ação do sol e dos ventos sobre o edifício e seus eventuais obstáculos. Para cada ponto de vista configurado, devem ser geradas imagens, de acordo com as datas e horários seguintes: a) outono: dia 20 de março, às 7hs, 11hs, 15hs e 18hs; b) inverno: dia 21 de junho, às 7hs, 11hs, 15hs e 17hs; c) primavera: dia 22 de setembro, às 6hs, 11hs, 15hs e 17hs; d) verão: 21 de dezembro, às 6hs, 11hs, 15hs e 18hs. 3 A eficiência energética de uma edificação está relacionada à sua implantação e orientação, definição da envoltória (características dos materiais), escolha adequada dos sistemas (resfriamento/aquecimento, iluminação, equipamentos etc.) e à existência de meios adequados para o monitoramento do seu desempenho. Os objetivos são a redução do consumo de energia de fontes não renováveis, a minimização na emissão de poluentes e a utilização de fontes renováveis de energia. 4 Para limitar o consumo de energia durante a fase de uso e operação do edifício e, consequentemente, limitar o esgotamento dos recursos energéticos não renováveis e as emissões de poluentes atmosféricos e de resíduos radioativos, é necessário: 1. Refletir antes de tudo sobre os elementos de arquitetura bioclimática que favoreçam a redução do consumo energético, 2. Trabalhar sobre os sistemas e a escolha das modalidades de energia empregadas para otimizar os consumos e reduzir os poluentes. O perfil de desempenho energético a ser atingido deverá ser definido, para que se possa estabelecer estratégias para reduzir a necessidade de equipamentos e o consumo de energia, durante todo o ciclo de vida do empreendimento, atendendo às necessidades de conforto dos usuários (térmico, visual, olfativo e qualidade do ar) em todas as estações. Busca-se, assim: 1. Redução do consumo e melhora do desempenho energético do edifício; 2. Redução do consumo de energia primária e da emissão de poluentes associados. Algumas possíveis soluções passivas a serem implementadas nos projetos, de sorte a reduzir a necessidade de resfriamento artificial e iluminação artificial (Foto 4): 3. ventilação natural (aproveitamento dos ventos dominantes, ventilação cruzada, efeito chaminé, ventilação por baixo da edificação, pela cobertura ou através de espaços intermediários – como pátios, fachada dupla ventilada, passagem do ar entre duas lajes ou no interior de uma laje, superventilação noturna, portas internas com venezianas, ambientes menos compartimentados para maior circulação do vento); 4. proteções solares exteriores (beirais, brises, toldos etc.), fixas ou móveis, eventualmente automatizadas, nas fachadas com maior incidência solar, inclusive em átrios e circulações; 5. cores claras nas fachadas com maior exposição ao sol; 6. aproveitamento da inércia térmica do solo, da inclinação do terreno, da vegetação e da água eventualmente existentes no local do empreendimento etc. 7. iluminação natural abundante nos ambientes de permanência prolongada e de circulação; 8. proteção contra o ofuscamento exterior ou a irradiação solar direta; 9. cores claras nas superfícies internas; 10. poços de luz e iluminação zenital, evitando a irradiação direta de luz natural; 11. abertura de acesso à luz do dia para os ambientes profundos; 12. bancadas de luz para aumentar a iluminação natural no fundo dos ambientes; 13. envidraçamentos nas partes altas das fachadas. 5 O recurso natural Água está presente no terreno de cinco maneiras distintas: água de chuva, escoamento difuso, lençol freático, rede pública de água potável e rede de esgoto. Este recurso se apresenta como fonte a ser preservada (lençóis freáticos) ou como fonte a economizar (água potável), e ainda sob a forma de risco climático a ser gerenciado (água de chuva) ou de efluentes a evacuar (águas servidas, esgoto). A gestão ambientalmente correta da água em um empreendimento está relacionada à redução do consumo de água potável e à minimização dos riscos de poluição e inundação. É necessário, portanto, explorar racionalmente os recursos disponíveis e otimizar a quantidade de água consumida para os diferentes usos. 6 Devem ser adotadas estratégias para a economia de água potável, como o incentivo à utilização racional através da instalação de equipamentos economizadores e da sensibilização dos usuários, e deve ser prevista a utilização de águas pluviais para usos que não necessitem das características de potabilidade (irrigação de jardins, lavagem de pisos, alimentação de bacias sanitárias. O ciclo da água deverá ser favorecido por soluções adequadas de retenção e infiltração, buscando-se, aqui, a minimização do coeficiente de impermeabilização e da vazão de escoamento do terreno, e favorecendo a permeabilidade do solo. Gerenciar o uso da água de maneira sustentável em um edifício significa estar atento aos seguintes aspectos: 14. suprimento de água potável, 15. gestão de águas pluviais no terreno, 16. esgotamento sanitário. Por sua vez, o desafio ambiental associado à gestão dos resíduos gerados pelas atividades é o de limitar a produção dos resíduos finais. Para tanto, convém adotar disposições que garantam a separação dos resíduos durante a fase de uso e operação, tendo em vista uma revalorização ótima e integrada às cadeias locais de reaproveitamento de resíduos (reuso ou reciclagem). Outro desafio da gestão de resíduos de uso do edifício é a qualidade intrínseca do sistema: não apenas o sistema garante a funcionalidade e o conforto para os ocupantes do edifício, mas constitui, igualmente, uma garantia da eficácia das medidas tomadas para a revalorização ótima dos resíduos. O principal objetivo que deve ser destacado é a Revalorização e gestão dos resíduos de uso e operação do edifício. O projeto arquitetônico pode facilitar a gestão de resíduos. Recomenda-se que seja definido em projeto: 17. natureza, número, função e localização das diferentes zonas de resíduos e seus circuitos de estocagem, agrupamento e retirada; 18. facilidade de acesso e condições satisfatórias de circulação e retirada de resíduos através da implantação; 19. zonas de resíduos externas protegidas contra ventos e chuvas e situadas sobre superfícies estanques ou providas de contenção; 20. facilidade de limpeza das zonas e equipamentos de resíduos através da proximidade de fontes de água e áreas para lavagem). No projeto é igualmente importante que sejam previstos: 21. depósito de lixo nos andares, próximo a área de circulação vertical de serviço; 22. áreas centrais para acúmulo e separação do lixo (depósito central de lixo). 7 Como Gestão Ambiental da Manutenção entende-se o conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional e o desempenho da edificação e de seus sistemas constituintes. A preocupação, aqui, são as atividades de conservação e de manutenção que permitem garantir, ao longo do tempo, o desempenho adequado do empreendimento: limpeza, controle, reparos, substituição de elementos etc. Esta garantia é obtida pela boa manutenção do edifício e do conjunto formado pelos seus equipamentos (preventiva sistemática, preventiva ocasional ou corretiva). Uma “boa” manutenção, sob o ponto de vista ambiental, apresenta as seguintes qualidades: necessidades de manutenção otimizadas; baixo impacto ambiental e sanitário dos produtos e procedimentos utilizados; execução garantida em todas as situações; meios de acompanhamento que permitem a manutenção do desempenho; acesso a equipamentos e sistemas. O principal objetivo que deve ser destacado é a Garantia de manutenibilidade do edifício. Uma forma de se alcançar esse objetivo é o de garantir em projeto facilidade de acesso aos componentes dos sistemas, viabilizando a adequada execução das atividades de conservação e manutenção. Por exemplo, podem se adotadas as seguintes ações: 1. Definição do posicionamento dos elementos técnicos, dimensões dos acessos às áreas técnicas, acessibilidade aos elementos técnicos, dimensionamento dos elementos técnicos e dimensões das zonas de execução dos trabalhos; 2. Presença de iluminação, presença e distribuição de pontos de alimentação de energia nos locais previstos para as práticas de conservação e manutenção dos sistemas. O conforto ambiental tem como objetivo adequar os princípios físicos envolvidos e as necessidades de caráter ambiental - higrotérmicas, acústicas, visuais e olfativas - aos projetos construtivos. Uma das funções da arquitetura é oferecer ao homem, no interior dos edifícios, condições ambientais compatíveis ao conforto humano, independente das condições externas. Em relação ao conforto higrotérmico, o conhecimento das exigências humanas de conforto e das características climáticas locais, associado ao das características térmicas dos materiais e de premissas para o partido arquitetônico, proporciona condições para se projetar edifícios e espaços urbanos cuja resposta atenda às exigências de conforto. Elementos arquitetônicos de controle térmicos passivos favorecem a redução do excesso de calor no interior dos edifícios, minimizando os efeitos de climas excessivamente quentes. O uso da energia de maneira racional, por sua vez, permite a otimização térmica dos ambientes internos, reduzindo o consumo energético dos sistemas de climatização artificial (resfriamento ou aquecimento). Para garantir o conforto higrotérmico, é necessário equalizar as características do entorno e da edificação, melhorando sua aptidão para favorecer o conforto durante todo o ano. Além disso, o sistema de resfriamento utilizado deve ser ajustado para as melhores condições relacionadas à temperatura dos ambientes e à velocidade do ar. O conforto acústico, por sua vez, pode influenciar a qualidade do trabalho, do sono e das relações entre os usuários do 8 edifício. Quando a qualidade do meio sonoro se deteriora e o conforto se degrada, os efeitos observados podem se revelar rapidamente bastante prejudiciais: queda de produtividade, conflitos de vizinhança e problemas de saúde. Deve-se, aqui, conciliar duas necessidades, a minimização de incômodos sonoros devidos ao meio exterior e interior, e a preservação do contato auditivo com o ambiente interno, garantindo a percepção de sinais úteis ou interessantes. Em relação ao conforto visual, deve-se atentar para as condições de iluminação natural e acesso à vistas externas, e para a eficiência da iluminação artificial. A luz natural deve ser aproveitada, evitando-se seus inconvenientes (ofuscamento direto ou indireto, sombreamentos etc.), e a iluminação artificial deve ser integrada à iluminação natural, sempre de maneira complementar. O conforto olfativo está relacionado às condições de ventilação dos ambientes internos (taxa de renovação de ar suficiente em função da atividade dos ambientes), bem como à existência de fontes de odores desagradáveis, internas e externas, e à adoção de medidas para mitigar os seus efeitos (Foto 5). Utilização de proteções arquitetônicas quanto ao sol e ao calor, adaptadas à orientação do edifício e à estação do ano (orientação das aberturas, proteções solares fixas ou móveis, proteção de áreas envidraçadas, orientação dos ambientes com cargas térmicas elevadas para a face de menor índice de insolação, utilização de zonas de sombra e máscaras de sombreamento para resfriamento), são exemplos de soluções que devem ser exploradas nos projetos arquitetônicos. Foto 5 – Diferentes soluções de proteção solar 9 Foto 5 – conforto lumínico Foto 5 – Conforto lumínico 10 Foto 5 – Conforto olfativo – ventilação na esquadria A qualidade sanitária dos ambientes está relacionada aos riscos sanitários que podem eventualmente ser causados por equipamentos e superfícies presentes no espaço interno de uma construção. A qualidade sanitária do ar, por sua vez, exige a garantia de ventilação eficaz e a adoção de medidas adequadas, caso seja verificada a existência de fontes de poluição do ar, sejam elas internas ou externas. Já para a qualidade sanitária da água devem ser adotadas medidas necessárias para respeitar os critérios de materiais, estrutura e proteção das redes, potabilidade e qualidade da água, evitando o desenvolvimento de agentes patogênicos e possíveis doenças. Relativo aos Materiais e Processos construtivos, o objetivo é o de minimizar o impacto ao meio ambiente através da escolha de materiais sustentáveis, cuja cadeia produtiva seja menos danosa ao ambiente e à saúde. Além disso, devem ser especificados produtos de qualidade, adequados ao seu uso, e que ofereçam as garantias técnicas às quais estão habilitados a atender (solidez, segurança, durabilidade, etc.). Deve-se realizar a escolha de produtos, sistemas e processos a partir da consideração das seguintes características: - Qualidade e desempenho técnico em uso; - Qualidade técnica da construção; - Facilidade de conservação da construção; - Impacto ambiental e sanitário da construção; - Qualidade arquitetônica (estética, valorização patrimonial, imagem, etc.); 11 - Critérios econômicos; - Caráter social. Alguns aspectos que precisam ser obrigatoriamente ser levados em consideração no momento em que os projetistas estão especificando os materiais e sistemas construtivos: 3. A qualidade e desempenho técnico em uso (resposta do produto ao uso ao qual é destinado e oferta de garantias técnicas de solidez e de segurança adequadas) dos produtos, sistemas e processos especificados; 4. A qualidade técnica da construção (contribuição dos produtos de construção à durabilidade e à adaptabilidade da construção durante sua vida útil); 5. A desmontabilidade e a separabilidade dos produtos, sistemas e processos construtivos ao projetar o empreendimento, considerando os impactos produzidos durante a sua desconstrução; 6. A adoção preferencial de sistemas construtivos que permitam montagem e desmontagem. Toda essa preocupação com uma projeto multidisciplinar, que utilizem soluções sustentáveis, industrializadas, de fácil manutenabilidade, propicia o projeto e a instalação de um canteiro de obras também sustentável; uma vez que, entre outras, o volume de resíduos é minimizado e também se é permitido o estudo e a implementação de um projeto de logística. O canteiro de obras origina diversas fontes de poluição e incômodos (produção de resíduos; incômodos sonoros, visuais e olfativos; poluição do solo, da água e do ar; consumo de recursos etc.), que o empreendedor pode minimizar a fim de reduzir os seus impactos ambientais. Para garantir o melhor desempenho em relação ao canteiro de obras e minimizar o impacto negativo no entorno, é necessário realizar o planejamento das atividades da obra, prevendo seus possíveis impactos, organizar adequadamente todos os processos relacionados à gestão do canteiro, e atuar junto aos agentes suscetíveis aos impactos: trabalhadores do canteiro, vizinhos (permanentes) e transeuntes e visitantes (esporádicos). Quando as diferentes partes interessadas submetidas a estes impactos são envolvidas na etapa do canteiro de obras (antes dele começar e durante a obra), as medidas são mais eficazes e o canteiro de obras é muito melhor visto. Em relação à produção de resíduos no canteiro de obras, o desafio é encontrar soluções para minimizar a produção desses resíduos e para desenvolver os processos de triagem, a coleta seletiva e as cadeias para o seu beneficiamento. O beneficiamento ou revalorização de um resíduo supõe o seu retorno ao ciclo produtivo e/ou de negócios, pelo reuso, reutilização, reciclagem ou regeneração, ou ainda sob a forma de energia, de forma a prolongar a sua vida útil ou mesmo iniciar um novo ciclo de vida útil. Em agosto de 2010 foi aprovada a Lei nº. 12.305, que apresenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A PNRS apresenta a necessidade de reestruturação de toda a cadeia produtiva nacional, enfatizando os conceitos de produção ecoeficiente, sustentabilidade, responsabilidade compartilhada entre todos os elementos da cadeia de produção e consumo, 12 logística reversa e criação de planos específicos de gestão de resíduos por alguns setores produtivos. Os principais objetivos a serem alcançados, portanto, são: a Gestão dos resíduos do canteiro de obras e a Minimização dos impactos sobre a vizinhança. Por fim, afirma-se que A SUSTENTABILIDADE DEPENDE DE UM ESFORÇO CONJUNTO E MULTIDISCIPLINAR. O arquiteto deve possuir conhecimento e domínio dos temas relacionados à sustentabilidade antes das decisões de projeto e buscar quebrar paradigmas (Fotos 6). Foto 6 - Brochet Lajus Pueyo (Fonte: Habiter Écologique) 13 14 Foto 6 - Fabienne Bulle - (Fonte: Habiter Écologique) Vivemos um momento, REEDUCAÇÃO. o qual considero importante uma simples palavra Concluo com a seguinte reflexão do filósofo Húngaro Ervin László, Autor de “World Shift – Empowering or Evolution “ O mundo – natureza e sociedade ligadas em um sistema dinâmico – se aproxima de um ponto de bifurcação que pode resultar em colapso ou avanço. Para avançar, é preciso esquecer as velhas maneiras de pensar e de fazer as coisas. A proactive já escolheu o seu caminho e convida a todos os leitores a trabalharem em prol de uma UMA SOCIEDADE PRÓSPERA, SOCIALMENTE JUSTA EAMBIENTALMENTE RESPONSÁVEL. Até uma próxima oportunidade... 15