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CURSO DE TREINAMENTO MINISTERIAL - ANO 2016
MÓDULO: Evangelismo – aula 1
MATÉRIA: Entusiasmo pelo Evangelismo
PROFESSOR: pr Heber Guilherme
TÓPICOS DE EVANGELISMO
A fundação da Igreja em Tessalônica em 3 semanas - Atos 17.1-9
“porque o nosso Evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito
Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.” 1
Tessalonicenses 1.5
Como aconteceu?
Deus tinha um plano para esta cidade. Este é o maior caso de sucesso de plantação de Igreja. Em três semanas
nasce uma Igreja. Quais elementos que fez com que este caso fosse um sucesso? Uma Igreja que alcançou
pobres e ricos. Tremenda e poderosa? Uma Igreja de impacto! É natureza da Igreja se multiplicar e crescer. Um
chamado para fora. Nesta Igreja se manifesta os elementos essenciais:
1) O Evangelho chegou
Se chegou, é porque eles foram. Perdemos o hábito de ir. Reduzimos o nosso evangelismo a convite de ir
para a Igreja. Os cristãos atuais, quando falam de Igreja, só pensam nos cultos ou programações durante todo
o ano. Não planejamos, não gastamos tempo, não investimos dinheiro, não oramos, não nos importamos. As
vezes temos ensaios de evangelismo. Outras vezes cogitamos evangelizar. Mas não treinamos evangelistas.
Não convocamos, não observamos quem já foi vocacionado pelo Senhor. Entendemos errado o chamado de
Deus. Entendemos que o chamado de Deus é para ser pastor, líder, músico, ministro de louvor, professor e
tantos outras funções. E esquecemos do maior chamado (1 Pedro 2.9)
2) O nosso Evangelho
Foi pregado o Evangelho. Somente isto. O Evangelho não é Igreja. Existe um preconceito imenso das pessoas
em relação a Igreja. Para eles, a Igreja é chata. A igreja é ruim. E muitas vezes estamos levantando uma
barreira ruim, estamos apresentando o nosso jeito de ser. Estamos pregando denominacionalismo demais,
costumes demais.
Mas o Evangelho chegou lá. O Evangelho é Jesus. Nós temos que pregar Jesus. Muitas vezes pessoas não
querem ir a Igreja, mas querem Jesus, eles querem o perdão perdoado. Eles querem a cura.
3) Porque o Evangelho não chegou somente em palavra
Não chegou só em Palavra. A vida sempre fala mais alto. A pessoa cheia de Jesus pode ser suficiente de fato
para muitas conversões. Mas chegou também em palavra. Palavra é comunicar. É anunciar Jesus. Devemos
viver sim, mas devemos anunciar Jesus. Anunciar o Evangelho é contar uma história. A mulher samaritana
falou a cidade e fez um convite. Foi o que os discípulos não fizeram. Eles foram na mesma cidade, mas não
anunciaram para ninguém. Eles foram comprar pão. Muito crente está separando o comprar pão do anunciar
o evangelho. Eles ficaram caladinho. Ele mandou comprar um lanche, eu vou comprar um lanche. Eu fui na
aula, eu estou na faculdade, eu só fui no mercado... O Evangelho é Jesus, e Paulo anunciou. O Evangelho foi
anunciado. Foi palavra.
4)
É palavra sim, mas sobretudo, é poder
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Algo diferente tem que acontecer. Acredite que todo o poder pertence a Jesus. Então descanse. Relaxa, Ele
está no controle. Ele tem toda a autoridade. Se Ele tem toda autoridade, tem que haver em você uma
expectativa. Espere que aconteça maravilhas.
Perdemos um princípio fundamental de poder: Não se utilize dele para benefício próprio. Não busque o
poder para somente possui-lo e fazer marketing pessoal dele.
5) Chegou em poder, no Espírito Santo
Só o E.S convence o homem que ele está perdido e que precisa de Deus. Podemos até convencê-los de que
eles são moralmente imperfeitos. Mas só Ele pode convencer a pessoa para correr pra Deus.
6) Em plena convicção
O que é plena convicção? É alguém que tem uma certeza íntima no coração. Uma ideia que a despeito das
circunstâncias e mesmo que seja difícil, acredita. Quando todos dizem que não vai dar certo, que não vai
conseguir, no íntimo do seu coração, você diz: eu vou dar conta. Paulo chegou na cidade tomado de
convicção. Você já sentiu isto no seu coração? Toda a liderança eficaz está associada a uma visão. Você tem
que acreditar e dizer: é meu e pronto. Ter a certeza de que está no lugar certo, fazendo a coisa certa, que é
a Vontade de Deus. Ele foi cheio de convicção.
Paulo está dizendo: o Reino vai se expandir, quando estivermos pregando, o Evangelho de Jesus, com poder
e no Espírito Santo. No entanto precisamos ter uma confiança dentro de nós. Sabendo que estamos
totalmente imersos nesta convicção.
O Diabo tenta fazer você desacreditar. Poderíamos fazer muito mais. Estamos deixando que o Diabo use
circunstâncias e pessoas para roubar a nossa convicção. Estamos perdendo chance de viver o propósito de
Deus. Estamos sem convicção. Vezes é pecado, ou acusação, ou desânimo e tantas outras coisas. Ele tem
lançado uma timidez, um recuo ridículo.
Você tem que acreditar. Se você não sair do barco e arriscar, nada vai acontecer. É um teste da sua fé. Existe
uma Tessalonica pra você viver. Temos todo o poder.
O seu problema não é aprender. A sua dificuldade é crer. É acreditar e por isso se lançar com convicção. E
rejeitar toda a conversa do Diabo de te desanimar.
Por que Davi virou rei? Porque o rei Saul estava escondido. Não tinha convicção que venceria. Davi não matou
só gigante, mas matou a falta da liderança, a fé, o medo do povo. Estes foram os gigantes. Davi trouxe a Israel
o que faltava – liderança. Quando Deus se une a convicção de um homem, o Diabo foge.
A águia mãe constrói ninhos muito altos, em penhascos. Então ela sai à caça para satisfazer o filhote. Mas
quando o filhote vai crescendo, a fome vai aumentando. E a águia tem que pegar animais maiores. E o filho só
fica comendo e dormindo. De vez em quando arrotando. Quando ouve as asas da mãe, nem abre mais os olhos,
só o bico.
Mas um dia, a águia mãe chega com um outro plano. E o filhote pensa que é mais comida e abre a boca. A
mãe começa a empurra-lo do ninho. E lá vai o filhote! É a cena é linda. Pois antes de ele cair, a mãe voa mais
rápido e o apara nas asas dela. Leva o filhote de volta. E o empurra de novo. E apara de novo. Por algumas
vezes faz isto. É o trabalho de alguém que ama. E numa destas decidas, ele reconhece as suas asas e tenta usar
estas asas. E num determinado momento, ela está voando.
Nossas igrejas estão cheias de águias, mas no ninho. Águias de 30 anos na fé. Sentados no ninho da Igreja.
Não ganha nenhuma vida, nem discipula ninguém. É só um consumidor do Evangelho.
Deus tem um destino pra você. Você vai voar muito alto.
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CURSO DE TREINAMENTO MINISTERIAL - ANO 2016
MÓDULO: Evangelismo – aulas 2 e 3
MATÉRIA: Entusiasmo pelo Evangelismo
PROFESSOR: pr Heber Guilherme
INTRODUÇÃO
Existe uma lógica na nossa fé – o homem perdido de Deus, por causa do pecado. Deus toma a
iniciativa para a reconciliação, providenciando a solução para o pecado que é Jesus. Um povo anuncia
estas boas novas. Este Evangelho, em primeiro lugar, denuncia o pecado, depois é a solução. Aquele
que crê em Jesus, recebe o perdão de Deus. Imediatamente é livre das amarras do pecado, do mundo
e do diabo. Agora, como um novo homem, recebe o Espírito Santo, para que seja restaurado
completamente a Imago Dei. A partir de então, passa a viver uma vida de relacionamentos saudáveis.
Passa a caminhar, congregar, comungar com todos os demais que viveram a mesma experiência. Isto
chamamos de Igreja.
Na medida que, ganha esta nova identidade, de Filho de Deus e discípulo de Jesus, novos
propósitos nascem em seu coração – Avisar a tantos quantos sobre o Evangelho de Jesus e ajuda-los a
se tornar aquilo que são agora. Seu coração pulsa fé e amor, convicção e compaixão. Sozinho, em
família, em grupo ou com toda a Igreja, ele anunciará. Com vigor, com força, com fé, com amor, sem
medir esforços, incansavelmente, anunciará. Por causa deste ímpeto, o Espírito Santo tem um outro
papel.
Ao entender a sua responsabilidade e a urgência de anunciar Jesus, o Espírito Santo age, em
paralelo ao processo de transformação, trazendo um revestimento de autoridade e poder.
Onde estão as falhas de hoje? Primeiro, aqueles que foram revestidos, ignoraram o processo de
transformação. Deram tanta ênfase no anúncio, que se perderam no meio do caminho. E por causa
disto, o pecado que deveria ser limpo e tratado, ganhou mais força – assistimos ambições pessoais que
fizeram da Mensagem um anúncio medíocre acompanhado de estratégias de marketing, com o
propósito de erguer as suas próprias torres de Babel. O nome e a imagem da Instituição ou do próprio
líder se tornou mais importante do que qualquer coisa, um verdadeiro narcisismo, revestido de ações
piedosas. São tantas terríveis consequências vindas deste terrível engano, que é difícil listar.
Visivelmente, notamos um ajuntamento em templos de pessoas mornas, exigentes, consumistas,
enfermas, egoístas, acomodada, religiosas e sem interesse algum pela verdadeira transformação.
Notamos também, um sem número de pessoas descrentes da Igreja. Não de Deus, nem de Jesus, mas
da Igreja e do cristão. Este é o nosso desafio na evangelização. (vídeo o que é ser cristão)
PRINCÍPIOS INTRINSICOS PARA A EVANGELIZAÇÃO
A carta do discípulo e doutor Lucas impressiona pelas riquezas de informações. O livro de Atos
nos dá todas as premissas essenciais para balizar a nossa vida cristã como indivíduo e Igreja, e também
para a nossa atuação no Evangelismo. Nos dois primeiros capítulos encontramos quatro princípios para
a evangelização:
1) Perdoados
“E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes.” Atos 1. 4
4
É assim que começa a Igreja. Discípulos perdoados. Perdoados através de uma palavra: “paz seja
convosco.” Jesus só precisava falar isto. Diante de um grupo que se viam fracassados, temerosos e
acuados. A Graça de Deus os alcançou! Os primeiros a desfrutarem do fruto da morte e ressurreição
de Jesus não poderiam ser outros. Foram eles! Seus discípulos.
Desde então, era imperativo que se mantivessem limpos. Não queriam pecar novamente. Sentir
o odor da lama que os cobrira, estava fora de cogitação. Isto fala de santidade. Assunto que nunca mais
sairia da agenda existencial. Se tornou um estilo de vida – viver limpos do pecado. Perdoados,
manutenindo o perdão, anunciando o perdão. (vídeo Você pode começar de novo)
Chegada a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e estando cerradas as portas do lugar onde estavam os
discípulos, com medo dos Judeus... João 20.19
A Igreja de Jesus Cristo começou com um grupo de homens amedrontados num cômodo do segundo andar em
Jerusalém.
Embora treinados e instruídos, eles não sabiam o que fazer. Embora tivessem marchado com Jesus durante três
anos, agora sentavam-se... amedrontados. Erma soldados tímidos, guerreiros relutantes, mensageiros mudos.
Seu ato mais corajoso foi o de levantar-se e trancar a porta.
Alguns olhavam pela janela, alguns olhavam a parede, alguns olhavam o chão, mas todos contemplavam dentro
de si mesmos.
E nada mais certo, pois era uma hora de autoanálise. Todos os seus esforços pareciam inúteis. Perturbando suas
recordações estavam as promessas que haviam feito, mas não cumprido. Quando os soldados romanos levaram
Jesus, os seguidores de Jesus debandaram. Ainda com o vinho da aliança em seus hálitos e o pão do sacrifício
dele nas barrigas, fugiram. Todas aquelas exibições de bravata? Todas aquelas declarações de devoção? Jaziam
quebradas e espalhadas no portão do jardim do Getsêmani.
Não sabemos aonde os discípulos foram quando fugiram do jardim, mas sabemos o que levavam: uma
lembrança. Levavam a lembrança emocionante de um homem que se dizia nada menos do que Deus encarnado.
E, não conseguiam tirá-lo do pensamento. Por mais que tentassem escapar-lhe no meio da multidão, não podiam
esquecê-lo. Se viam um leproso, lembravam-se da sua compaixão. Se ouvissem uma tempestade, se lembrariam
do dia em que ele silenciou uma tempestade. Se vissem uma criança, pensariam no dia em que ele carregou uma
delas. E se vissem um cordeiro sendo levado para o templo, se lembrariam do seu rosto manchado de sangue e
dos olhos inundados de amor.
Não, não conseguiam esquecer dele. Como resultado, voltaram. E, como resultado, a igreja de nosso Senhor
começou com um grupo de homens amedrontados num cenáculo.
Parece familiar? As coisas não mudaram muito em dois mil anos, mudaram? Quantas igrejas hoje encontram-se
paralisadas no cenáculo?
Quantas congregações tem apenas religião suficiente para se reunirem, mas não paixão suficiente para saírem
lá fora? Mesmo que as portas não estejam trancadas, mas é como se estivessem.
Inutilidade de cenáculo. Um bocadinho de fé, mas muito pouco fogo.
“Claro que estamos fazendo a nossa parte para alcançar o mundo. Ora, somente no ano passado enviamos dez
cursos por correspondência. Estamos esperando uma resposta a qualquer momento agora.”
“pode apostar que nos preocupamos que o mundo seja alcançado! Enviamos 150 dólares por mês para... ahn,
bem... como se chama lá em... ah, bem, oh, esqueço o nome do lugar, mas... oramos sempre por ele.”
“Fome no mundo? Ora, isso está no topo de nossa lista de prioridades! Na verdade, temos planos de planejar
uma sessão de planejamento. Pelo menos, é o que estamos planejando fazer.”
Boa gente. Muitas ideias. Uma porção de boas intenções. Orçamentos. Reuniões. Palavras. Promessas. Mas
enquanto tudo isso está ocorrendo, a porta permanece trancada e a história permanece um segredo.
Você não dá as costas a Cristo, mas também não se volta para ele. Não amaldiçoa o nome dele, mas tampouco
o louva. Sabe que deveria fazer alguma coisa, mas não sabe ao certo o que é. Sabe que deveria reunir-se com
outros, mas não sabe ao certo o porquê.
Inutilidade de cenáculo. Embaixadores confusos atrás de portas trancadas. O que será necessário para destrancálas? O que será necessário para atear o fogo? O que será necessário para restaurar a paixão do primeiro século?
O que terá de acontecer antes que os cadeados da inutilidade tombem de nossas portas e sejam pisoteados
debaixo dos pés de discípulos partindo?
Mais treinamento? Isso faz parte. Melhores estratégias? Ajudaria. Uma visão mundial? Sem dúvida. Mais
dinheiro? Isso é imperativo. Maior dependência do Espírito Santo? Positivamente.
Mas no meio desses itens há um ingrediente básico que não pode passar despercebido. Há um elemento tão
vital que sua ausência garante nosso fracasso. O que é necessário para nos fazer sair é exatamente o que fez os
apóstolos saírem.
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O traído procurou seus traidores. O que foi que Jesus lhes disse? Certamente não foi: “Que bando de
fracassados!” Nem: “Eu bem que lhes disse.” Nenhum tipo de discurso do tipo: “Onde estavam quando precisei
de vocês?” Exatamente o que eles não tinham era o que ele oferecia: paz.
O que destrancou as portas dos corações dos apóstolos? Simples. Eles viram a Jesus. Encontraram o Cristo. Seus
pecados colidiram com o Salvador, e o Salvador venceu! O que acendeu a caldeira dos apóstolos foi um braseiro
de convicção de que a pessoa exata que devia tê-los mandado para o inferno foi ao inferno por eles, e voltou
para contar a respeito.
Uma porção de coisas lhes aconteceria durante as próximas décadas. Muitas noites seriam passadas longe de
casa. A fome lhes corroeria as entranhas. A chuva lhes ensoparia a pele. Pedras lhes feririam o corpo. Naufrágios,
surras, martírio. Mas havia uma cena no repertório de lembranças que fazia com que jamais olhassem para trás:
o traído voltando para encontrar seus traidores; não para açoitá-los, mas para enviá-los. Não para criticá-los por
se esquecerem, mas para comissioná-los a se lembrarem. Lembrarem-se de que aquele que havia morrido está
vivo e aqueles que eram culpados foram perdoados.
Pense a respeito da primeira vez em que você o viu. Pense acerca do seu primeiro encontro com Jesus Cristo.
Envolva-se naquele momento. Ressuscite o alívio. Relembre a pureza. Intime a paixão a apresentar-se. Você
consegue lembrar-se?
Existe uma correlação direta entre a exatidão de nossa lembrança e a eficácia da nossa missão. Se não estamos
ensinando as pessoas como serem salvas, talvez seja porque tenhamos esquecido da tragédia de estar perdido!
Se não estamos ensinando a mensagem do perdão, talvez seja porque não nos lembramos de como era ser
culpado. E se não estamos pregando a cruz, pode ser que subconscientemente tenhamos decidido – Deus nos
livre – que, de certa forma, não precisamos dela.
Quando os temos ficarem difíceis, lembre-se de Jesus. Quando as pessoas não ouvirem, lembre-se de Jesus.
Quando as lágrimas chegarem, lembre-se de Jesus. Quando o desapontamento dormir junto com você, lembrese de Jesus. Quando o medo armar a tenda no seu jardim. Quando a morte assomar, quando a ira chamuscar,
quando a vergonha pesar muito, lembre-se de Jesus. Antes que se lembre de qualquer coisa, lembre-se dele.
Caso esqueça de alguma coisa, não se esqueça dele.
Oh, mas quão rapidamente nos esquecemos! Tanta coisa acontece ao longo dos anos. Tantas mudanças internas.
Tantas alterações externas. E, nalgum lugar, lá atrás, o deixamos. Não lhe damos as costas... apenas não o
levamos conosco. Tarefas chegam. Promoções chegam. Orçamentos são feitos. Crianças nascem, e o Cristo... o
Cristo é esquecido.
Já faz algum tempo desde que você olhou fixamente os céus em muda reverência? Já faz algum tempo desde
que você se conscientizou da divindade de Deus e da sua carnalidade?
Se faz, então você precisa saber uma coisa. Ele ainda está lá. Não foi embora. Debaixo de todos esses papéis e
livros e relatórios e anos. No meio de todas essas vozes e faces e lembranças e quadros, ele ainda está lá.
Faça um favor a si mesmo. Poste-se diante dele novamente. Ou melhor, permita-lhe postar-se diante de você.
Vá ao seu cenáculo e espere. Espere até que ele venha. E quando ele aparecer, não saia. Passe os dedos sobre
seus pés. Coloque a sua mão no seu lado trespassado. E olhe dentro daqueles olhos. Esses mesmos olhos que
derreteram as portas do inferno e puseram os demônios em disparada e Satanás a correr. Fite-os enquanto eles
o fitam. Você jamais será o mesmo.
A pessoa jamais é a mesma após ver simultaneamente seu total desespero e a graça obstinada de Cristo. Ver o
desespero sem a graça é suicídio. Ver a graça sem o desespero é inutilidade de cenáculo. Mas ver as duas coisas
é conversão.
Perdão verdadeiramente recebido é perdão poderosamente proclamado.
Texto extraído do livro Seis horas de uma sexta-feira, de Max Lucado
2) Cheios do Espírito Santo
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio
do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E
apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito Santo lhes
concedia que falassem.” Atos 2.4
A expressão “cheio do Espírito Santo” está em desuso. Até ouvimos ser cheios de Deus, que me
parece traduzir a mesma coisa. No entanto, a essência desta afirmação é de que o Espírito Santo está
agindo de forma absoluta e integral. É a nossa crença de que este é o tempo do Espírito Santo e que
Ele nos reveste para um propósito – servir melhor. Servir melhor aos meus irmãos e no mundo.
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Eu não posso entender que, ao ser cheio do Espírito, me torno parte de um grupo de ‘oficiais’
elitizado. Cheio do Espírito Santo, não é ser cheio de vontade própria, de boas intenções, de ideias e
etc. Resumindo, não é ser cheio de si. Ser cheio do Espírito, empreende no serviço ao próximo e na
Evangelização do mundo. Quer Evangelizar o mundo? Seja cheio do Espírito. Quer servir melhor ao
próximo? Seja cheio do Espírito!
Quer ser cheio do Espírito? Pra que? É a primeira pergunta. Se a resposta estiver centrada em si
mesmo e não no outro, reveja as motivações e só depois, peça novamente para ser cheio.
A Igreja Primitiva já nasceu missionária. Ela nasceu para fora. Nasceu para servir. Nasceu para o
outro. Ao serem cheios do Espírito Santo, imediatamente, se voltaram para as pessoas em sua volta –
“ Como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Como os ouvimos falar em nossas
próprias línguas as grandezas de Deus?”
O ministério de Jesus começou depois do seu batismo em águas e do derramamento do Espírito
sobre a sua vida. O seu ministério era movido pelo Espirito de Deus: “o Espírito do Senhor está sobre
mim, porque ele me ungiu para pregar as boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar
liberdade aos presos, e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano
da graça do Senhor.”
Se o próprio Filho de Deus desempenhou seu ministério aqui na terra movido pelo poder do
Espírito, não faria diferente na inauguração da sua Igreja.
Quando somos cheios do Espírito, o olhar ao próximo é um olhar de Deus. Passamos perceber
mais as pessoas em nossa volta.
Por fim, registro um trecho do teólogo pentecostal Emílio Conde:
“A experiência do Pentecostes, ainda que difícil de definir, podemos dizer que é a vida intensa de Deus manifestada
na vida do homem, de uma forma real, poderosa, visível, capaz, impulsiva, ativa e transformadora. Podemos dizer que o
Batismo no Espírito Santo, tal como disse Donald Gee, ‘torna tudo real dentro de nós.’ O que antes era crido somente por
formalidade, agora tem de se transformar em fé real; a conversão é real, a justificação tem um sentido real, a santificação
não é só de lábios, mas é real, a comunhão com Deus é real, a vida de renúncia e altruísmo é real, a vida de gozo é real, e
Jesus, em nossa vida é intensamente real.
Enquanto os homens dizem que as maiores necessidades hoje são mais organização, novos métodos de pregar,
melhores igrejas, bons pregadores, muito dinheiro, bons cantores, grandes seminários, ótima propaganda e relações na
sociedade, nós dizemos que a igreja precisa na atualidade mais poder do Alto, mais dons espirituais; precisa mais da palavra
de sabedoria, palavra de ciência, de fé, dons de curar, operação de maravilhas, discernimento dos espíritos, línguas e
interpretação. O Evangelho não precisa ser modernizado como pensam alguns; precisa sim, ser pregado pelo poder e direção
do Espírito Santo (o mesmo do Pentecostes), pois só este pode explicar ao homem a simplicidade deste evangelho, que não
precisa modernizar-se para ser adaptável.”
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3) Convicção
“Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e
Cristo.” Atos 2.36
Muitas pessoas tem dúvidas e incertezas sobre a vida cristã. Alguns não tem nada da alegria de
pertencer ao Senhor porque não conseguiram entender uma verdade fundamental da experiência
cristã. A Bíblia diz: “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus,
e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.” João 20.31 Tem muita gente que foram as nossas
Igrejas, se arrependeram, creram e passaram pelo discipulado, entretanto muitas vezes não tem a
certeza de sua conversão. Ainda não disseram como Paulo: “Eu sei em quem tenho crido.” 2. Tm1.12
Qual é a convicção que devo ter?
1) Que sou salvo por meio de uma fé pessoal em Jesus – “Primeiramente vos entreguei o que
também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi
sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” 1 Co 15.3, 4
Cremos na Obra de Cristo. Cremos na sua morte na cruz com o propósito de nos salvar. E cremos
no túmulo vazio. Isto é fato. Billy Graham disse: “A Bíblia exorta a crer que esta obra de Cristo,
feita para tirar o pecado e em benefício dos pecadores, é eficaz na vida de todos aqueles que
arriscam a suas almas com Ele. “
Existem crentes que se distanciaram da fé em Jesus. Já estão a tanto na Igreja, que se orientam
a buscar sensações que o satisfaçam em suas almas. Nós não nos chegamos a Deus por
intermédio dos cinco sentidos físicos, mas, pela capacidade de crer. A Bíblia diz que o homem
é justificado pela fé e não pelos sentimentos. Um homem é salvo por confiar na obra
consumada de Cristo na cruz, e não por alguma empolgação física ou êxtase religioso.
Certamente há espaço para sentimentos na fé salvadora, mas o sentimento em si não é o que
causa a salvação.
2) Que a vida cristã consiste em um crescimento constante. – “Meus filhos, por quem, de novo,
sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós;” Gl 4.19 “antes, crescei na graça e no
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no
dia eterno.
A Bíblia diz que devemos crescer. Isso implica um desenvolvimento forte, sadio e bem
equilibrado, a constante ampliação dos nossos conhecimentos e o crescimento de nossa
sabedoria. Para que alguém cresça adequadamente, certas regras devem ser observadas para
que haja uma boa saúde espiritual.
Em primeiro lugar, ler a Bíblia diariamente. A sua vida espiritual precisa de alimento. De que
tipo de alimento? Do alimento espiritual. Onde você encontra? Na Bíblia, a Palavra de Deus.
Existem lugares no mundo que não tem a liberdade que temos de ler a Bíblia e estuda-la
juntamente com os nossos irmãos cristãos. Em segundo lugar, oração. O Espírito Santo nos
ajuda e nos orienta. Orar é comunicar. Você pode orar a qualquer hora. A oração combinada
com o estudo da Bíblia contribui para uma vida cristã saudável. Terceiro lugar, confiar no
Espírito Santo. Ele mora em nós. Ele que faz o serviço pesado da limpeza do coração dos
homens. Ele tem o papel de nos transformar numa Nova Criatura. Precisamos confessar as
nossas fraquezas, debilidades, instabilidades e confiar no trabalho que Ele está realizando em
nós. Ao depender do Espírito Santo, aprendemos a descansar em Deus diante das
preocupações, conflitos e tensões interiores. Aprendemos que Deus está no nosso amanhã, Ele
vê o fim desde o começo. Em quarto lugar, congregar numa Igreja. O cristianismo é comunhão.
Uma palavra que resume cristianismo – relacionamento. Nada pode tomar o lugar da prática de
ir à Igreja. E mais do que isto, nós não apenas vamos à Igreja. Nós somos a Igreja. Nos reunirmos para
adorar, servir, ter comunhão com os nossos irmãos e ser edificados através da Palavra de Deus.
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4) Compaixão
Bonhoeffer disse que Igreja só é Igreja quando pensa no outro. Existem lugares no mundo que
fazem Deus chorar, mas que a maioria das pessoas nunca sequer foi capaz de imaginar. Sem essa visão
divina, nossa compaixão está mutilada.
“Pois tive fome, enquanto você tinha tudo de que precisava. Senti sede, mas você bebia água mineral. Eu era um estrangeiro,
e você me queria deportado. Eu precisei de roupas, mas você precisava de mais roupas. Eu estive doente, e você se
concentrou no comportamento que me fez adoecer. Eu estive na prisão, e você disse que eu estava recebendo o que eu
merecia.” Richard E. Stearns
Nós não somos salvos por empilhar boas obras com o objetivo de agradar a Deus. Mas todo
compromisso autentico e genuíno para com Jesus será acompanhado pela evidência de uma vida
transformada e de um genuíno interesse por “alguns destes pequeninos” que Jesus falou.
Jesus não passou cada hora de seu dia ajudando os pobres. Ele jantou com os ricos, participou de
comemorações como casamentos e festas, ensinou nas sinagogas. Ainda assim, não há nenhuma
dúvida que seu amor pelos pobres encontrou expressão constante e concreta em sua vida e seu
ministério.
Uma das maiores e melhores maneiras de expressar nosso amor por Deus é demonstrando seu amor de maneira tangível
aos que estão ao nosso redor. Deus quer ver a autenticidade de nossa fé posta em ação, não o vazio de uma fé sem obras.
Mas se consideramos as coisas que Deus condena quando ele observa o comportamento de seus seguidores, outra vez
parece que s pecados de omissão o entristecem mais do que os pecados de comissão. Richard E. Stearns
CONCLUSÃO
O que é um entusiasmo? Ardor, veemência manifestada na realização de algo. Dedicação
fervorosa; ardor, paixão por uma causa. Segundo o dicionário Houaiss.
O que me faz ter fervor? O que me faz ter paixão por uma causa? Os elementos mais simples que
mencionamos estiveram presentes em toda a Era cristã. Homens e mulheres com pouco recursos, mas
que tinham a Graça, o Poder, a Convicção e a Compaixão suficiente para incendiar o mundo que viviam.
O fogo do Espírito Santo encheu milhares de corações missionários que avançaram em terras distantes
e desconhecidas, com o único propósito de pregar com poder, convicção e compaixão a Graça que os
alcançou.
Finalizo com uma citação do livro Paz com Deus do Dr Billy Graham:
“Lembremos que, séculos atrás, o apóstolo Paulo exortou os cristãos a ensinarem somente a Palavra. Lembre-se de que
estamos semeando. Algumas sementes podem cair em terras inférteis e outras entre espinhos, mas o nosso dever é
continuar semeando. Não devemos parar de semear pelo fato de alguns dos solos parecerem pouco promissores.
Estamos segurando uma luz. Temos que deixa-la brilhar! Embora possa parecer apenas uma vela brilhando em um mundo
de escuridão, é nosso dever deixa-la brilhar.
Estamos tocando uma trombeta. No alarido e no barulho da batalha, o som de nossa trombeta pode parecer perdido, mas
temos que continuar a soar o alarme para aqueles que estão em perigo.
Estamos acendendo uma fogueira. Neste mundo frio, cheio de ódio e egoísmo, nosso pequeno fogo pode parecer inútil, mas
devemos mantê-lo ardendo.
Estamos batendo com um martelo. Os golpes podem parecer abalar somente nossas mãos, mas devemos continuar a
martelar. Amy Carmichael, da Índia, certa vez perguntou a um cortador de pedras, que golpe quebra uma pedra. “O primeiro
e o último”, ele respondeu, “ e cada um que for dado entre esses dois.”
Temos o pão para um mundo faminto. As pessoas podem parecer estar tão ocupadas com outras coisas que não aceitam o
Pão da Vida, mas temos que continuar a distribui-lo, oferecendo-o à alma dos homens.
Temos água para as pessoas sedentas. Devemos permanecer firmes, clamando: “Ó vós todos os que tendes sede, vinde às
águas.” Às vezes, as pessoas poderão não vir até nós, e então devemos levar essa água a elas.
Devemos perseverar. Nunca devemos desistir. Continue usando a Palavra!
Jesus disse que grande parte da nossa semente encontrará um solo fértil e dará frutos. Devemos ser testemunhas fiéis. A
experiência mais emocionante conhecida pelo homem é ganhar uma pessoa para Jesus Cristo. Tenho tido o privilégio de
conduzir pessoas ao conhecimento de Cristo como Salvador. Nunca deixo de me emocionar ao saber de alguém que ouviu,
aceitou a Cristo, e foi transformado por sua graça. Isso vale mais do que todo o dinheiro de todo o mundo. Não existe
felicidade, experiência, nem aventura romântica comparável à emoção de ganhar uma pessoa para Cristo.
A Bíblia diz: “O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é.” Pv 11.30
“Vós sois o sal da terra.” O sal causa sede. A sua vida causa aos outros a sede da água vida?
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