MEIO AMBIENTE CONTEÚDOS • Impactos e riscos ambientais

Propaganda
MEIO AMBIENTE
CONTEÚDOS

Impactos e riscos ambientais

Problemas ambientais urbanos

Biodiversidade e custos ambientais

Desenvolvimento sustentável e tratados internacionais sobre o meio ambiente
AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Desde o surgimento dos primeiros homens no planeta, o meio ambiente sofre
interferências. Todas as atividades do Homo sapiens sapiens, e mesmo de seus
antepassados, dependiam dos recursos que a natureza dispunha para a sobrevivências
dos grupos. Por esse motivo, dizemos que a história do homem na Terra está diretamente
relacionada à dinâmica da natureza e suas transformações.
Assim, é possível afirmarmos que o espaço geográfico é modificado constantemente
desde o surgimento do ser humano. Essas transformações só foram possíveis porque o
homem desenvolveu técnicas que permitiram que ele explorasse e aproveitasse a natureza
como recurso.
Num primeiro momento, quando o homem não tinha controle sobre ela – ou seja,
quando era o tempo da natureza que controlava suas ações – o homem vivia em um meio
natural. Nesse meio, ele retirava o sustento da natureza sem, no entanto, promover grandes
transformações. As técnicas (a maioria delas primitivas) já existiam, todavia, as ações da
natureza prevaleciam sobre as ações dos homens.
A pesca, a caça e a coleta foram atividades que, desde o surgimento do homem,
mudaram as relações entre os seres vivos, e entre os seres vivos e os ambientes em que
eles vivem. Com o passar do tempo, a sedentarização do homem, a domesticação dos
animais e as práticas agrícolas começaram a provocar modificações gradativas no meio.
A partir de então, quase todas as interferências passaram a causar grandes
impactos no meio, e a intensa retirada dos recursos começou a transformar a natureza de
forma irreversível. Essas transformações só foram possíveis porque o homem passou a
desenvolver técnicas que se sobressaíram aos limites que, antes, a natureza impunha.
Com a necessidade de acúmulo de riquezas e o desenvolvimento de um conjunto
de técnicas, o homem provocou a emergência de um meio mecanizado – o meio técnico. A
Revolução Industrial é o marco desse processo, uma vez que, a partir dela, o homem
modificou todo o processo produtivo. A industrialização permitiu que as sociedades
produzissem mais, em um menor intervalo de tempo, e provocou o surgimento de vários
objetos técnicos que modificaram intensamente o espaço geográfico, tais como: indústrias,
hidrelétricas, portos, rodovias, ferrovias, etc.
Figura 1 – A obra Over London by rail (1872) destaca a cidade de Londres densamente povoada e poluída
com a industrialização
Fonte: Gustav Doré In: Wikimedia Commons
A Revolução Industrial, iniciada no século 18, na Inglaterra, é também o marco da
intensa degradação do meio ambiente. Certamente, as constantes melhorias no processo
produtivo e as inúmeras inovações tecnológicas trouxeram vários impactos positivos para
as sociedades. No entanto, a modernização acelerada, resultante dos processos de
industrialização e urbanização, em diversos países do mundo, aumentaram a demanda por
matérias-primas e agravaram os riscos de esgotamento das reservas de diversos recursos
existentes na natureza, tais como a água, o carvão e o petróleo. Além disso, a poluição do
ar, dos mananciais1 e a retirada da cobertura vegetal também cresceram.
1
Qualquer fonte de água superficial ou subterrânea com potencial para o aproveitamento humano.
Saiba mais: nesse mesmo período, de rápido crescimento industrial, a população mundial
crescia em ritmo acelerado (devido à queda acentuada das taxas de mortalidade).
Por volta de 1850, o planeta possuía aproximadamente 1,2 bilhão de habitantes; um
século depois, em 1950, a população mundial já ultrapassava 2,5 bilhões e, em 1970, a
população já estava próxima a 4 bilhões. Observe o gráfico:
Figura 2 – População mundial
Fonte: US Census Bureau In: World do Meters
Esses dados espantosos levaram alguns estudiosos, erroneamente, a apontar o
crescimento populacional como a principal causa motivadora dos problemas ambientais
e de outras mazelas do mundo, como a pobreza. No entanto, não se pode atribuir apenas
à população numerosa os encargos da degradação do meio. Também é preciso
considerar que, nessa época, as nações mais desenvolvidas aumentaram, e muito, o
consumo, exigindo ainda mais a retirada de recursos naturais.
Desta forma, são os padrões de consumo – enraizados desde a Revolução Industrial e
difundidos para diversos países – que tornaram os níveis de degradação ambiental
insustentáveis na atualidade.
O fim da Segunda Guerra Mundial e a consolidação da Globalização marcaram a
formação do meio técnico-científico-informacional, que agregou um novo dado ao conjunto
das técnicas: o desenvolvimento da ciência e de novas tecnologias a serviço do processo
produtivo e a difusão da informação.
Nesse mesmo período, a descentralização da produção e a instalação de indústrias
em diversos países provocaram o crescimento econômico de muitas economias
emergentes. Essa marcha de desenvolvimento sempre esteve acompanhada de grandes
impactos no meio ambiente, uma vez que passou-se a exigir ainda mais a retirada de
recursos naturais do meio, para suprir as necessidades de consumo das sociedades sem
que houvesse tempo do ambiente se regenerar e dos recursos se renovarem.
Nesse sentido, os recursos naturais, antes retirados em abundância, começaram a
mostrar sinais de esgotamento. Se o processo de industrialização dava a impressão de que
os recursos eram ilimitados, as últimas décadas mostraram que, apesar do aumento da
capacidade de transformação do trabalho humano, a degradação do meio limita, e muito,
tais possibilidades.
Dica: Para entender as transformações que o homem provoca no espaço geográfico,
ouça no Portal EJ@, na seção Biblioteca Digital do Ensino Médio, ao podcast:
Fases do Espaço Geográfico
Em seguida, não deixe de fazer a Sequência Didática preparada para esse material!
Além disso, os principais problemas ambientais trazem consequências negativas
diretas para a sobrevivência e a qualidade de vida de todos os seres vivos e, em razão
disso, passaram a ser discutidos em escala regional e global.
Daí a necessidade imediata de se discutir o modelo de desenvolvimento econômico
dos países, bem como os nossos padrões de consumo.
Impactos e riscos ambientais
A degradação do meio ambiente provoca inúmeros impactos e expõe diferentes
grupos populacionais a uma série de riscos ambientais e sociais. Sendo assim, a
manutenção das condições ambientais é essencial para garantir a qualidade de vida da
humanidade e dos demais seres vivos.
Não faltam exemplos em nossa história da ausência de compromisso com a
conservação do meio ambiente. No entanto, diariamente, continuamos a provocar
pequenos impactos ao meio que, somados, podem desencadear danos irreversíveis para
a natureza e para a sociedade.
Dica: Para entender os impactos que o homem provoca no meio ambiente e a
necessidade de se criar práticas mais sustentáveis de uso dos recursos, ouça no Portal
EJ@, na seção Biblioteca Digital do Ensino Médio, ao podcast:
Consumo, consumismo e impacto humano no meio ambiente
Em seguida, não deixe de fazer a Sequência Didática preparada para esse material!
Os principais problemas ambientais do mundo contemporâneo estão ligados,
diretamente, à escassez dos recursos, ao desmatamento, à poluição, e às mudanças
climáticas. (Para saber mais sobre essas últimas, consulte o Tema de Estudo de Geografia
do EM: Dinâmicas Climáticas).
Quanto à escassez, os recursos mais aproveitados e que, portanto, encontram-se
em pior situação de esgotamento, são os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e
carvão mineral), a água, o solo e os produtos florestais.
Figura 3 – Descarga de efluente industrial
Fonte: Wikimedia Commons
A poluição ambiental, por outro lado, diz respeito ao lançamento na atmosfera, nos
mananciais e nos solos, de substâncias que prejudicam a vida humana, os animais e os
vegetais. Dentre elas, destacam-se
 os defensivos agrícolas (agrotóxicos,
herbicidas e inseticidas, usados para
combater
pestes
e
pragas
das
plantações);
 os hormônios (que promovem o
crescimento
mais
rápido
dos
animais);
 os antibióticos (usados para evitar
perdas e doenças nas criações);
 os detergentes e solventes (usados
para limpar objetos);
 o mercúrio (utilizado na atividade
mineradora);
 os gases poluentes (lançados na
atmosfera pelas fábricas e pelos
automóveis).
Figura 4 – Pulverização de pesticida em plantação
Fonte: Wikimedia Commons
Em todos os casos, a contaminação pode acontecer de forma direta, quando a
substância é lançada diretamente no ambiente; ou de forma indireta, como é o caso dos
hormônios e antibióticos, que são usados nas atividades agropecuárias e poluem a água e
o solo, por meio do contato dos dejetos dos animais contaminados.
Figura 5 – Unidade industrial na China
Fonte: Wikimedia Commons
Problemas ambientais urbanos
A Organização Mundial da Saúde (OMS), agência da ONU responsável pela saúde
pública dos países, recomenda que os municípios tenham, no mínimo, 12 m2 de área verde
por habitante. Salvo raras exceções, como é o caso de Curitiba e Rio de Janeiro, as grandes
capitais brasileiras estão bem abaixo dessa meta.
Enquanto as capitais paranaense e fluminense possuem aproximadamente 60 m2
de área verde, São Paulo, a maior cidade do Brasil, possui em média menos de 3 m2 de
área verde para cada habitante. No centro, em alguns bairros periféricos a situação é ainda
pior. Para se ter uma ideia, Estocolmo, capital da Suécia, por exemplo, atinge a marca de
86 m2 de área verde para cada um de seus habitantes.
Figura 6 – Poluição vista no horizonte da região do Parque do Ibirapuera, em São Paulo
Fonte: Wikimedia Commons
Estudos apontam que mais de 90% dos municípios brasileiros sofrem com algum
problema ambiental. O crescimento acelerado e sem planejamento provocou grandes
mudanças nos espaços urbanos e, geralmente, são as grandes e médias cidades que
concentram o maior número de problemas.
Observe o quadro a seguir com alguns dos principais problemas ambientais urbanos
recorrentes nas cidades brasileiras:
Carência
de
infraestrutura
de
saneamento básico e esgoto a céu
aberto: a ausência desses serviços,
considerados elementares para a saúde
da população, podem provocar doenças
pelo contato com parasitas, vermes e
outros seres nocivos à saúde humana. A
ingestão de água contaminada, que
também é uma consequência da falta de
saneamento básico, é responsável pela
Figura 7 – Rua da periferia do Distrito Federal
Fonte: Wikimedia Commons
contaminação e proliferação de doenças. Percebe-se, muitas vezes, que são os próprios
moradores que lançam lixo e, provavelmente, despejam os dejetos diretamente no
córrego que não foi canalizado pelo poder público, tal como aponta a imagem (que mostra
uma rua no entorno de Brasília, nas áreas mais carentes da capital federal).
Enchentes: quase sempre as enchentes das
grandes cidades são causadas pela alta
impermeabilização do solo (ou seja, muito
asfalto e pouca área verde), entupimento de
bueiros, acúmulo de lixo e ocupação indevida
nas várzeas dos rios. Vale ressaltar que as
cheias são fenômenos naturais que ocorrem
Figura 8 – Enchente no Rio de Janeiro
Fonte: F. Frazão In: Agência Brasil
em períodos de grande precipitação, quando
a vazão fluvial se torna maior que o espaço
do escoamento. No entanto, o problema nos sistemas de drenagem das cidades e a
ocupação/impermeabilização dessas áreas de vazão provocam verdadeiras catástrofes
nos espaços urbanos. Dentre as principais consequências desse fenômeno, estão os
prejuízos financeiros e os danos materiais para aquelas pessoas que tem seus bens
invadidos pelas águas, contaminação pelo contato com a água de rios poluídos e bueiros,
proliferação de doenças, como a leptospirose. Além disso, a impermeabilização impede
a infiltração da água no solo e aumenta a velocidade das enxurradas, causando danos
como erosões, soterramentos e deslizamentos de terras em áreas mais íngremes.
Poluição de rios e mananciais: ocorre
quando o sistema de esgoto de uma
cidade é precário ou inexistente. Com
isso, os dejetos são lançados diretamente
nos
corpos
d’água
sem
qualquer
tratamento – tornando-se, assim, um
esgoto a céu aberto. Em muitos casos a
população também é responsável pela
poluição, quando
lança lixo
urbano,
Figura 9 – Rio Tietê em São Paulo
Fonte: Wikimedia Commons
como garrafas pet, lixo orgânico, móveis,
detergente e outros resíduos, diretamente nos rios.
A consequência dessa situação é o assoreamento, a proliferação de doenças para
aqueles que residem próximos aos rios, a possibilidade de ocorrência de enchentes, o
mau cheiro, além da perda do aproveitamento do rio para fins econômicos, por exemplo,
com a navegação e/ou pesca.
Depósito de lixo a céu aberto: os famosos
“lixões” geralmente são criados em terrenos
baldios que acumulam lixo indevidamente,
sendo, portanto, uma forma inadequada de
destino final do lixo urbano. Após a coleta, o
lixo deve ser tratado e depositado, a fim de
que se evitem doenças. Existem diferentes
Figura 10 – Lixão em Duque de Caxias (RJ)
Fonte: Wikimedia Commons
formas de tratamento do lixo, como aterro,
incineração, compostagem e reciclagem.
O uso de lixões é o método mais inadequado de descarte do lixo, pois eles atraem ratos,
baratas, insetos e outros animais e são verdadeiros depósitos de proliferação de
doenças.
Ocupação de encostas e áreas irregulares:
consequência
da
ausência
de
políticas
públicas de habitação para a população de
baixa renda. Sem alternativa, muitas famílias
ocupam essas áreas irregulares e se expõem
a riscos sociais e ambientais a cada
possibilidade de chuva.
Além do transbordamento dos rios e o
alagamento das ruas, as chuvas também
podem provocar o desabamento de encostas
(ou
deslizamentos
de
terra)
e
causar
Figura 11 – Bairro da periferia de São Paulo
Fonte: Wikimedia Commons
acidentes fatais.
A ocupação de áreas íngremes facilita a erosão, uma vez que a vegetação é retirada
para a construção das casas. Com isso, o solo fica exposto e suscetível aos
deslizamentos. Quando chove nessas áreas, a água não infiltra no solo, e desce as
encostas em grande velocidade levando sedimentos, lama, pedras, árvore e casas,
quando essas não são construídas com a devida sustentação.
Poluição
atmosférica:
causada
pelo
excesso de veículos e pela ausência de
áreas verdes, capazes de absorver os
gases poluentes durante o processo de
fotossíntese. Quando as principais cidades
abrigavam
poluição
Figura 12 – Av. 23 de Maio, em São Paulo
Fonte: Wikimedia Commons
as
grandes
atmosférica
indústrias,
também
a
era
provocada pela emissão de gases das
chaminés das fábricas.
Esse tipo de poluição provoca problemas respiratórios e outras doenças pulmonares e
cardiovasculares, contribui para o aumento das temperaturas médias nos centros
urbanos (as ilhas de calor), e contribuem diretamente para a formação do smog, que são
nuvens contaminadas por gases poluentes.
A existência de graves problemas ambientais nos municípios brasileiros expõe a
necessidade evidente de elaboração e, sobretudo, de aplicação de políticas públicas
ambientais em áreas urbanas e rurais, e que atinjam as esferas municipais, estaduais e
federais.
As áreas urbanas brasileiras concentram parte das atividades produtivas e mais de
80% da população do país. Somente por esses dois fatores, os riscos e os impactos sociais
e ambientais produzidos nas grandes cidades devem ser considerados prioridades em
qualquer projeto de gestão urbana.
Esses problemas comprometem o ambiente urbano e colocam em risco a qualidade
de vida da população, exposta diariamente a várias situações de vulnerabilidade. Assim, o
desenvolvimento pleno do país também esbarra na situação em que as cidades brasileiras
se encontram, uma vez que elas abrigam grande parte dos habitantes do país.
Não custa lembrar, entretanto, que muitos dos problemas gerados nas grandes
cidades também são resultantes da negligência e descuido da população, que, assim como
as autoridades, se omite de muitas responsabilidades.
Biodiversidade e custos ambientais
O Brasil, juntamente com outros 16 países2, destaca-se pela sua megadiversidade.
Estima-se que, sozinho, o país abrigue mais de 12% de toda a riqueza biológica do planeta,
dado que o coloca em primeiro lugar no ranking de países megadiversos. A variedade
climática e a grande extensão territorial são os grandes responsáveis por esse fator.
Além de ter o privilégio de ser o país com a maior biodiversidade do planeta, ele é
detentor de grandes áreas de mata virgem, bacias hidrográficas e de imensas reservas de
outros tantos recursos naturais. Mas será que o Brasil consegue proteger essas riquezas
ou, no limite, associar o crescimento econômico com medidas eficientes de conservação
de nossos recursos?
Apesar de possuir a maior biodiversidade do mundo, as espécies animais e vegetais
brasileiras são ameaçadas desde a época da colonização, quando os portugueses que aqui
chegaram, eliminaram de forma predatória vastas áreas naturais em prol da realização de
atividades agrícolas e extrativistas, tal como ocorreu com o aproveitamento da madeira do
pau-brasil.
2
Colômbia, México, Venezuela, Equador, Peru, Estados Unidos, África do Sul, Madagascar, República
Democrática do Congo, China, Papua Nova Guiné, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Austrália.
A degradação ambiental, portanto, acompanha o processo de desenvolvimento
econômico do país, desde o descobrimento e o início da colonização. Todos os ciclos
econômicos – da cana-de-açúcar ao café – provocaram grandes impactos ambientais no
território brasileiro. Mais tarde, os processos de industrialização e urbanização também
continuaram a ampliar as áreas devastadas, assim como ocorreu com outras atividades
agropecuárias no meio rural, como a produção de soja e a criação de gado.
Figura 13 – Obra Derrubada de uma floresta (1835)
Fonte: Johann Moritz Rugendas In: Pinacoteca São Paulo
Curiosidade: o quadro “Derrubada de uma floresta”, elaborado em 1835 por Johann M.
Rugendas, representa a substituição da Mata Atlântica por canaviais e, especialmente
cafezais que, começavam a ocupar grande parte da paisagem brasileira. Rugendas era
um pintor alemão que viajou pelo Brasil registrando povos, costumes e paisagens,
tornando-se um dos principais ilustradores do Novo Mundo (a América) no século 19.
Os dados de retirada de cobertura vegetal são tão alarmantes, que o Brasil,
atualmente, é um dos maiores responsáveis pelas práticas de desmatamento e queimadas.
A Floresta Amazônica, a maior reserva natural do mundo, é uma das regiões que mais
sofrem, atualmente, com a retirada da vegetação. No ano de 2013, o desmatamento
aumentou em 28% na região, em relação ao ano anterior, após alguns anos de constantes
quedas.
Figura 14 – Desmatamento na Floresta Amazônica
Fonte: Frontpage/Shutterstock.com
Apesar do intenso desmatamento, outros dois biomas sofrem ainda mais com a
degradação. O Cerrado e a Mata Atlântica, atualmente, estão entre os biomas mais
ameaçadas do planeta. Essas áreas, que orginalmente ocupavam quase 40% do território
nacional, dividem espaço com grandes cidades, pastos, campos agrícolas e outras
atividades que, cada vez mais, reduzem as inúmeras espécies da flora e fauna típica a
pequenos fragmentos do território.
Figura 15 – Reserva Biológica das Perobas. Pequeno fragmento de Mata Atlântica remanescente no Paraná
Fonte: Wikimedia Commons
O longo curso de desenvolvimento econômico do Brasil é também um processo
pleno de destruição. Por esse motivo, diz-se que os custos ambientais do desenvolvimento
econômico brasileiro, seja nas atividades urbano-industriais ou nas atividades extrativistas
e agropecuárias, são imensos.
Figura 16 – Corte de madeira na Floresta Amazônica
Fonte: Wikimedia Commons
Somados aos problemas sociais de desigualdade de exclusão, os desafios
ambientais brasileiros são centrais para a consolidação da democracia, para a promoção
da cidadania e, especialmente, para a consolidação de um padrão sustentável de
desenvolvimento.
Figura 17 – Ipê-amarelo, árvore típica do Cerrado
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 18 – Mico-leão-dourado, espécie da
Mata Atlântica ameaçada de extinção
Fonte: Wikimedia Commons
Curiosamente, o Brasil possui umas das legislações ambientais mais completas do
mundo, o que acentua a ideia de que os esforços para a proteção do meio ambiente, no
país, estão muito mais ligados ao exercício da conscientização e da prática, do que o
processo de reflexão e elaboração de medidas preventivas.
Desenvolvimento sustentável e tratados internacionais sobre o meio ambiente
No mesmo ritmo em que promoveu um intenso desenvolvimento tecnológico, a
Globalização também presenciou a degradação ambiental em uma escala nunca antes
vista. Com isso, os problemas ambientais passaram a ter abrangência global e a afetar
todos os países, sem exceção, uma vez que o meio ambiente ignora as fronteiras nacionais.
A escassez de importantes recursos naturais, como água e combustíveis fósseis,
tornou a questão ambiental um elemento estratégico para as nações no início do século 21.
Se até meados do século 20 não existia a preocupação da finitude desses recursos,
atualmente, essa é a principal preocupação de cientistas e ambientalistas.
Se os recursos naturais dinamizaram todo o desenvolvimento técnico da sociedade
entre os séculos 18 e 20; hoje, no século 21, o meio ambiente dá mostras de seu
esgotamento. Nesse cenário, apenas muito recentemente é que se começou a discutir a
redução das emissões de gases poluentes na atmosfera, o desmatamento, o consumo de
energia, a produção e o destino do lixo, a proteção dos mananciais e da biodiversidade, a
fim de garantir o bem-estar da população mundial e a manutenção dos recursos naturais.
Foi nesse contexto que se passou a discutir o desenvolvimento sustentável.
Esse conceito foi usado pela primeira vez em 1987, como o lançamento do relatório
“Nosso Futuro Comum”, que buscava propostas de crescimento econômico associado à
ideia de conservação dos recursos naturais. Em 1992, o termo entrou nas pautas de
discussões da ONU e, desde então, passou a figurar em encontros, conferências e
palestras sobre o meio ambiente.
Desde então, a ideia do desenvolvimento sustentável é utilizada para definir um
modelo de crescimento econômico capaz de suprir as necessidades da sociedade e, ao
mesmo tempo, conservar os recursos naturais, de forma a garantir o uso desses também
pelas gerações futuras.
Figura 19 – Desenvolvimento sustentável
Fonte: Fundação Bradesco
Assim, as medidas que levam em consideração o desenvolvimento sustentável
buscam promover o equilíbrio entre o meio ambiente, a sociedade e a economia, garantindo
a sustentabilidade do planeta.
Dica: Para conhecer melhor o conceito de desenvolvimento sustentável, ouça no Portal
EJ@, na seção Biblioteca Digital do Ensino Médio, ao podcast:
Desenvolvimento sustentável
As discussões sobre o meio ambiente entraram nas agendas da ONU a partir da
década de 1970. A Conferência de Estocolmo, realizada na capital sueca no ano de 1972,
é considerada um marco histórico e o pontapé inicial para as discussões sobre os impactos
que o modelo de crescimento econômico dos países causava ao meio ambiente, além de
dar início à criação de mecanismos internacionais de proteção dos recursos naturais.
Em meio século, a população mundial praticamente dobrou; em contrapartida, nesse
mesmo período, um indivíduo passou a consumir, em média, seis vezes mais. Certamente,
é importante levar em consideração que os padrões de consumo entre os países são
diferentes e uma parcela considerável da população mundial sequer tem acesso aos bens
mínimos necessários para sobreviver.
No entanto, o que passou a chamar a atenção de especialistas e a motivar a
bandeira do desenvolvimento sustentável foi justamente a necessidade de conscientização
e promoção de mudanças nos padrões de consumo da humanidade, uma vez que os ciclos
de reposição dos recursos naturais são bem mais lentos que a crescente exploração.
Vinte anos após a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, realizada em Estocolmo, e da criação do PNUMA (Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente), o Brasil se tornou o centro das discussões ambientais, quando
sediou, em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
Realizada na cidade do Rio de Janeiro, a Rio-92 (ou Eco-92) retomou a proposta de
criação de estratégias globais para a promoção do desenvolvimento sustentável, com a
assinatura do documento “Agenda 21”. Além disso, discutiu a necessidade de preservação
da biodiversidade e alavancou as discussões sobre o aquecimento global, com a assinatura
da “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima”, informalmente
conhecido como “Cúpula da Terra”.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, entrou em
vigor em 1994 e estabeleceu que, anualmente, os países membros da ONU se reuniriam
para discutir as mudanças climáticas globais. Essas reuniões ficaram conhecidas como
Conferência Geral das Partes, ou COP.
Desde então, entrou-se em um consenso de que a ação humana é a principal
responsável pelas interferências nas temperaturas e no clima, uma vez que a emissão de
gases poluentes na atmosfera intensifica o efeito estufa e provoca o aquecimento global.
A primeira Conferência das Partes, ou COP-1, ocorreu em 1995 na cidade de Berlim;
no entanto, a principal delas, até hoje, ainda é a COP-3, ocorrida na cidade japonesa de
Quioto, em 1997. A terceira conferência criou o Protocolo de Quioto (ou Kyoto) que se
tornou o primeiro acordo oficial com metas e prazos de redução das emissões de gases
poluentes na atmosfera.
Da década de 1990 para cá, a comunidade internacional passou a organizar mais
encontros e conferências para discutir o meio ambiente, contando inclusive como o maior
apoio da sociedade civil nas tomadas de decisões. No entanto, apesar da consciência que
se tem sobre os impactos que as atividades humanas causam o meio, o cumprimento de
metas comuns tornou-se um trabalho difícil diante das divergências de interesses existentes
entre os países.
Em 2012, o Brasil novamente se tornou palco de um dos maiores eventos já
organizado pela ONU, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, ou Rio+20. Como o próprio nome sugere, a conferência tinha por principal
objetivo reavaliar as discussões realizadas na Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida em 1992.
O encontro, apesar de não ter definido nenhuma meta ou prazo concreto, reafirmou
a necessidade de reduzir a degradação ambiental e, por iniciativa do Brasil, incorporou
temas como o combate à pobreza, redução das desigualdades, saúde pública, segurança
alimentar e geração de empregos para jovens.
As divergências diplomáticas e o próprio cenário de crise econômica mundial
esvaziaram o evento de grandes decisões em curto prazo. Mesmo com poucos resultados
efetivos, a conferência lançou o documento “O futuro que queremos”, que pretende ser a
base para que os países possam dialogar e estabelecer metas de desenvolvimento
sustentável.
As incertezas que esses encontros e conferências deixam, na realidade, reafirmam
que a questão ambiental – apesar da necessidade de tomada de medidas concretas e
conjuntas – ainda esbarra nos interesses particulares dos países.
Acompanhe a seguir, algumas etapas de negociações sobre o meio ambiente,
realizadas desde 1972:
Evento
Onde?
O que se discutiu?
Foi a primeira conferência mundial a discutir os
problemas ambientais e a escassez dos recursos.
Conferência de
Estocolmo
(1972)
Nela, muitos países sugeriram a redução das
Estocolmo
atividades industriais como forma de amenizar os
(Suécia)
efeitos da poluição na atmosfera. A proposta foi
amplamente
contestada
pelos
países
subdesenvolvidos, que vivenciavam o auge da
industrialização naquele momento.
Rio-92
Rio de Janeiro
(1992)
(Brasil)
COP-3
Quioto
(1997)
(Japão)
Criou a Agenda 21, a Cúpula da Terra e introduziu,
oficialmente, o conceito de “desenvolvimento
sustentável” nas discussões da ONU.
Estabeleceu o Protocolo de Quioto e metas para
redução de emissão de gases até 2012, para os
países desenvolvidos.
A
Cúpula
Mundial
sobre
Desenvolvimento
Sustentável, ou Rio+10, representou um balanço e
uma
avaliação
sobre
as
discussões
e
Rio+10
Johanesburgo
compromissos firmados dez anos antes, na Rio-92.
(2002)
(África do Sul)
Além das questões ambientais, também se discutiu
questões sociais, como a adoção de medidas para
reduzir a população que vive abaixo da linha de
pobreza.
COP-17
Durban
(2011)
(África do Sul)
Prorrogou o prazo do Protocolo de Quioto até 2017
e estabeleceu que todos os países participantes
teriam metas de redução de emissão de gases.
A Rio+20 foi o maior evento já realizado sobre meio
ambiente e teve por principal objetivo discutir,
renovar
Rio+20
Rio de Janeiro
(2012)
(Brasil)
e
reafirmar
compromissos
sobre
o
desenvolvimento sustentável. O encontro discutiu o
conceito
"economia
verde"
e
marcou
o
comprometimento dos países em adotar metas, a
partir de 2015, para a preservação do meio
ambiente e erradicação da pobreza.
Prorrogou o prazo do Protocolo de Quioto até 2020.
Além disso, os países signatários deveriam
COP-19
Varsóvia
estipular metas de contribuição para reduzir as
(2013)
(Polônia)
emissões de gases. O Brasil foi pressionado pelo
aumento das taxas de desmatamento na Amazônia
e pela exploração do Pré-Sal.
A conferência foi marcada pela assinatura de um
“acordo histórico” contra o aquecimento global,
que, pela primeira vez, envolve todos os países
COP-21
Paris
(2015)
(França)
membros da ONU no esforço de redução das
emissões de gases poluentes. Ao todo, 195 países,
mais a União Europeia, ratificaram o “Acordo de
Paris”, que entrará em vigor em 2020.
Promover profundas mudanças na forma de produzir e consumir diferentes
mercadorias exige um alto custo para as nações e para as empresas. Assim, nem sempre,
a defesa do meio ambiente aparece como prioridade, especialmente para grandes
corporações que tem no lucro a principal motivação de sua existência.
Reduzir as emissões de gases poluentes, significa uma mudança direta na matriz
energética de um país, com adoção de fontes de energia limpas e alternativas, em
substituição aos combustíveis fósseis (responsáveis pelos altos índices de poluição). Por
essa razão, em alguns casos, uma transformação desse porte torna-se um processo lento
e caro.
Figura 20 – Chefes dos Estados signatários do Acordo de Paris
Fonte: Wikimedia Commons
Nesse cenário, o Brasil, diferentemente de qualquer outro país, tem condições
naturais e técnicas que o colocam entre os principais atores globais quando o meio
ambiente está no centro das discussões. O país possui a maior reserva florestal do mundo,
a Amazônia; a maior biodiversidade; a maior bacia hidrográfica, com o rio Amazonas e seus
afluentes; os maiores aquíferos subterrâneos em volume de água, o Guarani e o Alter Chão;
a matriz energética mais equilibrada do planeta e uma infinidade de outros recursos, como
ferro, petróleo, gás natural, alumínio, urânio, em seu extenso território. Além de ser o país
que mais recicla latas de alumínio no mundo, reaproveitando, por ano, mais de 15 bilhões
de latas.
Ainda assim, contraditoriamente, o Brasil é marcado pela destruição de suas áreas
verdes, pelas queimadas, pela exploração indevida e ilegal de recursos minerais e vegetais,
pelo mau uso do solo agrícola e pelos problemas ambientais urbanos. Além disso, é um
dos países que mais contribui com o aumento de gases poluentes na atmosfera. Não é à
toa que o mundo sempre ouve atentamente aquilo que o Brasil tem a dizer sobre o meio
ambiente, seja para copiá-lo, elogiá-lo e também criticá-lo.
ATIVIDADES
1. Observe a charge a seguir:
Atitudes sustentáveis?
Fonte: Emidio In: Blog Jogada Certa
De maneira irônica, a charge crítica alguns pontos cruciais que permeiam a ideia de
desenvolvimento sustentável. Explique esse conceito elencando esses pontos.
2. (ENEM – 2015) A questão ambiental, uma das principais pautas contemporâneas,
possibilitou o surgimento de concepções políticas diversas, dentre as quais se destaca a
preservação ambiental, que sugere uma ideia de intocabilidade da natureza e impede o seu
aproveitamento econômico sob qualquer justificativa.
PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).
Considerando as atuais concepções políticas sobre a questão ambiental, a dinâmica
caracterizada no texto quanto à proteção do meio ambiente está baseada na
a) prática econômica sustentável.
b) contenção de impactos ambientais.
c) utilização progressiva dos recursos naturais.
d) proibição permanente da exploração da natureza.
e) definição de áreas prioritárias para a exploração econômica.
3. (ENEM – 2014)
A preservação da sustentabilidade do recurso natural exposto pressupõe
a) impedir a perfuração de poços.
b) coibir o uso pelo setor residencial.
c) substituir as leis ambientais vigentes.
d) reduzir o contingente populacional na área.
e) introduzir a gestão participativa entre os municípios.
4. (ENEM – 2011) Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são,
hoje em dia, indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior
número de produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e serviços se acelera.
Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo
de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de matéria-prima para
a fabricação de novos.
GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, nº 36, 2010 (adaptado).
A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo,
principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição,
a) provoca a contaminação do solo e do lençol freático, ocasionando assim graves
problemas socioambientais, que se adensarão com a continuidade da cultura do consumo
desenfreado.
b) produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de organismos
decompositores que assumem o papel de eliminadores dos resíduos depositados em
lixões.
c) multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta capaz
de resolver de forma simplificada e barata o problema de deposição de resíduos nas
grandes cidades.
d) estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os
catadores, têm livre acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia produtiva dos
resíduos tecnológicos.
e) possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a
associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, financiados por
instituições da sociedade civil ou pelo poder público.
LEITURA COMPLEMENTAR
Desmatamento
Entende-se por desmatamento, também chamado de desflorestamento ou
desflorestação, o processo de remoção total ou parcial da vegetação em uma determinada
área. Geralmente, esse processo ocorre para fins econômicos, visando à utilização
comercial da madeira das árvores e também para o aproveitamento dos solos para a
agricultura e a pecuária. A atividade mineradora e a construção de barragens para
hidrelétricas também aparecem como causas de tal ocorrência.
No mundo, os primeiros a praticarem de forma intensiva o desmatamento foram os
países desenvolvidos. Para o soerguimento de suas economias, sobretudo após o advento
do sistema capitalista, algumas nações exploraram intensamente os seus recursos
naturais, avançando essa exploração também para outras áreas. Com isso, muitas florestas
do hemisfério norte foram praticamente dizimadas.
Atualmente, os países que mais desmatam são os de economias emergentes, pois,
embora tentem controlar esse problema, o desmatamento de suas florestas avança à
medida que seus sistemas econômicos evoluem. Até bem pouco tempo atrás, o campeão
mundial de desmatamento era o Brasil, principalmente em razão do crescimento da
fronteira agrícola sobre as áreas da Floresta Amazônica. No entanto, recentemente, o país
foi ultrapassado pela Indonésia, que possui uma ampla área verde, mas que vem
desflorestando duas vezes mais do que é desmatado anualmente no território brasileiro.
Segundo levantamentos realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU),
atualmente são desmatados quase sete milhões de hectares por ano. Isso significa a perda
não tão somente de vegetações, mas também de várias espécies animais, pois o seu
habitat encontra-se cada vez mais diminuto. Com isso, o equilíbrio ecológico pode tornarse ameaçado.
Dentre as consequências do desmatamento, podemos citar: o esgotamento dos
solos com a intensificação de processos de erosão e desertificação; a extinção ou
degradação de rios e lagos, graças ao maior acúmulo de sedimentos gerados; a ocorrência
de desequilíbrios climáticos em razão da ausência das florestas que tinham como função
gerar mais umidade do ar e absorver o calor atmosférico, dentre outros problemas.
Para combater o desmatamento no mundo e também no território brasileiro, é
necessária a adoção de medidas em diferentes escalas, do individual ao governamental.
Cada cidadão deve fazer sua parte, evitando que, nas áreas urbanas, o número de árvores
por habitante não seja muito pequeno, preservando a vegetação existente e procurando
cultivar novas espécies. Os governos também possuem a função de adotar medidas de
conservação das áreas naturais com vigilância, fiscalização e repressão dos agressores a
áreas de reservas naturais.
No Brasil, vários domínios naturais foram muito devastados. O primeiro a sofrer com
esse processo foi a Mata Atlântica, que hoje conta com cerca de 7% de sua área original.
Os Pampas e a Mata de Araucária também passaram por graves processos de
desmatamento, o que também vem ocorrendo no bioma Cerrado, esse último
profundamente devastado durante a segunda metade do século XX. A Amazônia parece
ser o próximo alvo e, embora os últimos anos o desmatamento tenha apresentando
diminuições, a floresta ainda sofre com o corte de milhares de hectares de árvores a cada
ano.
PENA, Rodolfo F. Alves. Desmatamento. Brasil Escola.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-desmatamento.htm>.
Acesso em: 11 mar. 2016. 11h.
INDICAÇÕES
FUNDAÇÃO BRADESCO. Podcast: Consumo, consumismo e impacto humano no meio
ambiente Disponível em:
<http://www.eja.educacao.org.br/bibliotecadigital/cienciashumanas/podcasts/Lists/Podcast
/DispForm.aspx?ID=12&Source=http%3A%2F%2Fwww%2Eeja%2Eeducacao%2Eorg%2
Ebr%2Fbibliotecadigital%2Fcienciashumanas%2Fpodcasts%2FPaginas%2FPodcastEM%
2Easpx>. Acesso em: 10 mar. 2016. 11h55min.
FUNDAÇÃO BRADESCO. Podcast: Desenvolvimento Sustentável. Disponível em:
<http://www.eja.educacao.org.br/bibliotecadigital/cienciashumanas/podcasts/Lists/Podcast
/DispForm.aspx?ID=20&Source=http%3A%2F%2Fwww%2Eeja%2Eeducacao%2Eorg%2
Ebr%2Fbibliotecadigital%2Fcienciashumanas%2Fpodcasts%2FPaginas%2FPodcastEM%
2Easpx>. Acesso em: 10 mar. 2016. 11h50min.
FUNDAÇÃO BRADESCO. Podcast: Fases do Espaço Geográfico. Disponível em:
<http://www.eja.educacao.org.br/bibliotecadigital/cienciashumanas/podcasts/Lists/Podcast
/DispForm.aspx?ID=21&Source=http%3A%2F%2Fwww%2Eeja%2Eeducacao%2Eorg%2
Ebr%2Fbibliotecadigital%2Fcienciashumanas%2Fpodcasts%2FPaginas%2FPodcastEM%
2Easpx>. Acesso em: 11 mar. 2016. 12h.
REFERÊNCIAS
DORÉ, Gustav In: WIKIMEDIA COMMONS. Over London by rail. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dore_London.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016.
14h40min.
EMIDIO
In:
BLOG
JOGADA
CERTA.
Atitudes
sustentáveis.
Disponível
em:
<https://jogadacerta.wordpress.com/2012/10/>. Acesso em: 11 mar. 2016. 15h15min.
FRAZÃO, F. In: AGÊNCIA BRASIL. Enchente no Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-02/chuva-causa-transtornos-no-rio-emoradores-ficam-ilhados-em-ruas-inundadas>. Acesso em: 11 mar. 2016. 15h30min.
FRONTPAGE In: SHUTTERSTOCK. Deforestation in Brazil, aerial view of a large soy
field
eating
into
the
tropical
rainforest.
Disponível
em:
<https://www.shutterstock.com/pic-19735894.html>. Acesso em: 16 dez. 2016. 10h30min.
INEP.
Prova
azul
do
ENEM
de
2011.
Disponível
em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2011/01_AZUL_GAB.pdf>.
Acesso em: 9 mar. 2016. 15h30min.
INEP.
Prova
azul
do
ENEM
de
2014.
Disponível
em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2014/CAD_ENEM_2014_DIA
_1_01_AZUL.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2016. 15h30min.
INEP.
Prova
azul
do
ENEM
de
2015.
Disponível
em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2015/CAD_ENEM%202015_
DIA%201_01_AZUL.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2016. 15h30min.
PENA,
Rodolfo
F.
Alves.
Desmatamento.
Brasil
Escola.
Disponível
em:
<http://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-desmatamento.htm>. Acesso em: 11 mar. 2016.
11h.
RUGENDAS, J. M. In: WIKIMEDIA COMMONS. Derrubada de uma floresta (1835).
Disponível
em:
<http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rugendas_-
_Defrichement_d_une_Foret.jpg>. Acesso em: 9 mar. 2016. 10h30min.
US CENSUS BUREAU In: WORLD DO METERS. População Mundial. Disponível em:
<http://www.worldometers.info/world-population/#pastfuture>. Acesso em: 10 mar. 2016.
10h15min.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Av.
23
de
Maio,
em
São
Paulo.
Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Faixa_de_%C3%B4nibus_na_Avenida_Vinte_e_Tr%
C3%AAs_de_Maio.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016. 16h10min.
WIKIMEDIA COMMONS.
Bairro da periferia de São Paulo. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ocupa%C3%A7%C3%A3o_perif%C3%A9rica_irregul
ar_em_S%C3%A3o_Paulo,_SP,_Brasil.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016. 16h10min.
WIKIMEDIA COMMONS. Chefes dos Estados signatários do Acordo de Paris.
Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:COP21_participants__30_Nov_2015_(23430273
715).jpg>. Acesso em: 11 mar. 2016. 10h40min.
WIKIMEDIA COMMONS. Corte de madeira na Floresta Amazônica. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MadeiraDesmatamento2WilsonDiasAgenciaBras
il.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016. 16h30min.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Descarga
de
efluente
industrial.
Disponível
em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nrborderborderentrythreecolorsmay05-1-.JPG>.
Acesso em: 11 mar. 2016. 10h30min.
WIKIMEDIA COMMONS. Ipê-amarelo, árvore típica do Cerrado. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ipe_detail.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016. 11h40min.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Lixão
em
Duque de
Caxias
(RJ).
Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Jardim_Gramacho.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2016.
16h10min.
WIKIMEDIA COMMONS. Mico-leão-dourado, espécie da Mata Atlântica ameaçada de
extinção. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Golden_lion_tamarin_portrait3.jpg>. Acesso em: 10
mar. 2016. 11h40min.
WIKIMEDIA COMMONS. Poluição vista no horizonte da região do Parque do
Ibirapuera,
em
São
Paulo.
Disponível
em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pollution_over_S%C3%A3o_Paulo_(Jardins).jpg
>. Acesso em: 10 mar. 2016. 10h40min.
WIKIMEDIA COMMONS. Pulverização de pesticida em plantação. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cropduster_spraying_pesticides.jpg>.
Acesso
em: 11 mar. 2016. 10h30min.
WIKIMEDIA COMMONS. Reserva Biológica das Perobas. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:REBIO_Perobas_2.jpg>. Acesso em: 11 mar.
2016. 14h20min.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Rio
Tietê
em
São
Paulo.
Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Polui%C3%A7%C3%A3o_Tiet%C3%AA.jpg>. Acesso
em: 10 mar. 2016. 16h10min.
WIKIMEDIA COMMONS. Rua da periferia do Distrito Federal. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:EsgotoCeuAbertoValterCampanatoAgenciaBrasil.jpg>
. Acesso em: 10 mar. 2016. 16h10min.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Unidade
industrial
na
China.
Disponível
em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Factory_in_China.jpg>. Acesso em: 11 mar.
2016. 10h30min.
GABARITO
1. A charge critica de maneira irônica os padrões de consumo da sociedade
contemporânea, que ainda não foi capaz de criar medidas mais sustentáveis de
aproveitamento dos recursos. Ao contrário, a produção do lixo e o desperdício ainda são
um dos principais problemas da atualidade.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi usado pela primeira vez em 1987 para definir
um modelo de crescimento econômico capaz de suprir as necessidades da sociedade e,
ao mesmo tempo, conservar os recursos naturais, de forma a garantir o uso desses também
pelas gerações futuras.
Nesse sentido, a charge também ironiza esse ponto, uma vez que o pai aponta que a
sociedade não é capaz de preservar os recursos e deixará apenas uma pilha de lixo para
as próximas gerações. Por esse motivo, muitos buscam de forma incessante a aplicação
efetiva de medidas que levam em consideração o desenvolvimento sustentável, de forma a
promover o equilíbrio entre o meio ambiente, a sociedade e a economia, garantindo a
sustentabilidade do planeta e a manutenção de todas as espécies.
2. Alternativa D.
Comentário: A ideia exposta no fragmento prevê a ideia de intocabilidade da natureza como
forma de preservá-la. Nesse sentido, pressupõe a proibição permanente da ocupação
humana e da exploração econômica dos recursos dos diferentes biomas, que só estariam
disponíveis para pesquisas e estudos científicos. Essa corrente é contrária àquelas que
pregam o uso dos recursos de forma racional, tal como sugere o conceito de
desenvolvimento sustentável.
3. Alternativa E.
Comentário: As reservas de água subterrânea extrapolam os limites estaduais e municipais.
Para tanto, conservar o recurso e utilizá-lo de forma racional e sustentável, pressupõe-se
um projeto de gestão integrado entre as diversas esferas públicas.
4. Alternativa A.
Comentário: O modelo de consumo da sociedade contemporânea ocidental ainda está
pautado no desperdício e na intensa produção de lixo. Muitas vezes, o aumento do volume
de resíduos e detritos, somados à ineficiência dos sistemas de esgoto e saneamento,
provocam uma série de problemas urbanos, tais como a contaminação dos mananciais, do
solo e do lençol freático.
Download