Introdução à Geografia ambiental

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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Geografia Ambiental – Professor: Tibério Mendonça
INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA AMBIENTAL
Geografia ambiental é o estudo dos efeitos das ações do homem sobre o ambiente
terrestre. Ela estuda mudanças climáticas globais, aumento do nível dos oceanos,
desmatamento, processos de desertificação, poluição dos rios, lagos e mananciais de água,
dentre outros efeitos no ambiente.
O meio ambiente, comumente chamado apenas
de ambiente, envolve todas as coisas vivas e não-vivas
ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que
afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. É o
conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas. Fazem parte do
meio ambiente o solo, as habitações, o clima, as
estradas, etc.
Percebemos então que alguns dos elementos
formadores do meio ambiente, como vegetação, os rios,
os solos, etc., são produzidos diretamente pela natureza.
Outros são resultados da atividade humana – os
edifícios, as ruas, a agricultura, as pontes e barragens,
etc. Podemos então dividir o meio ambiente humano
em meio natural e meio social.
O meio natural de uma área consiste nos elementos da natureza que interagem naquele
lugar são, portanto, interdependentes e interessam aos seres humanos, porque ocupar esse
espaço significa se relacionar com eles.
Afirma-se comumente que a maneira como o ser humano ocidental vê seu meio
ambiente deriva em parte da ideia judaico-cristã, segundo a qual, diferentemente das outras
criaturas, o ser humano foi feito à margem de Deus, tendo, portanto, o direito de dominar o
mundo. A noção de um mundo destinado ao benefício da humanidade foi igualmente enunciada
pelos gregos da Antiguidade: “As plantas foram criadas por causa dos animais e os animais por
causa dos homens”, afirmou Aristóteles no século IV a.C. É discutível se este pensamento
ocidental tornou-se possível ou ajudou a desenvolver a moderna tecnologia industrial e agrícola,
que aumentou imensamente as ilusões humanas de domínio completo sobre a natureza, mas a
verdade é que essas invenções foram quase inteiramente obras da civilização ocidental.
A teoria segundo a qual as condições naturais governam o comportamento humano
chama-se determinismo ou causalidade. Para que esse determinismo fosse válido, a localização
de uma fábrica, por exemplo, seria determinada pela localização de matérias-primas e energia,
algo que contraria os fatos, pois no mundo inteiro a localização das indústrias, desde a
automobilística até as mais avançadas como a microeletrônica, tem como regra geral uma
localização correspondente a fatores como mercado ou mão de obra qualificada, ficando os
elementos naturais confinados tão somente aos caprichos de um lugar agradável para a moradia
de uma sociedade.
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No entanto, o oposto a esse determinismo, ou seja, a ideia de um controle total da
humanidade sobre a natureza, também é incorreto. Torna-se evidente que a espécie humana
ainda está sujeita à natureza, como o demonstram vários exemplos do nosso dia a dia.
Dessa forma, chegou-se à ideia de um meio-termo: o ser humano modifica a natureza
com sua tecnologia, mas essas modificações são mais eficazes quando não contrariam a
“natureza das coisas”, isto é, quando não ocasionam danos ambientais, que vão prejudicar os
próprios seres humanos. As aplicações dessa tecnologia, assim, têm de ser estudadas com maior
cuidado para evitar que as mudanças no meio ambiente não tragam mais prejuízos que
benefícios à população.
Uma das características importantes do nosso planeta é a interdependência das suas
partes. Todas as paisagens ou aspectos da Terra formam um conjunto, um sistema gigantesco.
Os movimentos ou mudanças que aí ocorrem, como não podiam deixar de acontecer, dependem
de energia. A energia que move esse sistema planetário provém de várias fontes: do interior da
Terra, da gravidade, dos movimentos do planeta e, principalmente, do Sol, da radiação solar. É a
energia do Sol que dá origem às formas do relevo, aos climas e à vida. Sem a radiação solar a
Terra ficaria morta, escura e quase imutável. A energia solar alcança a Terra via atmosfera,
distribui-se de forma desigual pelo planeta e depois volta ao espaço. Entre a entrada e a saída, a
energia flui por diversos canais e se acumula por longos períodos de tempo (no carvão ou no
petróleo) ou por pequenos períodos de tempo (nos animais, nos solos, nas árvores).
Os seres humanos são depositários de uma fração infinitesimal dessa corrente de energia.
A intervenção humana no sistema Terra modifica a direção dessas correntes de energia (por
exemplo, pela colheita de plantações, evitando que as plantas murchem e devolvam sua energia
acumulada ao solo), altera a magnitude das correntes de energia (mineração do carvão, por
exemplo). Dessa forma, é evidente que as ações humanas não podem ser confinadas e que elas
acarretarão consequências em muitas partes do meio físico, além do local da intervenção.
Uma sociedade humana pode ser definida como um grupo de pessoas unidas por um
conjunto de traços semelhantes, como por exemplo, traços culturais e étnicos. Ou seja, cada
sociedade possui suas tradições, costumes e diversos outros fatores que a caracterizam e
determinam.
Para falar de sociedade temos que falar de seu criador e responsável, o Homem. Além das
necessidades biológicas imprescindíveis à sobrevivência de todo ser vivo, como alimentação e
adaptação ao meio em que vive, o Homem se diferencia das outras espécies por seu “interesse
motivador”, o qual, além de contribuir para a evolução da sociedade, ainda a sustenta. Esse
interesse, que varia de pessoa para pessoa ou de sociedade para sociedade, pode ser
exemplificado como o de buscar sempre novas experiências, de ser aceito no seu grupo social e
de ser reconhecido e respeitado no seu ambiente.
O meio natural representa um dos grandes bens da humanidade, pois sobre ele o homem
desencadeia suas ações e se apropria de acordo com suas concepções sociais, econômicas e
culturais, existindo uma inter-relação entre o meio natural e a forma de utilização desse meio.
A paisagem natural da área estudada reflete a situação biofísica dos ambientes que a
compõem e foram registradas utilizando-se o conceito de regiões ambientais e unidades de
paisagem.
Nos espaços onde os componentes naturais não registram mais suas características
naturais, pelo processo de apropriação da paisagem, as unidades de paisagem transformaram-se
em unidades antropogênicas, algumas das quais não preservam mais todas as suas formas e
processos naturais.
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No ambiente geográfico de nosso planeta, em algumas regiões, podemos notar uma
diferença do ser humano para os outros animais: o homem, uma vez adaptado ao ambiente,
consegue agir sobre ele; enquanto os animais precisam ajustar-se à geografia local. Isso não
significa que o homem tenha poder sobre a natureza. Ele não pode evitar, por exemplo, que
fenômenos naturais ocorram, embora possa prevenir-se de alguma forma.
Podemos observar que esses fatores naturais, de uma forma ou de outra, estão ligados à
vida humana em sociedade, uma vez que, como consequência do que a natureza lhe ofereceu e
graças a sua capacidade de adaptação, o homem pode evoluir através dos tempos. Daí a ligação
entre meio ambiente e sociedade.
O atual modelo social surgiu a partir do desenvolvimento das atividades econômicas
decorrentes do comércio. Este, por sua vez, propiciou o surgimento de uma nova estrutura
geográfica das sociedades, que passaram a ser caracterizadas pelo binômio Centro/ Periferia.
A contradição nas relações Homem-Natureza consiste principalmente nos problemas dos
processos industriais criados pelo Homem. Esse processo é visto como gerador de
desenvolvimento, empregos, conhecimento e maior expectativa de vida. Porém, o homem se
afastou do mundo natural, como se não fizesse parte dele. Com todo esse processo industrial e
com a era tecnológica, a humanidade conseguiu contaminar o próprio ar que respira, a água que
bebe, o solo que provém os alimentos, os rios, destruir florestas e os habitats animais. Todas
essas destruições colocam em risco a sobrevivência da Terra e dos próprios seres humanos.
O elevado índice de consumo e a consequente industrialização esgotam ao longo do
tempo os recursos da Terra, que levaram milhões de anos para se compor. Muitos desastres
naturais são causados pela ação do homem no meio ambiente. Ao contrário de muitos que
pensam que a natureza é violenta, pode ser, mas seu maior agressor é o homem, que não se deu
conta de que deve sua existência a ela.
Todos esses processos industriais transformam o meio ambiente, poluindo o ar, a água, o
solo, destruindo florestas, fazendo com que muitas pessoas se afastem e não tenham contato
com o mundo natural, ou seja, interagindo em equilíbrio com todos os seres do planeta. Os
sentidos básicos do homem como o instinto, a emoção e a espiritualidade se perdem sem essa
interação com a natureza.
Mesmo que o homem tenha hoje uma maior consciência sobre sua intervenção no
mundo natural, o que podemos até considerar um avanço, mediante as grandes degradações
que já ocorreram até agora, ainda não há coerência suficiente. Ou seja, muitas ações deveriam
ser colocadas em prática para a preservação do meio ambiente como um todo. O que vemos
atualmente é que os índices de degradação aumentaram, enquanto de um lado existem muitos
lutando por um mundo melhor para todos, de outro lado, a grande maioria busca seu próprio
crescimento econômico, com o objetivo de consumir cada vez mais, e como consequência,
consumir mais recursos naturais, ocasionando a degradação, sem se preocupar e muitas vezes
sem saber, que esses recursos muitos são renováveis e não são infinitos.
Os problemas ambientais já vêm de longa data, desde a época em que o sistema
industrial se desenvolveu na Europa e depois se transferiu para a América do Norte, aumentando
cada vez mais a pressão sob o planeta. Recentemente, os problemas ambientais se agravaram,
devido ao crescimento populacional desenfreado e suas vontades de viver num mundo industrial
e tecnológico. O maior problema do planeta hoje, é entender e resolver as relações HomemTerra, para que se consiga viver em harmonia e em equilíbrio com o Planeta.
O meio ambiente vem se constituindo em uma das mais importantes dimensões da vida
humana e é objeto de análise de diferentes grupos e classes que compõem a sociedade
contemporânea. Sociedade esta que se baseia na produção e no consumo, gerando incertezas
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quanto à possibilidade de evitar ou recompensar os problemas causados pela modernização
industrial.
Na atualidade, a abordagem da questão ambiental está a exigir de cada um de nós em
particular e, acima de tudo, da sociedade como ser social (nós somos componentes desse ser
coletivo) uma tomada de posição mais imperativa. Somos cônscios que esta, por si só, não é
capaz de pôr um ponto final nas profundas mazelas que vêm sendo cometidas contra o
patrimônio natural/social, cujos efeitos nocivos incidem direta e indiretamente sobre todos os
seres vivos. Entretanto, é possível paralisar e mesmo retroceder o processo de destruição apesar
de estarmos convictos de que a eliminação definitiva do perigo ecológico-ambiental passa,
necessariamente, pela liquidação das relações de propriedade privada e de antagonismos de
classes. Essa tomada de ação consciente, podemos assim dizer, tende a crescer em nossos dias
em direção a uma crescente uniformização de entendimentos das causas reais geradoras da
nefasta desestabilização do ambiente natural.
Se no passado não muito distante a palavra de ordem traduzia-se em postura mais
contemplativa, em conservacionismo puro, etc., hoje, o impacto da destruição atinge-nos muito
mais concretamente em virtude de ter-se ampliado de forma considerável o quadro das
violações, premeditadas ou não, em razão do maior desenvolvimento anarquista das forças
produtivas que estruturam o modo de produção capitalista. A nova palavra de ordem passa a ser
cada vez mais impositiva, em razão de a perspectiva de salvar gerações futuras de vivências
degradadas incorpora-se como atributo de valor maior na consciência social de significativos
segmentos de nossa sociedade.
O desenvolvimento harmônico de uma sociedade depende, basicamente, de uma
biosfera sadia como sistema integrado e auto-regulado suficiente para dar continuidade a sua
reprodução nova se, o homem no processo de sua produção material respeitar as suas leis de
funcionamento e evolução. Para tanto, há que se pautar por uma conduta superior orientada no
sentido de tornar consciente e planificada a relação interdependente Homem-Natureza, a fim de
que se possa criar um meio propício — nos parâmetros naturais e sociais — à vivência dos seres
vivos.
Esta organização harmoniosa, denominada pelos ecologistas de "ecodesenvolvimento",
consiste na transformação racional do meio ambiente em benefício do ser humano e do próprio
meio, tendo em vista que a simples conservação é insuficiente para manter o equilíbrio natural
dos processos da biosfera.
É necessário questionar que não basta, simplesmente, conhecer as causas determinantes
da profunda desestabilização do binômio Homem-Natureza; não é suficiente apelar, pelas leis
científicas que regem os fenômenos naturais e os sociais; pelos princípios éticos, humanísticos,
religiosos, estéticos, etc., como também para a consciência do ser humano no sentido de que
assuma uma conduta de respeito à natureza e à sociedade; que não é suficiente invocar a
vontade, a bondade, a compreensão, a fraternidade, o bom senso, enfim, por toda e qualquer
"postura de pedinte", para pôr fim ao contínuo processo de violação e destruição do binômio
Natureza-Homem.
O surgimento do homem na Terra, necessitado de uma perfeita interação com a mesma e
seus elementos constituintes, e esta interação, principalmente como meio de sobrevivência,
tornou-se cada vez mais conflitantes, associado ao desenvolvimento humano e ao crescimento
social permitiu sua ampliação ao domínio dos elementos da natureza e consequentemente a
intensidade e extensão dos impactos ambientais.
Convive-se então com um cenário de crise econômica com baixa capacidade de geração
de emprego, e uma crise ambiental sem precedentes, que não se sabe onde esta, e nem onde vai
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chegar, sabe-se apenas que é uma questão real, e que tem reunido pessoas, e organizações de
todo mundo. As sociedades sustentáveis combatem o desperdício, privilegiam o coletivo e o bem
comum, não viola os direitos humanos, ou seja, defende a biodiversidade sócio-cultural.
A palavra desenvolver, na sua origem, tem o sentido de “desembrulhar”, “desenrolar”,
“libertar” ou “expandir uma coisa que estava embrulhada ou envolvida”.
Com essa definição percebe-se que o desenvolvimento é fundamentalmente
caracterizado por hábitos, costumes e pensamentos de um povo que se desenvolve com o passar
do tempo mais que apresenta para a sua nação um crescimento. Nenhum desenvolvimento pode
vir de fora para dentro, principalmente, de forma imposta eliminando a particularidade e
característica de cada um. O que se tem mais observado na sociedade moderna é uma imposição
de desenvolvimento dos países desenvolvidos em relação aos países em desenvolvimento.
Será esse o sentido real de desenvolvimento? Será que esse tipo de desenvolvimento traz maior
dignidade ao ser humano? Será essa a única ou a melhor maneira de contribuir para a melhoria
das condições de vida dignas para o ser humano?
A importação de modelos desenvolvimentistas tem resultado em enorme fracasso para a
maioria da população mundial. É a partir da Segunda Guerra Mundial, que cresce o interesse
sobre os modelos de crescimento econômico. As necessidades, metas e participação do ser
humano foram marginalizados em benefícios dos objetivos macroeconômicos. A expansão
acelerada e ininterrupta da internacionalização da economia capitalista, o crescimento do
comércio, configurou-se um processo de integração seletiva de alguns países periféricos da
economia mundial, incorporados aos planos de expansão do capital mediante uma nova divisão
internacional do trabalho. Este processo é marcado também pela perca sem precedentes da
capacidade do poder do Estado. As decisões internas de cada país dependem e em grande escala
das decisões internacionais, cada vez mais, é maior a dependência, dos países em
desenvolvimento, em relação às grandes corporações e ao capital estrangeiro. Uma das
alternativas é a formação de blocos econômicos – UE, Mercosul, etc., mais esses blocos tendem
a diminuir o poder, fronteiras ou barreiras de cada Estado, que são obrigados a cumprir uma
série de exigência para enquadrar neste novo contexto.
O resultado é uma inevitável uniformalização dos padrões, gostos, costumes e valores
culturais, levando a uma hegemonia cultural, ou massificação de algumas culturas.
Este processo leva a acreditar em um desenvolvimento não como redução gradativa das
desigualdades socioeconômicas, mas como eliminação da pobreza; Mas na prática, segue em
uma outra direção, é um desenvolvimento social acompanhado de um real processo de
democratização do poder.
Hoje, predomina a crença de que o problema da fome, do desemprego, das favelas, da
violência parece solucionar por meio de três pilares: Internacionalizar, promover abertura e
privatizar.
Nesta concepção de desenvolvimento não faz referência as prioridades sociais, fortalece
e amplia a competitividade, a eficiência com a redução dos salários, a expulsão e o desligamento
de trabalhadores da economia formal.
Neste processo, países ricos e poderosos tornam-se mais poderosos, e os pobres, mais
miseráveis; e a capacidade financeira do Estado para atender as demandas urgentes das massas
leva ao desemprego, custo e baixa qualidade da educação, falta de segurança e deteriorização
generalizada da qualidade de vida. Vive-se num mundo em que a indeterminação atinge o ser. O
novo traz uma incerteza insuperável de organização e de desintegração, não fornece nenhum
caminho certo para o futuro; tudo está em constante transformação e isso acarreta mudança no
mundo dos conceitos.
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Esta crise desenvolvimentista é sempre uma crise global que causa impacto não somente
na economia, mas também na política, na educação, na cultura, etc.
O desenvolvimento sustentável pregado pelo mercado se interpreta como a necessidade
de organizar as atividades produtivas através do estímulo, da iniciativa e da criatividade privada,
que em si não resolve o problema das pessoas em desfrutar de um acesso equitativo das
oportunidades.
Crescimento populacional e as ações sobre o meio ambiente
A taxa de crescimento da população mundial diminui, mas ainda assim aumenta
rapidamente. Calcula-se que no ano 1 da Era Cristã, o número de habitantes de nosso planeta
era de aproximadamente 250 milhões. Em 1650, atingimos a marca de 500 milhões de
habitantes; de 1 bilhão, em 1800; de 3 bilhões, em 1960 e em 2011, são cerca de 7 bilhões de
habitantes.
Como se observa, o crescimento populacional ao longo dos anos se deu em um ritmo
diferente. Antes da Revolução Industrial tínhamos um crescimento relativamente lento, ao passo
que o pós-Revolução Industrial, esse crescimento se intensificou provocando um impacto nas
relações do homem com o meio ambiente. Esse impacto pode ser entendido como esgotamento
de recursos.
Prevê-se que a população humana aumentará de 7 bilhões a 8 - 10 bilhões ou mais entre
2011 e 2050, com um crescimento particularmente rápido nos países como a China e Índia. Esse
fato levanta uma questão importante: O mundo pode fornecer um padrão de vida adequado para
2 bilhões de pessoas a mais sem que haja um vasto dano ambiental?
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Evolução do crescimento da população mundial
A Terra está superpovoada? Se estiver, quais medidas devem ser tomadas para diminuir o
crescimento populacional? Alguns argumentos que o planeta já está lotado, e em especial os
países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde altas taxas de consumo de recursos
ampliam o impacto ambiental de cada pessoa. Outros encorajam o crescimento populacional
como forma de estimular o crescimento econômico.
Aqueles que não acreditam que a Terra está superpovoada apontam que a expectativa de
vida média de 7 bilhões de pessoas é maior hoje que já foi em qualquer época do passado, e está
previsto que aumentará ainda mais. De acordo com essas pessoas, o mundo pode suportar mais
alguns bilhões de habitantes. Também acreditam que o crescimento populacional representa o
recurso mais valioso do mundo para solucionar problemas ambientais e outros, e para estimular
o crescimento econômico em razão do aumento de consumidores.
Alguns consideram qualquer forma de regular a população uma violação de credos
religiosos. Outros vêem isso como uma invasão da privacidade e liberdade pessoal para se ter o
número de filhos que quiser. Determinados países em desenvolvimento e alguns membros das
minorias de países desenvolvidos consideram o controle populacional uma forma de genocídio,
cujo intuito é impedir que sua economia e suas forças políticas cresçam.
Já os que propõem a diminuição e uma possível interrupção do crescimento populacional
têm uma visão diferente. Elas apontam que falhamos ao suprir as necessidades básicas de cerca
de um em cada cinco indivíduos.
Aqueles que propõem a diminuição no crescimento populacional advertem que há duas
sérias consequências caso as taxas de natalidade não declinem de forma drásticas. Primeira, em
algumas áreas, a taxa de mortalidade pode aumentar em razão do declínio das condições de
saúde e ambientais (algo que acontece hoje em determinadas regiões da África). Segunda, o uso
de recursos de recursos e os danos ambientais podem se intensificar conforme mais
consumidores aumentam suas já grandes pegadas ecológicas (é a quantidade de água e terra
biologicamente produtiva necessária para fornecer a cada pessoa os recursos que ela usa e para
absorver os resíduos gerados com o uso desses recursos) em países desenvolvidos e em alguns
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países em desenvolvimento, como China e Índia, que estão passando por um rápido crescimento
econômico.
As pegadas ecológicas
As pegadas ecológicas da humanidade ultrapassam a capacidade ecológica da Terra de
repor seus recursos renováveis e de absorver em cerca de 21%. Se as estimativas estiverem
corretas, estamos usando os recursos renováveis 21% mais rápido do que a Terra leva para
renová-los. Em outras palavras, seriam necessários os recursos de 1,21 planetas Terra para
sustentar indefinidamente nossa produção e consumo atuais de recursos renováveis.
O aumento da população e consequente crescimento do consumo podem elevar os
estresses ambientais, como doenças infecciosas, danos na biodiversidade, desmatamento de
florestas tropicais, redução da pesca, escassez de água, poluição dos mares e mudanças
climáticas.
Os que defendem este ponto de vista reconhecem que o crescimento populacional não é
a única causa desses problemas. No entanto, eles argumentam que a adição de centenas de
milhões de pessoas em países desenvolvidos e bilhões de pessoas em países em
desenvolvimento só podem intensificar os problemas ambientais e sociais existentes.
Estes analistas acreditam que as pessoas devem ter liberdade de gerar quantos filhos
quiserem, mas somente se isso não reduzir a qualidade de vida das pessoas agora e no futuro,
seja pelo enfraquecimento da capacidade da Terra de sustentar a vida, seja por rupturas sociais.
Existe, então, esta perspectiva que reconhece o problema ambiental, mas atribui ao fator
demográfico um papel secundário, procurando situar a questão em termos de instituições
socioeconômicas, padrões de acesso à terra e desigualdades sociais. Neste veio também existem
algumas tentativas de inverter os termos da equação, atribuindo à pressão sobre os recursos o
papel positivo de promover o progresso técnico.
A relação entre população e meio ambiente vem sendo interpretada predominantemente
através da abordagem neomalthusiana, segundo a qual o equilíbrio ambiental apresenta-se
como produto do tamanho e crescimento da população, havendo assim, uma relação direta
entre crescimento demográfico e pressão sobre recursos naturais. Disso resulta a conclusão
imediata da necessidade do controle populacional.
Essa visão simplista, no entanto, não relaciona a questão ambiental aos aspectos ligados
ao desenvolvimento e ao crescimento econômico, ou seja, não incorpora que os padrões de
produção e consumo, até então conhecidos, são extremamente devastadores e poluidores.
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Assim, para a linha de pensamento neomalthusiana, apenas a dimensão demográfica é
considerada, colocando-se na esfera do crescimento populacional o centro dos problemas
econômicos, sociais e ambientais. A redução do crescimento da população dos países
subdesenvolvidos bastaria para eliminar os problemas ambientais, além de contribuir para uma
diminuição da população pobre.
Assim, os problemas ambientais globais, exceto no caso da perda de biodiversidade,
seriam resultado, majoritariamente, do padrão de consumo dos países mais industrializados.
Enquanto isso, os países menos industrializados estariam envolvidos em problemas como a
desertificação, o desmatamento, enchentes, esgotamento de recursos naturais, além de
problemas emergentes como poluição do ar e chuva ácida.
A contribuição relativa dos diferentes países para os diversos problemas ambientais
apresenta-se de forma diferenciada. Atualmente, pode-se concluir que os países de
industrialização mais avançada possuem a maior parcela de responsabilidade, provocando a
maioria dos problemas ambientais mais sérios, como o efeito estufa, a diminuição da camada de
ozônio e o acúmulo de lixo tóxico.
Portanto, não se pode atribuir o atual grau de degradação ambiental global apenas ao
crescimento da população, mas principalmente aos padrões de produção e consumo que vêm
caracterizando a industrialização e o consumo. Desse modo, a trajetória futura da problemática
ambiental mundial dependerá basicamente da evolução de dois fatores: a) do grau de
incorporação de países atualmente subdesenvolvidos aos padrões de produção e consumo que
prevalecem nas sociedades industrializadas; b) do ritmo de desenvolvimento e adoção de
tecnologias que permitam padrões de produção e consumo mais condizentes com o bem-estar
ambiental, tanto nos países atualmente desenvolvidos, como naqueles que deverão se
desenvolver durante o intervalo.
O crescimento da população, aliado a um consumo excessivo e a uma economia
globalizada, tem trazido grandes preocupações por parte de ambientalistas, sociólogos,
ecologistas, dentre outros setores. O planeta está no seu limite de suporte e seu capital
natural/humano acaba sofrendo profunda alteração, cujos impactos socioambientais vão desde
fome, miséria, desigualdade, violência e desemprego à reações adversas da natureza que por sua
vez vêm castigando varias regiões a nível global.
Tais fatores foram desencadeados por uma desordem econômica e social, devido a um
modelo predatório que continua ocorrendo de forma heterogênea, tornando difícil qualificá-los.
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Entretanto, a falta de percepção por parte da humanidade, que por sua vez cria e recria
seu espaço as custas da apropriação da natureza, impede de visualizar a complexa relação
homem x meio ambiente.
Tendo em vista que muitas cidades já se encontram com sua capacidade de suporte
superado, configurando um quadro de degradação transnacional, é de se imaginar que
precisaríamos de um planeta 30 % maior para acomodar o modelo social vigente.
O capital natural da Terra vem sendo ameaçado a cada dia devido aos avanços de
fronteira econômica, expansão agrícola, assentamentos humanos desordenados,
desmatamentos e especulações imobiliárias que, por falta de projeto de prevenção, acabam
remediando os danos depois de fragmentá-los. E o custo para inverter o problema é tão alto que
fica impossível reconstruir os ecossistemas agredidos.
Nessa abordagem, o modo como nos inserimos no ambiente resulta em um conjunto de
relações sociais que, por sua vez, constrói um tipo específico de relacionamento com a dimensão
natural. Relação essa, que se encontra em total descompasso em virtude do padrão societário
atual. Mas, o que fazer diante da complexidade que essa relação se encontra?
O exercício da cidadania participativa poderia ser o caminho para uma sociedade
sustentável, pois, a maioria da população jamais participou de uma ação social que vise a
promoção de uma melhor qualidade de vida, de uma ação que busque uma relação mais
transparente entre a sociedade e o poder instituído.
O que temos é uma sociedade que continua querendo dominar a natureza, ao invés de
interagir com ela, apresentando uma ação predatória e potencialmente ameaçadora da vida na
Terra. Tem-se, ainda, a falta de projetos que questione as desigualdades sociais e os princípios de
uma justiça ambiental que são temas importantes da busca pela sustentabilidade.
A natureza passa a ser objeto mercadológico engendrado num processo de privatização
do uso do meio ambiente comum, especificamente do ar e da água, o qual a humanidade
depende. E é o custo econômico e social desse comércio que torna preocupante, já que passa a
ser inadequado no auxílio ao desenvolvimento.
A sociedade em que vivemos pode e deve ser planejada com padrões de menor porte e
com produção descentralizada em bases sólidas, em termos tecnológicos, disponíveis
democraticamente e gerados a partir das necessidades da coletividade. Porém, muitos
estudiosos na área questionam sobre o tempo disponível que se tem para uma sensibilização e
conscientização da população em nível global. As catástrofes já ocorrem em escalas cada vez
maiores. A própria meteorologia se tornou um tanto quanto imprevisível e o homem, vítima de si
mesmo, continua insistindo em usar intensivamente - e de forma errônea - os recursos naturais.
Por outro lado, não é preciso ser tão pessimista quanto ao assunto em questão. Tem-se
caminhado - e muito! - em busca de soluções, mas, é preciso estar atento a banalização feita em
muitos discursos à cerca dos termos meio ambiente, desenvolvimento sustentável, ecoturismo
entre outros. Existe uma grande diferença entre fazer declarações politicamente corretas e se
comportar de forma não condizente com a declaração.
Portanto, na qualidade de membros do planeta Terra é preciso, urgentemente, perceber
que a sustentabilidade deve existir tanto nos ecossistemas quanto na sociedade humana, bem
como nas formas sociais de apropriação e uso desses recursos do ambiente.
Uma sociedade do consumo
A industrialização atual resulta de um processo evolutivo iniciado com a Revolução
Industrial ocorrida na Europa e particularmente na Inglaterra a partir do século XVIII. Esse
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período industrial significou a passagem de uma sociedade rural e artesanal para uma sociedade
urbana e industrial. Dessa forma, podemos dizer que como a produção, o consumo é um fator
fundamental para a produção do modelo de acumulação capitalista.
A partir da segunda metade do século XX, os níveis de consumo cresceram rapidamente
nos diversos países. A redução dos custos de transporte de mercadoria e a rápida apropriação
das inovações tecnológicas provenientes da Terceira Revolução Industrial tornaram possível às
empresas colocar no mercado, a preços relativamente acessíveis e em grande quantidade, novos
tipos de bens de consumo, objetos que iriam mudar os hábitos da população e criar novas
necessidades. Desde então, existe uma disputa acirrada entre as grandes corporações para
“abocanhar” partes cada vez maiores de mercado consumidor dos países em que desenvolvem
suas atividades.
O consumo hoje vem tornando-se um dos grandes problemas causadores da destruição
do meio ambiente. Por quê? Simplesmente porque todo o material necessário para a fabricação
de celulares, computadores, roupas, carros, asfalto, casas etc., vêm da natureza; e como, a cada
dia que passa, o mundo tem mais gente, a necessidade das indústrias de retirarem matériasprimas do meio ambiente torna-se mais agressiva. E para onde vai todo o material que
descartamos? Para os bueiros, rios, para o ar que respiramos.
Produtos que consomem uma enorme variedade de recursos extraídos da natureza, não
são oferecidos como necessidades, e tornaram-se emblemáticos na sociedade de consumo que
se traduz como democrática, pois teoricamente, todo esse poder está ao alcance dos ricos e dos
pobres.
Este descaso já vem de longe, o meio ambiente está sofrendo profundas alterações, às
vezes são rastro de destruição jamais recuperados, ou seja, perdidas, pondo em perigo a sua
própria existência, pois através desta destruição é que pode estar algum tipo de cura jamais
conhecidos.
O ritmo consumista está trazendo problemas seríssimos, insustentáveis, não se pode nem
medir o valor da perda só assistindo o planeta responder de forma dramática.
Os cenários como shoppings, arranha-céus, indústrias, são considerados normais, os
valores relacionados com a natureza não têm valor, na verdade é tratada como empecilho ao
progresso.
Estas construções levam a várias complicações, pois muitas delas são feitas sem medir o
impacto que podem causar. Ruas, quando chove, ficam inundadas. Carros parecem que têm mais
que gente, um trânsito louco, poluição constante.
Os recursos ecológicos são elementos do meio ambiente necessários à vida, mas são
tratados com desprezo e muito abuso. Os alimentos fornecidos pelas plantas e animais, água e ar
são muito importantes à sobrevivência de qualquer ser vivo. Já o aço e petróleo, por que tanto
apreço?
É frequente o prejuízo ambiental, por causa deste descaso, não havendo fronteiras que
impeçam os poluentes de cruzarem, afetando todo tipo de vida. A natureza vem reclamando e
respondendo as agressões sofridas, através de várias manifestações, ocasionado por causa da
poluição que o homem produz.
Temos o costume de comprar coisa sem necessitarmos, sem verificarmos de onde veio
aquele produto, e isso, ajuda bastante para a degradação de nossos recursos naturais. Não
bastando este problema, o consumismo realizado da maneira que vem sendo feito, tem
influência negativa na pobreza, aumentando as desigualdades sociais, danificando o meio
ambiente e as condições de vida de pessoas mais pobres. Para termos uma ideia, nosso planeta
possui aproximadamente 7 bilhões de pessoas, onde 1/3 tem acesso ao consumo. Se esta forma
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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Geografia Ambiental – Professor: Tibério Mendonça
predatória de consumir fosse igual para todos os 7 bilhões de pessoas do nosso planeta, iríamos
precisar de quase 3 planetas Terra para satisfazer nossas necessidades.
Então, o que queremos dizer é: o consumo precisa ser consciente. Precisamos ter a ideia
de que não é simplesmente porque temos dinheiro que podemos comprar tudo o que vemos
pela frente e ninguém estará saindo em desvantagem. É claro que nos sentimos bem quando
compramos algo novo, mas o planeta Terra não está suportando mais a exploração do ser
humano de seus recursos naturais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRANCO, Samuel Murgel. O Meio Ambiente em Debate. São Paulo: Moderna, 2004.
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2011.
DREW, DAVID. Processos Interativos Homem-meio ambiente. São Paulo: Difel, 1996.
HOGAN, DANIEL JOSEPH. Crescimento Demográfico e Meio Ambiente. Revista Brasileira de
Estudos Populacionais, Campinas, v. 8, p. 61-69, dez. 1991.
MILLER, G. TYLER. Ciência Ambiental. 11ª ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
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