Biológico, São Paulo, v.76, n.2, p.31

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12o CICAM
OCORRÊNCIA DE BOUBA AVIÁRIA, FORMA CUTÂNEA, EM AVES DE RAPINA. DETECÇÃO POR MICROSCOPIA
ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO. SOUZA, F.1*; OLIVEIRA, C.A.1; SOUZA, R.B.2; RANIEL, H.C.F.1; PEREIRA, C.S.1; MILANELO, L.3; MARTINS, A.M.C.R.P.F.1; CATROXO, M.H.B.1 1Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade
Animal, Av. Cons. Rodrigues Alves, 1252, CEP 04014-002, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected]
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Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Departamento de Morfologia e Genética, SP, Brasil. 3Parque Ecológico do Tietê,
São Paulo, SP, Brasil. Occurrence of cutaneous form of avian pox in birds of prey. Detection by transmission electron microscopy.
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Fazem parte do grupo das aves de rapina as ordens Accipitriformes, Falconiformes, Strigiformes e Cathartiformes. A bouba
aviária é uma doença infecciosa, que acomete aves de vida livre e comerciais, podendo ocasionar prejuízo significativo às criações e
perdas na vida selvagem. O agente etiológico é um poxvírus da família Poxviridae e gênero Avipoxvirus. A doença é caracterizada
através de três formas: cutânea – com formações de lesões crostosas em regiões desprovidas de penas, como patas, comissura
de bicos e olhos; diftérica – que inclui a formação de placas diftéricas na cavidade oral, traqueia e esôfago e septicêmica – que
provoca lesões nos pulmões, sendo a forma mais letal. O vírus pode ser transmitido por insetos, contato direto entre pássaros
infectados ou alimentos, água e fômites contaminados. O presente trabalho teve por objetivo detectar a presença de Avipoxvirus
em fragmentos de lesões de pele de aves de rapina. Foram encaminhados ao Laboratório de Microscopia Eletrônica do Instituto
Biológico, para pesquisa de agentes virais, quatro aves de rapina, sendo elas, caracará (Caracara plancus), gavião-carijó (Rupornis
magnirostris), falcão-de-coleira (Falco femoralis) e corujinha-do-mato (Megascops choliba), provenientes do Centro de Recuperação de
Animais Silvestres do Parque Ecológico do Tietê. As aves apresentavam lesões nodulares proliferativas e crostosas, de coloração
amarelada a marrom, localizadas nas patas e bicos, características da forma cutânea da bouba. Os fragmentos das lesões foram
colhidos e processados para observação ao microscópio eletrônico de transmissão, utilizando as técnicas de contrastação negativa
(preparo rápido) e de imunocitoquímica (imunomarcação com partículas de ouro coloidal). Na técnica de contrastação negativa,
os fragmentos de lesão foram suspensos em tampão fosfato 0,1M e pH 7,0. Gotas da suspensão foram colocadas em contato com
grades metálicas, previamente cobertas com filme de colódio e carbono, drenadas com papel filtro e contrastadas negativamente
com molibdato de amônio a 2% e pH 5,0. Na imunocitoquímica, as telas foram colocadas sobre gotas da suspensão viral, incubadas
com anticorpo específico primário, pós-incubadas em gotas de proteína A conjugada com ouro de 10 nm (anticorpo secundário),
diluído a 1:20 em PBS 0,5% e contrastadas com molibdato de amônio a 2% e pH 5,0. A observação ao microscópio eletrônico de
transmissão, por meio da técnica de contrastação negativa, mostrou a presença de grande número de partículas com morfologia
semelhante à poxvírus, características do gênero Avipoxvirus, de formato ovoide, com disposição irregular dos túbulos sobre a
membrana externa, sendo algumas envelopadas, medindo em média 300 x 250 nm. A reação antígeno-anticorpo foi realçada pelas
partículas de ouro coloidal, confirmando o diagnóstico de Avipoxvirus. Este relato apresenta a primeira ocorrência desse vírus
nessas espécies de aves de rapina.
*Bolsista CAPES.
INFECÇÃO SIMULTÂNEA POR PARAMIXOVÍRUS E MICOPLASMA EM CANÁRIO-DO-REINO (SERINUS CANARIA).
DETECÇÃO POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO. OLIVEIRA, C.A.; SOUZA, F.; RANIEL, H.C.F.; PEREIRA, C.S.; MARTINS, A.M.C.R.P.F.; CATROXO, M.H.B. Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade
Animal, Av. Cons. Rodrigues Alves, 1252, CEP 04014-002, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] Simultaneous
infection by paramyxovirus and mycoplasma in domestic-canary (Serinus canaria). Detection by transmission electron microscopy.
O canário do reino, também conhecido como canarinho, é um pequeno pássaro canoro originário da Ilha da Madeira e das
Ilhas Canárias e muito apreciado em todo país. Por essa razão, vem sendo criado comercialmente. Pertence à ordem Passeriforme,
família Fringilidae e espécie Serinus canaria, sendo susceptível a muitas doenças, principalmente as de origem viral. Os paramixovírus aviários foram classificados em 10 serotipos APMV (1-10). Os sorotipos 2 e 3 são os que mais frequentemente acometem
os passeriformes, produzindo doença respiratória, pneumonia grave, diarreia, pancreatite, torcicolo e vômitos. Os micoplasmas
são importantes patógenos aviários, provocando enfermidades respiratórias e articulares. Em passeriformes, a doença causada
por Mycoplasma gallisepticum é caracterizada por conjuntivite, lacrimejamento e rinite. Este trabalho objetivou relatar a presença
simultânea de partículas de paramixovírus e de micoplasmas em fragmentos de órgãos de canários (Serinus canaria), utilizando
técnicas de microscopia eletrônica de transmissão. Em maio de 2014, foram encaminhados de um criadouro comercial, ao Laboratório de Microscopia Eletrônica do Instituto Biológico, SP, 2 canários que tiveram morte súbita, para pesquisa de agentes virais.
Foi realizada necrópsia e colhidas amostras de fragmentos de fígado, pulmão, coração, moela, intestino e proventrículo, as quais
foram processadas pela técnica de contrastação negativa, sendo suspensas em tampão fosfato 0,1 M, pH 7,0. Gotas da suspensão
obtida foram colocadas sobre grades metálicas, previamente cobertas com filme de colódio e carbono, as quais foram contrastadas
negativamente com molibdato de amônio a 2%, pH 5,0. A observação ao microscópio eletrônico de transmissão mostrou a presença de partículas com morfologia semelhante à paramixovírus, envelopadas, pleomórficas, características, medindo entre 100
e 300 nm de diâmetro em todos os órgãos analisados. Nas amostras de fragmentos de pulmão também foi observada a presença
de formações pleomórficas semelhantes à micoplasmas, medindo entre 100 e 800 nm. A técnica empregada foi eficiente para o
rápido diagnóstico e tomada de medidas profiláticas e de controle no criadouro.
Biológico, São Paulo, v.76, n.2, p.31-78, jul./dez., 2014
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