Crítica, Leitura e Recepçao de Textos

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU - MESTRADO EM LETRAS
Disciplina: CRÍTICA: LEITURA E RECEPÇÃO DE TEXTOS
Carga Horária: 30 horas
Prof. Dr. Eris Antonio Oliveira
EMENTA: Estudo de textos literários, pintura e escultura, com base na estética da
recepção e na hermenêutica, correntes de abordagem que retêm um fundamento da
teoria da literatura e da arte no qual a experiência estética ocupa posição privilegiada no
que se refere ao efeito, à recepção e interpretação do objeto artístico.
JUSTIFICATIVA
Crítica: Leitura e Recepção de Textos é a disciplina que estuda,
sistematicamente, as propriedades específicas caracterizadoras da criatividade própria
dos universos imaginários constitutivos dos objetos ficcionais, pictóricos e escultóricos.
Essa é a disciplina que investiga a interface que se estabelece entre a literatura, a
pintura e a escultura, especialmente naquilo que nelas se presentificam da virtualidade
de suas criações específicas, bem como o que elas têm de essencialmente artístico. Suas
inter-elações são de interesse para o estudioso da área de Letras.
OBJETIVOS
GERAIS
A disciplina busca apreender os fatores poéticos, estéticos e catárticos, bem como os
valores e os procedimentos composicionais dos objetos literários, pictóricos e
escultóricos, na contemporaneidade, no Ocidente.
ESPECÍFICOS
O educando deverá:
– Estudar o modo de recepção do texto literário, com base na teoria do efeito estético de
Wolfgang Iser, e na hermenêutica de Gadamer.
– Investigar e interpretar os modos de recepção da pintura e da escultura, sob o enfoque
da recepção e da hermenêutica.
– Compreender a consciência como atividade produtora da poiesis, e receptora da
aisthesis, bem como o plano de reflexão que se identifica com a ação da Katharsis.
– Apreender o procedimento criativo da arte como experiência fundamentalmente
estética.
– Colocar no centro da experiência criativa o leitor (ou fruidor) que é o elemento
fundamental do processo criativo da arte.
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– Desenvolver sua capacidade de análise e de compreensão crítica dos objetos literários,
pictóricos e escultóricos, com fundamento na estética e na hermenêutica.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1- Que tipo de relação a obra literária mantém com o leitor no ato da leitura.
2- Como se dá a ativação dos sentidos na pintura.
3- Que modos de relação se estabelecem entre a formação e a relativização dos
sentidos na escultura.
4- Como se configura a relação entre aquele que interpreta (o sujeito) e o que é
interpretado (o objeto), na literatura, na pintura e na escultura.
5- Avaliar a elaboração artística como experiência estética, com base na recepção e
na hermenêutica.
6- Compreender e situar as contribuições de Iser e Gadamer no estudo das artes.
7- Analisar o procedimento de desreferencialização do referente na literatura, na
pintura e na escultura, fator que se tornou predominante, nessas artes, a partir do
século XIX.
8- Avaliar a visão do surrealismo e do dadaísmo como uma via rumo a um mundo
mental de enormes possibilidades significativas.
9- Compreender o processo tensivo que se estabelece entre a realidade e imagem
nas criações dadaístas.
10- Estudar as dimensões do espaço estabelecidas pela geometria cubista.
11- Compreender o valor arbitrário do signo plástico e o papel do objeto como
suporte da linguagem plástica, na era contemporânea.
12- Estudar as criações de escritores como Mallarmé, Baudelaire, Clarice Lispector,
Osman Lins, Luis Serguilha e Herberto Helder.
13- Estudar as elaborações de Monet, Renoir, Picasso, Constantin Brancusi,
Vladimir Kush, Salvador Dali e Miró.
PROCEDIMENTOS DE ENSINO
A disciplina é desenvolvida por meio de leituras individuais, seguidas de
discussões em pequenos e grandes grupos. As leituras são obrigatórias e realizadas,
previamente, sob orientação do professor, devendo estar de acordo com os objetivos, e
com a bibliografia e conteúdos programáticos propostos.
As aulas expositivas são desenvolvidas em total integração com os demais
procedimentos de ensino, mediada pela relação professor/alunos, tendo como suporte
recursos materiais e tecnológicos necessários à apresentação dos objetos artísticos
propostos, como telas e esculturas.
AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada na perspectiva diagnóstica, visando identificar, de
forma processual e contínua, as potencialidades e dificuldades dos alunos com o
objetivo de superar os possíveis obstáculos relacionados ao ensino e à aprendizagem.
Serão levados em conta os seguintes aspectos na avaliação da aprendizagem: interesse,
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compromisso, participação, assiduidade às aulas, regularidade na entrega dos trabalhos
bem como a qualidade destes. Os alunos farão, continuamente, resenhas críticas, artigos
científicos, seminários (apresentações orais) e provas escritas, mensalmente.
BIBLIOGRAFIA
BÁSICA
ADES, Dawn. O dada e o surrealismo. São Paulo: Labor, 1976.
BECKETT, Wendy. História da pintura. São Paulo: Ática, 1997.
DERRIDA, Jacques. A escritura e a diferença. Trad. Maria Beatriz M. Nizza da Silva, Pedro
Leite Lopes e Pérola de Carvalho. São Paulo: Perspectiva, 2011.
GADAMER, Hans-Georg. Verdad y método. Salamanca: Ediciones Sigueme, 1997.
ISER, Wolfgang. O Ato da leitura: uma teoria do efeito estético. São Paulo: Editora 34,
1996.
PLAZAOLA, Juan. Introducción a la estética. Madrid: Biblioteca de Autores
Cristianos, 1973.
LANGER, Susanne K. Sentimento e forma. São Paulo: Perspectiva, 1980.
FRYE, Northop. Anatomia da crítica.Trad. Péricles Eugênio da Silva Ramos. São
Paulo: Cultrix, 1980.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Estética. Lisboa: Guimarães Editores, 1993b.
COMPLEMENTAR
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BELLUZZO, Ana Maria de Morais. Modernidade: Vanguardas Artísticas na América Latina.
São Paulo: Memorial: UNESP, 1990.
BRADLEY, Fiona. Surrealismo. São Paulo: Cosac Naify, 2001.
BRETON, André. Surrealism and painting. París: Seuil, 1928.
CARDINAL, R. O Expressionismo. São Paulo: Martin Claret, 2003.
CAVALCANTE, Carlos. Conheça os estilos de pintura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1970.
HUNPHREY, Robert. O fluxo da consciência. Trad. Gert Meyer. São Paulo: McGrawHill do Brasil, 1976.
JAUSS, Hans Robert. O prazer estético e as experiências fundamentais da piesis,
aisthesis e katharsis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. São Paulo: Duas Cidades, 1985.