textos-religião. (1) (35764)

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APRESENTAÇÃO
O ensino da disciplina de Educação Religiosa nas instituições escolares é um fator que se dá pela necessidade de considerar a realidade de
um mundo pluralista, pois visa proporcionar a todo indivíduo a oportunidade de refletir sobre as questões fundamentais da existência humana,
além de proporcionar o debate e a desmistificação acerca dos estereótipos das ideias e de promover o incentivo à tolerância religiosa. Isso não se
dá apenas para atuar nas perspectivas dos alunos, mas também para a formação de profissionais da educação sensíveis e comprometidos com o
respeito e a consideração de elementos culturais presente em cada pessoa.
Levando em consideração que a história da humanidade está indissociavelmente ligada à busca pelo entendimento das relações dos
fenômenos, tornando-se esta uma questão não somente religiosa, mas presentes em diversos campos e esferas sociais, pois trata-se do
comportamento humano, acaba por sua vez tornando-se necessária no campo da educação. Assim, espera-se que não somente na escola, como ao
longo da vida, o ser humano entenda as relações históricas da ideia do transcendente e compreenda a estrutura religiosa nos grupos,
contemplando as diferenças do outro, com base no contexto sócio – político – cultural, posicionando os elementos em comum acima dos seus
interesses ou vantagens.
Uma das principais metas da Educação Pública é a construção de uma Educação Democrática e de uma nova concepção de cidadania.
Discutir a questão religiosa considerando questões de cunho antropológico, promovendo o entendimento dos seus fenômenos como expostos a
análises e reflexões, torna-se parte importante na referida perspectiva educacional, dando a escola o significado de espaço aberto às discussões
sociais norteadas por profissionais que não impõem, mas refletem e instigam a busca do conhecimento e suas relações inter e intrapessoais.
Desta forma, e segundo o PCN de Ensino Religioso, é necessário que o currículo do mesmo forneça ao aluno temas que abordem desde a
questão filosófica, histórica e antropológica dos fenômenos religiosos, ao debate dos mesmos, entendendo o Ensino Religioso como uma
disciplina regular e não como um elemento eclesiástico.
OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO RELIGIOSO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
O Ensino Religioso deve atuar de forma regular e não como método de estabelecer uma posição religiosa unilateral. Nesse sentido, faz-se
entender que os seus principais objetivos para o Ensino Fundamental baseiam-se em:
• Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebidas no
contexto do educando;
• Subsidiar o educando na formulação do questionamento existencial, em profundidade, para dar sua resposta, devidamente informado;
• Analisar o papel das tradições religiosas na estruturação e manutenção das diferentes culturas e manifestações socioculturais;
• Facilitar a compreensão do significado das afirmações e verdades de fé das tradições religiosas;
• Refletir o sentido da atitude moral, como consequência do fenômeno religioso e expressão da consciência e da resposta pessoal e comunitária
do ser humano;
•
possibilitar esclarecimentos sobre o direito à diferença na construção de estruturas religiosas que têm na liberdade o seu valor inalienável.
Mediante o exposto, entendemos ainda como critério fundamental, proporcionar ao educando o reconhecimento cultural de sua formação
religiosa, além do encontro com elementos que o caracterizem e o identifiquem para satisfação nas realizações de suas práticas ou formas de se
relacionar com o transcendente.
METODOLOGIA NO ENSINO RELIGIOSO.
A história da escola nos revela a importância que a mesma possui em todas as demais esferas da sociedade. Segundo os PCN’S de Ensino
Religioso, o conhecimento é patrimônio da humanidade e a religião em suas várias formas de ser compreendida é assim considerada e portanto,
não pode ser negada em termos de socialização escolar.
Desta forma, O art. 33 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996 afirma o Ensino Religioso, de matrícula facultativa e parte integrante da
formação básica do cidadão, constituí disciplina dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, no intuito de desenvolver a
consciência sobre diversidade cultural e religiosa do Brasil e do mundo, promovendo o respeito e incentivando à análise sobre o comportamento
humano, distante de qualquer forma de proselitismo. O perfil do Ensino Religioso deve proporcionar ao educando conceitos sobre os principais
elementos que envolvem os comportamentos dessa área, culturalmente gerados e diferenciados de acordo com suas localidades e tempo, pois a
partir dessas compreensões, atreladas às questões de respeito e tolerância, os demais temas referentes à disciplina poderão ser abordados de
forma coesa.
Os métodos utilizados no Ensino Religioso requerem uma ação dialética. É preciso que a abordagem teórica seja vivenciada e
exemplificada através de elementos que, ou estejam empiricamente presentes ou que necessitem ser colocados. Esse conhecimento empírico é de
fundamental importância nas iniciações dos temas. É dessa forma que identificamos as formas de relacionar e abordar os assuntos propostos,
reconhecendo os níveis de compreensão. A escolha dos temas deve estar relacionada ao nível de maturidade, a realidade dos alunos e a
necessidade de um trabalho interdisciplinar, tendo em vista a religião como elemento que transcende suas abordagens aparentemente específicas.
É importante que, o Ensino Religioso esteja relacionado aos objetivos da instituição escolar propostos pela LDB, onde a questão da diversidade
torna-se base para uma dimensão democrática e na construção por uma sociedade de relações naturalmente respeitosa, pois, a religião e em
especial no Brasil, está incluída nessa noção plural enquanto manifestação de um povo, grupo ou comunidade.
De acordo com o PCN de Ensino Religioso:
A Escola tem a função de ajudar o educando a se libertar de estruturas opressoras que o
impedem de progredir e avançar. Através da reflexão, educador e educando rompem com as
prisões que os prendem à segurança ilusória oferecida por objetos, situações e autoridades não
legítimas. Compreendem os limites do conhecimento e a finitude do ser humano.
Com base nas colocações acima, percebemos que é necessário subsidiar o aluno de pressupostos teóricos e práticos, fornecendo exposições
e esclarecimentos por parte do professor, trocas de experiências entre os alunos, pesquisas utilizando diferentes tipos de fontes, visitações a
espaços religiosos ou que estejam relacionados com os temas, além de leitura e interpretação de textos, realização de confecções, entre
incalculáveis outros métodos de se realizar uma abordagem de modo que seja dada ao estudante a possibilidade de análise e compreensão das
manifestações do sagrado a partir de sua realidade sociocultural. O educador torna-se elo entre Escola e Comunidade, pois na sociedade
democrática, todos precisam do espaço escolar para adquirir parte do conhecimento adquirido na história da humanidade, e tendo e entendendo o
conhecimento religioso como patrimônio da humanidade, é necessário que este seja sistematizado de forma a torná-lo acessível à população
através da escola. Por isso, incentivar o uso da pergunta, é um dos métodos essenciais em toda e qualquer área de estudo. A elaboração dos eixos
de conteúdos devem se basear na pergunta objetiva ou subjetiva que ocasiona na reflexão e possíveis formações de pensamentos críticos, estando
estes relacionados aos aspectos mais relevantes da prática religiosa como textos sagrados, rituais, mentalidade, história, sagrado e profano,
dicotomia, simbologia, representações e ressignificações.
A utilização do discurso pedagógico, voltados para não imposição de crença ou qualquer tipo de exclusão e descriminação, é uma
característica que deve envolver a projeção metodológica do referido ensino. A proposta curricular e as diretrizes que norteiam a sensibilização
humana através do conhecimento devem objetivar a compreensão das relações que se dá com o que entendemos como transcendente e como
essas relações influenciam na construção histórico-cultural da humanidade.
AVALIAÇÃO
O conceito de avaliação é um dos elementos que sofreram grandes transformações mediante as revisões a cerca da aprendizagem no
sentido geral. Dessa forma, esse passa a ser considerado elemento integrador entre a aprendizagem do educando e a atuação do educador na
construção de conhecimento, ou seja, ele passa a ser entendido como um processo contínuo de orientação, suporte, sustentação e orientador, além
de nortear as intervenções pedagógicas que tem como objetivo verificar a aproximação entre as perspectivas e aprendizagens.
No ensino religioso, essa avaliação pode ser tomada como verificação de níveis de compreensão e de formação conceitual, assim como
percepção dos objetivos desejados. Nessa disciplina, deve ser considerada a diversidade de olhares, pois esse processo avaliativo necessita de
critérios mais específicos. Segundo os PCNs a avaliação permeia três etapas: Inicial, formativa e final. A avaliação inicial no Ensino Religioso
considera o reconhecimento dos grupos culturais/religiosos diferentes, identificados nas várias crenças dos próprios educando. A avaliação
formativa, é de caráter sistemático e tem como base os conteúdos significativos levando ao conhecimento. Esta etapa é caracterizada pelo
acompanhamento do processo, que leva em conta o contexto, o desenvolvimento pessoal e a faixa etária do educando. A avaliação está baseada
na aferição dos resultados de todo o período de aprendizagem de acordo com os objetivos. É nesse tipo de avaliação que observamos a
aprendizagem de alguns conteúdos essenciais e se determina os novos a serem trabalhados. Assim:
É deste modo que vai se estabelecendo o diálogo. A comparação de percepções
diferenciadas para um mesmo dado social contribui para uma transformação, na
medida em que a percepção se alarga diante da observação do mesmo dado. A
avaliação oral ou escrita oferece o conhecimento concreto.
(PCN/FNPER, 2009)
Assim, evidencia-se a importância da referida avaliação em ser efetuada de forma contínua, baseadas nas considerações grupais e
individuais, considerando atividades diárias e participações letivas como um dos principais indicadores dos resultados desejados.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/METODOLÓGICA
O Ensino Religioso perpassou e perpassa por inúmeras discussões a cerca dos métodos, temas e objetivos oferecido pelos mesmos no
espaço escolar. Há muito tem se discutido o Ensino nas Escolas paralelamente ao projeto eclesiástico. Ao afirmar que o conhecimento é
patrimônio da humanidade, é justificável conceder o conhecimento a cerca das relações históricas sob a ótica antropológica e religiosa. Além
disso:
A religião nunca trata exclusivamente de “fé’, “santidade” ou “salvação”, ela tende a
ampliar seu campo de influência para as mais diversas esferas da vida, da sexualidade
à política. (DA MATTA, 2010. pg 23)
É nessa perspectiva que se buscou anexar o debate sobre o transcendente no ambiente escolar a partir da sua compreensão plural, sendo
esse presente nas inúmeras áreas do conhecimento. Projetos grandiosos que envolveram e envolvem a humanidade, tendo como base o
fundamento religioso, foram são realizados no decorrer da história. Dessa forma, sem que possa induzir qualquer sugestão de abolição religiosa,
imposição ou desrespeito, inicia-se uma perspectiva de debate religioso nas escolas voltado para a questão comportamentalista, entendendo a sua
abordagem de método pragmático e não dogmático, como elemento necessário no entendimento e aperfeiçoamento dos estudos interdisciplinares
que envolvem a humanidade.
É cabível afirmar que a cientifização acadêmica do século XIX foi de grande importância para as referidas mudanças ocorridas ao longo da
história. Porém, até mesmo as vertentes científicas e religiosas vão se cruzando no resplandecer do mundo moderno, tornando-se parte
importante dessa discussão. Ou seja, o fenômeno religioso sempre terá uma importância instrumental na abordagem de caráter científico seja esta
qual for, pois, mesmo a sua ausência é sinônimo de debate.
É nesse discurso que se faz necessária a construção de eixos temáticos para serem desenvolvidos nas escolas de forma que subsidiem o
educando na formação das suas opiniões, no entendimento da realidade geral e específica da sua comunidade, desmistificando elementos que
dificultam as relações de respeito e muitos aspectos válidos que podemos atribuir a essa nova forma de perceber o Ensino Religioso.
Para elaboração desta proposta, utilizamos especialmente os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN’s, que orienta no sentido de incluir
temas como, cultura e tradições religiosas, conhecimento de livros considerados sagrados, as relações entre vida e morte, símbolos, relações entre
as religiões do mundo e do Brasil, conceitos e principalmente o comportamento humano e seus elementos em comum nas diversas religiões
existentes, no intuito de promover o respeito e reduzir o preconceito.
Nesse sentido, realizamos um diálogo entre os PCN’s, fontes e bibliografias que subsidiaram na elaboração de textos e sugestão dos temas
contidos nesta proposta, tendo como principais, os referentes a livros considerados sagrados como a Bíblia que nos proporciona conhecimento
histórico e cultural através da sua narrativa religiosa, assim como algum dos mais expressivos textos do Alcorão que fornecem entendimento
sobre os valores da religião Islâmica e suas principais contribuições para a construção da conjuntura político-cultural contemporânea. Nessa
mesma perspectiva, consideramos a importância de estarmos fundamentados nos textos considerados míticos, que por ser impossível obter o
conhecimento de todos, abordamos alguns, das civilizações mais influentes no sentido cultural, no mundo Ocidental e Oriental. Essa
preocupação, se dá para que o aluno possa desenvolver práticas de comparação e compreensão do comportamento humano no tempo.
Em Roberto da Matta, utilizamos sua abordagem histórica da religião, que impulsiona a reflexão de temas que possibilitem analisar as
relações entre passado e presente, assim como entre religião e diversos outros elementos integrantes da sociedade, em sentido público e privado
como: Sexo, moral, secularização, simbologia, religião e modernidade, morte e vida, feminino e masculino e representação do transcendente
através da arte, pois. Em História e religião do referido autor, reforçamos a ideia da influência da religião nessas esferas da vida. Jean-Claude
Schmitt reforça essa ideia, mais especificamente sobre o uso da imagem, que hoje, são consideradas objetos que revelam valores de uma dada
sociedade. Segundo o mesmo, estas interessam a todos, inclusive aquelas que parecem sem valor algum, pois as imagens mais comuns são as
mais representativas das tendências da cultura de uma época. Para ele:
Todas as imagens, em todo o caso, tem sua razão de ser, exprimem e comunicam
sentidos, estão carregadas de valores simbólicos, cumprem funções religiosas,
políticas ideológicas e sociais, prestam-se a usos pedagógicos, litúrgicos e mesmo
mágicos. Isso quer dizer que participam plenamente do funcionamento e da
reprodução das sociedades presentes e passadas.
A presente proposta inclui ainda temas que se voltam para religiosidade a nível regional. Essa abordagem tem como objetivo aproximar o
aluno dos debates, utilizando elementos que façam parte do conhecimento empírico do aluno, realizando assim a compreensão dos demais
assuntos. Além disso, é uma forma de oportunizar o conhecimento acerca da realidade pela qual fazemos parte, que “nos formou”. Nesse sentido,
o material intitulado de Nordeste Místico, o império da fé de Vilma Maciel e Célia Magalhães enfatizam muito bem as dimensões místicas do
Nordeste, incluindo os temas voltados para região do Cariri. Questões como religiosidade popular, simbologia, sincretismo religioso, curas,
crenças, romarias, renovações, folclore, entre muitos outros temas, são abordados neste ensaio que leva em consideração a pluralidade, o
sentimento humano, seus sonhos e suas buscas. Para as referidas autoras:
Por suas condições especiais é uma região onde mais vivo se manifestou e se
manifesta ainda o entusiasmo das classes populares, cujas características culturais,
voltadas para o misticismo enriquecem a história da nação com suas manifestações
folclóricas. (MACIEL E MAGALHÃES, p.3)
É nessa visão, entendendo o Cariri cearense como espaço que contribui para o enriquecimento dessa cultura e tendo essa mesma como
resultante de, entre outros elementos, fenômenos religiosos, que entendemos ser importante a aproximação desse conhecimento especifico,
contribuindo ainda na compreensão das próprias características da história e da cultura local, ampliando noções de comportamento, atrelado aos
os demais temas da presente proposta, em seu sentido geral.
PLANO DE CURSO
DISCIPLINA: RELIGIAO
ÁREA DE ENSINO: FUNDAMENTAL II
SÉRIE/ANO: 6º ANO
1ª BIMESTRE
CONTEÚDO/ DETALHAMENTO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
DESCRITORES
-Compreender
conhecimento,
humana.
a
busca
pelo
como característica
QUEM SOMOS NÓS?

-Entender os usos do conhecimento, de
acordo
com
as
realidades
e
necessidades individuais e coletivas

-Incentivar a busca pela compreensão
dos elementos afins a cada pessoa.

-Identificar na religião, elementos
construtores das realidades sociais de
acordo com o tempo

Em busca do conhecimento;

Entendendo a realidade;
Perguntar é preciso.

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
Iniciar a aula explorando o
conhecimento empírico do 
aluno, acerca da compreensão
do que é a vida;
Discutir a importância em se
buscar o entendimento sobre a

realidade;
Utilizar contos ou mitos que
abordem o tema sobre a busca
do conhecimento.

A RELIGIÃO

Esclarecer sobre a origem da
palavra religião;

Discutir as relações existentes
entre
religião
e
o
comportamento social do ser
humano;

-Conhecer o conceito de Religião.
-Compreender as mudanças ocorridas 
na história em consonância com o
pensamento religioso.


O que é religião?
A religião e a humanidade;
Um pouco de História.

Realizar, através de imagens,
uma
linha
do
tempo
demonstrando as relações
existentes entre religião e
sociedade.
Considerar a participação dos
alunos durante os debates, suas
colocações e interpretação
acerca dos temas;
Realizar aulas interativas para
identificar
o
grau
de
aprendizagem
objetivando
novas metodologias;
Estimular a produção textual e
analisar as competências dos
alunos através da exposição das
ideias dos mesmos, verificando
a compreensão necessária,
efetivando os descritores;
Realização de seminários com
temas
diversificados
para
desenvolver a socialização dos
grupos,
avaliando
as
competências dos alunos nessa
perspectivas;
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