CARTOGRAFIA ESCOLAR: a construção do conhecimento na formação dos professores dos Anos Iniciais no Ensino Fundamental Bolsista: LIMA, O. [email protected] Profª: Dra. ROSA, O. [email protected] Universidade Federal de Goiás Campus Catalão INTRODUÇÃO As tecnologias estão revolucionando a sociedade em vários campos do conhecimento. Assimilamos hoje novos tempos e espaços, onde as explosões tecnológicas, as informações e os conhecimentos se processam de forma acelerada provocando em nós, cidadãos, um pensar diferente com muitas possibilidades. Nos últimos tempos, assistimos a um rápido processo de transformação histórica. A terra tornou-se mundo, o globo não é mais apenas um recurso onde encanta a todos e sim um território no qual todos se relacionam entre si, ligados uns aos outros. Tudo nos surpreende e nos assusta a cada momento, causando rupturas drásticas em nosso modo de pensar e agir. Com o impacto das novas tecnologias, o acúmulo de conhecimentos é infinito, deixando-nos vulneráveis a tudo e a todos, enquanto que o alargamento de fronteiras nos proporciona múltiplas e ampliadas visões, deixando-nos imensos desafios a serem enfrentados pelas Instituições escolares. Dessa forma, pensando na formação do cidadão, a cartografia tem se mostrado como um recurso valioso na representação dos fenômenos permitindo uma leitura dos fatos geográficos em termos qualitativos e quantitativos. Sob esse enfoque, que tem como preocupação a prática do ensino cartográfico no sentido de contemplar as dificuldades existentes nas escolas, remete-nos ao ensino de Geografia dos anos iniciais no Ensino Fundamental. O ensino de conteúdos cartográficos, vinculados a forma e a dinâmica do mundo globalizado, supõe abordar, paralelamente competências, habilidades, noções espaciais, bem como conceitos cartográficos de localização, orientação, proporção, visão oblíqua, visão vertical, simbologia, legenda, escala e conceitos físicos como relevo, clima, tempo, vegetação, solos. O passo fundamental para o entendimento desse conhecimento é verificar se os professores em formação (Pedagogos) estão sendo preparados para desenvolver um trabalho com habilidades e competências necessárias para a leitura crítica dos 1 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 acontecimentos nos diversos lugares e inclusive sobre a representação gráfica que é o mapa. No entanto, sabemos que para fazer a leitura do espaço geográfico nesse mundo cada vez mais globalizado, é de fundamental importância entender os mapas. O mapa ajuda a compreender a dimensão de um determinado espaço, além de visualizar a ocorrência de elementos sobre a superfície terrestre Contudo um dos grandes problemas levantados em nossa pesquisa refere-se a não compreensão das habilidades, noções espaciais e elementos físicos da natureza. Como podemos representar um determinado espaço, sem perceber e conhecer? Como fazer a leitura de mapas se não aprendemos trabalhar com noções espaciais que envolvem a lateralidade, orientação, localização, proporção, legenda e simbologia? De que forma os professores podem repassar o conteúdo, se não tiveram um aprendizado adequado em relação a esse tema? Quais são as conseqüências dessas dificuldades para os estudantes e para o ensino de Geografia de maneira geral? Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo verificar a percepção dos estudantes pedagogos em relação ao conhecimento das habilidades, noções espaciais e elementos físicos da natureza, estabelecendo uma aproximação entre a Ciência Pedagógica, Geográfica e Educação Básica visando possibilitar um aprofundamento para o entendimento dos mapas e buscar compreender de que forma eles entendem o espaço e sua representação, contribuindo com um novo significado a prática dos professores. O que tem se observado no meio da comunidade acadêmica de Pedagogos que irão ministrar aulas na primeira fase do Ensino Fundamental, sérias dificuldades de se trabalhar com assuntos ligados a Cartografia e Geografia Física tanto no ensino como na pesquisa. Partindo dessa preocupação este artigo apresenta uma discussão sobre o ensino de Cartografia (competências, habilidades, noções espaciais, conceitos cartográficos e físicos) no Ensino Fundamental na disciplina de Geografia. Esta discussão está fundamentada em pesquisas realizadas nos últimos anos, e principalmente como resultado do projeto PROLICEN 2009 desenvolvido com estudantes Pedagogas do Campus de Catalão que cursam o 7º período do curso de Pedagogia. Paralelo a isso, e para discutir o espaço real das ações desenvolvidas no ensino cartográfico significa considerar primeiramente a leitura e o entendimento das representações do espaço geográfico a partir de um entendimento de conhecimentos no que se refere as competências, habilidades e noções para desenvolver um 2 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 trabalho com croquis, plantas e mapas, isto é fazer compreender uma série de aprendizagens para ser repassadas aos alunos e que esses prossigam sua formação apreendendo a fazer a representação gráfica, e posteriormente o aprendizado do mapa por meio da leitura e representação espacial, permitindo a visualização maior do espaço e fazendo o aluno entender como está inserido nesse espaço, podendo ser local, regional e ou global. Reafirma-se cada vez mais a importância da linguagem cartográfica no ensino de Geografia em função dos alunos desenvolverem capacidades cognitivas relativas a representação gráfica do espaço necessária para que se construam conhecimentos e entendam conceitos de lugar, região, território, espaço, paisagem fundamentais para o entendimento da leitura em Geografia. Com base em FRANCISCHETT (2002) a linguagem na Geografia detém as representações e imagens que o individuo forma a partir da percepção da paisagem, do lugar e do território, atributo de análise da linguagem cartográfica para trabalhar no contexto escolar. Discutir atualmente a qualidade que se busca para o ensino básico de forma geral, é sem dúvida tarefa muito importante, pois estamos diante de muitos problemas e questionamentos que nos fazem repensar e apontar caminhos para o ensino escolar básico que promove a formação da cidadania. Nessa perspectiva, a cidadania se revela para o estudante como necessidade de adquirir conhecimentos, conceitos, procedimentos básicos por meio de vários conteúdos e informações condizentes com a atualização didático-pedagógica. Notadamente que esses conhecimentos se complementam com a devida exploração das noções espaciais e dos elementos físicos da natureza sobre a superfície terrestre. A relevância do tema introduz-se nesse âmbito, no sentido de concretizar a leitura de mundo a partir do entendimento dos conceitos geográficos e cartográficos, esclarecendo as relações que ocorrem entre sociedade e natureza. Diante da tarefa de ensinar sobre a leitura de mundo, precisamos ter claro que o espaço escolar é o local onde a formação de crianças, adolescentes e adultos pode resultar em uma construção teórica e prática. Assim, pensar o papel das primeiras noções espaciais na educação básica torna-se significativo, uma vez que se considera o todo desse nível de ensino que envolve as séries iniciais do Ensino Fundamental. 3 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 Estamos convivendo atualmente em uma sociedade tecnológica, onde a velocidade das informações impera com muita facilidade, trazendo a tona novas maneiras de viver, trabalhar, se organizar e aprender, interagindo com novas informações a todo o instante. Na realidade se fizermos uma retrospectiva histórica, percebemos que à cada novo momento, o conhecimento se faz e refaz com um determinado tipo de tecnologia. Paralelamente a isso, o homem primitivo sempre esteve preocupado em perceber, desvendar e representar o espaço por ele trilhado em benefício próprio e, tão logo, começou a traçar seus primeiros esboços nas paredes das cavernas e nos mais diversos tipos de materiais como papirus, metais, peles, assim como suas primeiras figuras e símbolos. Dentre os meios de expressão e representação do mundo real, podemos destacar a percepção que os membros dos grupos tinham do seu ambiente físico, seu território, seu espaço e da sua própria cultura, pois representavam e localizavam fenômenos que o cercavam como acidentes naturais, os quais se encontravam mais intimamente a eles ligados. Conforme Castellar (2010): Durante muitos séculos, a cartografia esteve relacionada ao mapeamento dos lugares que eram descobertos e registrados pelos viajantes. “Esses relatos se transformaram em mapas, com finalidade de mostrar todos os fenômenos distribuídos territorialmente.” (CASTELLAR 2010, p.28) Neste contexto, é justificável que desde sua origem, a relação homem-natureza acompanha o desenvolvimento geográfico e cartográfico. A localização do homem e de suas atividades desvenda sempre a distribuição dos elementos sobre a superfície terrestre. Essas distribuições no espaço e no tempo, ou seja, os elementos homem-natureza variam na ordem espacial e temporal. A ligação entre o espaço e o tempo é uma característica importante na Geografia e Cartografia já que se referem ao entendimento de como o homem reagiu e vem reagindo diante dos elementos da natureza ao longo do tempo. Assim, em cada momento histórico a tecnologia foi evoluindo e hoje estamos entremeados a todo o instante e com muita rapidez de novos produtos e novos conhecimentos, diante de uma sociedade tecnológica. Uma preocupação sempre se fez presente na história da sociedade humana, a organização espacial (elementos físicos e a cartografia dos territórios). 4 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 Desenvolvemos, pois a Ciência Geográfica preocupada em representar os elementos contidos no espaço geográfico. Neste sentido a Geografia e a Cartografia passam a ser entendidas a partir de um ponto, extrapolando para espaços maiores associados à questão temporal, pois a cada novo elemento geográfico criado, como exemplo uma cidade, uma escola, uma fábrica entre outros, ocorre de uma forma diferenciada transformando a natureza no espaço e no tempo. Assim vamos descobrindo o imenso universo físico e cartográfico em meio a nossa realidade que é determinada pelas relações processadas historicamente entre sociedade e natureza. A partir desse entendimento e diante da fase explosiva de tecnologias, mesclam-se muitas observações associadas a muitas dúvidas sobre o conhecimento, as competências, compreensão das habilidades, noções e conceitos espaciais, bem como de sua aplicabilidade pelos professores em sala de aula através de elementos representativos que compõe o espaço geográfico. Porém, a representação do espaço geográfico se torna bastante simples a partir do momento em que se descobre que a imagem pode ser a forma visual de representar a informação a ser comunicada. Concomitante a isso, a Geografia física possui uma interação com a Cartografia que representa no espaço os fenômenos que nele acontecem. O conhecimento geográfico e cartográfico reflete as transformações porque passa a sociedade. Por esse motivo vale salientar a preocupação com o aprendizado das competências, habilidades espaciais e elementos físicos da natureza que permitem a representação do espaço geográfico sobre o mapa. De acordo com Castellar, 2010, diz que: Não podemos esquecer que os mapas são representações planas e reduzidas da superfície terrestre ou de parte dela, com uma síntese de informações apresentadas por meio de um conjunto de símbolos. Com as informações obtidas, é possível conhecer e conceber os vários lugares existentes na terra e territorializá-los, ou seja, o mapa territorializa os registros dos documentos (CASTELLAR, 2010, P28). O aprendizado dessas representações visa habilitar o aluno a se localizar, se orientar e a representar os elementos do espaço através de mapas, capacitando-o assim a perceber o espaço no qual ele está inserido. Por sua vez, os professores têm grande importância no fazer pedagógico, podendo facilitar ou desestimular a aprendizagem em um contexto escolar. A importância da cartografia escolar é inquestionável, diante das relações do homem com o 5 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 espaço geográfico. Podemos, dizer que, é no ensinar a fazer a leitura desse espaço representado que está no mapa, que exploramos os elementos naturais e construídos através da percepção. Sem essa percepção, o estudante conclui o 4º ano do ensino fundamental sem conhecimento das habilidades e noções espaciais. Precisamos ensinar nossas crianças a perceber os elementos do espaço geográfico, construir seus pré-mapas, para depois fazer a leitura de mundo sobre o mapa. A interpretação do elemento geográfica ganha significado quando a criança consegue perceber como se dá a organização do espaço, para em seguida fazer a leitura de uma representação gráfica, compreendendo as representações cartográficas. Concomitante a isso, soma-se a questão de como trabalhar nos anos iniciais, pois as aulas são ministradas por profissionais que não tiveram em sua formação pedagógica um preparo mais direcionado a essa especificidade geográfica. Para que esse aprendizado seja concretizado é necessário investir no professor à fim de que ele tenha domínio de conhecimentos específicos da disciplina de Geografia que estuda o espaço geográfico e da Cartografia que representa este espaço. A cartografia é considerada como um recurso valioso na representação dos fenômenos permitindo uma leitura dos fatos geográficos em termos qualitativos e quantitativos. No entanto, sabemos que para fazer a leitura do espaço geográfico, é de fundamental importância entender os mapas. O mapa ajuda a compreender a dimensão de um determinado espaço, além de visualizar a ocorrência de elementos sobre a superfície terrestre. De acordo com Castellar (2010), sobre esse assunto relata que: É fundamental iniciarmos o processo de letramento em educação geográfica a partir das noções cartográficas, com destaque para o alfabeto cartográfico e a legenda, desde as séries iniciais do ensino fundamental I. No processo de letramento, a linguagem cartográfica estabelece um novo referencial no tratamento de mapas em sala de aula. Eles passam a ser lidos e compreendidos pelo aluno, que os relaciona com a realidade vivida e concebida por ele (CASTELLAR 2010, p.30). Discutir atualmente a qualidade que se busca para o ensino básico de forma geral, é sem dúvida tarefa muito importante, pois estamos diante de muitos problemas e questionamentos que nos fazem repensar e apontar novos caminhos para o ensino escolar básico que promove a formação da cidadania. Nessa perspectiva, a cidadania se revela para 6 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 o estudante como necessidade de adquirir conhecimentos, conceitos, procedimentos básicos por meio de vários conteúdos e informações condizentes com a atualização didático pedagógica. Notadamente que esses conhecimentos se complementam com a devida exploração das noções espaciais e dos elementos físicos da natureza sobre a superfície terrestre. Contudo, para garantir uma educação geográfica e cartográfica participativa e integrada, é viável que professor e aluno construam de forma criativa o processo ensino aprendizagem, enfocando sempre a vida do aluno na comunidade, município e estado através de práticas pedagógicas diferenciadas em que o professor assuma o papel de mediador para fazer os ensinamentos do conteúdo geográfico escolar. Em razão disto, é que surge a proposta de pesquisa para trabalharmos com futuros profissionais atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental provocando questionamentos, verificando suas deficiências e contribuindo com novos conhecimentos a esses professores. A metodologia utilizada para averiguar o objetivo proposto, envolveu os estudantes que cursam o 7º período de Pedagogia do Campus Catalão/UFG, com uma abordagem etnográfica, de caráter qualitativo. Para embasar essa discussão fizemos Revisão de literatura, leitura de obras referentes às questões psicológicas da criança, ensino de Geografia e Cartografia, Parâmetros Curriculares Nacionais e informações de fontes primárias e secundárias como parte da pesquisa. Para referenciar nossas discussões foi aplicado questionário diagnóstico envolvendo questões geográficas e cartográficas. Na seqüência pedimos aos participantes que fizessem a representação gráfica de uma atividade prática, cujo titulo é “ representação do caminho de casa até a Universidade” (atividade diagnóstica). Cabe ressaltar que essa atividade prática não teve interferência dos pesquisadores. Após a coleta de dados fizemos uma análise das atividades com o fim de verificar quais as dificuldades encontradas pelos futuros Pedagogos. Na última parte do trabalho será proposto textos didáticos que envolvam atividades práticas com suas devidas explicações para serem entregues aos participantes da pesquisa, com o fim de contribuir para uma aproximação entre o Curso de Pedagogia, Geografia e Educação Básica, possibilitando aos futuros professores à compreensão das noções espaciais e elementos físicos da natureza de acordo com as atuais propostas dos PCNs. 7 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 Quanto aos resultados, podemos dizer que fizemos leituras a partir de bibliografias referentes ao tema pesquisado, fazendo com alguns autores uma inter-relação sobre questões básicas em noções espaciais, conceitos cartográficos e conceitos físicos da natureza como relevo, clima, solos, tempo e outros, que devem ser apreendidos com afinco pelos estudantes dos anos iniciais. Para avaliar os resultados obtidos fizemos uma análise dos questionários e da atividade prática, encontrando resultados nada satisfatórios para um futuro professor que está prestes a entrar em uma sala de aula. Dos 36 estudantes em sala, somente 26 responderam ao questionário e representaram a atividade prática. Conforme a análise, obtivemos respostas mais gerais como: As estudantes não possuem uma visão mais real e integradora do entendimento de Geografia, Cartografia e elementos físicos da natureza. Não apresentam entendimento detalhado sobre o tema, nem inferem ao processo preparatório de certas habilidades e competências. As estudantes no geral dizem não ter conhecimento sobre as noções topológicas, projetivas e euclidianas, As respostas no geral apresentam-se com grande deficiência para desenvolver um trabalho com o cognitivo do aluno. Quanto à questão da representação gráfica do trajeto de casa até a Universidade, os estudantes não apresentam afinidade com os recursos disponíveis para fazer a representação. O elemento humano aparece somente em duas representações. Os elementos são representados sem nenhum enquadramento, nem visão oblíqua e vertical. Os elementos representados apresentam desorganização espacial. Os elementos estão soltos e isolados no espaço. Ocorre ausência de titulo, orientação, proporção, legenda e símbolos. A partir dos resultados a pesquisa teve a finalidade de contribuir para as discussões acerca das noções espaciais e elementos físicos da natureza com os estudantes Pedagogos, no sentido de obter uma melhoria da qualidade do ensino da disciplina de Geografia na primeira Fase do Ensino Fundamental. Partindo dessas inquietações e reflexões, colocamos uma pergunta em evidência: será que os estudantes Pedagogos estão preparados para ensinar as crianças as primeira noções espaciais para fazerem a representação gráfica? Nesse contexto, dizemos que ao discutir sobre o processo de ensino aprendizagem da alfabetização cartográfica, faz-se necessário que os professores estejam atentos para a necessidade de reconhecer e 8 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 compreender como a criança percebe as questões de lateralidade (direita, esquerda), referências, localizações, representações espaciais e conceitos geográficos. A ênfase das análises avaliativas do questionário e da atividade diagnóstica nos remete à necessidade de valorizar o conteúdo de noções espaciais e elementos físicos da natureza pelos estudantes de Pedagogia. À medida que tomamos conhecimento da importância de trabalhar a alfabetização cartográfica, para o entendimento das noções e elementos físicos associados ao desenvolvimento das atividades, vamos ampliando novos conhecimentos e garantindo uma aprendizagem mais significativa para a compreensão do espaço geográfico. O entendimento e preparo do domínio espacial das representações cartográficas implicam um conjunto de conhecimentos e habilidades dos estudantes, para que esse consiga fazer a leitura e interpretação do espaço representado. Esse domínio deve ser desenvolvido a partir dos anos iniciais, contemplando o conteúdo proposto pelos PCNS (Parâmetros Curriculares Nacionais). A qualidade da abordagem da linguagem gráfica é considerada fundamental para desenvolver capacidades relativas à representação do espaço. Paralelo ao exposto cabe acrescentar que o nosso desafio é buscar soluções para os problemas e dificuldades que os futuros Pedagogos enfrentam, quando de sua formação. Precisamos, no entanto criar alternativas metodológicas para trabalhar o conteúdo cartográfico e elementos físicos como clima, relevo, vegetação, solos, rochas e outros. É primordial que o professor entenda o saber cotidiano que o aluno traz para a sala de aula e, partindo desse conhecimento transferir para o conhecimento científico necessário a sua formação. Do ponto de vista geográfico e cartográfico, essas reflexões devem subsidiar a construção de habilidades e conceitos básicos geográficos, para serem ensinados aos estudantes Pedagogos, a fim de serem melhores repassados e compreendidos entre os estudantes dos anos iniciais. A preocupação central do tema esteve voltada para as noções espaciais e elementos físicos da natureza imprescindível para o conhecimento geográfico. Para o entendimento desses conteúdos devem ser desenvolvidas habilidades básicas com as crianças desde as séries iniciais, pois sem elas torna-se difícil fazer abstrações e representações do espaço tridimensional para o bidimensional. A criança por não possuir habilidades com as noções espaciais e elementos físicos deve ser encaminhada para a prática através de 9 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 atividades que obedeçam ao seu processo cognitivo. É preciso que o professor se envolva em situações de aprendizagem sobre o tema noções espaciais e elementos físicos e que lhes permitam demonstrar familiaridade com determinados conceitos espaciais para o entendimento deste conteúdo na disciplina de Geografia. Posto isto, a relação entre Pedagogia e Geografia se efetivará na busca de conhecer a importância de trabalhar as competências e habilidades Cartográficas, considerada como pré-requisito para que aconteça a orientação espacial. Referências Bibliográficas ALMEIDA, R. D. e PASSINI, E. J. O Espaço geográfico: Ensino e Representação. São Paulo: Contexto, 1989. ALMEIDA, R. D. de. Do Desenho ao Mapa: iniciação cartográfica na escola. Ed. Contexto: São Paulo, 2001. CALLAI, H. C. (org.) O ensino em Estudos Sociais. Ijuí: Inijuí, 1991. CASTELLAR, S. Educação geográfica: teorias e práticas. 2ª ed., São Paulo: Contexto. 2006. CASTELLAR, S. e VILHENA, J. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010. (Coleção idéias em ação). CASTROGIOVANNI, A.C. et al. Geografia em sala de aula: Práticas e reflexões. 2ª ed. Porto Alegre: UFRGS/AGB, 1999. CAVALCANTI, L. S de. Geografia, Escola e Construção de Conhecimento. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998. FRANCISCHETT, M. N. 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