Os Répteis Nesse texto iremos estudar um pouco sobre os répteis, vertebrados que realmente conquistaram o ambiente terrestre de forma definitiva através de ganhos importantes evolutivos. Esses animais tiveram um apogeu na era mesozóica (aproximadamente de 250 a 65 milhões de anos atrás) com o domínio esmagador dos dinossauros. Os répteis também são alvos de interesse dos estudantes em geral devido aos poderosos representantes atuais como as serpentes e crocodilos. l http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/animais_pre_historico.htm As conquistas evolutivas atingidas pelos répteis na conquista do ambiente terrestre estão alguns ganhos corporais e outros reprodutivos e a partir desses ganhos abriu-se o caminho para o aparecimento de aves e mamíferos. Os répteis assim como os anfíbios são heterotérmicos, ou seja, animais que não mantém a temperatura corporal, dessa forma os répteis atuais se distribuem bem sobre a Terra, porém têm dificuldades com ambientes frios não ocupando assim os pólos. São animais predominantemente carnívoros apresentando representantes peçonhentos e também com várias estruturas extremamente interessantes para localização e captura de suas presas. A pele dos répteis é completamente seca não apresentando glândulas secretoras em sua superfície, com revestimentos característicos em cada grupo sendo o principal critério para a classificação no grupo. Geralmente são animais de movimentos lentos alternados com arranques, principalmente no ataque e na defesa. Muitos momentos do dia permanecem expostos ao sol para o aquecimento corporal já que sua pele apresenta impermeabilidade (ao contrário dos anfíbios). QUEM SÃO OS RÉPTEIS? (Classificação ou Taxonomia) São exemplos de répteis: Serpentes, cágados, jacarés, lagartos, etc. Classificação: Reino – Animalia ou metazoa. Filo – Chordata. Subfilo – Vertebrata. Super-classe – Tetrapoda. Classe – Reptilia. Ordens- No total são 16 ordens de répteis, a maioria com representantes fósseis. As principais são: Os escamados (Ordem Squamata) – Revestimento corporal com escamas. Duas sub-ordens – Lacertilia – Lagartos e lagartixas. – Ophidia – Serpentes. Os quelônios (Ordem Testudinata ou Chelonia) – Revestimento de placas córneas associadas a ossos formando carapaça e plastrão – Cágados, jabutis, tartarugas. Os crocodilianos (Ordem Crocodilia ou loricata) – Revestimento de placas córneas – Jacarés, crocodilos, aligatores e gaviais. http://www.ninha.bio.br/biologia.html COMO OS RÉPTEIS FUNCIONAM? (Fisiologia) Digestão: Os répteis engolem seu alimento sem mastigar, nos crocodilianos os dentes são fortes e cônicos sendo trocados periodicamente, nos quelônios os dentes estão ausentes mas a mandíbula é cortante. Nas serpentes e alguns lagartos existem presas inoculadoras de peçonha. Os crocodilianos apresentam dilatação muscular no estômago (moela), as serpentes apresentam esôfago dilatável e estômago alongado dentre outras adaptações para a ingestão de presas muitas vezes mais largas que o corpo da serpente. Dentre essas adaptações estão a pele elástica, os ossos da mandíbula que apresentam quatro pontos de articulação permitindo uma abertura de quase 180o e a presença de ossos denominados quadrados que se desarticulam e rearticulam possibilitando a passagem de alimentos grandes pela garganta do animal. Respiração: A respiração dos répteis é exclusivamente pulmonar, nas serpentes o pulmão esquerdo é atrofiado para a passagem do alimento e o direito é bastante alongado. Os pulmões dos répteis apresentam superfície de troca superior à encontrada nos pulmões dos anfíbios, fato que garante a respiração exclusivamente pulmonar nesse grupo. Em tartaruga marinha também existe a troca respiratória em projeções na cloaca. Os movimentos respiratórios são realizados por músculos que afastam e aproximam as costelas alterando o volume da caixa torácica. Nos quelônios os movimentos respiratórios são realizados apenas por músculos já que as costelas estão fixadas na carapaça. Circulação: A circulação é fechada, dupla e incompleta. Nesse grupo existe uma diferença entre a circulação dos crocodilianos e a circulação dos outros grupos. Nos não crocodilianos o ventrículo é único de forma semelhante à encontrada nos anfíbios, diferindo destes pela presença de um pequeno septo na base do ventrículo (septo de sabatier). Nos crocodilianos o coração é totalmente separado, apresentando quatro cavidades (2 átrios e 2 ventrículos) existindo uma comunicação fora do coração conhecida como forame de Panizza (portanto ainda incompleta). Excreção: É realizada através de rins. Na maioria dos répteis não existe bexiga urinária, sendo a urina depositada diretamente na cloaca, nos lagartos e tartarugas ocorre a presença de bexiga urinária. Os répteis excretam ácido úrico (uricotélicos). Sistema Nervoso: Os hemisférios cerebrais são mais desenvolvidos que os dos anfíbios. Lobos ópticos (visão) e olfativos (cheiro) são bem desenvolvidos. A audição é pouco desenvolvida, praticamente ausente em serpentes. Gustação é pouco desenvolvida apesar dos crocodilianos apresentarem papilas gustativas na língua. A olfação é bem desenvolvida. Presença de órgão de Jacobson que apresenta várias células olfativas. Nas serpentes peçonhentas, com exceção das serpentes-corais existem fossetas loreais (ou lacrimais) que captam radiação infravermelha (calor) da presa. Fosseta loreal http://paleontologiageral.blogspot.com/2010/06/entenda-fosseta-loreal-das-serpentes.html Reprodução: A fecundação é interna sendo independente da água ambiental, os machos apresentam pênis, sendo esse órgão bifurcado e cada parte recebe o nome de hemipênis. A maioria dos répteis é ovípara, sendo alguns representantes ovovivíparos. Os ovos são revestidos por casca impermeável. O desenvolvimento dos filhotes é direto, sem passagem por estágio larval. Essas características colaboram com a vida terrestre dos répteis.