Ascensão do Senhor - Bat Kol Institute

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Ascensão do Senhor
17 de maio de 2012 (geralmente celebrado no 7o Domingo após a Páscoa)
At. 1:1-11; Sl. 47; Ef. 1:17-23; Mc. 16: 1-20
Tema: CORPOREIDADE E TRANSCENDÊNCIA: A areia e as estrelas
As leituras de hoje contêm camadas de significados. As imagens de subida, contemplação, nuvem, espírito, a
terra, o físico, o corpo, são interdependentes, uma dependendo da outra para abrir paisagens ricas e vivas.
Ainda, pode haver uma tendência, em todas estas imagens do Novo Testamento, para aproximar todas as
imagens em interpretação linear, Cristológica, perdendo, assim, de vista os ecos proféticos e profundo simbolismo
dos textos. Talvez a areia (olhando para baixo) e as estrelas (olhando para cima) da promessa a Abraão possam
ter profunda ressonância em nossa humanidade e procura por Deus.
É talvez providencial que nesta festa nós também celebremos o Dia da Comunicação Mundial (WCD). Isto nos faz
um convite para buscarmos formas autênticas do uso da linguagem, da contação de histórias, que reverência as
raízes e o foco principal das palavras e imagens, enquanto deixa espaço para surpresas. A leitura dos Atos dos
Apóstolos descreve o movimento de Jesus para o reino celestial e talvez o ponto do texto é aquele em que os
discípulos “ficaram olhando” a ascensão de Jesus (Acts 1v9); assim, o espírito é visto como estando sobre eles.
No ciclo de Elias/Eliseu (2Reis 2,10) Eliseu pede que lhe seja concedido uma porção dobrada do espírito de seu
mestre, Elias. Foi dito a ele que pedisse uma ‘coisa difícil’, mas, se ele vise Elias ser arrebatado (ao céu), ‘isto lhe
seria concedido’. Assim, Jesus, como Elias, passa seu espírito àqueles que “veem”. Jesus está na linha dos
profetas. Embora não seja dada voz alguma às Escritura hebraicas nesta celebração especial da igreja, o
significado de ascensão se expande e se aprofunda à luz da tradição na qual foi criada.
O Salmo 47 é classificado como um hino de entronização, celebrando uma era futura (que, em esperança, já está
presente,) quando toda a criação (Israel, as nações), está vivendo em reconhecimento e são responsáveis
perante os caminhos de Deus de justiça e paz. Ele é alegre, entusiasta, talvez ecoando cerimônias de instalação
de monarcas de Israel e de outras nações. Desde a Idade Média, nos cultos das sinagogas, ele tem sido rezado
sete vezes antes do sopro do shofar na Festa de Rosh HaShana (Ano Novo judaico). O significado especial do
número sete na tradição judaica e o uso do nome de Deus ELOHIM, denotando justiça, que também aparece sete
vezes no Salmo, dá peso à Palavra. O nome tem poder para transformar, assim a sua repetição quarenta e nove
vezes, neste Dia Santo capacita o povo, sob o poder transformador de Deus, para ser mudado, para tornar-se
novo, sempre dentro de sua corporeidade.
“O físico não pode existir sem o spiritual, que o sustenta e o espiritual não pode ser manifestado sem a matéria na
qual está incorporado.” Espiritualidade judaica, editada por Arthur Green, p.176
Reflexão e Discussão: Os discípulos foram repreendidos por “ficarem parados e olhando para o céu”. O que são
onde estão minhas fugas de responder ao chamado de Deus, no aqui e agora? Quais medos me bloqueiam de
viver ‘a esperança da qual eu tenho sido chamado’? (Ef. 1:18)
Bibliografia: R. Brown, J Fitzmayer, R.E. Murphy; The New Jerome Biblical Commentary, (Philippines, 1993);
Arthur Green, Jewish Spirituality: from the Sixteenth Century Revival to the present (New York 1997); Walter
Brueggemann : The Message of the Psalms(USA,1984); Amy Jill Lavine and Mark Zvi Brettler, The Jewish
Annotated New Testament (New York,2011); Adele Berlin and Mark Zvi Brettler, The Jewish Study Bible, (New
York, 2004)
O comentário desta semana foi preparado por
Sr. Anne Brittain, NDS, Sion Philippine Community
traduzido por
Maria Cecília Piccoli, Colégio Nossa Senhora de Sion – Curitiba, Brasil Bat Kol Alumna, 2006, 2007
[Copyright © 2012]
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