Buenos Aires – 5 to 9 September 2016 Acoustics for the 21st Century… PROCEEDINGS of the 22nd International Congress on Acoustics Environmental Acoustic and Community Noise: FIA2016-84 Road traffic noise impact on facades of buildings Renata de Brito Rocha(a), Maria Lygia Niemeyer(b) (a) (b) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Abstract Considering that current acoustic scenario of great urban centres has been characterized by excessive noise, mainly noise from road traffic, the function of buildings’ facade as sound protection elements has become relevant and must receive attention from designers and builders. In 2013, got into effect the Brazilian Standard (NBR) 15575 – Residential buildings – Performance, the first Brazilian standard that defines requirements to residential buildings’ quality considering several aspects, among them acoustic comfort. On its part 4, the standard sets performance requirements for internal and external partitions. The facade composition is particularly important because it is the element that manages the interference between the internal and external environment of the building. For example, the permeability to the wind, to get natural ventilation, which is extremely important as strategy of comfort in tropical regions, depending on the sound environment, can result in overexposure noise in the interior of the buildings. Because facades are elements that have two antagonistic and so important functions – sealing and permeability, they require a careful study during the project. Thus, this paper aims to present a method to analyse the impact of noise emitted by road traffic routes on building facades to be used as a design tool, examining the possibilities of use of natural ventilation without prejudice to the acoustic comfort. Keywords: noise map, façade noise exposure, natural ventilation X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... Impacto sonoro de tráfego rodoviário em fachadas de edifícios 1 Introdução Em todo o mundo, o crescimento das cidades foi acompanhado do adensamento urbano e do aumento excessivo do fluxo de veículos nas vias de tráfego, fazendo destas as fontes de ruído mais impactantes em meio urbano e resultando em expressiva elevação da poluição sonora urbana e exposição dos edifícios ao ruído. Em um contexto como este, a análise da incidência de ruído sobre as fachadas como subsídio ao projeto é fundamental para garantir o conforto acústico no interior dos edifícios. A partir desta informação, é possível não apenas determinar o desempenho mínimo das fachadas para isolamento dos ruídos externos como também verificar a melhor localização para os vãos de ventilação. Atualmente, no Brasil, a única diretriz normativa a definir parâmetros para o desempenho acústico de fachadas é a norma ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho. A norma destina-se especificamente a edificações residenciais, definido o desempenho mínimo dos elementos pertinentes aos aspectos de Segurança, Sustentabilidade e Habitabilidade. O desempenho acústico de fachadas é tratado em sua Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE [1]. Embora esta norma represente um avanço no que se refere à qualidade acústica de edificações, já que este tema sempre foi negligenciado no Brasil em comparação aos países europeus, os parâmetros que ela estabelece para avaliação do desempenho acústico devem ser compatibilizados com os demais requisitos uma vez que “a ABNT NBR 15575 estabelece critérios relativos ao desempenho térmico, acústico, lumínico e de segurança ao fogo, que são atendidos individual e isoladamente pela própria natureza conflitante dos critérios de medições, por exemplo, desempenho acústico (janela fechada) versus desempenho de ventilação (janela aberta)” [1]. A ventilação natural é exigência de desempenho térmico da própria NBR 15575, além de ser estratégia apontada por diversos autores como indispensável para regiões de clima tropical úmido, sobretudo onde a umidade do ar é elevada [3]. A combinação de temperatura e umidade elevadas é encontrada em grande parte do território brasileiro e a ventilação natural vem, cada vez mais, apresentando-se como a solução preferencial para atingir conforto higrotérmico de forma mais sustentável, seja pela dispensa de condicionamento artificial de ar ou pela redução de seu uso. Com efeito, considerando que o ruído proveniente das vias de tráfego rodoviário é predominante em meio urbano, faz-se necessário um estudo cuidadoso da incidência do ruído emitido pelas vias sobre as diferentes fachadas, identificando as superfícies mais protegidas para posicionamento de vãos de ventilação, sem prejuízo do conforto acústico. 2 X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... Com relação ao desempenho acústico dos elementos de fachadas, a legislação francesa prevê níveis diferentes de isolamento em função de dois principais fatores: classificação acústica da via de tráfego e posição da fachada em relação à via de tráfego [4]. A classificação acústica prevê cinco categorias de vias de tráfego, definidas em função de níveis sonoros de referência para o período diurno e noturno e relacionadas à faixa afetada pelo ruído, nos dois lados da via de tráfego (tabela 1). Tabela 1 – Classificação acústica de vias [4] Categoria Nivel sonoro de referencia | em dB(A) LAeq diurno (6h -22h) LAeq noturno (22h -6h ) Largura máxima da faixa afetada pelo ruído 1 L > 81 L > 76 d = 300 m 2 76 < L ≤ 81 71 < L ≤ 76 d = 250 m 3 70 < L ≤ 76 65 < L ≤ 71 d = 100 m 4 65 < L ≤ 70 60 < L ≤ 65 d = 30 m 5 60 < L ≤ 65 55 < L ≤ 60 d = 10 m A relação entre a via de tráfego e as fachadas do edifício considera não apenas o ângulo de incidência do ruído, mas também a influência de elementos do entorno que, a depender do posicionamento, configurem barreira acústica. A partir desta analise são aplicados fatores de correção sobre o valor de isolamento padrão (figura 2). Figura 1 – Relação edifício/ via de tráfego [4] A NBR 15575/parte 4 define valores mínimos de isolamento acústico exclusivamente para fachadas de dormitórios em função de três classes de ruído. Entretanto, como ainda não existe no Brasil uma base de dados que permita realizar a classificação sonora das vias a partir de sua emissão sonora, as classes de ruído são apresentadas de forma descritiva (tabela 2). Para áreas próximas a aeroportos, ferrovias, estádios e áreas de grandes eventos, a norma indica a necessidade de estudos específicos. Tabela 2 – Isolamento mínimo para fachadas de dormitórios [1] Classe de ruído I II Localização da habitação Habitação localizada distante de fontes de ruído intenso de quaisquer naturezas D2m,nt,w Habitação localizada em áreas sujeitas a situações de ruído não enquadráveis nas classes I e III ≥ 25 ≥ 20 Habitação sujeita a ruído intenso de meios de transporte e de outras naturezas, ≥ 30 desde que esteja de acordo com a legislação. D2M,NT,W - Diferença padronizada de nível ponderada da vedação externa, a 2 m de distância da fachada III 3 X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... No caso brasileiro, o estudo da incidência de ruído sobre as fachadas assume particular importância pela necessidade de identificar as fachadas menos expostas para localização de vãos de ventilação. 2 Objetivo Apresentar a aplicação da ferramenta mapa de ruído como método de avaliação da incidência do ruído de tráfego sobre fachadas, buscando identificar possibilidades de compatibilização de ventilação natural e conforto acústico no interior do edifício. Foram analisadas quatro situações típicas: edifício totalmente exposto e três outras combinações interpondo elementos construtivos entre o edifício e a via de tráfego. 3 Método 3.1 Modelos simulados Foram definidos quatro modelos para simulação (tabela 3) sendo o primeiro com o edifício totalmente exposto ao ruído da via de tráfego e outras três situações com a combinação de elementos de proteção baseadas em esquemas gráficos da norma francesa [4]. Tabela 3 – Modelos de simulação Elementos Edifício “alvo”, 5 pavimentos/ 15 metros de altura Edifício barreira, 1 pavimentos/ 5 metros de altura Barreira acústica, 3 metros de altura. Via de tráfego, 12 metros de largura. 3.2 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Simulação Os modelos foram elaborados em Autocad e inseridos no SoundPLAN [2], onde os elementos receberam os atributos acústicos para simulação. Para atender ao objetivo deste artigo, foram usados três tipos de saída gráfica para geração das imagens referentes às situações simuladas: mapa horizontal de ruido (Grid noise map); Corte transversal dos elementos (Cross section map) e mapa de fachadas (Facade noise map), este último apresentado como uma perpectiva. Para a via de tráfego foi atribuído o LAeq diurno de 78 dB(A), que é o nível sonoro médio correspondente a uma via de tráfego da categoria 2 da norma francesa [4]. Os parâmetros de cálculo usados na simulação são apresentados na tabela 4. Tabela 4: Parâmetros de cálculo e simulação Índice Calculado Norma de Cálculo Barreira acústica Número de reflexões Malha de cálculo 4 Grid noise map Cross section map Facade noise map LAeq D (6h-22h) RLS 90 Refletora nas duas faces 3 1 metro 1 metro 0,25 metro X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... 4 Análise dos resultados 4.1 Simulação - Modelo 1 A figura 2 mostra a simulação da primeira situação, que tem o edifício estudado totalmente exposto ao ruído emitido pela via. No mapa (figura 2a), pode-se observar que o ruído chega até à fachada frontal entre 72 dB(A) e 75 dB(A) . Pelo corte (figura 2b) e pela perspectiva (figura 2c), notamos que este nível sonoro está na altura do 1º pavimento. Nos quatro pavimentos superiores, o nível sonoro nas fachadas sobe para valores entre 75 dB(A) e 78 dB(A). A redução de 3 dB no nível sonoro no 1º pavimento em relação aos pavimentos superiores pode ser atribuída ao efeito da absorção do solo. Figura 2: Simulação com o modelo da situação 1 mostrando mapa (a), corte (b) e perspectiva (c). A perspectiva mostra a variação no nível sonoro na fachada lateral esquerda, exposta a três faixas de ruído: 72-75 dB(A) ; 69-72 dB(A) ; 66-69 dB(A). Pode-se observar que a simples mudança da fachada frontal para a lateral faz o nível sonoro cair em 3 dB e que a exposição sonora da fachada lateral, neste caso, é em média 6 dB menor que a exposição da fachada frontal. Esta exposição sonora reduzida pode ser interessante para o posicionamento de vãos de ventilação na fachada lateral, embora, neste caso, a diferença de 6 dB entre as fachadas frontal e lateral ainda não seja suficiente para tal, já que o nível no ponto médio desta última ficou entre 69 dB(A) e 72 dB(A), ainda elevado para que se considere a inserção de vãos de ventilação natural desta fachada. 5 X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... Nos casos em que o cenário acústico não seja tão ruidoso quanto o deste modelo, onde os níveis no eixo da via são superiores a 90 dB(A), uma diferença de 6 dB entre fachada frontal e laterais pode já ser satisfatória e justificar a setorização dos ambientes no interior do edifício que permita o posicionamento dos vãos de ventilação de ambientes sensíveis nas fachadas laterais. Na fachada posterior, vemos, tanto no mapa quanto no corte, que os níveis sonoros são bastante reduzidos: abaixo de 48 dB(A) em quase toda a fachada. 4.2 Simulação - Modelo 2 A figura 3 mostra a simulação da segunda situação, que tem o edifício estudado protegido pelo edifício barreira. Já através do mapa (figura 3a), pode-se observar que a exposição sonora da fachada frontal do edifício estudado é bastante variada, o que é confirmado pelo corte (figura 3b) e pela perspectiva (figura 3c), na qual notamos que a fachada frontal está exposta a seis faixas de ruído distintas e que a região central da fachada ao nível do 1º pavimento é a área onde os níveis de ruído são mais baixos, entre 57 dB(A) e 60 dB(A). Figura 3: Simulação com o modelo da situação 2 mostrando mapa (a), corte (b) e perspectiva (c). A perspectiva mostra que exposição sonora da fachada frontal aumenta à medida que se aproxima das bordas e dos pavimentos superiores. Para estes últimos, o edifício barreira, neste caso, não teve qualquer efeito de proteção. No pavimento intermediário (3º pavimento), a fachada frontal do edifício estudado neste modelo está com uma exposição sonora 3 dB menor que no primeiro modelo. 6 X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... Ainda pela perspectiva, nota-se que na fachada lateral esquerda a redução da exposição sonora em relação ao primeiro modelo também se deu na altura dos primeiros pavimentos, onde os níveis ficaram entre 66 dB(A) e 69 dB(A) em toda a extensão. Percebe-se também que neste segundo modelo, a fachada lateral novamente não seria favorável para o posicionamento de vãos de ventilação, pois o nível sonoro no ponto médio desta fachada, assim como na primeira situação, ficou entre 69 dB(A) e 72 dB(A) e pouco se alterou à medida que se afasta da fachada frontal e aproxima-se da posterior, o que leva a concluir que o edifício barreira proporcionou um ganho discreto de atenuação sonora para a fachada lateral. O corte e o mapa mostram que a presença do edifício barreira não teve qualquer efeito sobre a exposição sonora da fachada posterior, onde os níveis permaneceram como no primeiro modelo: abaixo de 48 dB(A). 4.3 Simulação - Modelo 3 Na figura 4 é apresentada a simulação da terceira situação, que tem o edifício estudado protegido por uma barreira acústica contínua, que está a três metros da margem da via. Nota-se pelo mapa (figura 4a) que houve incremento sonoro de 3 dB(A) na margem da via localizada entre esta e a barreira acústica se comparada à outra margem. Isto se deve ao efeito da reflexão sonora provocada pela barreira acústica, o que pode ser visualizado pelo corte (figura 4b). Em comparação com o segundo modelo, podemos perceber que os níveis sonoros que chegam à fachada frontal do edifício estudado são ainda menores que os observados no segundo modelo. O corte mostra o perfil da propagação sonora, que explica a proteção mais efetiva que a barreira próxima da via (fonte sonora) proporciona ao edifício estudado, mesmo sendo esta mais baixa que edifício barreira do segundo modelo. Figura 4: Simulação com o modelo da situação 3 mostrando mapa (a), corte (b) e perspectiva (c). 7 X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... Com efeito, a comparação do corte e perspectiva (figura 4c) do primeiro modelo com os mesmos elementos deste terceiro modelo mostra resultados mais favoráveis que os do segundo modelo para a atenuação na exposição sonora da fachada frontal: redução de 12 dB na altura do 1º e 2º pavimentos; redução de 9 dB no 3º e 4º pavimentos; redução de 3 dB no 5º pavimento. A perspectiva mostra também que, neste caso, o efeito de atenuação da barreira acústica para a fachada lateral é considerável: no ponto médio desta fachada, os níveis sonoros estão entre 60 dB(A) e 63 dB(A) , em média 9 dB a menos que no primeiro modelo. Esta exposição sonora reduzida da fachada lateral já pode permitir a localização de vãos para ventilação sem prejuízo para o conforto acústico, embora a posição das aberturas de janela deva ser determina também por alguns outros fatores, como insolação e regime de ventos, por exemplo. Assim como nos outros modelos, o corte e a planta mostram não haver influência da barreira acústica na exposição sonora da fachada posterior. 4.4 Simulação - Modelo 4 A simulação com a quarta situação, que tem o edifício estudado protegido pelo edifício barreira e por uma barreira acústica contínua, é apresentada na figura 5. O mapa (figura 5a) mostra que, em relação ao terceiro modelo, houve um aumento de 3 dB em uma pequena área entre a barreira acústica e o edifício barreira, como resultado da reflexão provocada pela fachada frontal deste último. Nota-se que os níveis sonoros que chegam à fachada frontal do edifício estudado são menores que os observados no terceiro modelo. Figura 5: Simulação com o modelo da situação 4 mostrando mapa (a), corte (b) e perspectiva (c). 8 X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... Contudo, a observação do corte (figura 5b) e da perspectiva (figura 5c) esclarece que a atenuação sonora na fachada frontal se dá até o 2º pavimento. A exposição sonora da fachada frontal entre o 3º e o 5º pavimentos se manteve semelhante à do terceiro modelo. Comparando-se este quarto modelo com o primeiro, nota-se que a atenuação sonora na fachada frontal é distribuída da seguinte forma: menos 15 dB no 1º e 2º pavimentos; menos 9 dB no 3º e 4º pavimentos; menos 3 dB para o 5º pavimento. Assim como no terceiro modelo, aqui os níveis sonoros no ponto médio da fachada lateral ficaram entre 60 dB(A) e 63 dB(A), sendo a atenuação mais significativa no nível dos primeiros pavimentos, como influência do edifício barreira, a exemplo do que ocorreu no segundo modelo. Isto vem mostrar que, neste caso, a contribuição da barreira acústica para a redução nos níveis sonoros da fachada lateral é preponderante. Aqui também, os níveis sonoros na fachada posterior não sofreram influência dos elementos de atenuação, como mostram o mapa e o corte. 5 Considerações Finais Considerando os parâmetros utilizados neste trabalho para as simulações, os resultados mostraram alguns pontos já conhecidos, como a maior eficiência de barreiras acústicas mais próximas à fonte sonora do que do receptor, o que a maior atenuação sonora na fachada frontal do edifício estudado nas situações 3 e 4 demostraram. Os mapas, cortes e perspectivas forneceram informações importantes, como o efeito da inserção de outros elementos no entorno do edifício estudado, a variação na exposição sonora da fachada frontal e desta para a fachada lateral, que são mais facilmente explicitados e visualizados através de simulação, o que vem evidenciar a importância desta ferramenta para auxílio a projetos que pretendam se preocupar com a qualidade acústica. Os resultados neste trabalho mostraram que, tanto na situação em que o edifício estudado está desprotegido quanto naquela em que este está protegido por um edifício mais baixo, a redução na exposição sonora da fachada lateral não seria suficiente para o posicionamento de vãos de ventilação nesta sem o comprometimento do conforto acústico no interior do edifício. Apenas nas situações onde houve a presença de barreira acústica contínua, e esta mais próxima da fonte sonora (via) do que do receptor (edifício estudado), a atenuação do ruído na região da fachada lateral mostrou que este pode ser um local interessante para receber vãos de ventilação natural mantendo o conforto acústico nos ambientes sensíveis, embora esta decisão de projeto dependa de outros fatores importantes, como insolação e regime de ventos. Apesar da compatibilização de ventilação natural e controle de ruído ser tarefa reconhecidamente complexa – e nem sempre possível – os projetistas e construtores devem ter como premissa buscar o atendimento destas duas exigências, que, apesar de antagônicas, não devem excluir-se uma a outra, pelo menos em um primeiro momento. Isto evidencia a necessidade de um estudo que expresse com exatidão a situação de exposição sonora das fachadas, o que poderia possibilitar a escolha mais acertada dos vão de ventilação. Este trabalho apresenta simulações para quatro situações bastante simples, sendo estes os primeiros resultados de uma pesquisa que pretende ampliar-se para avaliar cenários acústicos mais complexos, como aqueles encontrados nas nossas cidades. 9 X CONGRESO FIA Buenos Aires, 5 al 9 de Setiembre de 2016 Acústica para el siglo 21... Referências [1] ABNT – Associação Brasileira de Normas Tecnicas - NBR 15575: Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE Rio de Janeiro: ABNT, 2013. [2] Braunstein + Berndt GMBH. Handbook user's manual. SoundPLAN LLC, 2004. Available in: <http:www. soundplan.com>. Access in 2012/04/22. [3] Lamberts, R; Dutra, L.; Pereira, F.O.R. Eficiência energética na Arquitetura, Rio de Janeiro (Brasil), 3ª edição, 2014. [4] Legifrance - Arrêté du 30 mai 1996 relatif aux modalités de classement des infrastructures de transports terrestres et à l’isolement acoustique des bâtiments d’habitation dans les secteurs affectés par le bruit Version consolidée au 14 juin 2016 – disponivel em https://www.legifrance.gouv.fr/affichTexte.do?cidTexte=JORFTEXT000000730884 10