2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. Diagnóstico geológico-geomorfológico da erosão acelerada e do assoreamento na bacia do alto curso do Rio das Antas em Anápolis (GO). Homero Lacerda Curso de Geografia – UEG/DNPM – [email protected]. Leide Laura Francisca da Mota Teixeira Curso de Geografia - PVIC/UEG – [email protected] Sandro Nunes de Oliveira Curso de Geografia – PVIC/UEG – [email protected] RESUMO O diagnóstico geológico-geomorfológico da erosão acelerada e do assoreamento na bacia do alto curso do Rio das Antas é proposto com base nas relações entre compartimentos do relevo e incisões erosivas, evolução do uso da terra no período 1965-2005 e relações com as erosões, e monitoramento de incisões erosivas e assoreamento no período 1965-2005. Os compartimentos do relevo mais afetados pela erosão acelerada são as Baixas Vertentes. Quando o uso da terra era rural, as erosões se instalaram ao longo de cercas, caminhos, estradas e trilhas feitas pelo gado. A partir de 1989, a área parcelada ganha importância e as incisões erosivas aparecem localizadas nas ruas e a jusante delas. As erosões situadas nas encostas têm formas predominantemente lineares e o processo dominante parece ser a incisão pelo escoamento superficial, com movimentos de massas condicionados pelas estruturas do saprolito. As incisões erosivas em cabeceiras de drenagem têm formas mais complexas, grosseiramente circulares ou bulbosas, geradas por movimentos de massa do tipo deslizamento rotacional. Os depósitos de assoreamento aumentaram no período 1965-2005, afetando um reservatório em área pública de lazer e o fundo do vale do Rio das Antas. 1. INTRODUÇÃO Erosões urbanas e periurbanas representam um grande problema ambiental no Brasil e os danos registrados incluem assoreamento, destruição de loteamentos, residências, equipamentos urbanos e obras civis de um modo geral (SALOMÃO e IWASA, 1995; SALES e NASCIMENTO, 2003). O assoreamento é uma das conseqüências mais graves da erosão acelerada e, nas áreas urbanas, as conseqüências incluem redução da seção dos canais, com produção de inundações e colmatação total de pequenos reservatórios. Nesta contribuição são apresentados os resultados de um trabalho em andamento, de diagnóstico geológico-geomorfológico da erosão acelerada e assoreamento na bacia hidrográfica do alto curso do Rio das Antas (Figura 1). A bacia hidrográfica do alto curso do Rio das Antas é definida aqui como a porção da bacia situada a montante da confluência com o Córrego dos Góis (Figura 1). Está situada na parte sudoeste de Anápolis e compreende áreas parceladas consolidadas e em consolidação, parte do Distrito Agro-Industrial de Anápolis (DAIA) e glebas não parceladas. A bacia tem área de aproximadamente 16Km2 e forma alongada, orientada na direção norte-sul. O texto inicia com a apresentação dos materiais e métodos. Em seguida é abordada a compartimentação do relevo e sua relação com as erosões. O tópico seguinte trata da evolução do uso da terra no período 1965-2005 e sua relação com as incisões erosivas. O monitoramento das erosões e do assoreamento é apresentado a seguir, e o trabalho é encerrado com uma síntese dos resultados obtidos. 1 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. A classificação das incisões erosivas utilizada neste texto é a de Almeida Filho e Ridente Júnior (2001) que consideram ravinas as incisões que não atingiram o lençol freático e que têm larguras e profundidades superiores a 50cm. Segundo estes autores, voçorocas são as incisões que atingiram o lençol freático. Neste texto, ravinas e voçorocas são referidas em conjunto como “erosões” ou “incisões erosivas”. A compartimentação do relevo, consolidada no mapa geomorfológico 1/25.000, foi feita com base em: interpretação das fotos aéreas em escala 1/60.000; análise da carta topográfica 1/50.000, com geração de carta clinográfica no programa Surfer 8; e trabalho de campo para observação do relevo, medições de declividade com clinômetro e descrição das formações superficiais. A evolução do uso da terra na bacia e suas relações com as erosões foram analisadas a partir da elaboração de mapas de uso da terra e incisões erosivas em 1965, 1977, 1989 e 2005. Os mapas foram elaborados a partir das fotografias aéreas e imagens. O monitoramento das erosões e do assoreamento no período 1965-2005 foi feito com base nas imagens disponíveis e cadastro em campo. 3. COMPARTIMENTAÇÃO DO RELEVO Figura 1: Localização da área. 2. MATERIAIS E MÉTODOS As bases cartográficas utilizadas foram: mapa topográfico 1/50.000 com eqüidistância de curvas de nível de 20m; fotos aéreas preto e branco, de 1965, tomadas pela USAF; fotomosaico preto e branco, em escala 1/8.000, montado com fotografias tomadas em 1977 pela Terrafoto; fotomosaico de 1989, construído com fotos coloridas obtidas em sobrevôo, com escala variando entre 1/9.000 e 1/15.000; planta digital da cidade de Anápolis, em arquivo do programa AutoCAD, com imagem Ikonos II de 2001 anexada. A interpretação das fotos aéreas 1/60.000 foi feita utilizando estereoscópio de bolso com aumento de 4X. Os fotomosaicos foram interpretados a partir da observação com lupa de mão. A imagem Ikonos foi interpretada e vetorizada “na tela”, utilizando o programa AutoCAD 2004. Segundo MAMEDE et al. (1983) a bacia descrita é parte do Planalto Central Goiano, subunidade Planalto do Alto TocantinsParanaíba, apresentando relevos dissecados em formas tabulares. A compartimentação da área será abordada com uma breve apresentação da geologia e dos solos, seguida da descrição dos compartimentos do relevo. A geologia da área foi cartografada por RADAELLI (1994) que descreveu o Complexo Granulítico Anápolis-ltauçu, de idade proterozóica, constituído por hiperstênioplagioclásio granulitos, biotita-hornblenda gnaisses tonalíticos, anfibolitos, metaanortositos e gnaisses aluminosos. O Grupo Araxá, cuja idade seria também Proterozóica, é constituído por micaxistos, micaxistos feldspáticos e mica-quartzo xistos. O Terciário/Quaternário está representado pelas Coberturas Detrito-Lateríticas e Aluviões. Segundo RADAELLI (1994) existem dois tipos principais de acidentes tectônicos na região de Anápolis: zonas de cisalhamento dúcteis transcorrentes, de rumo geral NW, com variações locais para EW e mesmo ENE; falhas de rumo N30E, de natureza essencialmente rúptil. As drenagens do sítio urbano de Anápolis (Figura 1) mostram ainda um 2 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. alinhamento NNW que pode ser resultante de uma variação local das zonas de cisalhamento descritas por RADAELLI (1994). Podem, ainda, representar um conjunto de fraturas não descrito. O alto curso do Rio das Antas está controlado pelas estruturas de rumo NNW nas cabeceiras e N30E mais a jusante (Figura 1). Os solos da região foram cartografados em escala 1/1.000.000 por NOVAES et al. (1983). Segundo estes autores, latossolos vermelho-escuros de textura argilosa ocorrem nas áreas de afloramento do Complexo Granulítico, na maior parte da bacia hidrográfica descrita. Latossolos vermelhoamarelos de textura média/argilosa e freqüentemente concrecionários, estão associados às Coberturas Detrito-Lateríticas, nas porções mais elevadas e planas da área, nos divisores da bacia. Na área em apreço foram cartografados Topos Planos, Rebordos Erosivos, Rampas, Baixas Vertentes e Planícies, descritos a seguir. Topos Planos Rampas As Rampas ocorrem em altitudes de 1.100-1.060m na porção sul da área e em cotas de 1.080-1.040m na parte norte (Figura 2). No segmento sul, ocorrem em faixas estreitas, com larguras da ordem de 100 a 200m. Na parte centro-norte da área as faixas são mais largas, da ordem de 500m. Os limites superiores, com os rebordos erosivos, são geralmente nítidos e se fazem por uma ruptura de declive. Nos Rebordos Erosivos as declividades são de 5% a 25% enquanto que nas Rampas são de 5% a 10%. Em perfil, a forma das Rampas é retilínea no segmento superior e ligeiramente convexa no segmento inferior. Baixas Vertentes Este compartimento ocorre como uma faixa com largura de 300-500m ao longo das drenagens, em altitudes de 1.080 a 1.040m na parte sul da área e em cotas de 980 a 1.020m na porção norte. As áreas ocupadas pelos Topos Planos têm contornos irregulares e estão distribuídas nos divisores, na parte centro-sul da bacia (Figuras 2 e 3). Ocorrem em altitudes de 1.100 a 1.130m e são regiões planas ou com declividades de 2% a 3%. Representam remanescentes de superfície de aplanamento, mantida por uma couraça laterítica. Os limites com os rebordos erosivos são nítidos e geralmente se fazem por rupturas de declive, onde as declividades passam de 2-3% (nos Topos Planos) para 10-25% (nos Rebordos Erosivos). Rebordos Erosivos Os Rebordos Erosivos são pequenos segmentos de vertentes com extensão de 20 a 100 metros em mapa, amplitude de 20 a 30 metros e declividades entre 5% e 25%. Sua forma em perfil é retilínea, conforme observado em áreas não parceladas, onde a morfologia ainda é original. Em locais onde o solo está parcelado, foram observados perfis convexos, que podem ser resultado da ação antrópica. Figura 2: Compartimentos do relevo. Fotointerpretação e trabalho de campo. Fonte: 3 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. As Baixas Vertentes caracterizam-se por declividades maiores do que as Rampas e por uma morfologia mais variada, podendo apresentar perfil retilíneo, convexo ou convexocôncavo. Em escala de detalhe as Baixas Vertentes estão dissecadas pelas drenagens menores. As declividades geralmente variam entre 15% e 20% mas em alguns locais podem atingir 40%. Os limites com as Rampas, a montante, são progressivos e caracterizados por aumento gradual da declividade que passa de 10% na Rampa para 15% a 20% nas Baixas Vertentes. Planícies Nas porções central e sul da área o fundo do vale está entulhado por depósitos de assoreamento, com largura da ordem de 40 a 50m, caracterizando uma planície fluvial tecnogênica. Na parte norte da bacia, a interpretação de fotos aéreas de 1965 permitiu delimitar uma planície fluvial estreita, com largura de 100m. No interior do regolito podem existir descontinuidades hidráulicas e mecânicas, importantes na evolução dos processos erosivos. Nos solos e depósitos coluvionares as discontinuidades assinaladas são gradientes texturais, que podem condicionar o fluxo da água subterrânea (SALOMÃO e IWASA, 1995; OLIVEIRA, 1999). No saprolito as descontinuidades mecânicas e hidráulicas estão representadas pelas estruturas reliquiares como acamamento, bandamento composicional, foliação e fraturas (FERNANDES e AMARAL, 2003). Descontinuidades hidráulicas e mecânicas ocorrem freqüentemente no limite entre saprolito e rocha sã, bem como no contato entre o saprolito e os materiais sobrejacentes, sejam eles transportados ou residuais (FERNANDES e AMARAL, 2003). Segue-se a descrição preliminar do regolito, com base em observações de campo, sintetizadas na Figura 3. Formações Superficiais Neste tópico serão exploradas, em nível preliminar, as relações entre compartimentos do relevo e formações superficiais (Figura 3). O termo “formações superficiais” é considerado aqui como sinônimo de regolito, o conjunto de materiais inconsolidados ou recimentados no ambiente supergênico, que recobre a rocha fresca (PORTO, 1996; BUTT e ANAND, 1997). Inclui a rocha original fraturada e intemperizada, saprolitos, couraças lateríticas, colúvios, aluviões e solos. Nesta contribuição os depósitos tecnogênicos também são considerados como parte das formações superficiais ou regolito. Formações superficiais ou regolito tais como entendidos aqui, parecem corresponder ao “perfil de alteração” no sentido utilizado por PASTORE (1995, citado por PASTORE e FONTES, 1998). Este autor inclui no perfil de alteração os materiais formados por intemperismo e pedogênese in situ e, também, os materiais transportados como colúvios e aluviões. Figura 3: Compartimentos do relevo e formações superficiais. Fonte: Trabalho de campo. Nos Topos Planos o regolito é de natureza laterítica e está exposto em caixas de empréstimo onde a espessura total observada é da ordem de 7m, numa seção composta, elaborada a partir de exposições descontínuas. Compreende uma zona mosqueada, com espessura de 2m, formada por uma matriz amarelada, areno-argilosa, contendo manchas decimétricas marrons, constituídas por óxidos e 4 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. hidróxidos de ferro. Está sobreposta pelo horizonte ferruginoso, cuja espessura é da ordem de 5m. O horizonte ferruginoso tem na base uma couraça laterítica concrecionária, sobre a qual ocorre um cascalho laterítico, constituído por concreções centimétricas de óxidos e hidróxidos e ferro, em matriz arenosa de cor amarelada. O relevo quase plano e a orientação dos fragmentos, similar à da couraça subjacente, sugerem que o cascalho formou-se in situ, pela degradação da couraça. No topo do perfil existe um horizonte decimétrico, arenoso, contendo concreções lateríticas esparsas. O horizonte saprolítico não foi observado no local e segundo RADAELLI (1994) é argiloso, avermelhado, com espessura de até 15m. Nas Rampas as formações superficiais contêm, na base, saprolito de rochas metamórficas. Em alguns perfis, no topo do saprolito, o bandamento reliquiar não está mais visível, mas ainda pode-se observar veios de quartzo in situ. O saprolito é recoberto por camada de cascalho laterítico, com espessura de 1 a 2m. O cascalho é formado por clastos centimétricos-decimétricos de concreções lateríticas, com pouca matriz arenosa. Este cascalho é proveniente da degradação do regolito laterítico presente nos topos planos. Acima do cascalho pode ocorrer um horizonte arenoso, marrom amarelado, contendo concreções lateríticas esparsas, com espessura da ordem de 0,5m. Nas Baixas Vertentes as formações superficiais compreendem um horizonte de saprolito, com espessura observada de até 10m. A rocha original era metamórfica e o saprolito contém estruturas reliquiares como fraturas e bandamento. O bandamento é dado pela alternância de faixas de cores creme, amarela, vermelha e ocre. Este horizonte é constituído por argilominerais, quartzo e mica, com diferentes proporções de óxidos de ferro. Do mesmo modo que nas Rampas, na parte superior do saprolito as estruturas reliquiares não estão mais visíveis, à exceção de veios de quartzo in situ. O saprolito é recoberto por um horizonte decimétrico de cascalho de cor marrom, onde os clastos são predominantemente de quartzo, com tamanho centimétrico. Clastos centimétricos, constituídos por concreções lateríticas, estão presentes, porém são menos abundantes do que os fragmentos de quartzo. Acima do cascalho ocorre um horizonte areno-argiloso, de espessura métrica e cor marrom amarelada. No topo do perfil ocorrem, com freqüência, depósitos tecnogênicos de espessura decimétrica, contendo areia, argila e artefatos. Nas planícies as formações superficiais observadas até então são depósitos tecnogênicos com espessura métrica. Erosões, Relevo e Formações Superficiais Os compartimentos mais afetados pelas erosões são as Baixas vertentes. As Rampas também são locais de erosão acelerada, principalmente na sua metade a jusante. A suscetibilidade destes compartimentos à erosão é devido as maiores declividades, da ordem de 10% no setor inferior das rampas e de 15% a 20% nas baixas vertentes. Estes compartimentos também são mais suscetíveis à erosão porque estão situados no final das encostas e apresentam, portanto, comprimentos de rampa relativamente elevados. Uma das áreas mais afetadas pela erosão está situada na porção centro-sul da bacia, na encosta da margem direita do Rio das Antas, nos Bairros Polocentro 1a Etapa e Polocentro 2a Etapa. Do ponto de vista geomorfológico a erosão é favorecida nesta área devido à morfologia da encosta, englobando Rebordo Erosivo, Rampa e Baixas Vertentes. Com efeito, observa-se no mapa geomorfológico e no mapa topográfico que a vertente tem forma ligeiramente côncava em planta, bem marcada pelo contorno dos Rebordos Erosivos (Figura 2) e, de forma menos nítida, pelo traçado das curvas de nível. Estas características morfológicas da encosta fazem dela um local de concentração do escoamento superficial o que, aliado a uma ocupação absolutamente inadequada, resultou na grande incidência de erosões. As cabeceiras de drenagem também são locais suscetíveis à erosão acelerada, conforme demonstrado pela existência de incisões relativamente grandes e instáveis, como é o 5 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. caso da Erosão do Cartódromo, na parte sul da área. Com respeito às relações entre erosão e formações superficiais, as incisões erosivas situadas nas baixas vertentes ilustram o papel das descontinuidades do saprolito no desenvolvimento dos processos erosivos. Estas erosões tem os taludes formados por saprolito com espessura de até 10m, recoberto por uma camada fina de material detrítico, com espessura de cerca de 1 a 2m. Nestas incisões observa-se o solapamento da base dos taludes pelas águas do escoamento superficial, com movimentos de massas condicionados pela foliação e fraturas do saprolito. Nestes locais observa-se também surgências d’água ao longo das fraturas do saprolito. Uma situação diferente é observada em erosões situadas onde os depósitos detríticos são mais espessos, da ordem de 3 a 6m, e existem surgências d’água ao longo do limite entre estes depósitos e o saprolito subjacente. Até então isto foi observado próximo ao limite entre Rampas e Baixas Vertentes. Neste caso, as partes superiores dos taludes, constituídas por depósitos detríticos, são afetadas por movimentos de massas originando contornos semicirculares. A Erosão do Cartódromo é o caso mais típico, onde os movimentos de massas são do tipo deslizamento rotacional. Esta situação é mais comum nas erosões situadas em cabeceiras de drenagem, mas ocorre, ao menos localmente, nas erosões de encosta. 3. USO DA TERRA Neste tópico será explorada a evolução do uso da terra e suas relações com os processos erosivos, a partir dos dados sintetizados nos mapas da Figura 4 e no Quadro 1. Em 1965 o uso da terra era essencialmente rural, com uma pequena área urbana na parte norte da bacia, próximo ao centro da cidade. Nesta época já existiam duas estradas que mais tarde viriam a ser a Avenida Pedro Ludovico, no divisor oeste da bacia, e Avenida Brasil, no divisor leste, além da BR153 na parte sul da área. Observando a progressão do parcelamento do solo nota-se que foi condicionado pela proximidade do centro, pelas avenidas traçadas nos divisores e pela implantação da área industrial (DAIA) no segmento sul da bacia. O parcelamento foi feito de forma centrípeta, dos divisores em direção ao fundo do vale. Isto significa que os compartimentos mais suscetíveis à erosão – Baixas Vertentes e setores inferiores das Rampas - foram parcelados por último, resultando na concentração de erosões nestes compartimentos, onde são lançadas as águas pluviais. Figura 4: Evolução do uso da terra e erosão acelerada. Fonte: Interpretação de imagens e trabalho de campo.. Em 1965 existiam na bacia pelo menos 6 erosões, sendo que 5 estavam associadas a cercas e caminhos na área rural (Quadro 1). A erosão situada na parte sul da bacia, a “Erosão do Cartódromo”, tem sua origem ligada ao trevo BR-153/Av. Brasil. Com o avanço do parcelamento do solo as erosões aumentaram em número, passando a ser condicionadas pelo traçado das ruas, o que se torna claro a partir de 1989. Em todas as épocas analisadas existiam erosões estáveis e instáveis nas encostas. As incisões erosivas em cabeceiras de drenagem, uma vez instaladas, não se estabilizaram. Quadro 1: Erosões estáveis e instáveis no período 19652005. Fonte: Interpretação de imagens e trabalho de campo. Data 1965 1977 1989 2005 Instáveis 2 10 12 16 Erosões Estáveis 4 6 6 13 Total 6 16 18 29 Em 1989 e 2005 aparece uma grande concentração de erosões na porção centro-sul da bacia, a jusante do Bairro Polocentro. Uma 6 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. explicação para o condicionamento geomorfológico destas erosões foi proposta no tópico referente a compartimentação do relevo. Nesta área, já naturalmente suscetível aos processos erosivos, foram implantados loteamentos que são exemplos do que não se deve fazer em termos de parcelamento do solo urbano. O uso do solo nesta área é descrito a seguir, ilustrado com a Figura 5, onde também estão representados os compartimentos do relevo. vetores de doenças. Como as erosões estão ativas, este material é carreado para o fundo do vale, contribuindo para o assoreamento e degradação da água do Rio das Antas. Observase que as erosões são maiores nas Baixas Vertentes, mas se prolongam nas rampas e, mesmo, nos Topos Planos. A existência destas erosões nos Topos Planos mostra que a ocupação foi tão inadequada que provocou o desencadeamento de processos erosivos em compartimentos de suscetibilidade baixa a nula. 4. RAVINAS E VOÇOROCAS As erosões são descritas a seguir, em duas áreas onde foi monitorada sua evolução no período 1965-2005. Erosões dos Bairros Polocentro e Morumbi A maior parte das incisões dos bairros Polocentro e Morumbi é constituída por erosões de encosta. Existe apenas uma erosão na cabeceira de uma pequena drenagem, afluente do Rio das Antas pela sua margem direita (Figura 6). Figura 5: Uso do solo, compartimentos do relevo e erosões no Bairro Polocentro. Fonte: Trabalho de campo. No Bairro Polocentro o traçado das ruas longas é no sentido da declividade das encostas, não há pavimentação nem sistema de drenagem de águas pluviais. Nestas condições, as ruas funcionam como canalizadoras do fluxo do escoamento superficial, aumentado devido à urbanização. O resultado é que todas as ruas traçadas ao longo da declividade são afetadas pelos processos erosivos. A montante as incisões erosivas apresentam larguras e profundidades inferiores a 50cm. Profundidade e largura das incisões aumentam em direção à jusante e, próximo ao limite da área parcelada, tem larguras da ordem de 5-15m, profundidades de 5-10m, com afloramento do lençol freático. Os danos observados são destruição das ruas e perda de terras a jusante da área parcelada. Nesta área as cabeceiras das erosões maiores vem sendo sistematicamente aterradas com entulho e lixo. Isto causa problemas sanitários devido ao mau cheiro e proliferação de animais Figura 6: Evolução das erosões e do assoreamento nos Bairros Polocentro e Morumbi no período 1965-2005. Fonte: Interpretação de imagens e trabalhos de campo. 7 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. Em 1965 e 1977 existiam duas erosões, localizadas ao longo de caminhos, em área não parcelada. Eram lineares, com baixa relação largura/comprimento. A erosão mais a oeste já parecia estar estável nesta época, pois aparece em fotos aéreas como um traço escuro, interpretado como vegetação arbórea. Em 1989 o Bairro Polocentro, na margem leste do Rio das Antas, já existia e aparecem novas erosões. Neste estágio observa-se que a erosão já existente à leste, ao longo de um caminho, estava agora conectada à drenagem ao longo da qual instalara-se uma erosão. Esta erosão tinha uma ramificação que começava em uma avenida e ligava-se à erosão principal. Em 2005 as erosões são numerosas e localizadas ao longo das ruas ou no seu prolongamento, bem como ao longo do pequeno afluente da margem direita do Rio das Antas. As erosões situadas ao longo das ruas são erosões de encosta, com larguras da ordem de 5-15m e profundidades variando entre 5-10m. Em perfil elas têm forma em V a montante e forma em U à jusante, local onde o piso da erosão está recoberto por sedimentos. Os taludes são íngremes, subverticais. Na erosão da Avenida Contorno (Figuras 5 e 6), o segmento a jusante da área parcelada tem forma em baioneta. Isto é devido à influência local da geologia na forma da erosão. O segmento com rumo NW coincide com um local onde existe um fraturamento N70W/80SW bem marcado, que pode ser correlacionado aos acidentes tectônicos regionais descritos no tópico referente a compartimentação do relevo. A parte com rumo NE acompanha a capa de uma camada de quartzito, mais resistente à erosão do que o saprolito encaixante. Atualmente (2005) a erosão situada no afluente da margem direita do Rio das Antas tem área de cerca de 14.000m2. A forma em planta é bulbosa com ramificações, fugindo ao padrão linear e estreito das demais incisões erosivas. Nos locais onde a erosão é mais larga observou-se movimentos de massas afetando os depósitos detríticos. Erosão do Cartódromo Esta erosão está situada próximo ao Cartódromo, à jusante do trevo da BR-153 e Av. Brasil, na parte sul da bacia (Figuras 1 e 7). A incisão está localizada em local de pastagens e cerrado, a jusante da área ocupada pelo Cartódromo e pelo Distrito Agro-Industrial de Anápolis – DAIA. Atualmente a erosão tem área de cerca de 13.000m2. A incisão erosiva já é visível nas fotografias aéreas de 1965 com forma alongada e sinuosa (Figura 7). Nesta época a área a montante não estava parcelada, mas já existiam a BR-153 e a Av. Brasil e a origem da erosão pode ser atribuída ao escoamento proveniente destas vias. Em 1977 aparece um alargamento na sua porção mediana, e pequenas ramificações à montante e na margem direita. Em 1989 a erosão já apresenta várias ramificações, com cabeceiras de formas agudas, sugerindo origem a partir da ação das águas do escoamento superficial. Apresentava locais mais largos, com bordas curvas, semicirculares, sugerindo ação de movimentos de massas nos taludes laterais. Nesta época, a área a montante da erosão já era ocupada pelo cartódromo e pelo Distrito Agro-Industrial de Anápolis (DAIA), o que aumentou o fluxo do escoamento superficial carreado para dentro da erosão. Em 2005 tem forma grosseiramente circular, constituída pela coalescência de vários anfiteatros semicirculares. Comparando-se a forma atual com aquela de 1989, nota-se que as ramificações situadas nas cabeceiras e na margem direita se uniram dando origem aos anfiteatros. Nesta erosão observa-se movimentos de massas recentes, do tipo deslizamento rotacional, com cabeceiras semicirculares. Esta erosão está muito ativa, com os dois anfiteatros da margem esquerda em expansão. Contém obra de contenção, representada por canalização de águas pluviais, completamente destruída pela ação erosiva. 8 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. Figura 7: Evolução de erosão de cabeceira de drenagem no período 1965-2005. Fonte: Interpretação de imagens e trabalhos de campo. Os dados de campo e a interpretação dos sensores remotos indicam que no início a erosão evoluía sob ação do escoamento superficial e que, ao longo do período considerado, os movimentos de massa do tipo deslizamento rotacional passaram a ser um mecanismo importante na sua evolução. Conforme já assinalado, este tipo de movimento de massa é favorecido pela espessura maior do colúvio, sua homogeneidade e presença de surgências d’água ao longo do contato entre o saprolito e os depósitos detríticos sobrepostos (FERNANDES e AMARAL, 2003). Erosões de Encosta e de Drenagem Concluindo este tópico, pode-se assinalar que as erosões da área têm morfologia diferenciada, segundo sua posição em relação às formas de relevo. As incisões erosivas situadas nas encostas têm formas alongadas, muito influenciadas pelas intervenções antrópicas. Quando o uso da terra é rural, as erosões estão ao longo de cercas, caminhos e trilhas feitas pelo gado. Quando o uso da terra é urbano, as incisões erosivas estão em ruas não pavimentadas ou imediatamente à jusante delas. Observações de campo mostraram a existência de solapamento na base dos taludes e marmitas, indicativos da erosão pelas águas do escoamento superficial. Também foram observados movimentos de massas do saprolito, com rompimento do talude ao longo das fraturas e foliação. Estas descontinuadas condicionam também as surgências d’água. Existem muitas erosões situadas nas encostas, estabilizadas em formas lineares. Estas observações sugerem que, quando cessa o fluxo das águas de superfície este tipo de erosão tende à estabilização. As erosões situadas em cabeceiras de drenagem têm maior tendência ao alargamento. A erosão do Cartódromo representa um extremo, onde são abundantes os movimentos de massas do tipo deslizamento rotacional. No texto acima foi tentada uma síntese das características das erosões de encosta e de cabeceiras de drenagem mas parece importante assinalar que existem gradações entre os dois tipos. A erosão da Av. Andrelina (Figura 5) é um exemplo, pois, embora situada na encosta, apresenta algumas características das incisões erosivas em cabeceiras de drenagens. Esta erosão tem um alargamento, a jusante de um degrau, num local onde as surgências d’água estão ao longo dos contatos entre o saprolito e os depósitos detríticos sobrejacentes. Em outras áreas de Anápolis também existem erosões situadas nas encostas, com formas bulbosas e ramificadas. Isto significa que os resultados obtidos na área descrita aqui não devem ser estendidos para toda a área da cidade. A evolução das incisões erosivas descritas nesta nota parece similar à proposta de SANTOS (2003) para a evolução das erosões de Goiânia. Este autor identificou dois tipos de voçorocas. O primeiro tipo ocorre em meias vertentes, em áreas de declividades medianas, constituindo voçorocas desconectadas da rede de drenagem. São lineares e sua evolução é devido ao fluxo superficial e movimentos de massas, estes últimos resultantes do solapamento dos taludes pelas águas de superfície. Embora o lençol freático aflore, estas erosões não apresentam o fenômeno do piping. O segundo tipo ocorre em terrenos com maiores declividades, em cabeceiras de drenagem. Estas voçorocas têm forma semicircular em planta, e na sua evolução ocorrem erosão superficial, piping e movimentos de massas. 9 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. 5. ASSOREAMENTO O assoreamento foi monitorado em dois locais, no Bairro Polocentro (Figura 6) e na parte norte da área, onde hoje está o Central Parque Onofre Quinan (Figura 8). No Bairro Polocentro, em 1977, já é possível observar o assoreamento do fundo do vale e um cone de dejeção (Figura 6). A partir desta época, aumenta o segmento do fundo do vale afetado pelo assoreamento. A largura dos depósitos de assoreamento era da ordem de 20m em 1977 e, em 2005, é de cerca de 50m. Os cones de dejeção aumentam em número e provocam a sinuosidade no canal do Rio das Antas, com a formação de um pequeno lago de barragem em 2001. Atualmente os cones de dejeção têm dimensões da ordem de 30-50m e são constituídos por sedimentos, entulho e lixo, estes últimos lançados nas cabeceiras das erosões como forma de “contenção”. Figura 8: Assoreamento nas represas da porção norte da área. Fonte: Interpretação de imagens. A represa situada na parte norte da área aparece nas fotografias aéreas de 1965 e 1977. Aparece também num fotomosaico cuja data não foi possível obter, mas que está no intervalo entre 1977 e 1989 (Figura 8). No fotomosaico de 1989 não se observa mais a represa, admitindo-se que fora inteiramente assoreada. Na imagem Ikonos de 2001 aparecem duas represas no local, sugerindo que a construção do parque e das suas duas represas se deu entre 1989 e 2001. Isto está em acordo com informações verbais segundo as quais o parque foi inaugurado em 1999. Em 2001 a represa de montante já estava parcialmente assoreada (Figura 8) e as observações de campo indicam que o assoreamento aumentou desde então. 5. CONCLUSÕES O compartimento do relevo mais afetado pela erosão acelerada é o das Baixas Vertentes, seguido pelas Rampas, principalmente na sua metade à jusante. No local mais afetado pela erosão em ravinas e voçorocas, o Bairro Polocentro, a encosta tem forma côncava em planta, concentradora do fluxo do escoamento superficial, o que favoreceu a instalação dos processos erosivos. Em 1965 e 1977, quando o uso da terra era rural em grande parte da bacia, o escoamento aumentou devido à substituição da vegetação natural por pastagens. A canalização do escoamento ocorria ao longo de cercas, caminhos, estradas e trilhas feitas pelo gado, onde se formaram ravinas e voçorocas. À medida que a bacia foi sendo urbanizada, o aumento do escoamento se deu devido às estruturas impermeáveis do sítio urbano e a canalização ocorreu ao longo das ruas. O resultado foi a formação de erosões nas ruas e ao final delas, no período entre 1989 e 2005. As erosões situadas nas encostas têm formas predominantemente lineares, influenciadas pela ação antrópica, e seu traçado acompanha cercas, caminhos e ruas. O processo dominante parece ser a incisão pelo escoamento superficial, com movimentos de massas condicionados pelas estruturas do saprolito. Algumas destas incisões erosivas se estabilizaram em formas lineares. As erosões situadas em cabeceiras de drenagem têm formas mais complexas, bulbosas ou grosseiramente circulares, influenciadas por movimentos de massa do tipo deslizamento rotacional. O assoreamento resultou na colmatação do fundo do vale do Rio das Antas e de um reservatório existente na parte norte da área. Atualmente, o lago do Parque Onofre Quinan continua sendo entulhado pelos depósitos de assoreamento. O diagnóstico proposto pode ser utilizado no controle preventivo e corretivo da erosão acelerada, na medida em que aponta os compartimentos do relevo mais suscetíveis, as 10 2o Simpósio Sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste – UFG/Goiânia - 27 a 29 de Outubro de 2005 - Anais em CD-ROM, 11p. formas de ocupação inadequadas e a evolução das incisões erosivas. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA FILHO, G. S. de; RIDENTE JÚNIOR, J.L. Erosão: Diagnóstico, Prognóstico e Formas de Controle. In: SIMP. NAC. DE CONTROLE DE EROSÃO, 7, 2001, Goiânia. Minicurso... Goiânia, ABGE, 2001, 84p. 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