ANEXO I RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 2 mg/0,5 mg comprimidos sublinguais 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido sublingual contém 2 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 0,5 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). Excipiente com efeito conhecido: Cada comprimido sublingual contém 42 mg de lactose (sob a forma mono-hidratada). Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido sublingual Comprimidos biconvexos hexagonais, de cor branca, com 6,5 mm e com a impressão "N2" (2 mg) numa face. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento de substituição da dependência de opiáceos, no contexto multidisciplinar de um tratamento médico, social e psicológico. O objetivo do componente naloxona é impedir o consumo incorreto por via intravenosa. O tratamento destina-se a ser utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 15 anos de idade que tenham concordado em ser submetidos a tratamento da toxicodependência. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento deve ser efetuado sob a supervisão de um médico experiente no tratamento da dependência/toxicodependência de opiáceos. Precauções a ter antes da indução Antes do início do tratamento, deve averiguar-se qual é o tipo de dependência dos opiáceos (ou seja, opiáceos de ação prolongada ou rápida), o tempo que decorreu desde a última utilização de opiáceos e o grau de dependência de opiáceos. Para evitar a precipitação de abstinência, deve iniciar-se a indução com buprenorfina/naloxona ou apenas com buprenorfina quando são evidentes sinais claros e objetivos de abstinência (por exemplo, demonstrado por uma classificação na Escala Clínica de Abstinência de Opiáceos validada COWS (Clinical Opioid Withdrawal Scale) que indique uma abstinência ligeira a moderada). o Para os doentes dependentes de heroína ou opiáceos de ação rápida, a primeira dose de buprenorfina/naloxona deve ser administrada quando surgem os sinais de abstinência, mas nunca antes de ter decorrido um período de 6 horas após a última utilização de opiáceos pelo doente. o Para doentes que se encontram a receber metadona, a dose de metadona deve ser reduzida para um máximo de 30 mg/dia antes de se iniciar a terapêutica com buprenorfina/naloxona. Deve terse em consideração a longa semivida da metadona aquando do início da terapêutica com 2 buprenorfina/naloxona. A primeira dose de buprenorfina/naloxona deve ser administrada apenas quando surgirem sinais de abstinência, mas nunca antes de ter decorrido um período de 24 horas após a última utilização da metadona pelo doente. A buprenorfina pode precipitar sintomas de abstinência em doentes com dependência de metadona. Posologia Terapêutica de iniciação (indução) A dose inicial recomendada em adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade é um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg. Adicionalmente, poderão administrar-se um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg no primeiro dia do tratamento, dependendo das necessidades individuais do doente. Durante o período inicial do tratamento, recomenda-se uma supervisão diária da dosagem para assegurar uma colocação sublingual correta da dose e para observar a resposta do doente ao tratamento, como orientação para a titulação eficaz da dose de acordo com o efeito clínico. Ajuste posológico e terapêutica de manutenção No seguimento da indução do tratamento no dia um, o doente deve ser estabilizado com uma dose de manutenção durante os dias seguintes através de um ajuste progressivo da dose de acordo com o efeito clínico do doente individual. A titulação da dose de 2 a 8 mg de bruprenorfina é efetuada após uma reavaliação do estado clínico e psicológico do doente e não deve exceder uma única dose diária máxima de 24 mg de bruprenorfina. Menos do que a dose diária Após atingir uma estabilização satisfatória do doente, a frequência da dosagem pode ser reduzida para um tratamento em dias alternados, com uma dose diária equivalente a duas vezes a dose titulada individualmente. Por exemplo, um doente estabilizado com uma dose diária de 8 mg de bruprenorfina poderá receber uma dose de 16 mg de bruprenorfina em dias alternados e não receber o fármaco nos dias intermédios. Nalguns doentes, após atingir-se uma estabilização satisfatória, a frequência de dosagem pode ser reduzida para 3 vezes por semana (por exemplo, à segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira). A dose administrada à segunda-feira e à quarta-feira deve ser equivalente a duas vezes a dose diária titulada individualmente, enquanto que a dose administrada à sexta-feira deve ser equivalente a três vezes a dose diária titulada individualmente, não sendo administrado fármaco nos dias intermédios. Contudo, a dose administrada em dias alternados não deverá exceder 24 mg de bruprenorfina. Este tipo de regime poderá não ser adequado a doentes que requerem uma dose diária titulada > 8 mg de bruprenorfina/dia. Suspensão do tratamento Após ter sido obtida uma estabilização satisfatória, caso o doente concorde, a posologia pode ser gradualmente reduzida para uma dose de manutenção mais baixa; nalguns casos favoráveis, o tratamento poderá ser suspenso. A disponibilidade das posologias de 2 mg/0,5 mg e de 8 mg/2 mg permite proceder a uma titulação descendente da posologia. Nos doentes que requeiram uma dose mais baixa de buprenorfina, poderá utilizar-se buprenorfina 0,4 mg. Os doentes devem ser monitorizados após a conclusão do tratamento devido ao potencial de recidiva. Populações especiais Idosos A eficácia e segurança de buprenorfina/naloxona em doentes idosos com idade superior a 65 anos ainda não foram estabelecidas. Não pode ser feita qualquer recomendação posológica. Compromisso Hepático Recomenda-se a realização de provas basais hepáticas e a documentação do estado da hepatite viral antes de iniciar a terapêutica. Os doentes positivos para hepatite viral, submetidos a medicação concomitante (ver secção 4.5) e/ou com disfunção hepática pré-existente encontram-se em risco de 3 desenvolver lesão hepática acelerada. Recomenda-se proceder à monitorização regular da função hepática (ver secção 4.4). Ambas as substâncias ativas de Suboxone, buprenorfina e naloxona, são amplamente metabolizadas no fígado, e os níveis plasmáticos detetados para buprenorfina e naloxona foram mais elevados em doentes com compromisso hepático moderado a grave. Os doentes devem ser monitorizados para os sinais e para os sintomas de precipitação de abstinência de opiáceos, toxicidade e sobredosagem causados pelo aumento dos níveis de naloxona e/ou buprenorfina. Desconhece-se se as duas substâncias ativas são afetadas da mesma forma. Uma vez que a farmacocinética da buprenorfina/naloxona poderá ser alterada em doentes com insuficiência hepática, recomenda-se a utilização de doses iniciais mais baixas e a cuidadosa titulação da dose em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado (ver secção 5.2). A buprenorfina/naloxona está contraindicada em doentes com compromisso hepático grave (ver secções 4.3 e 5.2). Compromisso Renal Não é necessário alterar a dose de buprenorfina/naloxona em doentes com compromisso renal. Recomenda-se precaução quando o fármaco for administrado em doentes com compromisso renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min.) (ver secções 4.4 e 5.2). População pediátrica A segurança e eficácia de buprenorfina/naloxona em crianças com menos de 15 anos de idade não foram ainda estabelecidas. Não existem dados disponíveis. Modo de administração Os médicos devem advertir os doentes de que a via sublingual é a única via de administração eficaz e segura deste medicamento (ver secção 4.4). O comprimido deve ser colocado sob a língua até se dissolver completamente. Os doentes não devem engolir ou ingerir quaisquer alimentos ou bebidas enquanto o comprimido não estiver completamente dissolvido. A dose é composta por comprimidos sublinguais de Suboxone de diferentes dosagens, que podem ser tomados simultaneamente ou em duas doses fracionadas; a segunda fração da dose deve ser tomada imediatamente após a dissolução da primeira fração da dose. 4.3 Contraindicações Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1. Insuficiência respiratória grave Afecção hepática grave Alcoolismo agudo ou delirium tremens. Administração concomitante de antagonistas opiódes (naltrexona, nalmefeno) para o tratamento de dependência alcoólica ou opióde. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Utilização indevida, abuso e desvio A buprenorfina pode ser utilizada de forma indevida ou ser alvo de uso abusivo de maneira semelhante a outros opiáceos, lícita ou ilicitamente. Alguns riscos decorrentes da utilização indevida e do uso abusivo incluem sobredosagem, disseminação de infeções virais ou localizadas e sistémicas transmitidas através do sangue, depressão respiratória e lesão hepática. A utilização indevida de buprenorfina por parte de outra pessoa que não o doente pretendido acarreta um risco adicional de dar origem a novos toxicodependentes utilizando a buprenorfina como droga principal de abuso e pode ocorrer se o medicamento for distribuído para utilização ilícita diretamente pelo doente em questão ou se o medicamento for obtido através de furto. Um tratamento subótimo com buprenorfina/naloxona pode induzir uma utilização indevida por parte do doente, conduzindo a uma sobredosagem ou à interrupção do tratamento. Um doente que está sub-medicado com buprenorfina/naloxona pode continuar a responder a sintomas de abstinência 4 descontrolados ao automedicar-se com opiáceos, álcool ou outros sedativos-hipnóticos, tais como as benzodiazepinas. Para minimizar o risco de utilização indevida, uso abusivo e desvio, os médicos devem tomar precauções apropriadas aquando da prescrição e distribuição de buprenorfina, tais como evitar prescrever múltiplas receitas numa fase precoce do tratamento e efetuar consultas de acompanhamento do doente sempre que for necessário proceder a uma monitorização clínica e de acordo com as necessidades do doente. A associação de buprenorfina e de naloxona no medicamento Suboxone destina-se a impedir a utilização indevida e o uso abusivo da buprenorfina. Espera-se que a utilização indevida por via intravenosa ou intranasal de Suboxone seja menos provável do que a administração isolada de buprenorfina, uma vez que a naloxona existente num comprimido de Suboxone pode precipitar a ocorrência de sintomas de abstinência em indivíduos dependentes de heroína, metadona ou outros agonistas opioides. Depressão respiratória Registaram-se alguns casos de morte devido a depressão respiratória, em particular quando a buprenorfina foi utilizada em associação com benzodiazepinas (ver secção 4.5) ou quando a buprenorfina não foi administrada de acordo com o Resumo das Características do Medicamento. Foram também referidos casos de morte em associação com a administração concomitante de buprenorfina e outras substâncias depressoras, como o álcool ou outros opiáceos. Se a buprenorfina for administrada em indivíduos não dependentes de opiáceos, que não tolerem os efeitos dos opiáceos, pode verificar-se uma situação de depressão respiratória potencialmente fatal. Este medicamento deve ser utilizado com precaução em doentes com asma ou insuficiência respiratória (por exemplo, doença pulmonar obstrutiva crónica, cor pulmonale, diminuição da reserva respiratória, hipoxia, hipercapnia, depressão respiratória pré-existente ou cifoscoliose (curvatura anormal da coluna vertebral que pode dar origem a dispneia)). A buprenorfina/naloxona pode causar casos de depressão respiratória grave, possivelmente fatais, se for acidental ou deliberadamente ingerida por crianças e indivíduos não dependentes. Os doentes têm de ser avisados de que devem conservar o blister em segurança, de que nunca a devem abrir antecipadamente, de que devem mantê-la fora do alcance das crianças e outros membros da família e, por último, de que nunca devem tomar este medicamento à frente das crianças. Em caso de ingestão acidental ou suspeita de ingestão, deve contactar de imediato os serviços de urgência. Depressão do SNC A buprenorfina/naloxona podem causar sonolência, particularmente quando tomadas em conjunto com álcool ou outros depressores do sistema nervoso central (nomeadamente, tranquilizantes, sedativos ou hipnóticos) (ver secção 4.5). Dependência A buprenorfina é um agonista parcial do recetor µ(mu)-opiáceo, pelo que a sua administração crónica produz dependência do tipo opioide. Os estudos realizados em animais, bem como a experiência clínica, demonstraram que a buprenorfina pode produzir dependência, embora num nível inferior ao de um agonista total, como a morfina. A suspensão abrupta do tratamento não é recomendada, uma vez que pode resultar numa síndrome de abstinência cuja evolução pode ser tardia. Hepatite e acontecimentos hepáticos Foram notificados casos de lesão hepática aguda em indivíduos dependentes de opiáceos, tanto em ensaios clínicos, como em relatos de acontecimentos adversos pós-comercialização. O espectro das alterações varia desde elevações assintomáticas transitórias das transaminases hepáticas aos casos de insuficiência hepática, necrose hepática, síndrome hepato-renal, encefalopatia hepática e morte. Em muitos casos, a presença de disfunções mitocondriais (doença genética, alterações das enzimas 5 hepáticas pré-existentes ou de infeção pelo vírus da hepatite B ou hepatite C, o consumo abusivo de álcool, anorexia, a utilização concomitante de outros medicamentos potencialmente hepatotóxicos) e a utilização contínua de drogas injetáveis poderão ter um papel causal ou contributivo. Estes fatores subjacentes devem ser tidos em consideração antes da prescrição da buprenorfina/naloxona e durante o tratamento. Em caso de suspeita de um acontecimento hepático, é necessário efetuar uma avaliação biológica e etiológica adicional. Dependendo das observações, a administração do medicamento pode ser interrompida com cuidado a fim de evitar sintomas de abstinência e prevenir o regresso ao uso de drogas ilícitas. Em caso de continuação do tratamento, deve proceder-se a uma rigorosa monitorização da função hepática. Precipitação da síndrome de abstinência de opiáceos Ao iniciar o tratamento com buprenorfina/naloxona, o médico deverá estar ciente do perfil agonista parcial da buprenorfina e saber que esta pode precipitar abstinência em doentes com dependência de opiáceos, em particular quando administrada menos de 6 horas após a última utilização de heroína ou outro opiáceo de ação rápida, ou quando administrada menos de 24 horas após a última dose de metadona. Os doentes devem ser monitorizados cuidadosamente durante o período de substituição do tratamento com buprenorfina ou metadona para buprenorfina/naloxona, uma vez que foram registados sintomas de abstinência. Para evitar precipitar a abstinência, deve ser efetuada a indução com buprenorfina/naloxona quando existirem sinais evidentes de abstinência (ver secção 4.2). Os sintomas de abstinência poderão também estar associados a uma posologia subóptima. Compromisso Hepático O efeito do compromisso hepático na farmacocinética de buprenorfina e naloxona foi avaliado num estudo pós-comercialização. Dado que ambas as substâncias ativas, buprenorfina e naloxona, são amplamente metabolizadas, os níveis plasmáticos detetados para buprenorfina e naloxona foram mais elevados em doentes com compromisso hepático moderado a grave após administração de uma dose única. Os doentes devem ser monitorizados para os sinais e para os sintomas de precipitação de abstinência de opiáceos, toxicidade e sobredosagem causados pelo aumento dos níveis de naloxona e/ou buprenorfina. Os comprimidos sublinguais de Suboxone devem ser administrados com precaução em doentes com compromisso hepático moderado (ver secções 4.3 e 5.2). A administração de buprenorfina/naloxona é contraindicada em doentes com compromisso hepático grave. Compromisso Renal A eliminação renal pode ser prolongada, uma vez que 30% da dose administrada é eliminada pela via renal. Os metabolitos da buprenorfina acumulam-se em doentes com falência renal. Recomenda-se precaução quando administrada em doentes com compromisso renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min.) (ver as secções 4.2 e 5.2). Utilização em adolescentes (15-<18 anos de idade) Devido à ausência de dados em adolescentes (15-<18 anos de idade), os doentes pertencentes a este grupo etário devem ser atentamente monitorizados durante o tratamento. Inibidores do CYP3A Os medicamentos que inibem a enzima CYP3A4 podem induzir um aumento das concentrações de buprenorfina. Poderá ser necessário reduzir a dose de buprenorfina/naloxona. Nos doentes que estão já a ser tratados com inibidores do CYP3A4, a dose de buprenorfina/naloxona deve ser cuidadosamente titulada, uma vez que poderá ser suficiente utilizar uma dose reduzida nestes doentes (ver secção 4.5). Advertências gerais relevantes para a administração de opiáceos Os opiáceos podem causar hipotensão ortostática em doentes em ambulatório. Os opiáceos podem aumentar a pressão do líquido cefalorraquidiano, o que, por sua vez, pode causar convulsões. Por isso, os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com ferimentos na cabeça, lesões intracranianas, vítimas de outras circunstâncias que possam ter provocado o aumento da pressão cefalorraquidiana ou com historial de convulsões. 6 Os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com hipotensão, hipertrofia da próstata ou estenose uretral. A miose induzida por opiáceos, as alterações no nível de consciência ou as alterações na perceção da dor que ocorrem como sintoma de uma doença podem interferir na avaliação do doente ou dificultar o diagnóstico ou a evolução clínica de uma doença concomitante. Os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com mixedema, hipotiroidismo ou insuficiência cortico-supra-renal (por exemplo, doença de Addison). Foi demonstrado que os opiáceos aumentam a pressão intracoledoquiana, devendo ser usados com precaução em doentes com disfunção do trato biliar. Os opiáceos devem ser administrados com precaução em doentes idosos ou debilitados. O uso concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) pode potenciar os efeitos dos opiáceos, com base na experiência com morfina (ver secção 4.5). Suboxone contém lactose. Os doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose não devem tomar este medicamento. 4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação Suboxone não deve ser administrado em conjunto com: bebidas alcoólicas ou medicamentos que contenham álcool, visto que o álcool potencia o efeito sedativo da buprenorfina (ver secção 4.7). Suboxone deve ser utilizado com precaução quando administrado concomitantemente com: o benzodiazepinas: esta associação pode provocar morte por depressão respiratória de etiologia central. Deverá, portanto, limitar-se as doses e evitar esta associação nos casos em que existe risco de consumo incorreto. Os doentes deverão ser avisados de que é extremamente perigoso autoadministrar benzodiazepinas não prescritas enquanto os doentes estiverem a tomar este medicamento e deverão ser aconselhados a utilizar benzodiazepinas concomitantemente com este medicamento apenas quando instruídos pelo seu médico (ver secção 4.4). o outras substâncias depressoras do sistema nervoso central, outros derivados dos opiáceos (por exemplo, metadona, analgésicos e antitússicos), alguns antidepressivos, antagonistas dos recetores H1 sedativos, barbitúricos, ansiolíticos, com exceção das benzodiazepinas, neurolépticos, clonidina e outras substâncias relacionadas: estas combinações aumentam a depressão do sistema nervoso central. A redução do nível de alerta pode tornar perigosa a condução de veículos e a utilização de máquinas. o Além disso, pode ser difícil alcançar um estado de analgesia adequado quando são administrados agonistas opiáceos totais em doentes tratados com buprenorfina/naloxona. Existe portanto a possibilidade de ocorrer uma sobredosagem com um agonista total, especialmente se se tentar controlar os efeitos do agonista parcial da buprenorfina ou se os níveis de buprenorfina no plasma estiverem a diminuir. o naltrexona e nalmefeno são antagonistas opiáceos que podem bloquear os efeitos farmacológicos da buprenorfina. A sua administração concomitante durante tratamentos com buprenorfina/naloxona é contraindicada devido à potencial interação perigosa que pode precipitar o aparecimento repentino de sintomas intensos e prolongados de abstinência de opiáceos (ver secção 4.3). 7 o Inibidores do CYP3A4: num estudo de interação da buprenorfina com cetoconazol (um potente inibidor do CYP3A4), observou-se um aumento da Cmáx e da AUC (área sob a curva) da buprenorfina (cerca de 50% e 70% respetivamente) e, em menor escala, da norbuprenorfina. Os doentes a receber Suboxone devem ser cuidadosamente monitorizados, podendo ser necessário reduzir a dose se o fármaco for associado a inibidores potentes do CYP3A4 (por exemplo, inibidores da protease como o ritonavir, nelfinavir ou indinavir ou antifúngicos azoles, como o cetoconazol ou itraconazol, antibióticos macrólidos). o Indutores do CYP3A4: a utilização concomitante de indutores do CYP3A4 com buprenorfina pode diminuir as concentrações plasmáticas de buprenorfina, podendo resultar num tratamento subótimo da dependência de opiáceos com buprenorfina. Recomenda-se que os doentes tratados com buprenorfina/naloxona sejam cuidadosamente monitorizados em caso de administração concomitante com estes indutores (por exemplo, fenobarbital, carbamazepina, fenitoína, rifampicina). A dose de buprenorfina ou do indutor do CYP3A4 poderá ter de ser ajustada em conformidade. o O uso concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) pode potenciar os efeitos dos opiáceos, com base na experiência com morfina. 4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento Gravidez A quantidade de dados sobre a utilização de Suboxone em mulheres grávidas é limitada ou inexistente. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano. Com a aproximação do final da gravidez, a buprenorfina pode induzir depressão respiratória no recémnascido mesmo após um período de administração curto. A administração prolongada de buprenorfina durante os três últimos meses de gravidez pode provocar uma síndrome de abstinência neonatal (por exemplo, hipertonia, tremor neonatal, agitação neonatal, mioclonia ou convulsões). Esta síndrome é geralmente prolongada durante várias horas ou até alguns dias após o nascimento. Devido à longa semivida da buprenorfina, deve considerar-se a monitorização neonatal durante vários dias no final da gravidez, para prevenir o risco de depressão respiratória ou a síndrome de abstinência neonatal. Além disso, a utilização de buprenorfina/naloxona durante a gravidez deve ser avaliada pelo médico. A buprenorfina/naloxona apenas deverá ser administrada durante a gravidez, se o potencial benefício for superior ao potencial risco para o feto. Amamentação Desconhece-se se a naloxona é excretada no leite humano. A buprenorfina e os seus metabolitos são excretados no leite humano. Em ratos, a buprenorfina demonstrou inibir a lactação. Consequentemente, a amamentação deve ser descontinuada durante o tratamento com Suboxone. Fertilidade Os estudos em animais revelaram uma redução na fertilidade da fêmea a doses elevadas (exposição sistémica > 2,4 vezes a exposição em seres humanos à dose máxima recomendada de 24 mg de buprenorfina, com base na AUC). Ver secção 5.3. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas A buprenorfina/naloxona exerce uma influência ligeira a moderada sobre a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas quando administrada em doentes dependentes de opiáceos. Este medicamento pode causar sonolência, tonturas ou dificuldade de raciocínio, particularmente durante a indução do tratamento e o ajuste posológico. Quando tomado em conjunto com álcool ou depressores do sistema nervoso central, o seu efeito pode ser mais pronunciado (ver secções 4.4. e 4.5). 8 Recomenda-se precaução durante a condução ou utilização de máquinas perigosas, uma vez que a buprenorfina/naloxona pode afetar a sua capacidade de efetuar tais atividades. 4.8 Efeitos indesejáveis Resumo do perfil de segurança As reações adversas mais frequentes relacionadas com o tratamento, notificadas durante os ensaios clínicos piloto, foram obstipação e sintomas frequentemente associados a abstinência de fármacos (por exemplo, insónia, cefaleia, náuseas, hiperhidrosee dor). Algumas notificações de convulsões, vómitos, diarreias e provas funcionais do fígado elevadas foram consideradas como sendo graves. Lista de reações adversas O Quadro 1 resume as reações adversas reportadas relacionadas com os ensaios clínicos piloto, em que 342 de 472 doentes (72,5%) registaram reações adversas e reações adversas notificadas durante o período de pós-comercialização. A frequência dos possíveis efeitos secundários enumerados abaixo é definida utilizando a seguinte convenção: Muito frequentes (1/10), Frequentes (1/100 a <1/10), Pouco frequentes (1/1.000 a <1/100), Desconhecido (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis. Quadro 1: Reações adversas relacionadas com o tratamento notificadas nos ensaios clínicos e no período de pós-comercialização de buprenorfina/naloxona Classe de Sistemas de Orgãos Infeções e infestações Muito frequentes Frequentes Pouco frequentes Gripe Infeção Faringite Rinite Infeço do trato urinário Infeção vaginal Doenças do sangue e do sistema linfático Desconhecido Anemia Leucocitose Leucopenia Linfadenopatia Trombocitopenia Doenças do sistema imunitário Hipersensibilidade Doenças do metabolismo e da nutrição Choque anafilático Redução do apetite Hiperglicemia Hiperlipidemia Hipoglicemia Perturbações do foro psiquiátrico Insónia Doenças do sistema nervoso Cefaleia Ansiedade Depressão Redução da líbido Nervosismo Perturbação do raciocínio Enxaqueca Tonturas Hipertonia Parestesia 9 Sonhos anormais Agitação Apatia Despersonalização Farmacodependência Humor eufórico Hostilidade Amnésia Hipercinésia Convulsões Perturbação da fala Alucinação Encefalopatia hepática Síncope Sonolência Ambliopia Perturbações do lacrimejo Afeções oculares Afecções do ouvido e do labirinto Cardiopatias Vertigens Angina do peito Bradicardia Enfarte do miocárdio Palpitações Taquicardia Hipotensão Vasculopatias Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino Doenças gastrointestinais Tremor Conjuntivite Miose Hipertensão Vasodilatação Tosse Asma Dispneia Bocejo Obstipação Náuseas Dor abdominal Diarreia Dispepsia Flatulência Vómitos Ulceração da boca Alteração da cor da língua Afeções hepatobiliares Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Hiperhidrose Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos Doenças renais e urinárias Prurido Erupção cutânea Urticária Dorsalgia Artralgia Espasmos musculares Mialgia Alterações urinárias Doenças dos órgãos genitais e da mama Impotência Perturbações Síndrome de gerais e alterações abstinência no local de de fármacos administração Astenia Dor torácica Calafrios Febre 10 Hipotensão Ortostática Broncoespasmo Depressão Respiratória Acne Alopecia Dermatite exfoliativa Desidratação cutânea Nódulos cutâneos Artrite Albuminúria Disúria Hematúria Nefrolitíase Retenção urinária Amenorreia Perturbações ejaculatórias Menorragia Metrorragia Hipotermia Hepatite Hepatite Aguda Icterícia Hepatite necrótica Síndrome hepatorrenal Angioedema Síndrome de abstinência de fármacos (ver secção 4.6) Exames complementares de diagnóstico Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações Mal-estar Dor Edema periférico Teste da função hepática anormal Perda de peso Lesão Aumento da creatinina no sangue Aumento de transaminases Golpe de calor Descrição de reações adversas selecionadas Nos casos de consumo intravenoso incorreto do medicamento, algumas experiências adversas são atribuídas a mau uso, para além de o medicamento ter apresentado reações locais, por vezes sépticas (abcesso, celulite), hepatite aguda potencialmente grave e outras infeções agudas como pneumonia, endocardite (ver secção 4.4). Nos doentes que se apresentam com farmacodependência marcada, a administração inicial de buprenorfina pode provocar uma síndrome de abstinência de fármacos semelhante à associada à naloxona (ver secções 4.2 e 4.4). Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sistema nacional de comunicações indicado no Anexo V. 4.9 Sobredosagem Sintomas O sintoma principal que requer intervenção em caso de sobredosagem, é a depressão respiratória, resultante da depressão do sistema nervoso central, que poderá dar origem a paragem respiratória e morte. Os sinais de sobredosagem podem incluir igualmente sonolência, ambliopia, miose, hipotensão, náuseas, vómitos e/ou perturbações da fala. Tratamento Devem ser instituídas medidas de cuidados gerais, incluindo uma monitorização rigorosa do estado cardíaco e respiratório do doente. Deve ser promovido o tratamento sintomático da depressão respiratória e a implementação de medidas de cuidados intensivos convencionais. Deve assegurar-se a permeabilidade das vias respiratórias do doente ou a existência de ventilação assistida ou controlada. O doente deve ser transferido para um local que disponha de equipamento completo de reanimação. Se o doente vomitar, devem tomar-se medidas para evitar a aspiração do vómito. Recomenda-se a utilização de um antagonista opiáceo (por exemplo, naloxona) apesar do efeito modesto que este possa exercer na reversão dos sintomas respiratórios da buprenorfina comparativamente aos seus efeitos sobre os agentes agonistas opiáceos totais. Em caso de utilização de naloxona, a ação prolongada da buprenorfina deve ser tida em consideração ao determinar o período de tratamento e de vigilância médica necessários para reverter os efeitos de 11 uma sobredosagem. A naloxona pode ser eliminada mais rapidamente do que a buprenorfina, permitindo o reaparecimento dos sintomas de sobredosagem de buprenorfina previamente controlados, pelo que poderá ser necessária uma perfusão contínua. Se a perfusão não for possível, poderá ser necessário repetir a dose de naloxona. As doses iniciais de naloxona podem ir até aos 2 mg e ser repetidas a cada 2-3 minutos até se obter uma resposta satisfatória, sem se exceder uma dose inicial de 10 mg. A taxa de perfusão intravenosa contínua deve ser titulada de acordo com a resposta do doente. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: outros medicamentos com ação no Sistema Nervoso Central, medicamentos para tratamento da dependência de drogas, código ATC: N07BC51. Mecanismo de ação A buprenorfina é um agonista/antagonista parcial opiáceo que se liga aos recetores e (kappa) do cérebro. A sua atividade no tratamento de manutenção opiáceo é atribuída às suas propriedades lentamente reversíveis com os recetores , que poderão minimizar, durante um período prolongado, a necessidade de drogas em doentes toxicodependentes. Os efeitos "ceiling" dos agonistas opiáceos foram observados durante os estudos de farmacologia clínica em indivíduos dependentes de opiáceos. A naloxona é um antagonista nos recetores -opiáceos. Quando administrada por via oral ou sublingual nas doses habituais a doentes em abstinência dos opiáceos, a naloxona exerce um efeito farmacológico reduzido ou nulo, visto ser quase completo o seu metabolismo de primeira passagem. Todavia, quando administrada por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos, a presença de naloxona no Suboxone induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorreto por via intravenosa. Eficácia clínica Os dados sobre a eficácia e segurança da buprenorfina/naloxona derivam principalmente de um ensaio clínico com a duração de um ano, incluindo um estudo comparativo, aleatorizado, com dupla ocultação, com a duração de 4 semanas, da buprenorfina/naloxona, buprenorfina e placebo seguido de um estudo de segurança da buprenorfina/naloxona com a duração de 48 semanas. Neste ensaio, procedeu-se à distribuição aleatória de 326 indivíduos heroínodependentes pelo tratamento com buprenorfina/naloxona 16 mg por dia, 16 mg de buprenorfina por dia ou placebo. Nos indivíduos distribuídos aleatoriamente por qualquer um dos tratamentos ativos, o tratamento começou com um comprimido de 8 mg de buprenorfina no Dia 1, seguido de 16 mg (dois comprimidos de 8 mg) de buprenorfina no Dia 2. No Dia 3, os indivíduos aleatorizados para o tratamento com buprenorfina/naloxona passaram para a associação terapêutica em comprimidos. Os indivíduos eram observados diariamente na clínica (segunda-feira a sexta-feira) para avaliação da posologia e da eficácia. Os participantes recebiam as doses necessárias para o tratamento a realizar em casa durante o fim-de-semana. A variável principal do estudo consistia em comparar individualmente a eficácia da buprenorfina/naloxona em relação ao placebo. A percentagem de amostras de urina colhidas três vezes por semana, que eram negativas relativamente aos opiáceos não incluídos no estudo, foi estatisticamente mais elevada tanto no caso da buprenorfina/naloxona versus placebo (p < 0,0001) como no que se refere à buprenorfina versus placebo (p < 0,0001). Num estudo com dupla ocultação, com técnica de duplo placebo, de grupos paralelos, em que se procedeu à comparação da solução etanólica de buprenorfina com um controlo ativo de um agonista total, foram aleatorizados 162 indivíduos para receber a solução etanólica sublingual de buprenorfina na dose de 8 mg/dia (uma dose aproximadamente comparável à dose de 12 mg/dia de buprenorfina/naloxona), ou duas doses relativamente baixas do controlo ativo, uma das quais era suficientemente baixa para servir como alternativa ao placebo, durante uma fase de indução de 3 a 10 dias, uma fase de manutenção de 16 semanas e uma fase de desintoxicação de 7 semanas. 12 A buprenorfina foi titulada até à dose de manutenção no Dia 3; as doses do controlo ativo foram tituladas de forma mais gradual. Analisando a permanência no tratamento e a percentagem de amostras de urina colhidas três vezes por semana que foram negativas relativamente aos opiáceos não incluídos no estudo, concluiu-se que a buprenorfina demonstrou ser mais eficaz do que a dose baixa do fármaco de controlo na manutenção em tratamento dos heroínodependentes e na redução da sua utilização de opiáceos durante o tratamento. A eficácia da buprenorfina 8 mg dia foi semelhante à da dose moderada de controlo ativo, não sendo, contudo, demonstrada equivalência. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Buprenorfina Absorção A buprenorfina, quando administrada por via oral, sofre um metabolismo de primeira passagem verificando-se N-desalquilação e glucuroconjugação no intestino delgado e fígado. A utilização deste medicamento por via oral é, consequentemente, inadequada. O pico das concentrações plasmáticas é atingido 90 minutos após a administração sublingual. Observou-se um aumento dos níveis plasmáticos da buprenorfina com a dose sublingual de buprenorfina/naloxona. Tanto a Cmáx como a AUC da buprenorfina aumentaram com o aumento da dose (no intervalo de 4-16 mg), conquanto o aumento fosse menos do que proporcional à dose. Parâmetro farmacocinético Suboxone 4 mg Suboxone 8 mg Suboxone 16 mg Cmáx ng/ml 1,84 (39) 3,0 (51) 5,95 (38) AUC0-48 hora ng/ml 12,52 (35) 20,22 (43) 34,89 (33) Distribuição A absorção da buprenorfina é seguida de uma fase de distribuição rápida (semivida de distribuição de 2 a 5 horas). Metabolismo e eliminação: A buprenorfina é metabolizada por 14-N-desalquilação e glucuroconjugação da molécula original e do metabolito desalquilado. Os dados clínicos confirmam que o CYP3A4 é responsável pela N-desalquilação da buprenorfina. A N-desalquilbuprenorfina é um agonista -opiáceo com fraca atividade intrínseca. A eliminação da buprenorfina é bi ou triexponencial e a semivida plasmática média é de 32 horas. A buprenorfina é eliminada nas fezes por excreção biliar dos metabolitos glucuroconjugados (70%), sendo a restante fração eliminada na urina. Naloxona Absorção e distribuição Após a administração intravenosa, a naloxona é rapidamente distribuída (semivida de distribuição ~4 minutos). Após a administração oral, a naloxona é praticamente indetetável no plasma; após a administração sublingual de buprenorfina/naloxona, as concentrações plasmáticas de naloxona são baixas, diminuindo rapidamente. Metabolismo O medicamento é metabolizado no fígado, principalmente por conjugação do glucuronido, e excretado na urina. A semivida plasmática média da naloxona é de 1,2 horas. Populações especiais 13 Idosos Não se dispõe de dados farmacocinéticos em doentes idosos. Compromisso renal A eliminação renal desempenha um papel relativamente pequeno (~30%) na depuração global da buprenorfina/naloxona. Não é necessário alterar a dose com base na função renal, mas recomenda-se precaução quando o fármaco é administrado em indivíduos com compromisso renal grave (ver secção 4.3). Compromisso hepático O efeito do compromisso hepático na farmacocinética de buprenorfina e naloxona foi avaliado num estudo pós-comercialização. A tabela 3 sumariza os resultados de um ensaio clínico em indivíduos saudáveis e em indivíduos com compromisso hepático após a administração de uma dose única de Suboxone 2,0/0,5 mg (buprenorfina/naloxona) comprimido sublingual. Tabela 3. Efeito do compromisso hepático nos parâmetros farmacocinéticos de buprenorfina e naloxona após a administração de SUBOXONE (alteração relativa a indivíduos saudáveis) Parâmetro Farmacocinético Cmáx AUClast Compromisso hepático ligeiro (Classe A de Child-Pugh) (n=9) Aumento de 1,2 vezes Idêntico ao grupo de controlo Compromisso hepático moderado (Classe B de Child-Pugh) (n=8) Compromisso hepático grave (Classe C de Child-Pugh) (n=8) Buprenorfina Aumento de 1,1 vezes Aumento de 1,7 vezes Aumento de 1,6 vezes Aumento de 2,8 vezes Naloxona Cmáx AUClast Idêntico ao grupo de controlo Diminuição de 0,2 vezes Aumento de 2,7 vezes Aumento de 11,3 vezes Aumento de 3,2 vezes Aumento de 14,0 vezes Globalmente, a exposição plasmática de buprenorfina aumentou aproximadamente 3 vezes em doentes com compromisso da função hepática grave, enquanto a exposição plasmática de naloxona aumentou 14 vezes com a função hepática gravemente comprometida. 5.3 Dados de segurança pré -clínica A associação de buprenorfina e naloxona foi investigada em estudos de toxicidade aguda e de administração reiterada (até 90 dias em ratos) em animais. Não foi observada potenciação sinérgica da toxicidade. Os efeitos indesejáveis foram baseados na atividade farmacológica conhecida de substâncias agonistas e/ou antagonistas opiáceas. A associação (4:1) de cloridrato de buprenorfina e de cloridrato de naloxona não demonstrou ser mutagénica num ensaio de mutação bacteriana (teste de Ames) nem clastogénica num ensaio citogenético in vitro em linfócitos humanos ou num teste do micronúcleo por via intravenosa, no rato. Os estudos de reprodução com a administração oral de buprenorfina: (proporção de 1:1) indicaram que ocorreu embrioletalidade no rato em presença de toxicidade materna em todas as doses. A dose mais baixa estudada representou múltiplos de exposição de 1x para a buprenorfina e de 5x para a naloxona numa dose máxima terapêutica humana calculada numa base de mg/m². Não se observou toxicidade no desenvolvimento do coelho com doses tóxicas para a mãe. Além disso, não se observou teratogenicidade nem no rato nem no coelho. Não foi realizado um estudo peri-pós-natal com a buprenorfina/naloxona; contudo, a administração oral materna de buprenorfina em doses altas durante a gestação e aleitamento esteve associada a dificuldades no parto (possivelmente devido ao efeito 14 sedativo da buprenorfina), elevada mortalidade neonatal e um ligeiro atraso no desenvolvimento de algumas funções neurológicas (reflexo postural e reflexo de Moro) no rato recém-nascido. No rato, a administração de buprenorfina na dieta em teores de dose iguais ou superiores a 500 ppm induziu redução da fertilidade demonstrada numa redução das taxas de conceção nas fêmeas. A administração na dieta de uma dose de 100 ppm (exposição estimada cerca de 2,4x para a buprenorfina numa dose humana de 24 mg de buprenorfina/naloxona baseada na AUC, os níveis plasmáticos de naloxona estiveram abaixo do limite de deteção no rato) não exerceu qualquer efeito indesejável na fertilidade em fêmeas. Foi realizado um estudo de carcinogenicidade em ratos com buprenorfina/naloxona em doses de 7, 30 e 120 mg/kg/dia, com múltiplos de 3 a 75 vezes da exposição estimada, baseada numa dose sublingual diária humana de 16 mg, calculada numa base de mg/m². Observaram-se aumentos estatisticamente significativos da incidência de adenomas benignos das células intersticiais testiculares (de Leydig) em todos os grupos posológicos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Lactose mono-hidratada Manitol Amido de milho Povidona K 30 Ácido cítrico anidro Citrato de sódio Estearato de magnésio Acessulfamo potássico Limão natural e essência de lima 6.2 Incompatibilidades Não aplicável. 6.3 Prazo de validade 3 anos 6.4 Precauções especiais de conservação O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagens blister de Papel/Alumínio/Nylon/Alumínio/PVC de 7 comprimidos. Embalagens blister de Papel/Alumínio/Nylon/Alumínio/PVC de 28 comprimidos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Precauções especiais de eliminação Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 15 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 103 – 105 Bath Road Slough Berkshire SL1 3UH Reino Unido 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/06/359/001 EU/1/06/359/002 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Data da primeira autorização: 26 de setembro de 2006 Data da última renovação: 26 de setembro de 2011 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu. 16 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 8 mg/2 mg comprimidos sublinguais 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido sublingual contém 8 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 2 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). Excipiente com efeito conhecido: Cada comprimido sublingual contém 168 mg de lactose (sob a forma mono-hidratada). Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido sublingual Comprimidos biconvexos hexagonais, de cor branca, com 11 mm e com a impressão "N8" (8 mg) numa face. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapê uticas Tratamento de substituição da dependência de opiáceos, no contexto multidisciplinar de um tratamento médico, social e psicológico. O objetivo do componente naloxona é impedir o consumo incorreto por via intravenosa. O tratamento destina-se a ser utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 15 anos de idade que tenham concordado em ser submetidos a tratamento da toxicodependência. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento deve ser efetuado sob a supervisão de um médico experiente no tratamento da dependência/toxicodependência de opiáceos. Precauções a ter antes da indução Antes do início do tratamento, deve averiguar-se qual é o tipo de dependência dos opiáceos (ou seja, opiáceos de ação prolongada ou rápida), o tempo que decorreu desde a última utilização de opiáceos e o grau de dependência de opiáceos. Para evitar a precipitação de abstinência, deve iniciar-se a indução com buprenorfina/naloxona ou apenas com buprenorfina quando são evidentes sinais claros e objetivos de abstinência (por exemplo, demonstrado por uma classificação na Escala Clínica de Abstinência de Opiáceos validada COWS (Clinical Opioid Withdrawal Scale) que indique uma abstinência ligeira a moderada). o Para os doentes dependentes de heroína ou opiáceos de ação rápida, a primeira dose de buprenorfina/naloxona deve ser administrada quando surgem os sinais de abstinência, mas nunca antes de ter decorrido um período de 6 horas após a última utilização de opiáceos pelo doente. o Para doentes que se encontram a receber metadona, a dose de metadona deve ser reduzida para um máximo de 30 mg/dia antes de se iniciar a terapêutica com buprenorfina/naloxona. Deve terse em consideração a longa semivida da metadona aquando do início da terapêutica com buprenorfina/naloxona. A primeira dose de buprenorfina/naloxona deve ser administrada apenas quando surgirem sinais de abstinência, mas nunca antes de ter decorrido um período de 24 horas 17 após a última utilização da metadona pelo doente. A buprenorfina pode precipitar sintomas de abstinência em doentes com dependência de metadona. Posologia Terapêutica de iniciação (indução) A dose inicial recomendada em adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade é um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg. Adicionalmente, poderão administrar-se um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg no primeiro dia do tratamento, dependendo das necessidades individuais do doente. Durante o período inicial do tratamento, recomenda-se uma supervisão diária da dosagem para assegurar uma colocação sublingual correta da dose e para observar a resposta do doente ao tratamento, como orientação para a titulação eficaz da dose de acordo com o efeito clínico. Ajuste posológico e terapêutica de manutenção No seguimento da indução do tratamento no dia um, o doente deve ser estabilizado com uma dose de manutenção durante os dias seguintes através de um ajuste progressivo da dose de acordo com o efeito clínico do doente individual. A titulação da dose de 2 a 8 mg de bruprenorfina é efetuada após uma reavaliação do estado clínico e psicológico do doente e não deve exceder uma única dose diária máxima de 24 mg de bruprenorfina. Menos do que a dose diária Após atingir uma estabilização satisfatória do doente, a frequência da dosagem pode ser reduzida para um tratamento em dias alternados, com uma dose diária equivalente a duas vezes a dose titulada individualmente. Por exemplo, um doente estabilizado com uma dose diária de 8 mg de bruprenorfina poderá receber uma dose de 16 mg de bruprenorfina em dias alternados e não receber o fármaco nos dias intermédios. Nalguns doentes, após atingir-se uma estabilização satisfatória, a frequência de dosagem pode ser reduzida para 3 vezes por semana (por exemplo, à segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira). A dose administrada à segunda-feira e à quarta-feira deve ser equivalente a duas vezes a dose diária titulada individualmente, enquanto que a dose administrada à sexta-feira deve ser equivalente a três vezes a dose diária titulada individualmente, não sendo administrado fármaco nos dias intermédios. Contudo, a dose administrada em dias alternados não deverá exceder 24 mg de bruprenorfina. Este tipo de regime poderá não ser adequado a doentes que requerem uma dose diária titulada > 8 mg/dia de bruprenorfina. Suspensão do tratamento Após ter sido obtida uma estabilização satisfatória, caso o doente concorde, a posologia pode ser gradualmente reduzida para uma dose de manutenção mais baixa; nalguns casos favoráveis, o tratamento poderá ser suspenso. A disponibilidade das posologias de 2 mg/0,5 mg e de 8 mg/2 mg permite proceder a uma titulação descendente da posologia. Nos doentes que requeiram uma dose mais baixa de buprenorfina, poderá utilizar-se buprenorfina 0,4 mg. Os doentes devem ser monitorizados após a conclusão do tratamento devido ao potencial de recidiva. Populações especiais Idosos A eficácia e segurança de buprenorfina/naloxona em doentes idosos com idade superior a 65 anos ainda não foram estabelecidas. Não pode ser feita qualquer recomendação posológica. Compromisso Hepático Recomenda-se a realização de provas basais hepáticas e a documentação do estado da hepatite viral antes de iniciar a terapêutica. Os doentes positivos para hepatite viral, submetidos a medicação concomitante (ver secção 4.5) e/ou com disfunção hepática pré-existente encontram-se em risco de desenvolver lesão hepática acelerada. Recomenda-se proceder à monitorização regular da função hepática (ver secção 4.4). 18 Ambas as substâncias ativas de Suboxone, buprenorfina e naloxona, são amplamente metabolizadas no fígado, e os níveis plasmáticos detetados para buprenorfina e naloxona foram mais elevados em doentes com compromisso hepático moderado a grave. Os doentes devem ser monitorizados para os sinais e para os sintomas de precipitação de abstinência de opiáceos, toxicidade e sobredosagem causados pelo aumento dos níveis de naloxona e/ou buprenorfina. Desconhece-se se as duas substâncias ativas são afetadas da mesma forma. Uma vez que a farmacocinética da buprenorfina/naloxona poderá ser alterada em doentes com insuficiência hepática, recomenda-se a utilização de doses iniciais mais baixas e a cuidadosa titulação da dose em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado (ver secção 5.2). A buprenorfina/naloxona está contraindicada em doentes com compromisso hepático grave (ver secções 4.3 e 5.2). Compromisso Renal Não é necessário alterar a dose de buprenorfina/naloxona em doentes com compromisso renal. Recomenda-se precaução quando o fármaco for administrado em doentes com compromisso renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min.) (ver secções 4.4 e 5.2). População pediátrica A segurança e eficácia de buprenorfina/naloxona em crianças com menos de 15 anos de idade ainda não foram estabelecidas. Não existem dados disponíveis. Modo de administração Os médicos devem advertir os doentes de que a via sublingual é a única via de administração eficaz e segura deste medicamento (ver secção 4.4). O comprimido deve ser colocado sob a língua até se dissolver completamente. Os doentes não devem engolir ou ingerir quaisquer alimentos ou bebidas enquanto o comprimido não estiver completamente dissolvido. A dose é composta por comprimidos sublinguais de Suboxone de diferentes dosagens, que podem ser tomados simultaneamente ou em duas doses fracionadas; a segunda fração da dose deve ser tomada imediatamente após a dissolução da primeira fração da dose. 4.3 Contraindicações Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1. Insuficiência respiratória grave Afecção hepática grave Alcoolismo agudo ou delirium tremens. Administração concomitante de antagonistas opiódes (naltrexona, nalmefeno) para o tratamento de depência alcoólica ou opióde. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Utilização indevida, abuso e desvio A buprenorfina pode ser utilizada de forma indevida ou ser alvo de uso abusivo de maneira semelhante a outros opiáceos, lícita ou ilicitamente. Alguns riscos decorrentes da utilização indevida e do uso abusivo incluem sobredosagem, disseminação de infeções sistémicas localizadas ou virais transmitidas através do sangue, depressão respiratória e lesão hepática. A utilização indevida de buprenorfina por parte de outra pessoa que não o doente pretendido acarreta um risco adicional de dar origem a novos toxicodependentes utilizando a buprenorfina como droga principal de abuso e pode ocorrer se o medicamento for distribuído para utilização ilícita diretamente pelo doente em questão ou se o medicamento for obtido através de furto. Um tratamento subótimo com buprenorfina/naloxona pode induzir uma utilização indevida por parte do doente, conduzindo a uma sobredosagem ou à interrupção do tratamento. Um doente que está 19 sub-medicado com buprenorfina/naloxona pode continuar a responder a sintomas de abstinência descontrolados ao automedicar-se com opiáceos, álcool ou outros sedativos-hipnóticos, tais como as benzodiazepinas. Para minimizar o risco de utilização indevida, uso abusivo e desvio, os médicos devem tomar precauções apropriadas aquando da prescrição e distribuição de buprenorfina, tais como evitar prescrever múltiplas receitas numa fase precoce do tratamento e efetuar consultas de acompanhamento do doente sempre que for necessário proceder a uma monitorização clínica e de acordo com as necessidades do doente. A associação de buprenorfina e de naloxona no medicamento Suboxone destina-se a impedir a utilização indevida e o uso abusivo da buprenorfina. Espera-se que a utilização indevida por via intravenosa ou intranasal de Suboxone seja menos provável do que a administração isolada de buprenorfina, uma vez que a naloxona existente num comprimido de Suboxone pode precipitar a ocorrência de sintomas de abstinência em indivíduos dependentes de heroína, metadona ou outros agonistas opioides. Depressão respiratória Registaram-se alguns casos de morte devido a depressão respiratória, em particular quando a buprenorfina foi utilizada em associação com benzodiazepinas (ver secção 4.5) ou quando a buprenorfina não foi administrada de acordo com o Resumo das Características do Medicamento. Foram também referidos casos de morte em associação com a administração concomitante de buprenorfina e outras substâncias depressoras, como o álcool ou outros opiáceos. Se a buprenorfina for administrada em indivíduos não dependentes de opiáceos, que não tolerem os efeitos dos opiáceos, pode verificar-se uma situação de depressão respiratória potencialmente fatal. Este medicamento deve ser utilizado com precaução em doentes com asma ou insuficiência respiratória (por exemplo, doença pulmonar obstrutiva crónica, cor pulmonale, diminuição da reserva respiratória, hipoxia, hipercapnia, depressão respiratória pré-existente ou cifoscoliose (curvatura anormal da coluna vertebral que poderá dar origem a dispneia)). A buprenorfina/naloxona pode causar casos de depressão respiratória grave, possivelmente fatais, se for acidental ou deliberadamente ingerida por crianças e indivíduos não dependentes. Os doentes têm de ser avisados de que devem conservar a embalagem blister em segurança, de que nunca a devem abrir antecipadamente, de que devem mantê-la fora do alcance das crianças e outros membros da família e, por último, de que nunca devem tomar este medicamento à frente das crianças. Em caso de ingestão acidental ou suspeita de ingestão, deve contactar de imediato os serviços de urgência. Depressão do SNC A buprenorfina/naloxona podem causar sonolência, particularmente quando tomadas em conjunto com álcool ou outros depressores do sistema nervoso central (nomeadamente, tranquilizantes, sedativos ou hipnóticos) (ver secção 4.5). Dependência A buprenorfina é um agonista parcial do recetor µ(mu)-opiáceo, pelo que a sua administração crónica produz dependência do tipo opioide. Os estudos realizados em animais, bem como a experiência clínica, demonstraram que a buprenorfina pode produzir dependência, embora num nível inferior ao de um agonista total, como a morfina. A suspensão abrupta do tratamento não é recomendada, uma vez que pode resultar numa síndrome de abstinência cuja evolução pode ser tardia. Hepatite e acontecimentos hepáticos Foram notificados casos de lesão hepática aguda em indivíduos dependentes de opiáceos, tanto em ensaios clínicos, como em relatos de acontecimentos adversos pós-comercialização. O espectro das alterações varia desde elevações assintomáticas transitórias das transaminases hepáticas aos casos de insuficiência hepática, necrose hepática, síndrome hepato-renal, encefalopatia hepática e morte. Em 20 muitos casos, a presença de disfunções mitocondriais (doença genética, alterações das enzimas hepáticas pré-existentes ou de infeção pelo vírus da hepatite B ou hepatite C, o consumo abusivo de álcool, anorexia, a utilização concomitante de outros medicamentos potencialmente hepatotóxicos) e a utilização contínua de drogas injetáveis poderão ter um papel causal ou contributivo. Estes fatores subjacentes devem ser tidos em consideração antes da prescrição da buprenorfina/naloxona e durante o tratamento. Em caso de suspeita de um acontecimento hepático, é necessário efetuar uma avaliação biológica e etiológica adicional. Dependendo das observações, a administração do medicamento pode ser interrompida com cuidado a fim de evitar sintomas de abstinência e prevenir o regresso ao uso de drogas ilícitas. Em caso de continuação do tratamento, deve proceder-se a uma rigorosa monitorização da função hepática. Precipitação da síndrome de abstinência de opiáceos Ao iniciar o tratamento com buprenorfina/naloxona, o médico deverá estar ciente do perfil agonista parcial da buprenorfina e saber que esta pode precipitar abstinência em doentes com dependência de opiáceos, em particular quando administrada menos de 6 horas após a última utilização de heroína ou outro opiáceo de ação rápida, ou quando administrada menos de 24 horas após a última dose de metadona. Os doentes devem ser monitorizados cuidadosamente durante o período de substituição do tratamento com buprenorfina ou metadona para buprenorfina/naloxona, uma vez que foram registados sintomas de abstinência. Para evitar precipitar a abstinência, deve ser efetuada a indução com buprenorfina/naloxona quando existirem sinais evidentes de abstinência (ver secção 4.2). Os sintomas de abstinência poderão também estar associados a uma posologia subótima. Compromisso Hepático O efeito do compromisso hepático na farmacocinética de buprenorfina e naloxona foi avaliado num estudo pós-comecialização. Dado que ambas as substâncias ativas, buprenorfina e naloxona, são amplamente metabolizadas, os níveis plasmáticos detetados para buprenorfina e naloxona foram mais elevados em doentes com compromisso hepático moderado a grave após administração de uma dose única. Os doentes devem ser monitorizados para os sinais e para os sintomas de precipitação de abstinência de opiáceos, toxicidade e sobredosagem causados pelo aumento dos níveis de naloxona e/ou buprenorfina. Os comprimidos sublinguais de Suboxone devem ser administrados com precaução em doentes com compromisso hepático moderado (ver secções 4.3 e 5.2). A administração de buprenorfina/naloxona é contraindicada em doentes com compromisso hepático grave. Compromisso Renal A eliminação renal pode ser prolongada, uma vez que 30% da dose administrada é eliminada pela via renal Os metabolitos da buprenorfina acumulam-se em doentes com falência renal. Recomenda-se especial cuidado quando administrada em doentes com compromisso renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min.) (ver as secções 4.2 e 5.2). Utilização em adolescentes (15-<18 anos de idade) Devido à ausência de dados em adolescentes (15-<18 anos de idade), os doentes pertencentes a este grupo etário devem ser atentamente monitorizados durante o tratamento. Inibidores do CYP3A Os medicamentos que inibem a enzima CYP3A4 podem induzir um aumento das concentrações de buprenorfina. Poderá ser necessário reduzir a dose de buprenorfina/naloxona. Nos doentes que estão já a ser tratados com inibidores do CYP3A4, a dose de buprenorfina/naloxona deve ser cuidadosamente titulada, uma vez que poderá ser suficiente utilizar uma dose reduzida nestes doentes (ver secção 4.5). Advertências gerais relevantes para a administração de opiáceos Os opiáceos podem causar hipotensão ortostática em doentes em ambulatório. Os opiáceos podem aumentar a pressão do líquido cefalorraquidiano, o que, por sua vez, pode causar convulsões. Por isso, os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com ferimentos na 21 cabeça, lesões intracranianas, vítimas de outras circunstâncias que possam ter provocado o aumento da pressão cefalorraquidiana ou com historial de convulsões. Os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com hipotensão, hipertrofia da próstata ou estenose uretral. A miose induzida por opiáceos, as alterações no nível de consciência ou as alterações na perceção da dor que ocorrem como sintoma de uma doença podem interferir na avaliação do doente ou dificultar o diagnóstico ou a evolução clínica de uma doença concomitante. Os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com mixedema, hipotiroidismo ou insuficiência cortico-supra-renal (por exemplo, doença de Addison). Foi demonstrado que os opiáceos aumentam a pressão intracoledoquiana, devendo ser usados com precaução em doentes com disfunção do trato biliar. Os opiáceos devem ser administrados com precaução em doentes idosos ou debilitados. O uso concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) pode potenciar os efeitos dos opiáceos, com base na experiência com morfina (ver secção 4.5). Suboxone contém lactose. Os doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose não devem tomar este medicamento. 4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação Suboxone não deve ser administrado em conjunto com: bebidas alcoólicas ou medicamentos que contenham álcool, visto que o álcool potencia o efeito sedativo da buprenorfina (ver secção 4.7). Suboxone deve ser utilizado com precaução quando administrado concomitantemente com: o benzodiazepinas: esta associação pode provocar morte por depressão respiratória de etiologia central. Deverá, portanto, limitar-se as doses e evitar esta associação nos casos em que existe risco de consumo incorreto. Os doentes deverão ser avisados de que é extremamente perigoso autoadministrar benzodiazepinas não prescritas enquanto os doentes estiverem a tomar este medicamento e deverão ser aconselhados a utilizar benzodiazepinas concomitantemente com este medicamento apenas quando instruídos pelo seu médico (ver secção 4.4). o outras substâncias depressoras do sistema nervoso central, outros derivados dos opiáceos (por exemplo, metadona, analgésicos e antitússicos), alguns antidepressivos, antagonistas dos recetores H1 sedativos, barbitúricos, ansiolíticos, com exceção das benzodiazepinas, neurolépticos, clonidina e outras substâncias relacionadas: estas combinações aumentam a depressão do sistema nervoso central. A redução do nível de alerta pode tornar perigosa a condução de veículos e a utilização de máquinas. o Além disso, pode ser difícil alcançar um estado de analgesia adequado quando são administrados agonistas opiáceos totais em doentes tratados com buprenorfina/naloxona. Existe portanto a possibilidade de ocorrer uma sobredosagem com um agonista total, especialmente se se tentar controlar os efeitos do agonista parcial da buprenorfina ou se os níveis de buprenorfina no plasma estiverem a diminuir. o naltrexona e nalmefeno são antagonistas opiáceos que podem bloquear os efeitos farmacológicos da buprenorfina. A sua administração concomitante durante tratamentos com buprenorfina/naloxona é contraindicada devido à potencial interação perigosa que pode 22 precipitar o aparecimento repentino de sintomas intensos e prolongados de abstinência de opiáceos (ver secção 4.3). o Inibidores do CYP3A4: num estudo de interação da buprenorfina com cetoconazol (um potente inibidor do CYP3A4), observou-se um aumento da Cmáx e da AUC (área sob a curva) da buprenorfina (cerca de 50% e 70% respetivamente) e, em menor escala, da norbuprenorfina. Os doentes a receber Suboxone devem ser cuidadosamente monitorizados, podendo ser necessário reduzir a dose se o fármaco for associado a inibidores potentes do CYP3A4 (por exemplo, inibidores da protease como o ritonavir, nelfinavir ou indinavir ou antifúngicos azoles, como o cetoconazol ou itraconazol, antibióticos macrólidos). o Indutores do CYP3A4: a utilização concomitante de indutores do CYP3A4 com buprenorfina pode diminuir as concentrações plasmáticas de buprenorfina, podendo resultar num tratamento subótimo da dependência de opiáceos com buprenorfina. Recomenda-se que os doentes tratados com buprenorfina/naloxona sejam cuidadosamente monitorizados em caso de administração concomitante com estes indutores (por exemplo, fenobarbital, carbamazepina, fenitoína, rifampicina). A dose de buprenorfina ou do indutor do CYP3A4 poderá ter de ser ajustada em conformidade. o O uso concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) pode potenciar os efeitos dos opiáceos, com base na experiência com morfina. 4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento Gravidez A quantidade de dados sobre a utilização de Suboxone em mulheres grávidas é limitada ou inexistente. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano. Com a aproximação do final da gravidez, a buprenorfina pode induzir depressão respiratória no recémnascido mesmo após um período de administração curto. A administração prolongada de buprenorfina durante os três últimos meses de gravidez pode provocar uma síndrome de abstinência no recémnascido (por exemplo, hipertonia, tremor neonatal, agitação neonatal, mioclonia ou convulsões). Esta síndrome é geralmente prolongada durante várias horas ou até alguns dias após o nascimento. Devido à longa semivida da buprenorfina, deve considerar-se a monitorização neonatal durante vários dias no final da gravidez, para prevenir o risco de depressão respiratória ou a síndrome de abstinência neonatal. Além disso, a utilização de buprenorfina/naloxona durante a gravidez deve ser avaliada pelo médico. A buprenorfina/naloxona apenas deverá ser administrada durante a gravidez, se o potencial benefício for superior ao potencial risco para o feto. Amamentação Desconhece-se se a naloxona é excretada no leite humano. A buprenorfina e os seus metabolitos são excretados no leite humano. Em ratos, a buprenorfina demonstrou inibir a lactação. Consequentemente, a amamentação deve ser descontinuada durante o tratamento com Suboxone. Fertilidade Os estudos em animais revelaram uma redução na fertilidade da fêmea a doses elevadas (exposição sistémica > 2,4 vezes a exposição em seres humanos à dose máxima recomendada de 24 mg de buprenorfina, com base na AUC). Ver secção 5.3. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas A buprenorfina/naloxona exerce uma influência ligeira a moderada sobre a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas quando administrada em doentes dependentes de opiáceos. Este medicamento pode 23 causar sonolência, tonturas ou dificuldade de raciocínio, particularmente durante a indução do tratamento e o ajuste posológico. Quando tomado em conjunto com álcool ou depressores do sistema nervoso central, o seu efeito pode ser mais pronunciado (ver secções 4.4. e 4.5). Recomenda-se precaução durante a condução ou utilização de máquinas perigosas, uma vez que a buprenorfina/naloxona pode afetar a sua capacidade de efetuar tais atividades. 4.8 Efeitos indesejáveis Resumo do perfil de segurança As reações adversas mais frequentes relacionadas com o tratamento, notificadas durante os ensaios clínicos piloto, foram obstipação e sintomas frequentemente associados a abstinência de fármacos (por exemplo, insónia, cefaleia, náuseas, hiperhidrose e dor). Algumas notificações de convulsões, vómitos, diarreias e provas funcionais do fígado elevadas foram consideradas como sendo graves. Lista de reações adversas O Quadro 1 resume as reações adversas reportadas relacionadas com os ensaios clínicos piloto em que, 342 de 472 doentes (72,5%) registaram reações adversas e reações adversas notificadas durante o período de pós-comercialização. A frequência dos possíveis efeitos secundários enumerados abaixo é definida utilizando a seguinte convenção: Muito frequentes (1/10), Frequentes (1/100 a <1/10), Pouco frequentes (1/1.000 a <1/100). Desconhecido (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis. Quadro 1: Reações adversas relacionadas com o tratamento notificadas nos ensaios clínicos sobre a buprenorfina/naloxona Classe de Sistema de Orgãos Infeções e infestações Muito frequentes Frequentes Pouco frequentes Desconhecido Gripe Infeção Faringite Rinite Infeço do trato urinário Infeção vaginal Doenças do sangue e do sistema linfático Anemia Leucocitose Leucopenia Linfadenopatia Trombocitopenia Doenças do sistema imunitário Doenças do metabolismo e da nutrição Perturbações do foro psiquiátrico Hipersensibilidad e Insónia Ansiedade Depressão Redução da líbido Nervosismo Perturbação do raciocínio Choque anafilático Redução do apetite Hiperglicemia Hiperlipidemia Hipoglicemia Sonhos anormais Alucinação Agitação Apatia Despersonalizaçã o Farmacodependên cia 24 Doenças do sistema nervoso Cefaleia Afeções oculares Enxaqueca Tonturas Hipertonia Parestesia Sonolência Ambliopia Perturbações do lacrimejo Afecções do ouvido e do labirinto Cardiopatias Humor eufórico Hostilidade Amnésia Hipercinésia Perturbação da fala Convulsões Tremor Conjuntivite Miose Vertigens Vasculopatia s Doenças respiratórias , torácicas e do mediastino Doenças Obstipação gastrointesti Náuseas nais Hipertensão Vasodilataçã o Tosse Dor abdominal Diarreia Dispepsia Flatulência Vómitos Angina do peito Bradicardia Enfarte do miocárdio Palpitações Taquicardia Hipotensão Asma Dispneia Bocejo Afeções musculosquel éticas e dos tecidos conjuntivos Doenças renais e urinárias Hiperhidros e Prurido Erupção cutânea Urticária Dorsalgia Artralgia Espasmos musculares Mialgia Alterações urinárias Hipotensão Ortostática Broncoespasm o Depressão Respiratória Ulceração da boca Alteração da cor da língua Afeções hepatobiliare s Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Encefalopatia hepática Síncope Acne Alopecia Dermatite exfoliativa Desidratação cutânea Nódulos cutâneos Artrite Albuminúria Disúria Hematúria 25 Hepatite Hepatite Aguda Icterícia Hepatite necrótica Síndrome hepatorrenal Angioedema Doenças dos órgãos genitais e da mama Perturbações gerais e alterações no local de administraçã o Impotência Síndrome de abstinência de fármacos Exames complementa res de diagnóstico Complicaçõe s de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações Astenia Dor torácica Calafrios Febre Mal-estar Dor Edema periférico Teste da função hepática anormal Perda de peso Lesão Nefrolitíase Retenção urinária Amenorreia Perturbações ejaculatórias Menorragia Metrorragia Hipotermia Aumento da creatinina no sangue Síndrome de abstinência de fármacos (ver secção 4.6) Aumento das transaminases Golpe de calor Descrição de reações adversas selecionadas Nos casos de consumo intravenoso incorreto do medicamento, algumas experiências adversas são atribuídas a mau uso, para além do medicamento ter apresentado reações locais, por vezes sépticas (abcesso, celulite), e hepatite aguda potencialmente grave e outras infeções agudas como pneumonia, endocardite (ver secção 4.4). Nos doentes que se apresentam com farmacodependência marcada, a administração inicial de buprenorfina pode provocar uma síndrome de abstinência de fármacos semelhante à associada à naloxona (ver secções 4.2 e 4.4). Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício- risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sistema nacional de comunicações indicado no Anexo V. 4.9 Sobredosagem Sintomas O sintoma principal que requer intervenção em caso de sobredosagem, é a depressão respiratória, resultante da depressão do sistema nervoso central, que poderá dar origem a paragem respiratória e morte. Os sinais de sobredosagem podem incluir igualmente sonolência, ambliopia, miose, hipotensão, náuseas, vómitos e/ou perturbações da fala. Tratamento Devem ser instituídas medidas de cuidados gerais, incluindo uma monitorização rigorosa do estado cardíaco e respiratório do doente. Deve ser promovido o tratamento sintomático da depressão respiratória e a implementação de medidas de cuidados intensivos convencionais. Deve assegurar-se a 26 permeabilidade das vias respiratórias do doente ou a existência de ventilação assistida ou controlada. O doente deve ser transferido para um local que disponha de equipamento completo de reanimação. Se o doente vomitar, devem tomar-se medidas para evitar a aspiração do vómito. Recomenda-se a utilização de um antagonista opiáceo (por exemplo, naloxona) apesar do efeito modesto que este possa exercer na reversão dos sintomas respiratórios da buprenorfina comparativamente aos seus efeitos sobre os agentes agonistas opiáceos totais. Em caso de utilização de naloxona, a ação prolongada da buprenorfina deve ser tida em consideração ao determinar o período de tratamento e de vigilância médica necessários para reverter os efeitos de uma sobredosagem. A naloxona pode ser eliminada mais rapidamente do que a buprenorfina, permitindo o reaparecimento dos sintomas de sobredosagem de buprenorfina previamente controlados, pelo que poderá ser necessária uma perfusão contínua. Se a perfusão não for possível, poderá ser necessário repetir a dose de naloxona. As doses iniciais de naloxona podem ir até aos 2 mg e ser repetidas a cada 2-3 minutos até se obter uma resposta satisfatória, sem se exceder uma dose inicial de 10 mg. A taxa de perfusão intravenosa contínua deve ser titulada de acordo com a resposta do doente. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: outros medicamentos com ação no Sistema Nervoso Central, medicamentos para tratamento da dependência de drogas, código ATC: N07BC51. Mecanismo de ação A buprenorfina é um agonista/antagonista parcial opiáceo que se liga aos recetores e (kappa) do cérebro. A sua atividade no tratamento de manutenção opiáceo é atribuída às suas propriedades lentamente reversíveis com os recetores , que poderão minimizar, durante um período prolongado, a necessidade de drogas em doentes toxicodependentes. Os efeitos "ceiling" dos agonistas opiáceos foram observados durante os estudos de farmacologia clínica em indivíduos dependentes de opiáceos. A naloxona é um antagonista nos recetores -opiáceos. Quando administrada por via oral ou sublingual nas doses habituais a doentes em abstinência dos opiáceos, a naloxona exerce um efeito farmacológico reduzido ou nulo, visto ser quase completo o seu metabolismo de primeira passagem. Todavia, quando administrada por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos, a presença de naloxona no Suboxone induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorreto por via intravenosa. Eficácia clínica Os dados sobre a eficácia e segurança da buprenorfina/naloxona derivam principalmente de um ensaio clínico com a duração de um ano, incluindo um estudo comparativo, aleatorizado, com dupla ocultação, com a duração de 4 semanas, da buprenorfina/naloxona, buprenorfina e placebo seguido de um estudo de segurança da buprenorfina/naloxona com a duração de 48 semanas. Neste ensaio, procedeu-se à distribuição aleatória de 326 indivíduos heroínodependentes pelo tratamento com buprenorfina/naloxona 16 mg por dia, 16 mg de buprenorfina por dia ou placebo. Nos indivíduos distribuídos aleatoriamente por qualquer um dos tratamentos ativos, o tratamento começou com um comprimido de 8 mg de buprenorfina no Dia 1, seguido de 16 mg (dois comprimidos de 8 mg) de buprenorfina no Dia 2. No Dia 3, os indivíduos aleatorizados para o tratamento com buprenorfina/naloxona passaram para a associação terapêutica em comprimidos. Os indivíduos eram observados diariamente na clínica (segunda-feira a sexta-feira) para avaliação da posologia e da eficácia. Os participantes recebiam as doses necessárias para o tratamento a realizar em casa durante o fim-de-semana. A variável principal do estudo consistia em comparar individualmente a eficácia da buprenorfina/naloxona em relação ao placebo. A percentagem de amostras de urina colhidas três vezes 27 por semana, que eram negativas relativamente aos opiáceos não incluídos no estudo, foi estatisticamente mais elevada tanto no caso da buprenorfina/naloxona versus placebo (p < 0,0001) como no que se refere à buprenorfina versus placebo (p < 0,0001). Num estudo com dupla ocultação, com técnica de duplo placebo, de grupos paralelos, em que se procedeu à comparação da solução etanólica de buprenorfina com um controlo ativo de um agonista total, foram aleatorizados 162 indivíduos para receber a solução etanólica sublingual de buprenorfina na dose de 8 mg/dia (uma dose aproximadamente comparável à dose de 12 mg/dia de buprenorfina/naloxona), ou duas doses relativamente baixas do controlo ativo, uma das quais era suficientemente baixa para servir como alternativa ao placebo, durante uma fase de indução de 3 a 10 dias, uma fase de manutenção de 16 semanas e uma fase de desintoxicação de 7 semanas. A buprenorfina foi titulada até à dose de manutenção no Dia 3; as doses do controlo ativo foram tituladas de forma mais gradual. Analisando a permanência no tratamento e a percentagem de amostras de urina colhidas três vezes por semana que foram negativas relativamente aos opiáceos não incluídos no estudo, concluiu-se que a buprenorfina demonstrou ser mais eficaz do que a dose baixa do fármaco de controlo na manutenção em tratamento dos heroínodependentes e na redução da sua utilização de opiáceos durante o tratamento. A eficácia da buprenorfina 8 mg dia foi semelhante à da dose moderada de controlo ativo, não sendo, contudo, demonstrada equivalência. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Buprenorfina Absorção A buprenorfina, quando administrada por via oral, sofre um metabolismo de primeira passagem verificando-se N-desalquilação e glucuroconjugação no intestino delgado e fígado. A utilização deste medicamento por via oral é, consequentemente, inadequada. O pico das concentrações plasmáticas é atingido 90 minutos após a administração sublingual. Observou-se um aumento dos níveis plasmáticos da buprenorfina com a dose sublingual de buprenorfina/naloxona. Tanto a Cmáx como a AUC da buprenorfina aumentaram com o aumento da dose (no intervalo de 4-16 mg), conquanto o aumento fosse menos do que proporcional à dose. Parâmetro farmacocinético Suboxone 4 mg Suboxone 8 mg Suboxone 16 mg Cmáx ng/ml 1,84 (39) 3,0 (51) 5,95 (38) AUC0-48 hora ng/ml 12,52 (35) 20,22 (43) 34,89 (33) Distribuição A absorção da buprenorfina é seguida de uma fase de distribuição rápida (semivida de distribuição de 2 a 5 horas). Metabolismo e eliminação: A buprenorfina é metabolizada por 14-N-desalquilação e glucuroconjugação da molécula original e do metabolito desalquilado. Os dados clínicos confirmam que o CYP3A4 é responsável pela Ndesalquilação da buprenorfina. A N-desalquilbuprenorfina é um agonista -opiáceo com fraca atividade intrínseca. A eliminação da buprenorfina é bi ou triexponencial e a semivida plasmática média é de 32 horas. A buprenorfina é eliminada nas fezes por excreção biliar dos metabolitos glucuroconjugados (70%), sendo a restante fração eliminada na urina. Naloxona Absorção e distribuição: 28 Após a administração intravenosa, a naloxona é rapidamente distribuída (semivida de distribuição ~ 4 minutos). Após a administração oral, a naloxona é praticamente indetetável no plasma; após a administração sublingual de buprenorfina/naloxona, as concentrações plasmáticas de naloxona são baixas, diminuindo rapidamente. Metabolismo: O medicamento é metabolizado no fígado, principalmente por conjugação do glucuronido, e excretado na urina. A semivida plasmática média da naloxona é de 1,2 horas. Populações especiais Idosos Não se dispõe de dados farmacocinéticos em doentes idosos. Compromisso renal A eliminação renal desempenha um papel relativamente pequeno (~30%) na depuração global da buprenorfina/naloxona. Não é necessário alterar a dose com base na função renal, mas recomenda-se precaução quando o fármaco é administrado em indivíduos com compromisso renal grave (ver secção 4.3). Compromisso hepático O efeito do compromisso hepático na farmacocinética de buprenorfina e naloxona foi avaliado num estudo pós-comercialização. A tabela 3 sumariza os resultados de um ensaio clínico em indivíduos saudáveis e em indivíduos com compromisso hepático após a administração de uma dose única de Suboxone 2,0/0,5 mg (buprenorfina/naloxona) comprimido sublingual. Tabela 3. Efeito do compromisso hepático nos parâmetros farmacocinéticos de buprenorfina e naloxona após a administração de SUBOXONE (alteração relativa a indivíduos saudáveis) Parâmetro Farmacocinético Cmáx AUClast Compromisso hepático ligeiro (Classe A de Child-Pugh) (n=9) Aumento de 1,2 vezes Idêntico ao grupo de controlo Compromisso hepático moderado (Classe B de Child-Pugh) (n=8) Buprenorfina Aumento de 1,1 vezes Aumento de 1,6 vezes Compromisso hepático grave (Classe C de Child-Pugh) (n=8) Aumento de 1,7 vezes Aumento de 2,8 vezes Naloxona Cmáx AUClast Idêntico ao grupo de controlo Diminuição de 0,2 vezes Aumento de 2,7 vezes Aumento de 11,3 vezes Aumento de 3,2 vezes Aumento de 14,0 vezes Globalmente, a exposição plasmática de buprenorfina aumentou aproximadamente 3 vezes em doentes com compromisso da função hepática grave, enquanto a exposição plasmática de naloxona aumentou 14 vezes com a função hepática gravemente comprometida. 5.3 Dados de segurança pré -clínica A associação de buprenorfina e naloxona foi investigada em estudos de toxicidade aguda e de administração reiterada (até 90 dias em ratos) em animais. Não foi observada potenciação sinérgica da toxicidade. Os efeitos indesejáveis foram baseados na atividade farmacológica conhecida de substâncias agonistas e/ou antagonistas opiáceas. 29 A associação (4:1) de cloridrato de buprenorfina e de cloridrato de naloxona não demonstrou ser mutagénica num ensaio de mutação bacteriana (teste de Ames) nem clastogénica num ensaio citogenético in vitro em linfócitos humanos ou num teste do micronúcleo por via intravenosa, no rato. Os estudos de reprodução com a administração oral de buprenorfina: (proporção de 1:1) indicaram que ocorreu embrioletalidade no rato em presença de toxicidade materna em todas as doses. A dose mais baixa estudada representou múltiplos de exposição de 1x para a buprenorfina e de 5x para a naloxona numa dose máxima terapêutica humana calculada numa base de mg/m². Não se observou toxicidade no desenvolvimento do coelho com doses tóxicas para a mãe. Além disso, não se observou teratogenicidade nem no rato nem no coelho. Não foi realizado um estudo peri-pós-natal com a buprenorfina/naloxona; contudo, a administração oral materna de buprenorfina em doses altas durante a gestação e aleitamento esteve associada a dificuldades no parto (possivelmente devido ao efeito sedativo da buprenorfina), elevada mortalidade neonatal e um ligeiro atraso no desenvolvimento de algumas funções neurológicas (reflexo postural e reflexo de Moro) no rato recém-nascido. No rato, a administração de buprenorfina na dieta em teores de dose iguais ou superiores a 500 ppm induziu redução da fertilidade demonstrada numa redução das taxas de conceção nas fêmeas. A administração na dieta de uma dose de 100 ppm (exposição estimada cerca de 2,4x para a buprenorfina numa dose humana de 24 mg de buprenorfina/naloxona baseada na AUC, os níveis plasmáticos de naloxona estiveram abaixo do limite de deteção no rato) não exerceu qualquer efeito indesejável na fertilidade em fêmeas. Foi realizado um estudo de carcinogenicidade em ratos com buprenorfina/naloxona em doses de 730 e 120 mg/kg/dia, com múltiplos de 3 a 75 vezes da exposição estimada, baseada numa dose sublingual diária humana de 16 mg, calculada numa base de mg/m². Observaram-se aumentos estatisticamente significativos da incidência de adenomas benignos das células intersticiais testiculares (de Leydig) em todos os grupos posológicos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Lactose mono-hidratada Manitol Amido de milho Povidona K 30 Ácido cítrico anidro Citrato de sódio Estearato de magnésio Acessulfamo potássico Limão natural e essência de lima 6.2 Incompatibilidades Não aplicável. 6.3 Prazo de validade 3 anos 6.4 Precauções especiais de conservação O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. 30 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagens blister de Papel/Alumínio/Nylon/Alumínio/PVC de 7 comprimidos. Embalagens blister de Papel/Alumínio/Nylon/Alumínio/PVC de 28 comprimidos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Precauções especiais de eliminação Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 103 – 105 Bath Road Slough Berkshire SL1 3UH Reino Unido 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/06/359/003 EU/1/06/359/004 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Data da primeira autorização: 26 de setembro de 2006 Data da última renovação: 26 de setembro de 2011 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu. 31 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 16 mg/4 mg comprimidos sublinguais 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido sublingual contém 16 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 4 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). Excipiente com efeito conhecido: Cada comprimido sublingual contém 156,64 mg de lactose (sob a forma mono-hidratada). Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido sublingual Comprimidos biconvexos redondos, de cor branca, com 10,5 mm e com a impressão "N16" numa face. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento de substituição da dependência de opiáceos, no contexto multidisciplinar de um tratamento médico, social e psicológico. O objetivo do componente naloxona é impedir o consumo incorreto por via intravenosa. O tratamento destina-se a ser utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 15 anos de idade que tenham concordado em ser submetidos a tratamento da toxicodependência. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento deve ser efetuado sob a supervisão de um médico experiente no tratamento da dependência/toxicodependência de opiáceos. Precauções a ter antes da indução Antes do início do tratamento, deve averiguar-se qual é o tipo de dependência dos opiáceos (ou seja, opiáceos de ação prolongada ou rápida), o tempo que decorreu desde a última utilização de opiáceos e o grau de dependência de opiáceos. Para evitar a precipitação de abstinência, deve iniciar-se a indução com buprenorfina/naloxona ou apenas com buprenorfina quando são evidentes sinais claros e objetivos de abstinência (por exemplo, demonstrado por uma classificação na Escala Clínica de Abstinência de Opiáceos validada COWS (Clinical Opioid Withdrawal Scale) que indique uma abstinência ligeira a moderada). o Para os doentes dependentes de heroína ou opiáceos de ação rápida, a primeira dose de buprenorfina/naloxona deve ser administrada quando surgem os sinais de abstinência, mas nunca antes de ter decorrido um período de 6 horas após a última utilização de opiáceos pelo doente. o Para doentes que se encontram a receber metadona, a dose de metadona deve ser reduzida para um máximo de 30 mg/dia antes de se iniciar a terapêutica com buprenorfina/naloxona. Deve terse em consideração a longa semivida da metadona aquando do início da terapêutica com buprenorfina/naloxona. A primeira dose de buprenorfina/naloxona deve ser administrada apenas quando surgirem sinais de abstinência, mas nunca antes de ter decorrido um período de 24 horas 32 após a última utilização da metadona pelo doente. A buprenorfina pode precipitar sintomas de abstinência em doentes com dependência de metadona. Posologia Terapêutica de iniciação (indução) A dose inicial recomendada em adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade é um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg. Adicionalmente, poderão administrar-se um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg no primeiro dia do tratamento, dependendo das necessidades individuais do doente. Durante o período inicial do tratamento, recomenda-se uma supervisão diária da dosagem para assegurar uma colocação sublingual correta da dose e para observar a resposta do doente ao tratamento, como orientação para a titulação eficaz da dose de acordo com o efeito clínico. Ajuste posológico e terapêutica de manutenção No seguimento da indução do tratamento no dia um, o doente deve ser estabilizado com uma dose de manutenção durante os dias seguintes através de um ajuste progressivo da dose de acordo com o efeito clínico do doente individual. A titulação da dose de 2 a 8 mg de bruprenorfina é efetuada após uma reavaliação do estado clínico e psicológico do doente e não deve exceder uma única dose diária máxima de 24 mg de bruprenorfina. Menos do que a dose diária Após atingir uma estabilização satisfatória do doente, a frequência da dosagem pode ser reduzida para um tratamento em dias alternados, com uma dose diária equivalente a duas vezes a dose titulada individualmente. Por exemplo, um doente estabilizado com uma dose diária de 8 mg de bruprenorfina poderá receber uma dose de 16 mg de bruprenorfina em dias alternados e não receber o fármaco nos dias intermédios. Nalguns doentes, após atingir-se uma estabilização satisfatória, a frequência de dosagem pode ser reduzida para 3 vezes por semana (por exemplo, à segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira). A dose administrada à segunda-feira e à quarta-feira deve ser equivalente a duas vezes a dose diária titulada individualmente, enquanto que a dose administrada à sexta-feira deve ser equivalente a três vezes a dose diária titulada individualmente, não sendo administrado fármaco nos dias intermédios. Contudo, a dose administrada em dias alternados não deverá exceder 24 mg de bruprenorfina. Este tipo de regime poderá não ser adequado a doentes que requerem uma dose diária titulada > 8 mg de bruprenorfina/dia. Suspensão do tratamento Após ter sido obtida uma estabilização satisfatória, caso o doente concorde, a posologia pode ser gradualmente reduzida para uma dose de manutenção mais baixa; nalguns casos favoráveis, o tratamento poderá ser suspenso. A disponibilidade das posologias de 2 mg/0,5 mg e de 8 mg/2 mg permite proceder a uma titulação descendente da posologia. Nos doentes que requeiram uma dose mais baixa de buprenorfina, poderá utilizar-se buprenorfina 0,4 mg. Os doentes devem ser monitorizados após a conclusão do tratamento devido ao potencial de recidiva. Populações especiais Idosos A eficácia e segurança de buprenorfina/naloxona em doentes idosos com idade superior a 65 anos ainda não foram estabelecidas. Não pode ser feita qualquer recomendação posológica. Compromisso Hepático Recomenda-se a realização de provas basais hepáticas e a documentação do estado da hepatite viral antes de iniciar a terapêutica. Os doentes positivos para hepatite viral, submetidos a medicação concomitante (ver secção 4.5) e/ou com disfunção hepática pré-existente encontram-se em risco de desenvolver lesão hepática acelerada. Recomenda-se proceder à monitorização regular da função hepática (ver secção 4.4). 33 Ambas as substâncias ativas de Suboxone, buprenorfina e naloxona, são amplamente metabolizadas no fígado, e os níveis plasmáticos detetados para buprenorfina e naloxona foram mais elevados em doentes com compromisso hepático moderado a grave. Os doentes devem ser monitorizados para os sinais e para os sintomas de precipitação de abstinência de opiáceos, toxicidade e sobredosagem causados pelo aumento dos níveis de naloxona e/ou buprenorfina. Desconhece-se se as duas substâncias ativas são afetadas da mesma forma. Uma vez que a farmacocinética da buprenorfina/naloxona poderá ser alterada em doentes com insuficiência hepática, recomenda-se a utilização de doses iniciais mais baixas e a cuidadosa titulação da dose em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado (ver secção 5.2). A buprenorfina/naloxona está contraindicada em doentes com compromisso hepático grave (ver secções 4.3 e 5.2). Compromisso Renal Não é necessário alterar a dose de buprenorfina/naloxona em doentes com compromisso renal. Recomenda-se precaução quando o fármaco for administrado em doentes com compromisso renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min.) (ver secções 4.4 e 5.2). População pediátrica A segurança e eficácia de buprenorfina/naloxona em crianças com menos de 15 anos de idade não foram ainda estabelecidas. Não existem dados disponíveis. Modo de administração Os médicos devem advertir os doentes de que a via sublingual é a única via de administração eficaz e segura deste medicamento (ver secção 4.4). O comprimido deve ser colocado sob a língua até se dissolver completamente. Os doentes não devem engolir ou ingerir quaisquer alimentos ou bebidas enquanto o comprimido não estiver completamente dissolvido. A dose p composta por comprimidos sublinguais de Suboxone de diferentes dosagens, que podem ser tomados simultaneamente ou em duas doses fracionadas; a segunda fração da dose deve ser tomada imediatamente após a dissolução da primeira fração da dose. 4.3 Contraindicações Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1. Insuficiência respiratória grave Afeção hepática grave Alcoolismo agudo ou delirium tremens. Administração concomitante de antagonistas opiódes (naltrexona, nalmefeno) para o tratamento de dependência alcoólica ou opióde. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Utilização indevida, abuso e desvio A buprenorfina pode ser utilizada de forma indevida ou ser alvo de uso abusivo de maneira semelhante a outros opiáceos, lícita ou ilicitamente. Alguns riscos decorrentes da utilização indevida e do uso abusivo incluem sobredosagem, disseminação de infeções virais ou localizadas e sistémicas transmitidas através do sangue, depressão respiratória e lesão hepática. A utilização indevida de buprenorfina por parte de outra pessoa que não o doente pretendido acarreta um risco adicional de dar origem a novos toxicodependentes utilizando a buprenorfina como droga principal de abuso e pode ocorrer se o medicamento for distribuído para utilização ilícita diretamente pelo doente em questão ou se o medicamento for obtido através de furto. Um tratamento subótimo com buprenorfina/naloxona pode induzir uma utilização indevida por parte do doente, conduzindo a uma sobredosagem ou à interrupção do tratamento. Um doente que está sub-medicado com buprenorfina/naloxona pode continuar a responder a sintomas de abstinência 34 descontrolados ao automedicar-se com opiáceos, álcool ou outros sedativos-hipnóticos, tais como as benzodiazepinas. Para minimizar o risco de utilização indevida, uso abusivo e desvio, os médicos devem tomar precauções apropriadas aquando da prescrição e distribuição de buprenorfina, tais como evitar prescrever múltiplas receitas numa fase precoce do tratamento e efetuar consultas de acompanhamento do doente sempre que for necessário proceder a uma monitorização clínica e de acordo com as necessidades do doente. A associação de buprenorfina e de naloxona no medicamento Suboxone destina-se a impedir a utilização indevida e o uso abusivo da buprenorfina. Espera-se que a utilização indevida por via intravenosa ou intranasal de Suboxone seja menos provável do que a administração isolada de buprenorfina, uma vez que a naloxona existente num comprimido de Suboxone pode precipitar a ocorrência de sintomas de abstinência em indivíduos dependentes de heroína, metadona ou outros agonistas opioides. Depressão respiratória Registaram-se alguns casos de morte devido a depressão respiratória, em particular quando a buprenorfina foi utilizada em associação com benzodiazepinas (ver secção 4.5) ou quando a buprenorfina não foi administrada de acordo com o Resumo das Características do Medicamento. Foram também referidos casos de morte em associação com a administração concomitante de buprenorfina e outras substâncias depressoras, como o álcool ou outros opiáceos. Se a buprenorfina for administrada em indivíduos não dependentes de opiáceos, que não tolerem os efeitos dos opiáceos, pode verificar-se uma situação de depressão respiratória potencialmente fatal. Este medicamento deve ser utilizado com precaução em doentes com asma ou insuficiência respiratória (por exemplo, doença pulmonar obstrutiva crónica, cor pulmonale, diminuição da reserva respiratória, hipoxia, hipercapnia, depressão respiratória pré-existente ou cifoscoliose (curvatura anormal da coluna vertebral que pode dar origem a dispneia)). A buprenorfina/naloxona pode causar casos de depressão respiratória grave, possivelmente fatais, se for acidental ou deliberadamente ingerida por crianças e indivíduos não dependentes. Os doentes têm de ser avisados de que devem conservar o blister em segurança, de que nunca a devem abrir antecipadamente, de que devem mantê-la fora do alcance das crianças e outros membros da família e, por último, de que nunca devem tomar este medicamento à frente das crianças. Em caso de ingestão acidental ou suspeita de ingestão, deve contactar de imediato os serviços de urgência. Depressão do SNC A buprenorfina/naloxona podem causar sonolência, particularmente quando tomadas em conjunto com álcool ou outros depressores do sistema nervoso central (nomeadamente, tranquilizantes, sedativos ou hipnóticos) (ver secção 4.5). Dependência A buprenorfina é um agonista parcial do recetor µ(mu)-opiáceo, pelo que a sua administração crónica produz dependência do tipo opioide. Os estudos realizados em animais, bem como a experiência clínica, demonstraram que a buprenorfina pode produzir dependência, embora num nível inferior ao de um agonista total, como a morfina. A suspensão abrupta do tratamento não é recomendada, uma vez que pode resultar numa síndrome de abstinência cuja evolução pode ser tardia. Hepatite e acontecimentos hepáticos Foram notificados casos de lesão hepática aguda em indivíduos dependentes de opiáceos, tanto em ensaios clínicos, como em relatos de acontecimentos adversos pós-comercialização. O espectro das alterações varia desde elevações assintomáticas transitórias das transaminases hepáticas aos casos de insuficiência hepática, necrose hepática, síndrome hepato-renal, encefalopatia hepática e morte. Em muitos casos, a presença de disfunções mitocondriais (doença genética, alterações das enzimas 35 hepáticas pré-existentes ou de infeção pelo vírus da hepatite B ou hepatite C, o consumo abusivo de álcool, anorexia, a utilização concomitante de outros medicamentos potencialmente hepatotóxicos) e a utilização contínua de drogas injetáveis poderão ter um papel causal ou contributivo. Estes fatores subjacentes devem ser tidos em consideração antes da prescrição da buprenorfina/naloxona e durante o tratamento. Em caso de suspeita de um acontecimento hepático, é necessário efetuar uma avaliação biológica e etiológica adicional. Dependendo das observações, a administração do medicamento pode ser interrompida com cuidado a fim de evitar sintomas de abstinência e prevenir o regresso ao uso de drogas ilícitas. Em caso de continuação do tratamento, deve proceder-se a uma rigorosa monitorização da função hepática. Precipitação da síndrome de abstinência de opiáceos Ao iniciar o tratamento com buprenorfina/naloxona, o médico deverá estar ciente do perfil agonista parcial da buprenorfina e saber que esta pode precipitar abstinência em doentes com dependência de opiáceos, em particular quando administrada menos de 6 horas após a última utilização de heroína ou outro opiáceo de ação rápida, ou quando administrada menos de 24 horas após a última dose de metadona. Os doentes devem ser monitorizados cuidadosamente durante o período de substituição do tratamento com buprenorfina ou metadona para buprenorfina/naloxona, uma vez que foram registados sintomas de abstinência. Para evitar precipitar a abstinência, deve ser efetuada a indução com buprenorfina/naloxona quando existirem sinais evidentes de abstinência (ver secção 4.2). Os sintomas de abstinência poderão também estar associados a uma posologia subótima. Compromisso Hepático O efeito do compromisso hepático na farmacocinética de buprenorfina e naloxona foi avaliado num estudo pós-comercialização. Dado que ambas as substâncias ativas, buprenorfina e naloxona, são amplamente metabolizadas, os níveis plasmáticos detetados para buprenorfina e naloxona foram mais elevados em doentes com compromisso hepático moderado a grave após administração de uma dose única. Os doentes devem ser monitorizados para os sinais e para os sintomas de precipitação de abstinência de opiáceos, toxicidade e sobredosagem causados pelo aumento dos níveis de naloxona e/ou buprenorfina. Os comprimidos sublinguais de Suboxone devem ser administrados com precaução em doentes com compromisso hepático moderado (ver secções 4.3 e 5.2). A administração de buprenorfina/naloxona é contraindicada em doentes com compromisso hepático grave. Compromisso Renal A eliminação renal pode ser prolongada, uma vez que 30% da dose administrada é eliminada pela via renal. Os metabolitos da buprenorfina acumulam-se em doentes com falência renal. Recomenda-se precaução quando administrada em doentes com compromisso renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min.) (ver as secções 4.2 e 5.2). Utilização em adolescentes (15-<18 anos de idade) Devido à ausência de dados em adolescentes (15-<18 anos de idade), os doentes pertencentes a este grupo etário devem ser atentamente monitorizados durante o tratamento. Inibidores do CYP3A Os medicamentos que inibem a enzima CYP3A4 podem induzir um aumento das concentrações de buprenorfina. Poderá ser necessário reduzir a dose de buprenorfina/naloxona. Nos doentes que estão já a ser tratados com inibidores do CYP3A4, a dose de buprenorfina/naloxona deve ser cuidadosamente titulada, uma vez que poderá ser suficiente utilizar uma dose reduzida nestes doentes (ver secção 4.5). Advertências gerais relevantes para a administração de opiáceos Os opiáceos podem causar hipotensão ortostática em doentes em ambulatório. Os opiáceos podem aumentar a pressão do líquido cefalorraquidiano, o que, por sua vez, pode causar convulsões. Por isso, os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com ferimentos na 36 cabeça, lesões intracranianas, vítimas de outras circunstâncias que possam ter provocado o aumento da pressão cefalorraquidiana ou com historial de convulsões. Os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com hipotensão, hipertrofia da próstata ou estenose uretral. A miose induzida por opiáceos, as alterações no nível de consciência ou as alterações na perceção da dor que ocorrem como sintoma de uma doença podem interferir na avaliação do doente ou dificultar o diagnóstico ou a evolução clínica de uma doença concomitante. Os opiáceos devem ser usados com precaução em doentes com mixedema, hipotiroidismo ou insuficiência cortico-supra-renal (por exemplo, doença de Addision). Foi demonstrado que os opiáceos aumentam a pressão intracoledoquiana, devendo ser usados com precaução em doentes com disfunção do trato biliar. Os opiáceos devem ser administrados com precaução em doentes idosos ou debilitados. O uso concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) pode potenciar os efeitos dos opiáceos, com base na experiência com morfina (ver secção 4.5). Suboxone contém lactose. Os doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose não devem tomar este medicamento. 4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação Suboxone não deve ser administrado em conjunto com: bebidas alcoólicas ou medicamentos que contenham álcool, visto que o álcool potencia o efeito sedativo da buprenorfina (ver secção 4.7). Suboxone deve ser utilizado com precaução quando administrado concomitantemente com: o benzodiazepinas: esta associação pode provocar morte por depressão respiratória de etiologia central. Deverá, portanto, limitar-se as doses e evitar esta associação nos casos em que existe risco de consumo incorreto. Os doentes deverão ser avisados de que é extremamente perigoso autoadministrar benzodiazepinas não prescritas enquanto os doentes estiverem a tomar este medicamento e deverão ser aconselhados a utilizar benzodiazepinas concomitantemente com este medicamento apenas quando instruídos pelo seu médico (ver secção 4.4). o outras substâncias depressoras do sistema nervoso central, outros derivados dos opiáceos (por exemplo, metadona, analgésicos e antitússicos), alguns antidepressivos, antagonistas dos recetores H1 sedativos, barbitúricos, ansiolíticos, com exceção das benzodiazepinas, neurolépticos, clonidina e outras substâncias relacionadas: estas combinações aumentam a depressão do sistema nervoso central. A redução do nível de alerta pode tornar perigosa a condução de veículos e a utilização de máquinas. o Além disso, pode ser difícil alcançar um estado de analgesia adequado quando são administrados agonistas opiáceos totais em doentes tratados com buprenorfina/naloxona. Existe portanto a possibilidade de ocorrer uma sobredosagem com um agonista total, especialmente se se tentar controlar os efeitos do agonista parcial da buprenorfina ou se os níveis de buprenorfina no plasma estiverem a diminuir. o naltrexona e nalmefeno são antagonistas opiáceos que podem bloquear os efeitos farmacológicos da buprenorfina. A sua administração concomitante durante tratamentos com buprenorfina/naloxona é containdicada devido à potencial interação perigosa que pode 37 o precipitar o aparecimento repentino de sintomas intensos e prolongados de abstinência de opiáceos (ver secção 4.3). Inibidores do CYP3A4: num estudo de interação da buprenorfina com cetoconazol (um potente inibidor do CYP3A4), observou-se um aumento da Cmáx e da AUC (área sob a curva) da buprenorfina (cerca de 50% e 70% respetivamente) e, em menor escala, da norbuprenorfina. Os doentes a receber Suboxone devem ser cuidadosamente monitorizados, podendo ser necessário reduzir a dose se o fármaco for associado a inibidores potentes do CYP3A4 (por exemplo, inibidores da protease como o ritonavir, nelfinavir ou indinavir ou antifúngicos azoles, como o cetoconazol ou itraconazol, antibióticos macrólidos). o Indutores do CYP3A4: a utilização concomitante de indutores do CYP3A4 com buprenorfina pode diminuir as concentrações plasmáticas de buprenorfina, podendo resultar num tratamento subótimo da dependência de opiáceos com buprenorfina. Recomenda-se que os doentes tratados com buprenorfina/naloxona sejam cuidadosamente monitorizados em caso de administração concomitante com estes indutores (por exemplo, fenobarbital, carbamazepina, fenitoína, rifampicina). A dose de buprenorfina ou do indutor do CYP3A4 poderá ter de ser ajustada em conformidade. o O uso concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) pode potenciar os efeitos dos opiáceos, com base na experiência com morfina. 4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento Gravidez A quantidade de dados sobre a utilização de Suboxone em mulheres grávidas é limitada ou inexistente. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano. Com a aproximação do final da gravidez, a buprenorfina pode induzir depressão respiratória no recémnascido mesmo após um período de administração curto. A administração prolongada de buprenorfina durante os três últimos meses de gravidez pode provocar uma síndrome de abstinência neonatal (por exemplo, hipertonia, tremor neonatal, agitação neonatal, mioclonia ou convulsões). Esta síndrome é geralmente prolongada durante várias horas ou até alguns dias após o nascimento. Devido à longa semivida da buprenorfina, deve considerar-se a monitorização neonatal durante vários dias no final da gravidez, para prevenir o risco de depressão respiratória ou a síndrome de abstinência neonatal. Além disso, a utilização de buprenorfina/naloxona durante a gravidez deve ser avaliada pelo médico. A buprenorfina/naloxona apenas deverá ser administrada durante a gravidez, se o potencial benefício for superior ao potencial risco para o feto. Amamentação Desconhece-se se a naloxona é excretada no leite humano. A buprenorfina e os seus metabolitos são excretados no leite humano. Em ratos, a buprenorfina demonstrou inibir a lactação. Consequentemente, a amamentação deve ser descontinuada durante o tratamento com Suboxone. Fertilidade Os estudos em animais revelaram uma redução na fertilidade da fêmea a doses elevadas (exposição sistémica > 2,4 vezes a exposição em seres humanos à dose máxima recomendada de 24 mg de buprenorfina, com base na AUC). Ver secção 5.3. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas A buprenorfina/naloxona exerce uma influência ligeira a moderada sobre a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas quando administrada em doentes dependentes de opiáceos. Este medicamento pode causar sonolência, tonturas ou dificuldade de raciocínio, particularmente durante a indução do 38 tratamento e o ajuste posológico. Quando tomado em conjunto com álcool ou depressores do sistema nervoso central, o seu efeito pode ser mais pronunciado (ver secções 4.4. e 4.5). Recomenda-se precaução durante a condução ou utilização de máquinas perigosas, uma vez que a buprenorfina/naloxona pode afetar a sua capacidade de efetuar tais atividades. 4.8 Efeitos indesejáveis Resumo do perfil de segurança As reações adversas mais frequentes relacionadas com o tratamento, notificadas durante os ensaios clínicos piloto, foram obstipação e sintomas frequentemente associados a abstinência de fármacos (por exemplo, insónia, cefaleia, náuseas, hiperhidrose e dor). Algumas notificações de convulsões, vómitos, diarreias e provas funcionais do fígado elevadas foram consideradas como sendo graves. Lista de reações adversas O Quadro 1 resume as reações adversas reportadas relacionadas com os ensaios clínicos piloto, em que 342 de 472 doentes (72,5%) registaram reações adversas e reações adversas notificadas durante o período de pós-comercialização. A frequência dos possíveis efeitos secundários enumerados abaixo é definida utilizando a seguinte convenção: Muito frequentes (1/10), Frequentes (1/100 a <1/10), Pouco frequentes (1/1.000 a <1/100), Desconhecido (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis. Quadro 1: Reações adversas relacionadas com o tratamento notificadas nos ensaios clínicos e no período de pós-comercialização de buprenorfina/naloxona Classe de Sistemas de Orgãos Infeções e infestações Muito frequentes Frequentes Pouco frequentes Gripe Infeção Faringite Rinite Infeço do trato urinário Infeção vaginal Doenças do sangue e do sistema linfático Desconhecido Anemia Leucocitose Leucopenia Linfadenopatia Trombocitopenia Doenças do sistema imunitário Hipersensibilidade Doenças do metabolismo e da nutrição Choque anafilático Redução do apetite Hiperglicemia Hiperlipidemia Hipoglicemia Perturbações do foro psiquiátrico Insónia Doenças do sistema nervoso Cefaleia Ansiedade Depressão Redução da líbido Nervosismo Perturbação do raciocínio Enxaqueca Tonturas 39 Sonhos anormais Alucinação Agitação Apatia Despersonalização Farmacodependência Humor eufórico Hostilidade Amnésia Encefalopatia Hipercinésia hepática Hipertonia Parestesia Sonolência Ambliopia Perturbações do lacrimejo Afeções oculares Afecções do ouvido e do labirinto Cardiopatias Angina do peito Bradicardia Enfarte do miocárdio Palpitações Taquicardia Hipotensão Hipertensão Vasodilatação Tosse Asma Dispneia Bocejo Obstipação Náuseas Dor abdominal Diarreia Dispepsia Flatulência Vómitos Hiperhidrose Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos Doenças renais e urinárias Prurido Erupção cutânea Urticária Dorsalgia Artralgia Espasmos musculares Mialgia Alterações urinárias Doenças dos órgãos genitais e da mama Impotência Perturbações Síndrome de gerais e alterações abstinência Astenia Dor torácica 40 Hipotensão Ortostática Broncoespasmo Depressão Respiratória Ulceração da boca Alteração da cor da língua Afeções hepatobiliares Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Síncope Vertigens Vasculopatias Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino Doenças gastrointestinais Convulsões Perturbação da fala Tremor Conjuntivite Miose Acne Alopecia Dermatite exfoliativa Desidratação cutânea Nódulos cutâneos Artrite Albuminúria Disúria Hematúria Nefrolitíase Retenção urinária Amenorreia Perturbações ejaculatórias Menorragia Metrorragia Hipotermia Hepatite Hepatite Aguda Icterícia Hepatite necrótica Síndrome hepatorrenal Angioedema Síndrome de abstinência de no local de administração Exames complementares de diagnóstico Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações de fármacos Calafrios Febre Mal-estar Dor Edema periférico Teste da função hepática anormal Perda de peso Lesão fármacos (ver secção 4.6) Aumento da creatinina no sangue Aumento de transaminases Golpe de calor Descrição de reações adversas selecionadas Nos casos de consumo intravenoso incorreto do medicamento, algumas experiências adversas são atribuídas a mau uso, para além do medicamento ter apresentado reações locais, por vezes sépticas (abcesso, celulite), hepatite aguda potencialmente grave e outras infeções agudas como pneumonia, endocardite (ver secção 4.4). Nos doentes que se apresentam com farmacodependência marcada, a administração inicial de buprenorfina pode provocar uma síndrome de abstinência de fármacos semelhante à associada à naloxona (ver secções 4.2 e 4.4). Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sistema nacional de comunicações indicado no Anexo V. 4.9 Sobredosagem Sintomas O sintoma principal que requer intervenção em caso de sobredosagem, é a depressão respiratória, resultante da depressão do sistema nervoso central, que poderá dar origem a paragem respiratória e morte. Os sinais de sobredosagem podem incluir igualmente sonolência, ambliopia, miose, hipotensão, náuseas, vómitos e/ou perturbações da fala. Tratamento Devem ser instituídas medidas de cuidados gerais, incluindo uma monitorização rigorosa do estado cardíaco e respiratório do doente. Deve ser promovido o tratamento sintomático da depressão respiratória e a implementação de medidas de cuidados intensivos convencionais. Deve assegurar-se a permeabilidade das vias respiratórias do doente ou a existência de ventilação assistida ou controlada. O doente deve ser transferido para um local que disponha de equipamento completo de reanimação. Se o doente vomitar, devem tomar-se medidas para evitar a aspiração do vómito. Recomenda-se a utilização de um antagonista opiáceo (por exemplo, naloxona) apesar do efeito modesto que este possa exercer na reversão dos sintomas respiratórios da buprenorfina comparativamente aos seus efeitos sobre os agentes agonistas opiáceos totais. 41 Em caso de utilização de naloxona, a ação prolongada da buprenorfina deve ser tida em consideração ao determinar o período de tratamento e de vigilância médica necessários para reverter os efeitos de uma sobredosagem. A naloxona pode ser eliminada mais rapidamente do que a buprenorfina, permitindo o reaparecimento dos sintomas de sobredosagem de buprenorfina previamente controlados, pelo que poderá ser necessária uma perfusão contínua. Se a perfusão não for possível, poderá ser necessário repetir a dose de naloxona. As doses iniciais de naloxona podem ir até aos 2 mg e ser repetidas a cada 2-3 minutos até se obter uma resposta satisfatória, sem se exceder uma dose inicial de 10 mg. A taxa de perfusão intravenosa contínua deve ser titulada de acordo com a resposta do doente. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: outros medicamentos com ação no Sistema Nervoso Central, medicamentos para tratamento da dependência de drogas, código ATC: N07BC51. Mecanismo de ação A buprenorfina é um agonista/antagonista parcial opiáceo que se liga aos recetores e (kappa) do cérebro. A sua atividade no tratamento de manutenção opiáceo é atribuída às suas propriedades lentamente reversíveis com os recetores , que poderão minimizar, durante um período prolongado, a necessidade de drogas em doentes toxicodependentes. Os efeitos "ceiling" dos agonistas opiáceos foram observados durante os estudos de farmacologia clínica em indivíduos dependentes de opiáceos. A naloxona é um antagonista nos recetores -opiáceos. Quando administrada por via oral ou sublingual nas doses habituais a doentes em abstinência dos opiáceos, a naloxona exerce um efeito farmacológico reduzido ou nulo, visto ser quase completo o seu metabolismo de primeira passagem. Todavia, quando administrada por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos, a presença de naloxona no Suboxone induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorreto por via intravenosa. Eficácia clínica Os dados sobre a eficácia e segurança da buprenorfina/naloxona derivam principalmente de um ensaio clínico com a duração de um ano, incluindo um estudo comparativo, aleatorizado, com dupla ocultação, com a duração de 4 semanas, da buprenorfina/naloxona, buprenorfina e placebo seguido de um estudo de segurança da buprenorfina/naloxona com a duração de 48 semanas. Neste ensaio, procedeu-se à distribuição aleatória de 326 indivíduos heroínodependentes pelo tratamento com buprenorfina/naloxona 16 mg por dia, 16 mg de buprenorfina por dia ou placebo. Nos indivíduos distribuídos aleatoriamente por qualquer um dos tratamentos ativos, o tratamento começou com um comprimido de 8 mg de buprenorfina no Dia 1, seguido de 16 mg (dois comprimidos de 8 mg) de buprenorfina no Dia 2. No Dia 3, os indivíduos aleatorizados para o tratamento com buprenorfina/naloxona passaram para a associação terapêutica em comprimidos. Os indivíduos eram observados diariamente na clínica (segunda-feira a sexta-feira) para avaliação da posologia e da eficácia. Os participantes recebiam as doses necessárias para o tratamento a realizar em casa durante o fim-de-semana. A variável principal do estudo consistia em comparar individualmente a eficácia da buprenorfina/naloxona em relação ao placebo. A percentagem de amostras de urina colhidas três vezes por semana, que eram negativas relativamente aos opiáceos não incluídos no estudo, foi estatisticamente mais elevada tanto no caso da buprenorfina/naloxona versus placebo (p < 0,0001) como no que se refere à buprenorfina versus placebo (p < 0,0001). Num estudo com dupla ocultação, com técnica de duplo placebo, de grupos paralelos, em que se procedeu à comparação da solução etanólica de buprenorfina com um controlo ativo de um agonista total, foram aleatorizados 162 indivíduos para receber a solução etanólica sublingual de buprenorfina na dose de 8 mg/dia (uma dose aproximadamente comparável à dose de 12 mg/dia de buprenorfina/naloxona), ou duas doses relativamente baixas do controlo ativo, uma das quais era 42 suficientemente baixa para servir como alternativa ao placebo, durante uma fase de indução de 3 a 10 dias, uma fase de manutenção de 16 semanas e uma fase de desintoxicação de 7 semanas. A buprenorfina foi titulada até à dose de manutenção no Dia 3; as doses do controlo ativo foram tituladas de forma mais gradual. Analisando a permanência no tratamento e a percentagem de amostras de urina colhidas três vezes por semana que foram negativas relativamente aos opiáceos não incluídos no estudo, concluiu-se que a buprenorfina demonstrou ser mais eficaz do que a dose baixa do fármaco de controlo na manutenção em tratamento dos heroínodependentes e na redução da sua utilização de opiáceos durante o tratamento. A eficácia da buprenorfina 8 mg dia foi semelhante à da dose moderada de controlo ativo, não sendo, contudo, demonstrada equivalência. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Buprenorfina Absorção A buprenorfina, quando administrada por via oral, sofre um metabolismo de primeira passagem verificando-se N-desalquilação e glucuroconjugação no intestino delgado e fígado. A utilização deste medicamento por via oral é, consequentemente, inadequada. O pico das concentrações plasmáticas é atingido 90 minutos após a administração sublingual. Observou-se um aumento dos níveis plasmáticos da buprenorfina com a dose sublingual de buprenorfina/naloxona. Tanto a Cmáx como a AUC da buprenorfina aumentaram com o aumento da dose (no intervalo de 4-16 mg), conquanto o aumento fosse menos do que proporcional à dose. Parâmetro farmacocinético Suboxone 4 mg Suboxone 8 mg Suboxone 16 mg Cmáx ng/ml 1,84 (39) 3,0 (51) 5,95 (38) AUC0-48 hora ng/ml 12,52 (35) 20,22 (43) 34,89 (33) Distribuição A absorção da buprenorfina é seguida de uma fase de distribuição rápida (semivida de distribuição de 2 a 5 horas). Metabolismo e eliminação: A buprenorfina é metabolizada por 14-N-desalquilação e glucuroconjugação da molécula original e do metabolito desalquilado. Os dados clínicos confirmam que o CYP3A4 é responsável pela N-desalquilação da buprenorfina. A N-desalquilbuprenorfina é um agonista -opiáceo com fraca atividade intrínseca. A eliminação da buprenorfina é bi ou triexponencial e a semivida plasmática média é de 32 horas. A buprenorfina é eliminada nas fezes por excreção biliar dos metabolitos glucuroconjugados (70%), sendo a restante fração eliminada na urina. Naloxona Absorção e distribuição Após a administração intravenosa, a naloxona é rapidamente distribuída (semivida de distribuição ~4 minutos). Após a administração oral, a naloxona é praticamente indetetável no plasma; após a administração sublingual de buprenorfina/naloxona, as concentrações plasmáticas de naloxona são baixas, diminuindo rapidamente. Metabolismo O medicamento é metabolizado no fígado, principalmente por conjugação do glucuronido, e excretado na urina. A semivida plasmática média da naloxona é de 1,2 horas. 43 Populações especiais Idosos Não se dispõe de dados farmacocinéticos em doentes idosos. Compromisso renal A eliminação renal desempenha um papel relativamente pequeno (~30%) na depuração global da buprenorfina/naloxona. Não é necessário alterar a dose com base na função renal, mas recomenda-se precaução quando o fármaco é administrado em indivíduos com compromisso renal grave (ver secção 4.3). Compromisso hepático O efeito do compromisso hepático na farmacocinética de buprenorfina e naloxona foi avaliado num estudo pós-comercialização. A tabela 3 sumariza os resultados de um ensaio clínico em indivíduos saudáveis e em indivíduos com compromisso hepático após a administração de uma dose única de Suboxone 2,0/0,5 mg (buprenorfina/naloxona) comprimido sublingual. Tabela 3. Efeito do compromisso hepático nos parâmetros farmacocinéticos de buprenorfina e naloxona após a administração de SUBOXONE (alteração relativa a indivíduos saudáveis) Parâmetro Farmacocinético Cmáx AUClast Compromisso hepático ligeiro (Classe A de Child-Pugh) (n=9) Aumento de 1,2 vezes Idêntico ao grupo de controlo Compromisso hepático moderado (Classe B de Child-Pugh) (n=8) Buprenorfina Aumento de 1,1 vezes Aumento de 1,6 vezes Compromisso hepático grave (Classe C de Child-Pugh) (n=8) Aumento de 1,7 vezes Aumento de 2,8 vezes Naloxona Cmáx AUClast Idêntico ao grupo de controlo Diminuição de 0,2 vezes Aumento de 2,7 vezes Aumento de 11,3 vezes Aumento de 3,2 vezes Aumento de 14,0 vezes Globalmente, a exposição plasmática de buprenorfina aumentou aproximadamente 3 vezes em doentes com compromisso da função hepática grave, enquanto a exposição plasmática de naloxona aumentou 14 vezes com a função hepática gravemente comprometida. 5.3 Dados de segurança pré -clínica A associação de buprenorfina e naloxona foi investigada em estudos de toxicidade aguda e de administração reiterada (até 90 dias em ratos) em animais. Não foi observada potenciação sinérgica da toxicidade. Os efeitos indesejáveis foram baseados na atividade farmacológica conhecida de substâncias agonistas e/ou antagonistas opiáceas. A associação (4:1) de cloridrato de buprenorfina e de cloridrato de naloxona não demonstrou ser mutagénica num ensaio de mutação bacteriana (teste de Ames) nem clastogénica num ensaio citogenético in vitro em linfócitos humanos ou num teste do micronúcleo por via intravenosa, no rato. Os estudos de reprodução com a administração oral de buprenorfina: (proporção de 1:1) indicaram que ocorreu embrioletalidade no rato em presença de toxicidade materna em todas as doses. A dose mais baixa estudada representou múltiplos de exposição de 1x para a buprenorfina e de 5x para a naloxona 44 numa dose máxima terapêutica humana calculada numa base de mg/m². Não se observou toxicidade no desenvolvimento do coelho com doses tóxicas para a mãe. Além disso, não se observou teratogenicidade nem no rato nem no coelho. Não foi realizado um estudo peri-pós-natal com a buprenorfina/naloxona; contudo, a administração oral materna de buprenorfina em doses altas durante a gestação e aleitamento esteve associada a dificuldades no parto (possivelmente devido ao efeito sedativo da buprenorfina), elevada mortalidade neonatal e um ligeiro atraso no desenvolvimento de algumas funções neurológicas (reflexo postural e reflexo de Moro) no rato recém-nascido. No rato, a administração de buprenorfina na dieta em teores de dose iguais ou superiores a 500 ppm induziu redução da fertilidade demonstrada numa redução das taxas de conceção nas fêmeas. A administração na dieta de uma dose de 100 ppm (exposição estimada cerca de 2,4x para a buprenorfina numa dose humana de 24 mg de buprenorfina/naloxona baseada na AUC, os níveis plasmáticos de naloxona estiveram abaixo do limite de deteção no rato) não exerceu qualquer efeito indesejável na fertilidade em fêmeas. Foi realizado um estudo de carcinogenicidade em ratos com buprenorfina/naloxona em doses de 7, 30 e 120 mg/kg/dia, com múltiplos de 3 a 75 vezes da exposição estimada, baseada numa dose sublingual diária humana de 16 mg, calculada numa base de mg/m². Observaram-se aumentos estatisticamente significativos da incidência de adenomas benignos das células intersticiais testiculares (de Leydig) em todos os grupos posológicos. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Lactose mono-hidratada Manitol Amido de milho Povidona K 30 Ácido cítrico anidro Citrato de sódio Estearato de magnésio Acessulfamo potássico Limão natural e essência de lima 6.2 Incompatibilidades Não aplicável. 6.3 Prazo de validade 3 anos 6.4 Precauções especiais de conservação O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagens blister de Papel/Alumínio/Nylon/Alumínio/PVC de 7 comprimidos. Embalagens blister de Papel/Alumínio/Nylon/Alumínio/PVC de 28 comprimidos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Precauções especiais de eliminação 45 Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 103 – 105 Bath Road Slough Berkshire SL1 3UH Reino Unido 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/06/359/005 EU/1/06/359/006 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Data da primeira autorização: 26 de setembro de 2006 Data da última renovação: 26 de setembro de 2011 11. DATA DA REVISÃO DO TEXTO Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu. 46 ANEXO II A. FABRICANTE(S) RESPONSÁVEL(VEIS) PELA LIBERTAÇÃO DO LOTE B. CONDIÇÕES OU RESTRIÇÕES RELATIVAS AO FORNECIMENTO E UTILIZAÇÃO C. OUTRAS CONDIÇÕES E REQUISITOS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO D. CONDIÇÕES OU RESTRIÇÕES RELATIVAS À UTILIZAÇÃO SEGURA E EFICAZ DO MEDICAMENTO 47 A. FABRICANTE(S) RESPONSÁVEL(VEIS) PELA LIBERTAÇÃO DO LOTE Nome e endereço dos fabricantes responsáveis pela libertação do lote Reckitt Benckiser Healthcare (UK) Ltd Dansom Lane Hull, East Yorkshire HU8 7DS Reino Unido B. CONDIÇÕES OU RESTRIÇÕES RELATIVAS AO FORNECIMENTO E UTILIZAÇÃO Medicamento de receita médica especial e restrita, de utilização reservada a certos meios especializados (ver anexo I: Resumo das Características do Medicamento, secção 4.2). C. OUTRAS CONDIÇÕES E REQUISITOS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Relatórios Periódicos de Segurança O titular da autorização de introdução no mercado deverá apresentar relatórios periódicos de segurança atualizados para este medicamento de acordo com os requisitos estabelecidos na lista Europeia de datas de referência (lista EURD), tal como previsto nos termos do n.º 7 do artigo 107.º-c da Diretiva 2001/83 CE.Esta lista encontra-se publicada no portal europeu de medicamentos. D. CONDIÇÕES OU RESTRIÇÕES RELATIVAS À UTILIZAÇÃO SEGURA E EFICAZ DO MEDICAMENTO Plano de Gestão do Risco (PGR) O Titular da AIM deve efetuar as atividades e as intervenções de farmacovigilância requeridas e detalhadas no PGR apresentado no Módulo 1.8.2. da Autorização de Introdução no Mercado, e quaisquer atualizações subsequentes do PGR acordadas. Deve ser apresentado um PGR atualizado: A pedido da Agência Europeia de Medicamentos Sempre que o sistema de gestão do risco for modificado, especialmente como resultado da receção de nova informação que possa levar a alterações significativas no perfil benefício-risco ou como resultado de ter sido atingido um objetivo importante (farmacovigilância ou minimização do risco). Se a apresentação de um RPS coincidir com a atualização de um PGR, ambos podem ser apresentados ao mesmo tempo. 48 ANEXO III ROTULAGEM E FOLHETO INFORMATIVO 49 A. ROTULAGEM 50 INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO SECUNDÁRIO EMBALAGEM DE 7 e 28 COMPRIMIDOS DE 2 mg 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 2 mg/0,5 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona 2. DESCRIÇÃO DA(S) SUBSTÂNCIA(S) ATIVA(S) Cada comprimido sublingual contém 2 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 0,5 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). 3. LISTA DOS EXCIPIENTES Contém lactose mono-hidratada. 4. FORMA FARMACÊUTICA E CONTEÚDO 7 comprimidos sublinguais 28 comprimidos sublinguais 5. MODO E VIA(S) DE ADMINISTRAÇÃO Consultar o folheto informativo antes de utilizar. Via sublingual. Não engolir. Manter o comprimido sob a língua até dissolução. 6. ADVERTÊNCIA ESPECIAL DE QUE O MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DA VISTA E DO ALCANCE DAS CRIANÇAS Manter fora da vista e do alcance das crianças. 7. OUTRAS ADVERTÊNCIAS ESPECIAIS, SE NECESSÁRIO 8. PRAZO DE VALIDADE VAL. 9. CONDIÇÕES ESPECIAIS DE CONSERVAÇÃO 51 10. CUIDADOS ESPECIAIS QUANTO À ELIMINAÇÃO DO MEDICAMENTO NÃO UTILIZADO OU DOS RESÍDUOS PROVENIENTES DESSE MEDICAMENTO, SE APLICÁVEL 11. NOME E ENDEREÇO DO TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 103-105 Bath Road Slough, Berkshire SL1 3UH Reino Unido 12. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/06/359/001 EU/1/06/359/002 13. 7 comprimidos sublinguais de 2 mg 28 comprimidos sublinguais de 2 mg NÚMERO DO LOTE Lote 14. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DISPENSA AO PÚBLICO Medicamento sujeito a receita médica. 15. INSTRUÇÕES DE UTILIZAÇÃO 16. INFORMAÇÃO EM BRAILLE Suboxone 2 mg/0,5 mg comprimidos sublinguais 52 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS BLISTER OU FITAS CONTENTORAS EMBALAGEM DE 7 e 28 COMPRIMIDOS DE 2 mg 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 2 mg/0,5 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona 2. NOME DO TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 3. PRAZO DE VALIDADE VAL. 4. NÚMERO DO LOTE Lote 5. OUTRAS 53 INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO SECUNDÁRIO EMBALAGEM DE 7 e 28 COMPRIMIDOS DE 8 mg 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 8 mg/2 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona 2. DESCRIÇÃO DA(S) SUBSTÂNCIA(S) ATIVA(S) Cada comprimido sublingual contém 8 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 2 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). 3. LISTA DOS EXCIPIENTES Contém lactose mono-hidratada. 4. FORMA FARMACÊUTICA E CONTEÚDO 7 comprimidos sublinguais 28 comprimidos sublinguais 5. MODO E VIA(S) DE ADMINISTRAÇÃO Consultar o folheto informativo antes de utilizar. Via sublingual. Não engolir. Manter o comprimido sob a língua até dissolução. 6. ADVERTÊNCIA ESPECIAL DE QUE O MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DA VISTA E DO ALCANCE DAS CRIANÇAS Manter fora da vista e do alcance das crianças. 7. OUTRAS ADVERTÊNCIAS ESPECIAIS, SE NECESSÁRIO 8. PRAZO DE VALIDADE VAL. 9. CONDIÇÕES ESPECIAIS DE CONSERVAÇÃO 54 10. CUIDADOS ESPECIAIS QUANTO À ELIMINAÇÃO DO MEDICAMENTO NÃO UTILIZADO OU DOS RESÍDUOS PROVENIENTES DESSE MEDICAMENTO, SE APLICÁVEL 11. NOME E ENDEREÇO DO TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 103-105 Bath Road Slough, Berkshire SL1 3UH Reino Unido 12. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/06/359/003 EU/1/06/359/004 13. 7 comprimidos sublinguais de 8 mg 28 comprimidos sublinguais de 8 mg NÚMERO DO LOTE Lote 14. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DISPENSA AO PÚBLICO Medicamento sujeito a receita médica. 15. INSTRUÇÕES DE UTILIZAÇÃO 16. INFORMAÇÃO EM BRAILLE Suboxone 8 mg/2 mg comprimidos sublinguais 55 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS BLISTER OU FITAS CONTENTORAS EMBALAGEM DE 7 e 28 COMPRIMIDOS DE 8 mg 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 8 mg/2 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona 2. NOME DO TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 3. PRAZO DE VALIDADE VAL. 4. NÚMERO DO LOTE Lote 5. OUTRAS 56 INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO SECUNDÁRIO EMBALAGEM DE 7 e 28 COMPRIMIDOS DE 16 mg 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 16 mg/4 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona 2. DESCRIÇÃO DA(S) SUBSTÂNCIA(S) ATIVA(S) Cada comprimido sublingual contém 16 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 4 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). 3. LISTA DOS EXCIPIENTES Contém lactose mono-hidratada. 4. FORMA FARMACÊUTICA E CONTEÚDO 7 comprimidos sublinguais 28 comprimidos sublinguais 5. MODO E VIA(S) DE ADMINISTRAÇÃO Consultar o folheto informativo antes de utilizar. Via sublingual. Não engolir. Manter o comprimido sob a língua até dissolução. 6. ADVERTÊNCIA ESPECIAL DE QUE O MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DA VISTA E DO ALCANCE DAS CRIANÇAS Manter fora da vista e do alcance das crianças. 7. OUTRAS ADVERTÊNCIAS ESPECIAIS, SE NECESSÁRIO 8. PRAZO DE VALIDADE VAL. 9. CONDIÇÕES ESPECIAIS DE CONSERVAÇÃO 57 10. CUIDADOS ESPECIAIS QUANTO À ELIMINAÇÃO DO MEDICAMENTO NÃO UTILIZADO OU DOS RESÍDUOS PROVENIENTES DESSE MEDICAMENTO, SE APLICÁVEL 11. NOME E ENDEREÇO DO TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 103-105 Bath Road Slough, Berkshire SL1 3UH Reino Unido 12. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/06/359/005 EU/1/06/359/006 13. 7 comprimidos sublinguais de 16 mg 28 comprimidos sublinguais de 16 mg NÚMERO DO LOTE Lote 14. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DISPENSA AO PÚBLICO Medicamento sujeito a receita médica. 15. INSTRUÇÕES DE UTILIZAÇÃO 16. INFORMAÇÃO EM BRAILLE Suboxone 16 mg/4 mg comprimidos sublinguais 58 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS BLISTER OU FITAS CONTENTORAS EMBALAGEM DE 7 e 28 COMPRIMIDOS DE 16 mg 1. NOME DO MEDICAMENTO Suboxone 16 mg/4 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona 2. NOME DO TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Indivior UK Limited 3. PRAZO DE VALIDADE VAL. 4. NÚMERO DO LOTE Lote 5. OUTRAS 59 B. FOLHETO INFORMATIVO 60 Folheto informativo: Informação para o utilizador Suboxone 2 mg/0,5 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento, pois contém informação importante para si. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente. Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença. Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4. O que contém este folheto: 1. O que é Suboxone e para que é utilizado 2. O que precisa de saber antes de tomar Suboxone 3. Como tomar Suboxone 4. Efeitos secundários possíveis 5 Como conservar Suboxone 6. Conteúdo da embalagem e outras informações 1. O que é Suboxone e para que é utilizado Suboxone é utilizado para tratar a dependência de opiáceos (narcóticos) como a heroína ou morfina em toxicodependentes que aceitaram receber tratamento para a sua dependência. Suboxone é utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 15 anos de idade que se encontram a receber concomitantemente tratamento médico, social e psicológico. 2. O que precisa de saber antes de tomar Suboxone Não tome Suboxone se tem alergia (hipersensibilidade) à buprenorfina, naloxona ou a qualquer outro componente deste medicamento (indicados na secção 6) se tem problemas respiratórios graves se tem problemas de fígado graves se está intoxicado devido a álcool ou se tem tremores, sudorese, ansiedade, confusão mental ou alucinações causadas pelo álcool se está a tomar medicamentos que contêm naltrexona ou nalmefeno para o tratamento da dependência de álcool ou de opiódes. Advertências e precauções Fale com o seu médico antes de tomar Suboxone, se tiver: asma ou outros problemas respiratórios qualquer doença do fígado, como hepatite tensão arterial baixa sofrido recentemente uma lesão cerebral ou uma doença cerebral alterações urinárias (especialmente associadas ao aumento do volume da próstata nos homens) alguma doença renal problemas de tiroide doença adrenocortical (por exemplo, doença de Addison) 61 Aspetos importantes a ter em consideração: Monitorização adicional Poderá ser cuidadosamente monitorizado pelo seu médico se tiver idade inferior a 18 anos ou superior a 65 anos. Este medicamento não deve ser tomado por menores de 15 anos. Utilização indevida e uso abusivo Este medicamento pode ser um recurso para pessoas que usam abusivamente de medicamentos sujeitos a prescrição médica, devendo ser mantido num local seguro para evitar a sua apropriação por furto. Não dê este medicamento a outra pessoa. Pode causar-lhe a morte ou prejudicá-la de outra forma. Problemas respiratórios Algumas pessoas morreram devido a insuficiência respiratória (incapacidade de respirar) por terem utilizado indevidamente este medicamento ou por o terem tomado juntamente com outros depressores do Sistema Nervoso Central, como o álcool, benzodiazepinas (tranquilizantes) ou outros opiáceos. Este medicamento poderá causar depressão respiratória grave, possivelmente fatal (capacidade reduzida para respirar) em crianças e pessoas não-dependentes que tomaram acidentalmente ou deliberadamente este medicamento. Dependência Este medicamento pode causar dependência. Sintomas de abstinência Este medicamento pode causar sintomas de abstinência se o tomar menos de seis horas após ter utilizado um opiáceo de ação rápida (por exemplo, morfina, heroína) ou menos de 24 horas após ter utilizado um opiáceo de longa duração, como a metadona. Suboxone pode também causar sintomas de abstinência se a sua administração for abruptamente interrompida. Lesões no fígado Têm sido notificados casos de lesão hepática depois da administração de Suboxone, especialmente num contexto de uso incorreto. Isto também pode ser causado por infeções virais (hepatite C crónica), abuso de álcool, anorexia ou pela utilização de outros medicamentos com a capacidade de causarem danos no fígado (ver secção 4). Poderão ser realizadas análises sanguíneas regulares pelo seu médico para monitorizar a condição do seu fígado. Informe o seu médico se tiver quaisquer problemas hepáticos antes de iniciar o tratamento com Suboxone. Pressão arterial Este medicamento pode provocar uma redução súbita da pressão arterial, levando-o a sentir tonturas caso se levante com demasiada rapidez partindo da posição de sentado ou deitado. Diagnóstico de condições médicas não relacionadas Este medicamento pode mascarar os sintomas de dor que poderão ajudar no diagnóstico de algumas doenças. Não se esqueça de informar o seu médico de que está a tomar este medicamento. Outros medicamentos e Suboxone Informe o seu médico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos. 62 Alguns medicamentos podem aumentar os efeitos secundários de Suboxone e podem, ocasionalmente, causar reações muito graves. Não tome outros medicamentos em conjunto com Suboxone sem primeiro falar com o seu médico, especialmente: Benzodiazepinas (utilizadas no tratamento da ansiedade ou das perturbações do sono) como diazepam, temazepam, alprazolam. O seu médico irá prescrever a dose correta para si. Tomar uma dose incorreta de benzodiazepinas pode provocar a morte devido a insuficiência respiratória (incapacidade de respirar). Outros medicamentos que possam causar sonolência utilizados para tratar condições como a ansiedade, insónias, convulsões, dor. Este tipo de medicamentos irá reduzir os seus níveis de alerta dificultando a condução e utilização de máquinas. Podem também causar depressão do sistema nervoso central, o que é muito grave. Eis uma lista de exemplos deste tipo de medicamentos: - outros opiáceos que contenham fármacos como metadona, alguns analgésicos e antitússicos antidepressivos (utilizados para tratar a depressão), como isocarboxazidafenelzina, selegilina, tranilcipromina e valproato, podem potenciar os efeitos deste medicamento. antagonistas dos recetores Hı sedativos (utilizados para tratar reações alérgicas) como a difenidramina e clorofenamina. barbitúricos (utilizados para provocar o sono ou para sedar) como o fenobarbital, secobarbital. tranquilizantes (utilizados para provocar o sono ou para sedar) como o hidrato de cloral. a clonidina (utilizada para tratar a pressão arterial elevada) pode prolongar os efeitos deste medicamento. antirretrovirais (utilizados para tratar o VIH), como ritonavir, nelfinavir, indinavir podem potenciar os efeitos deste medicamento. alguns agentes antifúngicos (utilizados para tratar infeções fúngicas), como o cetoconazol, itraconazol, certos antibióticos podem prolongar os efeitos deste medicamento. alguns medicamentos podem diminuir os efeitos de Suboxone. Estes incluem medicamentos utilizados para tratar a epilepsia (como a carbamazepina e a fenitoína) e medicamentos utilizados para tratar a tuberculose (rifampicina). naltrexona e nalmefeno (medicamentos utilizados para tratar doenças aditivas) podem inibir os efeitos terapêuticos de Suboxone. Não devem ser tomados ao mesmo tempo que Suboxone porque pode notar o aparecimento repentino de sintomas de abstinência prolongados e intensos. Suboxone com alimentos, bebidas e álcool O álcool pode causar sonolência e aumentar o risco de insuficiência respiratória se ingerido concomitantemente com Suboxone. Não tome Suboxone em conjunto com bebidas alcoólicas. Não engula nem ingira quaisquer alimentos ou bebidas enquanto o comprido não estiver completamente dissolvido. Gravidez e amamentação Desconhecem-se os riscos da utilização de Suboxone em mulheres grávidas. Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento. Ele irá decidir se o seu tratamento deve continuar com um medicamento alternativo. Quando administrados durante a gravidez, especialmente na gravidez tardia, medicamentos como o Suboxone podem causar sintomas de abstinência de fármacos, incluindo problemas respiratórios no seu bebé recém-nascido. Estes podem manifestar-se vários dias após o nascimento. Não amamente enquanto toma este medicamento, uma vez que Suboxone passa para o leite materno. Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Condução de veículos e utilização de máquinas 63 Suboxone pode causar sonolência. Isto poderá acontecer com mais frequência nas primeiras semanas do tratamento quando a sua posologia estiver a ser alterada, mas poderá acontecer também se beber álcool ou tomar outros fármacos sedativos durante a utilização de Suboxone. Não conduza veículos, não utilize quaisquer ferramentas ou máquinas nem efetue atividades perigosas até saber de que forma este medicamento o afeta. Suboxone contém lactose Suboxone contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento. 3. Como tomar Suboxone O seu tratamento é prescrito e monitorizado por médicos experientes no tratamento de toxicodependência. O seu médico irá determinar qual a dose ideal para o seu caso. Durante o tratamento, o médico poderá ajustar a dose dependendo da sua resposta. Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico ou farmacêutico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas. Iniciar o tratamento A dose inicial recomendada em adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade é de um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg. Adicionalmente, poderão administrar-se um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg no dia 1, dependendo das suas necessidades. Antes de tomar a primeira dose de Suboxone, devem ser evidentes sinais claros de abstinência. Uma avaliação efetuada pelo seu médico relativamente à sua prontidão para receber o tratamento irá determinar o momento em que irá receber a dose inicial de Suboxone. Iniciar o tratamento com Suboxone em doentes dependentes de heroína Se tiver dependência de heroína ou de um opiáceo de ação rápida, a sua dose inicial de Suboxone deve ser tomada assim que surgirem sinais de abstinência, mas nunca menos de 6 horas após ter utilizado um opiáceo. Iniciar o tratamento com Suboxone em doentes dependentes de metadona Se se encontrar a tomar metadona ou um opiáceo de ação prolongada, a dose de metadona deve idealmente ser reduzida para menos de 30 mg/dia antes de iniciar a terapêutica de Suboxone. A dose inicial de Suboxone deve ser tomada assim que surgirem sinais de abstinência, mas nunca menos de 24 horas após ter utilizado metadona. Tomar Suboxone Tome a dose uma vez por dia colocando os comprimidos debaixo da língua. Mantenha os comprimidos sob a língua até se dissolverem completamente. Isto poderá demorar entre 5 a 10 minutos. Não mastigue nem engula os comprimidos, uma vez que o medicamento não irá funcionar e poderá sofrer sintomas de abstinência. Não consuma alimentos ou bebidas enquanto os comprimidos não se dissolverem completamente. 64 Como retirar o comprimido do blister: 1 – Não pressione o comprimido através do selo. 1 2 3 2 - Retire apenas uma secção da embalagem blister, rasgando pela linha perfurada. 3 – Puxe o selo na parte posterior, começando pela extremidade com a ponta levantada, e retire o comprimido. Se o blister estiver danificado, não utilize o comprimido. Ajuste posológico e terapêutica de manutenção: Nos dias seguintes ao tratamento inicial, o seu médico poderá aumentar a dose de Suboxone que toma, dependendo das suas necessidades. Consulte o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que o efeito de Suboxone é demasiado forte ou demasiado fraco. A dose máxima diária é de 24 mg.Após um período de tratamento eficaz, o médico poderá reduzir gradualmente a dose até uma dose de manutenção mais baixa. Interrupção do tratamento Dependendo da sua situação, a dose de Suboxone pode continuar a ser reduzida, sob cuidadosa vigilância médica, até eventualmente acabar por se interromper o tratamento. Não altere de forma alguma nem suspenda o tratamento sem a prévia concordância do médico responsável pelo seu tratamento. Se tomar mais Suboxone do que deveria Se você ou outra pessoa tomar uma dose demasiado elevada deste medicamento, deve dirigir-se ou ser levado imediatamente para um serviço de emergência ou hospital para tratamento de uma sobredosagem com Suboxone, uma vez que este medicamento pode provocar problemas respiratórios graves e fatais. Os sintomas de sobredosagem podem incluir sonolência e falta de coordenação com reflexos mais lentos, visão turva e/ou fala incompreensível. Poderá sentir que não consegue pensar claramente e que está a respirar muito mais lentamente do que o habitual. 65 Caso se tenha esquecido de tomar Suboxone Informe imediatamente o seu médico caso se esqueça de tomar uma dose. Se parar de tomar Suboxone Não altere de forma alguma nem suspenda o tratamento sem a prévia concordância do médico responsável pelo seu tratamento. A suspensão súbita do tratamento pode causar sintomas de abstinência. Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico. 4. Efeitos secundários possíveis Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários, embora estes não se manifestem em todas as pessoas. Informe imediatamente o seu médico se detetar efeitos secundários, tais como: tumefação (inchaço) da face, lábios, língua ou garganta que possa causar dificuldade de deglutição ou a respirar, urticária/ erupção na pele grave. Estes podem ser sinais de uma reação alérgica potencialmente fatal. sentir-se sonolento e com falta de coordenação de movimentos, visão turva, discurso incompreensível, não conseguir pensar bem ou claramente, ou caso a sua respiração se torne muito mais lenta do que é normal para si. Informe também imediatamente o seu médico se detetar efeitos secundários, tais como: fadiga intensa, prurido acompanhado de amarelecimento da pele ou dos olhos. Estes podem ser sintomas de danos no fígado. ver ou ouvir coisas que não existem (alucinações). Efeitos secundários de Suboxone Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em cada 10 pessoas): Insónia (incapacidade de dormir), obstipação, náuseas, sudorese excessiva, cefaleias, síndrome de abstinência de fármacos Efeitos secundários frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas): Perda de peso, tumefação (das mãos e dos pés), sonolência, ansiedade, nervosismo, formigueiro, depressão, diminuição do desejo sexual, aumento da tensão muscular, pensamento anormal, aumento de lacrimação (olhos lacrimejantes) ou outro distúrbio lacrimal, visão turva, afrontamento, tensão arterial, aumentada, enxaquecas, nariz com corrimento, faringite, deglutição dolorosa, aumento da tosse, indisposição gástrica ou outro desconforto no estômago, diarreia, funcionamento hepático anormal, flatulência, vómitos, erupção cutânea, prurido, urticária, dor, dor articular, dor muscular, cãibras na perna (espasmo muscular), dificuldade em obter ou manter uma ereção, anormalidade na urina, dor abdominal, dorsalgia, fraqueza, infeção, calafrios, dor torácica, febre, sintomas semelhantes a uma gripe, sensação de desconforto geral, lesão traumática acidental causada por falta de atenção ou coordenação, desmaio e tonturas. Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas): Gânglios tumefatos (gânglios linfáticos), agitação, tremores, sonhos anormais, atividade muscular excessiva, despersonalização (não se sentir como se fosse si próprio), dependência medicamentosa, amnésia (perturbação da memória), perda de interesse, sensação exagerada de bem-estar, convulsões (ataques), deficiência da fala, redução do tamanho das pupilas, dificuldade a urinar, inflamação ou infeção dos olhos, batimentos 66 cardíacos lentos ou acelerados, tensão arterial baixa, palpitações, enfarte do miocárdio (ataque do coração), aperto torácico, dispneia, asma, bocejo, dor e lesões na língua, descoloração da língua, acne, nódulo cutâneo, perda de cabelo, pele seca ou a descamar, inflamação articular, infeção do trato urinário, análises sanguíneas anormais, sangue presente na urina, ejaculação anormal, problemas menstruais ou vaginais, pedras no rim, proteína na urina, dor ou dificuldade ao urinar, sensibilidade ao calor ou ao frio, golpe de calor, perda de apetite e sentimentos de hostilidade. Desconhecido (não é possível fazer uma estimativa a partir dos dados disponíveis): Súbita manifestação de síndrome de abstinência causado por tomar Suboxone pouco tempo depois de iniciar a utilização de opiáceos ilícitos, síndrome de abstinência de fármacos em recém-nascido. Respiração lenta ou com dificuldade, lesão no fígado com ou sem icterícia, alucinações, inchaço da face e da garganta ou reações alérgicas associadas a risco de vida, queda na pressão arterial na mudança da posição sentada ou deitada para de pé. A utilização indevida deste fármaco por via intravenosa pode causar sintomas de abstinência, infeções, outras reações cutâneas e problemas hepáticos potencialmente graves (ver "Advertências e precauções"). Comunicação de efeitos secundários Se tiver qualquer um dos efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá comunicar efeitos secundários diretamente através do sistema nacional de comunicações indicado no Anexo V. Ao comunicar efeitos secundários, está a ajudar a reunir mais informações sobre a segurança deste medicamento. 5. Como conservar Suboxone Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças e de outros membros do agregado familiar. Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado. Este medicamento não precisa de quaisquer precauções especiais de conservação. No entanto, Suboxone pode ser um recurso para pessoas que usam abusivamente de medicamentos sujeitos a prescrição médica. Conservar este medicamento num local seguro para o proteger contra roubo. Guardar o blister em segurança. Nunca abrir o blister antecipadamente. Não tomar este medicamento na presença de crianças. Contactar imediatamente uma unidade de emergência em caso de ingestão acidental ou de suspeita de ingestão. Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente. 6. Conteúdo da embalagem e outras informações Qual a composição de Suboxone 67 - As substâncias ativas são a buprenorfina e a naloxona. Cada comprimido sublingual de Suboxone 2 mg/0,5 mg contém 2 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 0,5 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). Os outros componentes são a lactose mono-hidratada, manitol, amido de milho, povidona K30, ácido cítrico anidro, citrato de sódio, estearato de magnésio, acessulfamo potássico e limão natural e essência de lima. Qual o aspeto de Suboxone e conteúdo da embalagem Os comprimidos sublinguais de Suboxone 2 mg/0,5 mg são comprimidos brancos hexagonais, biconvexos, com 6,5 mm e com a impressão “N2” numa face. Em embalagens de 7 e 28 comprimidos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Indivior UK Limited 103-105 Bath Road Slough Berkshire SL1 3UH Reino Unido Tel. + 800 270 81 901 Fabricante: Reckitt Benckiser Healthcare (UK) Ltd, Dansom Lane, Hull, East Yorkshire HU8 7DS, Reino Unido. Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do Titular da Autorização de Introdução no Mercado: België/Belgique/Belgien, България, Česká republika, Danmark, Deutschland, Eesti, Ελλάδα, España, Hrvatska, Ireland, Ísland, Italia, Κύπρος, Latvija, Lietuva, Luxembourg/Luxemburg, Magyarország, Malta, Nederland, Norge, Österreich, Polska, Portugal, România, Slovenija, Slovenská republika, Suomi/Finland, Sverige, United Kingdom. Indivior UK Limited Telefone +800 270 81 901 Email: [email protected] France Indivior UK Limited Telefone 0800 909 972 Email: [email protected] Este folheto foi revisto pela última vez em Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu 68 Folheto informativo: Informação para o utilizador Suboxone 8 mg/2 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento, pois contém informação importante para si. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente. Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença. Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4. O que contém este folheto: 1. O que é Suboxone e para que é utilizado 2. O que precisa de saber antes de tomar Suboxone 3. Como tomar Suboxone 4. Efeitos secundários possíveis 5 Como conservar Suboxone 6. Conteúdo da embalagem e outras informações 1. O que é Suboxone e para que é utilizado Suboxone é utilizado para tratar a dependência de opiáceos (narcóticos) como a heroína ou morfina em toxicodependentes que aceitaram receber tratamento para a sua dependência. Suboxone é utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 15 anos de idade que se encontram a receber concomitantemente tratamento médico, social e psicológico. 2. O que precisa de saber antes de tomar Suboxone Não tome Suboxone se tem alergia (hipersensibilidade) à buprenorfina, naloxona ou a qualquer outro componente deste medicamento (indicados na secção 6) se tem problemas respiratórios graves se tem problemas de fígado graves se está intoxicado devido a álcool ou se tem tremores, sudorese, ansiedade, confusão mental ou alucinações causadas pelo álcool se está a tomar medicamentos que contêm naltrexona ou nalmefeno para o tratamento da dependência de álcool ou de opiódes. Advertências e precauções Fale com o seu médico antes de tomar Suboxone se tiver: asma ou outros problemas respiratórios qualquer doença do fígado, como hepatite tensão arterial baixa sofrido recentemente uma lesão cerebral ou doença cerebral alterações urinárias (especialmente associadas a aumento do volume da próstata nos homens) alguma doença renal. problemas de tiroide doença adrenocortical (por exemplo, doença de Addison) 69 Aspetos importantes a ter em consideração: Monitorização adicional Poderá ser cuidadosamente monitorizado pelo seu médico se tiver idade inferior a 18 anos ou superior a 65 anos. Este medicamento não deve ser tomado por menores de 15 anos. Utilização indevida e uso abusivo Este medicamento pode ser um recurso para pessoas que usam abusivamente de medicamentos sujeitos a prescrição médica, devendo ser mantido num local seguro para evitar a sua apropriação por furto. Não dê este medicamento a outra pessoa. Pode causar-lhe a morte ou prejudicá-la de outra forma. Problemas respiratórios Algumas pessoas morreram devido a insuficiência respiratória (incapacidade de respirar) por terem utilizado indevidamente este medicamento ou por o terem tomado juntamente com outros depressores do Sistema Nervoso Central, como o álcool, benzodiazepinas (tranquilizantes) ou outros opiáceos. Este medicamento poderá causar depressão respiratória grave, possivelmente fatal (capacidade reduzida para respirar) em crianças e pessoas não-dependentes que tomaram acidentalmente ou deliberadamente este medicamento. Dependência Este medicamento pode causar dependência. Sintomas de abstinência Este medicamento pode causar sintomas de abstinência se o tomar menos de seis horas após ter utilizado um opiáceo de ação rápida (por exemplo, morfina, heroína) ou menos de 24 horas após ter utilizado um opiáceo de longa duração, como a metadona. Suboxone pode também causar sintomas de abstinência se a sua administração for abruptamente interrompida. Lesões no fígado Têm sido notificados casos de lesão hepática depois da administração de Suboxone, especialmente num contexto de uso incorreto. Isto também pode ser causado por infeções virais (hepatite C crónica), uso abusivo de álcool, anorexia ou pela utilização de outros medicamentos com a capacidade de causarem danos no fígado (ver secção 4). Poderão ser realizadas análises sanguíneas regulares pelo seu médico para monitorizar a condição do seu fígado. Informe o seu médico se tiver quaisquer problemas hepáticos antes de iniciar o tratamento com Suboxone. Pressão arterial Este medicamento pode provocar uma redução súbita da pressão arterial, levando-o a sentir tonturas caso se levante com demasiada rapidez partindo da posição de sentado ou deitado. Diagnóstico de condições médicas não relacionadas Este medicamento pode mascarar os sintomas de dor que poderão ajudar no diagnóstico de algumas doenças. Não se esqueça de informar o seu médico de que está a tomar este medicamento. Outros medicamentos e Suboxone Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos. 70 Alguns medicamentos podem aumentar os efeitos secundários de Suboxone e podem, ocasionalmente, causar reações muito graves. Não tome outros medicamentos em conjunto com Suboxone sem primeiro falar com o seu médico, especialmente: Benzodiazepinas (utilizadas para tratar a ansiedade ou perturbações do sono), como diazepam, temazepam, alprazolam). O seu médico irá prescrever a dose correta para si. Tomar uma dose incorreta de benzodiazepinas pode provocar a morte devido a insuficiência respiratória (incapacidade de respirar). Outros medicamentos que possam causar sonolência utilizados para tratar condições como a ansiedade, insónias, convulsões, dor. Este tipo de medicamentos irá reduzir os seus níveis de alerta dificultando a condução e utilização de máquinas. Podem também causar depressão do sistema nervoso central, o que é muito grave. Eis uma lista de exemplos deste tipo de medicamentos: - outros opiáceos que contenham fármacos como metadona, alguns analgésicos e antitússicos antidepressivos (utilizados para tratar a depressão) como isocarboxazida fenelzina, selegilina, tranilcipromina e valproato podem potenciar os efeitos deste medicamento. antagonistas dos recetores Hı sedativos (utilizados para tratar reações alérgicas) como a difenidramina e clorofenamina. barbitúricos (utilizados para provocar o sono ou para sedar) como o fenobarbital, secobarbital tranquilizantes (utilizados para provocar o sono ou para sedar) como o hidrato de cloral. a clonidina (utilizada para tratar a pressão arterial elevada) pode prolongar os efeitos deste medicamento. antirretrovirais (utilizados para tratar a VIH), como ritonavir, nelfinavir, indinavir podem potenciar os efeitos deste medicamento. alguns agentes antifúngicos (utilizados para tratar infeções fúngicas), como o cetoconazol, itraconazol, certos antibióticos podem prolongar os efeitos deste medicamento. alguns medicamentos podem diminuir os efeitos de Suboxone. Estes incluem medicamentos utilizados para tratar a epilepsia (como a carbamazepina e a fenitoína) e medicamentos utilizados para tratar a tuberculose (rifampicina). naltrexona e nalmefeno (medicamentos utilizados para tratar doenças aditivas) podem inibir os efeitos terapêuticos de Suboxone. Não devem ser tomados ao mesmo tempo que Suboxone porque pode notar o aparecimento repentino de sintomas de abstinência prolongados e intensos. Suboxone com alimentos, bebidas e álcool O álcool pode aumentar a sonolência e o risco de insuficiência respiratória se ingerido concomitantemente com Suboxone. Não tome Suboxone em conjunto com bebidas alcoólicas. Não engula nem ingira quaisquer alimentos ou bebidas enquanto o comprimido não estiver completamente dissolvido. Gravidez e amamentação Desconhecem-se os riscos da utilização de Suboxone em mulheres grávidas. Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.Ele irá decidir se o seu tratamento deve continuar com um medicamento alternativo. Quando administrados durante a gravidez, especialmente no final da gravidez, medicamentos como Suboxone podem causar sintomas de abstinência de fármacos, incluindo problemas respiratórios no seu bebé recém-nascido. Não amamente enquanto toma este medicamento, uma vez que Suboxone passa para o leite materno. Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Condução de veículos e utilização de máquinas 71 Suboxone pode causar sonolência. Isto poderá acontecer com mais frequência nas primeiras semanas do tratamento quando a sua posologia estiver a ser alterada, mas poderá acontecer também se beber álcool ou tomar outros fármacos sedativos durante a utilização de Suboxone. Não conduza veículos, não utilize quaisquer ferramentas ou máquinas nem efetue atividades perigosas até saber de que forma este medicamento o afeta. Suboxone contém lactose Suboxone contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento. 3. Como tomar Suboxone O seu tratamento é prescrito e monitorizado por médicos experientes no tratamento de toxicodependência. O seu médico irá determinar qual a dose ideal para o seu caso. Durante o tratamento, o médico poderá ajustar a dose dependendo da sua resposta. Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico ou farmacêutico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas. Iniciar o tratamento A dose inicial recomendada em adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade é de um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg. Adicionalmente, poderão administrar-se um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg no dia 1, dependendo das suas necessidades. Antes de tomar a primeira dose de Suboxone, devem ser evidentes sinais claros de abstinência. Uma avaliação efetuada pelo seu médico relativamente à sua prontidão para receber o tratamento irá determinar o momento em que irá receber a dose inicial de Suboxone. Iniciar o tratamento com Suboxone em doentes dependentes de heroína Se tiver dependência de heroína ou de um opiáceo de ação rápida, a sua dose inicial de Suboxone deve ser tomada assim que surgirem sinais de abstinência, mas nunca menos de 6 horas após ter utilizado um opiáceo. Iniciar o tratamento com Suboxone em doentes dependentes de metadona Se se encontrar a tomar metadona ou um opiáceo de ação prolongada, a dose de metadona deve idealmente ser reduzida para menos de 30 mg/dia antes de iniciar a terapêutica de Suboxone. A dose inicial de Suboxone deve ser tomada assim que surgirem sinais de abstinência, mas nunca menos de 24 horas após ter utilizado metadona. Tomar Suboxone Tome a dose uma vez por dia colocando os comprimidos debaixo da língua. Mantenha os comprimidos sob a língua até que estes se dissolvam completamente. Isto poderá demorar entre 5 a 10 minutos. Não mastigue nem engula os comprimidos, uma vez que o medicamento não irá funcionar e poderá sofrer sintomas de abstinência. Não consuma alimentos ou bebidas enquanto os comprimidos não se dissolverem completamente. 72 Como retirar o comprimido do blister: 1 – Não pressione o comprimido através do selo. 1 2 2 - Retire apenas uma secção da embalagem blister, rasgando pela linha perfurada. 3 3 – Puxe o selo na parte posterior, começando pela extremidade com a ponta levantada, e retire o comprimido. Se o blister estiver danificado, não utilize o comprimido. Ajuste posológico e terapêutica de manutenção: Nos dias seguintes ao tratamento inicial, o seu médico poderá aumentar a dose de Suboxone que toma, dependendo das suas necessidades. Consulte o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que o efeito de Suboxone é demasiado forte ou demasiado fraco. A dose máxima diária é de 24 mg. Após um período de tratamento eficaz, o médico poderá reduzir gradualmente a dose até uma dose de manutenção mais baixa. Interrupção do tratamento Dependendo da sua situação, a dose de Suboxone pode continuar a ser reduzida, sob cuidadosa vigilância médica, até eventualmente acabar por se interromper o tratamento. Não altere de forma alguma nem suspenda o tratamento sem a prévia concordância do médico responsável pelo seu tratamento. Se tomar mais Suboxone do que deveria Se você ou outra pessoa tomar uma dose demasiado elevada deste medicamento, deve dirigir-se ou ser levado imediatamente para um serviço de emergência ou hospital para tratamento de uma sobredosagem com Suboxone, uma vez que este medicamento pode provocar problemas respiratórios graves e fatais. Os sintomas de sobredosagem podem incluir sonolência e falta de coordenação com reflexos mais lentos, visão turva e/ou fala incompreensível. Pode sentir que não consegue pensar claramente e que está a respirar muito mais lentamente do que o habitual. 73 Caso se tenha esquecido de tomar Suboxone Informe imediatamente o seu médico caso se esqueça de tomar uma dose. Se parar de tomar Suboxone Não altere de forma alguma nem suspenda o tratamento sem a prévia concordância do médico responsável pelo seu tratamento. A suspensão súbita do tratamento pode causar sintomas de abstinência. Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico. 4. Efeitos secundários possíveis Como todos os medicamentos, Suboxone pode causar efeitos secundários, embora estes não se manifestem em todas as pessoas. Informe imediatamente o seu médico se detetar efeitos secundários, tais como: tumefação (inchaço) da face, lábios, língua ou garganta que possa causar dificuldade de deglutição ou a respirar, urticária/erupção na pele grave. Estes sintomas podem ser sinais de uma reação alérgica potencialmente fatal. sentir-se sonolento e com falta de coordenação dos movimentos, visão turva, ter discurso incompreensível, não conseguir faltar bem ou claramente, ou caso a sua respiração se torne muito mais lenta do que é normal para si. Informe também imediatamente o seu médico se detetar efeitos secundários, tais como: fadiga intensa, prurido acompanhado de amarelecimento da pele ou dos olhos. Estes podem ser sintomas de danos no fígado. ver ou ouvir coisas que não existem (alucinações) Efeitos secundários de Suboxone Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em cada 10 pessoas): Insónia (incapacidade de dormir), obstipação, náuseas, sudorese excessiva, cefaleias, síndrome de abstinência de fármacos Efeitos secundários frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas): Perda de peso, tumefação (das mãos e dos pés), sonolência, ansiedade, nervosismo, formigueiro, depressão, diminuição do desejo sexual, aumento da tensão muscular, pensamento anormal, aumento de lacrimação (olhos lacrimejantes) ou outro distúrbio lacrimal, visão turva, afrontamento, tensão arterial, aumentada, enxaquecas, nariz com corrimento, faringite, deglutição dolorosa, aumento da tosse, indisposição gástrica ou outro desconforto no estômago, diarreia, funcionamento hepático anormal, flatulência, vómitos, erupção cutânea, prurido, urticária, dor, dor articular, dor muscular, cãibras na perna (espasmo muscular), dificuldade em obter ou manter uma ereção, anormalidade na urina, dor abdominal, dorsalgia, fraqueza, infeção, calafrios, dor torácica, febre, sintomas semelhantes a uma gripe, sensação de desconforto geral, lesão traumática acidental causada por falta de atenção ou coordenação, desmaio e tonturas. Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar até 1 a cada 100 pessoas): Gânglios tumefatos (gânglios linfáticos), agitação, tremores, sonhos anormais, atividade muscular excessiva, despersonalização (não se sentir como se fosse si próprio), dependência medicamentosa, amnésia (perturbação da memória), perda de interesse, sensação exagerada de bem-estar, convulsões (ataques), deficiência da fala, redução do tamanho das pupilas, 74 dificuldade a urinar, inflamação ou infeção dos olhos, batimentos cardíacos lentos ou acelerados, tensão arterial baixa, palpitações, enfarte do miocárdio (ataque do coração), aperto torácico, dispneia, asma, bocejo, dor e lesões na língua, descoloração da língua, acne, nódulo cutâneo, perda de cabelo, pele seca ou a descamar, inflamação articular, infeção do trato urinário, análises sanguíneas anormais, sangue presente na urina, ejaculação anormal, problemas menstruais ou vaginais, pedras no rim, proteína na urina, dor ou dificuldade ao urinar, sensibilidade ao calor ou ao frio, golpe de calor, perda de apetite e sentimentos de hostilidade. Desconhecido (não é possível fazer uma estimativa a partir dos dados disponíveis): Súbita manifestação de síndrome de abstinência causado por tomar Suboxone pouco tempo depois de iniciar a utilização de opiáceos ilícitos, síndrome de abstinência de fármacos em recém-nascido. Respiração lenta ou com dificuldade, lesão no fígado com ou sem icterícia, alucinações, inchaço da face e da garganta ou reações alérgicas associadas a risco de vida, queda na pressão arterial na mudança da posição sentada ou deitada para de pé. A utilização indevida deste fármaco por via intravenosa pode causar sintomas de abstinência, infeções, outras reações cutâneas e problemas hepáticos potencialmente graves (ver "Advertências e precauções"). Comunicação de efeitos secundários Se tiver qualquer um dos efeitos secundários, fale com o seu médico. Se tiver qualquer um dos efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá comunicar efeitos secundários diretamente através do sistema nacional de comunicações indicado no Anexo V. Ao comunicar efeitos secundários, está a ajudar a reunir mais informações sobre a segurança deste medicamento. 5. Como conservar Suboxone Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças e de outros membros do agregado familiar. Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado. Este medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. No entanto, Suboxone pode ser um recurso para pessoas que usam abusivamente de medicamentos sujeitos a prescrição médica. Conservar este medicamento num local seguro para o proteger contra roubo. Guardar o blister em segurança. Nunca abrir o blister antecipadamente. Não tomar este medicamento na presença de crianças. Contactar imediatamente uma unidade de emergência em caso de ingestão acidental ou de suspeita de ingestão. Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente. 6. Conteúdo da embalagem e outras informações Qual a composição de Suboxone 75 - As substâncias ativas são a buprenorfina e a naloxona. Cada comprimido sublingual de Suboxone 8 mg/2 mg contém 8 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 2 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). Os outros componentes são a lactose mono-hidratada, manitol, amido de milho, povidona K30, ácido cítrico anidro, citrato de sódio, estearato de magnésio, acessulfamo potássico e limão natural e essência de lima. Qual o aspeto de Suboxone e conteúdo da embalagem Os comprimidos sublinguais de Suboxone 8 mg/2 mg são comprimidos brancos hexagonais, biconvexos, com 11 mm e com a impressão “N8” numa face. Em embalagens de 7 e 28 comprimidos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Indivior UK Limited 103-105 Bath Road Slough Berkshire SL1 3UH Reino Unido Tel. + 800 270 81 901 Fabricante: Reckitt Benckiser Healthcare (UK) Ltd, Dansom Lane, Hull, East Yorkshire HU8 7DS, Reino Unido. Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do Titular da Autorização de Introdução no Mercado: België/Belgique/Belgien, България, Česká republika, Danmark, Deutschland, Eesti, Ελλάδα, España, Hrvatska, Ireland, Ísland, Italia, Κύπρος, Latvija, Lietuva, Luxembourg/Luxemburg, Magyarország, Malta, Nederland, Norge, Österreich, Polska, Portugal, România, Slovenija, Slovenská republika, Suomi/Finland, Sverige, United Kingdom. Indivior UK Limited Telefone +800 270 81 901 Email: [email protected] France Indivior UK Limited Telefone 0800 909 972 Email: [email protected] Este folheto foi revisto pela última vez em Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu 76 Folheto informativo: Informação para o utilizador Suboxone 16 mg/4 mg comprimidos sublinguais buprenorfina/naloxona Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento, pois contém informação importante para si. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente. Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença. Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados neste folheto, fale com o seu médico. Ver secção 4. O que contém este folheto: 1. O que é Suboxone e para que é utilizado 2. O que precisa de saber antes de tomar Suboxone 3. Como tomar Suboxone 4. Efeitos secundários possíveis 5 Como conservar Suboxone 6. Conteúdo da embalagem e outras informações 1. O que é Suboxone e para que é utilizado Suboxone é utilizado para tratar a dependência de opiáceos (narcóticos) como a heroína ou morfina em toxicodependentes que aceitaram receber tratamento para a sua dependência. Suboxone é utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 15 anos de idade que se encontram a receber concomitantemente tratamento médico, social e psicológico. 2. O que precisa de saber antes de tomar Suboxone Não tome Suboxone se tem alergia (hipersensibilidade) à buprenorfina, naloxona ou a qualquer outro componente deste medicamento (indicados na secção 6) se tem problemas respiratórios graves se tem problemas de fígado graves se está intoxicado devido a álcool ou se tem tremores, sudorese, ansiedade, confusão mental ou alucinações causadas pelo álcool se está a tomar medicamentos que contêm naltrexona ou nalmefeno para o tratamento da dependência de álcool ou de opiódes. Advertências e pre cauções Fale com o seu médico antes de tomar Suboxone, se tiver: asma ou outros problemas respiratórios qualquer doença do fígado, como hepatite tensão arterial baixa sofrido recentemente uma lesão cerebral ou uma doença cerebral alterações urinárias (especialmente associadas ao aumento do volume da próstata nos homens) alguma doença renal problemas de tiroide doença adrenocortical (por exemplo, doença de Addison) 77 Aspetos importantes a ter em consideração: Monitorização adicional Poderá ser cuidadosamente monitorizado pelo seu médico se tiver idade inferior a 18 anos ou superior a 65 anos. Este medicamento não deve ser tomado por menores de 15 anos. Utilização indevida e uso abusivo Este medicamento pode ser um recurso para pessoas que usam abusivamente de medicamentos sujeitos a prescrição médica, devendo ser mantido num local seguro para evitar a sua apropriação por furto. Não dê este medicamento a outra pessoa. Pode causar-lhe a morte ou prejudicá-la de outra forma. Problemas respiratórios Algumas pessoas morreram devido a insuficiência respiratória (incapacidade de respirar) por terem utilizado indevidamente este medicamento ou por o terem tomado juntamente com outros depressores do Sistema Nervoso Central, como o álcool, benzodiazepinas (tranquilizantes) ou outros opiáceos. Este medicamento poderá causar depressão respiratória grave, possivelmente fatal (capacidade reduzida para respirar) em crianças e pessoas não-dependentes que tomaram acidentalmente ou deliberadamente este medicamento. Dependência Este medicamento pode causar dependência. Sintomas de abstinência Este medicamento pode causar sintomas de abstinência se o tomar menos de seis horas após ter utilizado um opiáceo de ação rápida (por exemplo, morfina, heroína) ou menos de 24 horas após ter utilizado um opiáceo de longa duração, como a metadona. Suboxone pode também causar sintomas de abstinência se a sua administração for abruptamente interrompida. Lesões no fígado Têm sido notificados casos de lesão hepática depois da administração de Suboxone, especialmente num contexto de uso incorreto. Isto também pode ser causado por infeções virais (hepatite C crónica), abuso de álcool, anorexia ou pela utilização de outros medicamentos com a capacidade de causarem danos no fígado (ver secção 4). Poderão ser realizadas análises sanguíneas regulares pelo seu médico para monitorizar a condição do seu fígado. Informe o seu médico se tiver quaisquer problemas hepáticos antes de iniciar o tratamento com Suboxone. Pressão arterial Este medicamento pode provocar uma redução súbita da pressão arterial, levando-o a sentir tonturas caso se levante com demasiada rapidez partindo da posição de sentado ou deitado. Diagnóstico de condições médicas não relacionadas Este medicamento pode mascarar os sintomas de dor que poderão ajudar no diagnóstico de algumas doenças. Não se esqueça de informar o seu médico de que está a tomar este medicamento. Outros medicamentos e Suboxone Informe o seu médico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos. 78 Alguns medicamentos podem aumentar os efeitos secundários de Suboxone e podem, ocasionalmente, causar reações muito graves. Não tome outros medicamentos em conjunto com Suboxone sem primeiro falar com o seu médico, especialmente: Benzodiazepinas (utilizadas no tratamento da ansiedade ou das perturbações do sono) como diazepam, temazepam, alprazolam. O seu médico irá prescrever a dose correta para si. Tomar uma dose incorreta de benzodiazepinas pode provocar a morte devido a insuficiência respiratória (incapacidade de respirar). Outros medicamentos que possam causar sonolência utilizados para tratar condições como a ansiedade, insónias, convulsões, dor. Este tipo de medicamentos irá reduzir os seus níveis de alerta dificultando a condução e utilização de máquinas. Podem também causar depressão do sistema nervoso central, o que é muito grave. Eis uma lista de exemplos deste tipo de medicamentos: - outros opiáceos que contenham fármacos como metadona, alguns analgésicos e antitússicos antidepressivos (utilizados para tratar a depressão), como isocarboxazidafenelzina, selegilina, tranilcipromina e valproato, podem potenciar os efeitos deste medicamento. antagonistas dos recetores Hı sedativos (utilizados para tratar reações alérgicas) como a difenidramina e clorofenamina. barbitúricos (utilizados para provocar o sono ou para sedar) como o fenobarbital, secobarbital. tranquilizantes (utilizados para provocar o sono ou para sedar) como o hidrato de cloral. a clonidina (utilizada para tratar a pressão arterial elevada) pode prolongar os efeitos deste medicamento. antirretrovirais (utilizados para tratar o VIH), como ritonavir, nelfinavir, indinavir podem potenciar os efeitos deste medicamento. alguns agentes antifúngicos (utilizados para tratar infeções fúngicas), como o cetoconazol, itraconazol, certos antibióticos podem prolongar os efeitos deste medicamento. alguns medicamentos podem diminuir os efeitos de Suboxone. Estes incluem medicamentos utilizados para tratar a epilepsia (como a carbamazepina e a fenitoína) e medicamentos utilizados para tratar a tuberculose (rifampicina). naltrexona e nalmefeno (medicamentos utilizados para tratar doenças aditivas) podem inibir os efeitos terapêuticos de Suboxone. Não devem ser tomados ao mesmo tempo que Suboxone porque pode notar o aparecimento repentino de sintomas de abstinência prolongados e intensos. Suboxone com alimentos, bebidas e álcool O álcool pode causar sonolência e aumentar o risco de insuficiência respiratória se ingerido concomitantemente com Suboxone. Não tome Suboxone em conjunto com bebidas alcoólicas. Não engula nem ingira quaisquer alimentos ou bebidas enquanto o comprido não estiver completamente dissolvido. Gravidez e amamentação Desconhecem-se os riscos da utilização de Suboxone em mulheres grávidas. Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento. Ele irá decidir se o seu tratamento deve continuar com um medicamento alternativo. Quando administrados durante a gravidez, especialmente na gravidez tardia, medicamentos como o Suboxone podem causar sintomas de abstinência de fármacos, incluindo problemas respiratórios no seu bebé recém-nascido. Estes podem manifestar-se vários dias após o nascimento. Não amamente enquanto toma este medicamento, uma vez que Suboxone passa para o leite materno. Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. 79 Condução de veículos e utilização de máquinas Suboxone pode causar sonolência. Isto poderá acontecer com mais frequência nas primeiras semanas do tratamento quando a sua posologia estiver a ser alterada, mas poderá acontecer também se beber álcool ou tomar outros fármacos sedativos durante a utilização de Suboxone. Não conduza veículos, não utilize quaisquer ferramentas ou máquinas nem efetue atividades perigosas até saber de que forma este medicamento o afeta. Suboxone contém lactose Suboxone contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento. 3. Como tomar Suboxone O seu tratamento é prescrito e monitorizado por médicos experientes no tratamento de toxicodependência. O seu médico irá determinar qual a dose ideal para o seu caso. Durante o tratamento, o médico poderá ajustar a dose dependendo da sua resposta. Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico ou farmacêutico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas. Iniciar o tratamento A dose inicial recomendada em adultos e adolescentes com mais de 15 anos de idade é de um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg. Adicionalmente, poderão administrar-se um a dois comprimidos de Suboxone 2 mg/0,5 mg no dia 1, dependendo das suas necessidades. Antes de tomar a primeira dose de Suboxone, devem ser evidentes sinais claros de abstinência. Uma avaliação efetuada pelo seu médico relativamente à sua prontidão para receber o tratamento irá determinar o momento em que irá receber a dose inicial de Suboxone. Iniciar o tratamento com Suboxone em doentes dependentes de heroína Se tiver dependência de heroína ou de um opiáceo de ação rápida, a sua dose inicial de Suboxone deve ser tomada assim que surgirem sinais de abstinência, mas nunca menos de 6 horas após ter utilizado um opiáceo. Iniciar o tratamento com Suboxone em doentes dependentes de metadona Se se encontrar a tomar metadona ou um opiáceo de ação prolongada, a dose de metadona deve idealmente ser reduzida para menos de 30 mg/dia antes de iniciar a terapêutica de Suboxone. A dose inicial de Suboxone deve ser tomada assim que surgirem sinais de abstinência, mas nunca menos de 24 horas após ter utilizado metadona. Tomar Suboxone Tome a dose uma vez por dia colocando os comprimidos debaixo da língua. Mantenha os comprimidos sob a língua até se dissolverem completamente. Isto poderá demorar entre 5 a 10 minutos. Não mastigue nem engula os comprimidos, uma vez que o medicamento não irá funcionar e poderá sofrer sintomas de abstinência. Não consuma alimentos ou bebidas enquanto os comprimidos não se dissolverem completamente. 80 Como retirar o comprimido do blister: 1 – Não pressione o comprimido através do selo. 1 2 3 2 - Retire apenas uma secção da embalagem blister, rasgando pela linha perfurada. 3 – Puxe o selo na parte posterior, começando pela extremidade com a ponta levantada, e retire o comprimido. Se o blister estiver danificado, não utilize o comprimido. Ajuste posológico e terapêutica de manutenção: Nos dias seguintes ao tratamento inicial, o seu médico poderá aumentar a dose de Suboxone que toma, dependendo das suas necessidades. Consulte o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que o efeito de Suboxone é demasiado forte ou demasiado fraco. A dose máxima diária é de 24 mg. Após um período de tratamento eficaz, o médico poderá reduzir gradualmente a dose até uma dose de manutenção mais baixa. Interrupção do tratamento Dependendo da sua situação, a dose de Suboxone pode continuar a ser reduzida, sob cuidadosa vigilância médica, até eventualmente acabar por se interromper o tratamento. Não altere de forma alguma nem suspenda o tratamento sem a prévia concordância do médico responsável pelo seu tratamento. Se tomar mais Suboxone do que deveria Se você ou outra pessoa tomar uma dose demasiado elevada deste medicamento, deve dirigir-se ou ser levado imediatamente para um serviço de emergência ou hospital para tratamento de uma sobredosagem com Suboxone, uma vez que este medicamento pode provocar problemas respiratórios graves e fatais. Os sintomas de sobredosagem podem incluir sonolência e falta de coordenação com reflexos mais lentos, visão turva e/ou fala incompreensível. Poderá sentir que não consegue pensar claramente e que está a respirar muito mais lentamente do que o habitual. 81 Caso se tenha esquecido de tomar Suboxone Informe imediatamente o seu médico caso se esqueça de tomar uma dose. Se parar de tomar Suboxone Não altere de forma alguma nem suspenda o tratamento sem a prévia concordância do médico responsável pelo seu tratamento. A suspensão súbita do tratamento pode causar sintomas de abstinência. Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico. 4. Efeitos secundários possíveis Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários, embora estes não se manifestem em todas as pessoas. Informe imediatamente o seu médico se detetar efeitos secundários, tais como: tumefação (inchaço) da face, lábios, língua ou garganta que possa causar dificuldade de deglutição ou a respirar, urticária/ erupção na pele grave. Estes podem ser sinais de uma reação alérgica potencialmente fatal. sentir-se sonolento e com falta de coordenação de movimentos, visão turva, discurso incompreensível, não conseguir pensar bem ou claramente, ou caso a sua respiração se torne muito mais lenta do que é normal para si. Informe também imediatamente o seu médico se detetar efeitos secundários, tais como: fadiga intensa, prurido acompanhado de amarelecimento da pele ou dos olhos. Estes podem ser sintomas de danos no fígado. ver ou ouvir coisas que não existem (alucinações). Efeitos secundários de Suboxone Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em cada 10 pessoas): Insónia (incapacidade de dormir), obstipação, náuseas, sudorese excessiva, cefaleias, síndrome de abstinência de fármacos Efeitos secundários frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas): Perda de peso, tumefação (das mãos e dos pés), sonolência, ansiedade, nervosismo, formigueiro, depressão, diminuição do desejo sexual, aumento da tensão muscular, pensamento anormal, aumento de lacrimação (olhos lacrimejantes) ou outro distúrbio lacrimal, visão turva, afrontamento, tensão arterial, aumentada, enxaquecas, nariz com corrimento, faringite, deglutição dolorosa, aumento da tosse, indisposição gástrica ou outro desconforto no estômago, diarreia, funcionamento hepático anormal, flatulência, vómitos, erupção cutânea, prurido, urticária, dor, dor articular, dor muscular, cãibras na perna (espasmo muscular), dificuldade em obter ou manter uma ereção, anormalidade na urina, dor abdominal, dorsalgia, fraqueza, infeção, calafrios, dor torácica, febre, sintomas semelhantes a uma gripe, sensação de desconforto geral, lesão traumática acidental causada por falta de atenção ou coordenação, desmaio e tonturas. Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas): Gânglios tumefatos (gânglios linfáticos), agitação, tremores, sonhos anormais, atividade muscular excessiva, despersonalização (não se sentir como se fosse si próprio), dependência medicamentosa, amnésia (perturbação da memória), perda de interesse, sensação exagerada de bem-estar, convulsões (ataques), deficiência da fala, redução do 82 tamanho das pupilas, dificuldade a urinar, inflamação ou infeção dos olhos, batimentos cardíacos lentos ou acelerados, tensão arterial baixa, palpitações, enfarte do miocárdio (ataque do coração), aperto torácico, dispneia, asma, bocejo, dor e lesões na língua, descoloração da língua, acne, nódulo cutâneo, perda de cabelo, pele seca ou a descamar, inflamação articular, infeção do trato urinário, análises sanguíneas anormais, sangue presente na urina, ejaculação anormal, problemas menstruais ou vaginais, pedras no rim, proteína na urina, dor ou dificuldade ao urinar, sensibilidade ao calor ou ao frio, golpe de calor, perda de apetite e sentimentos de hostilidade. Desconhecido (não é possível fazer uma estimativa a partir dos dados disponíveis): Súbita manifestação de síndrome de abstinência causado por tomar Suboxone pouco tempo depois de iniciar a utilização de opiáceos ilícitos, síndrome de abstinência de fármacos em recém-nascido. Respiração lenta ou com dificuldade, lesão no fígado com ou sem icterícia, alucinações, inchaço da face e da garganta ou reações alérgicas associadas a risco de vida, queda na pressão arterial na mudança da posição sentada ou deitada para de pé. A utilização indevida deste fármaco por via intravenosa pode causar sintomas de abstinência, infeções, outras reações cutâneas e problemas hepáticos potencialmente graves (ver "Advertências e precauções"). Comunicação de efeitos secundários Se tiver qualquer um dos efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá comunicar efeitos secundários diretamente através do sistema nacional de comunicações indicado no Anexo V. Ao comunicar efeitos secundários, está a ajudar a reunir mais informações sobre a segurança deste medicamento. 5. Como conservar Suboxone Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças e de outros membros do agregado familiar. Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado. Este medicamento não precisa de quaisquer precauções especiais de conservação. No entanto, Suboxone pode ser um recurso para pessoas que usam abusivamente de medicamentos sujeitos a prescrição médica. Conservar este medicamento num local seguro para o proteger contra roubo. Guardar o blister em segurança. Nunca abrir o blister antecipadamente. Não tomar este medicamento na presença de crianças. Contactar imediatamente uma unidade de emergência em caso de ingestão acidental ou de suspeita de ingestão. Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente. 6. Conteúdo da embalagem e outras informações Qual a composição de Suboxone - As substâncias ativas são a buprenorfina e a naloxona. 83 - Cada comprimido sublingual de Suboxone 16 mg/4 mg contém16 mg de buprenorfina (sob a forma de cloridrato) e 4 mg de naloxona (sob a forma de cloridrato di-hidratado). Os outros componentes são a lactose mono-hidratada, manitol, amido de milho, povidona K30, ácido cítrico anidro, citrato de sódio, estearato de magnésio, acessulfamo potássico e limão natural e essência de lima. Qual o aspeto de Suboxone e conteúdo da embalagem Os comprimidos sublinguais de Suboxone 16 mg/4 mg são comprimidos brancos redondos, biconvexos, com 10,5 mm, com a impressão “N16” numa face. Em embalagens de 7 e 28 comprimidos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Indivior UK Limited 103-105 Bath Road Slough Berkshire SL1 3UH Reino Unidoç Tel. + 800 270 81 901 Fabricante: Reckitt Benckiser Healthcare (UK) Ltd, Dansom Lane, Hull, East Yorkshire HU8 7DS, Reino Unido. Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o representante local do Titular da Autorização de Introdução no Mercado: België/Belgique/Belgien, България, Česká republika, Danmark, Deutschland, Eesti, Ελλάδα, España, Hrvatska, Ireland, Ísland, Italia, Κύπρος, Latvija, Lietuva, Luxembourg/Luxemburg, Magyarország, Malta, Nederland, Norge, Österreich, Polska, Portugal, România, Slovenija, Slovenská republika, Suomi/Finland, Sverige, United Kingdom. Indivior UK Limited Limited Telefone +800 270 81 901 Email: [email protected] France Indivior UK Limited Telefone 0800 909 972 Email: [email protected] Este folheto foi revisto pela última vez em Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu 84