ÁRVORE DE CAUSAS EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Mário foi contratado há dois dias como auxiliar de serviços gerais em uma indústria química. Imediatamente lhe deram tarefas de limpeza, ensacamento de material acabado, transporte para a expedição, etc. Para Mário tudo é novo, pois acaba de completar dezoito anos e sua experiência anterior tinha sido como office boy. A empresa é muito desorganizada. Pinga ácido sulfúrico por todo lado, sendo que a tubulação é de plástico, quando deveria ser de aço, e está cheia de remendos improvisados pelos trabalhadores, cansados de chamar a manutenção. Mário acha tudo uma novidade. Já o alertaram que se ele corresponder vai entrar para a CIPA, que ele não sabe bem o que é. Disseram para ele não se preocupar porque ela só funciona de "fachada", no papel, e serve para enganar os fiscais. Para ele será bom: terá estabilidade no emprego no ano que for cipeiro e mais outro ano após o término do mandato. No segundo dia de trabalho, tentando aprender imitando os outros, Mário recebe ordens de retirar manualmente o ácido em um balde e transportar para o reator. Quando abre o registro, a tubulação se rompe. Mário é atingido no rosto e peito por um jato de líquido, que ele não sabia bem que era ácido. Só ouvira por alto, em conversa dos companheiros, que aquilo era um veneno. Assustado, se vira para pedir socorro e também é atingido nas costas. Com a pele ardendo os companheiros tentam ajudálo, mas faltam recursos: não há chuveiros de emergência e o banheiro está quebrado e sem água. Correm atrás de uma caixa de primeirossocorros. Só encontram uma pomada amarela na qual está escrito que é para queimaduras, sem nenhuma outra orientação. Passam a pomada pelas regiões queimadas e, como o caso se agrava os colegas resolvem chamar um taxi e transportá-lo às pressas para o hospital. Percorrem vários, mas ninguém quer atender acidentado do trabalho. Até que chegam, quase três horas depois, a um pequeno hospital do outro lado da cidade. A primeira medida adotada é tirar toda roupa ainda impregnada por ácido e lavar os ferimentos. Após 72 horas do ocorrido, Mário morre devido a complicações respiratórias e renais. A CIPA concluiu que o acidente foi causado por "ato inseguro" (descuido e falta de atenção) e "condição insegura" (tubulação de ácido danificada).