História Geral O Império Asteca Numerosos grupos indígenas habitavam a América pré-colombiana, entre eles os astecas, maias e incas que formaram grandes civilizações com conhecimentos tecnológicos avançados. Os astecas, ou mexicas, emigraram da região de Aztlán, território dos atuais Estados Unidos, para o vale do México, e fixaram-se nas ilhas do lago Texcoco onde fundaram a cidade de Tenochtitlán (atual cidade do México), em 1325. Povo guerreiro, os astecas aperfeiçoaram sua organização militar e em aliança com os povos de Texcoco e Tlacopán, conquistaram outros povos da região, formando uma Confederação. Em 1428, já formavam um império que ocupava a região do México atual, do Atlântico ao Pacífico, com 38 províncias e cerca de 500 cidades. Por volta de 1440, no início do governo de Montezuma I, estima-se que cerca de 15 milhões habitavam o império. No século XVI, a capital do Império, Tenochtitlán era uma das maiores cidades do mundo, e também um grande centro cultural e econômico, com templos, palácios, mercados, monumentos artísticos, ruas bem traçadas, praças e canais de irrigação. No início a sociedade asteca era igualitária, não havia a propriedade privada da terra, mas, no final do século XV, devido às guerras e conquistas de outros povos, os governantes foram acumulando poderes cada vez maiores. Cobravam tributos em espécies (alimentos, armas, tecidos e outros objetos), exploravam a mão de obra dos povos dominados para o trabalho na agricultura. O poder político estava concentrado na figura do imperador (o tlatoani) que vivia em Tenochtitlán. O imperador comandava o exército, chefiava o Conselho Supremo e controlava os estoques de alimentos para distribuir à população em épocas de escassez. O cargo não era hereditário, o governante era eleito entre os membros da elite e sempre de uma mesma família. A Economia Asteca A economia asteca era baseada na agricultura e a propriedade da terra pertencia ao Estado. Cultivavam milho, tabaco, feijão, pimenta, tomate, cacau, baunilha, algodão, abóbora, melão, etc. do cacau extraíam uma bebida forte chamada xocoalt. Os astecas desenvolveram e aperfeiçoaram as técnicas de produção, uso de adubos, a construção de barragens e canais de irrigação e a construção das chinampas (jardins flutuantes), para obterem maior área de plantio. O comércio era outra atividade importante e bem desenvolvida, os mercados eram abastecidos de tecidos, roupas prontas, utensílios domésticos, móveis, peles, objetos de cerâmica e muitos outros produtos. As transações comerciais eram feitas por meio de trocas e em alguns casos os grãos de cacau eram usados como moeda. No artesanato, habilidosos artesãos confeccionavam peças de ourivesaria e de arte plumária, tecelões, confeccionavam tecidos com fibras vegetais, além de pintores e escultores. A sociedade Asteca A sociedade asteca era formada por camadas bem distintas. Na camada mais alta estava a nobreza: o imperador (tlatoani) e sua família, os sacerdotes e os chefes guerreiros. O imperador detinha poderes absolutos sobre a sociedade e contava com um conselho formado por chefes militares que o auxiliavam nas decisões políticas. Os guerreiros ocupavam uma posição social privilegiada. Embora não recebessem pagamento, quando se sobressaíam, recebiam prêmios, como roupas, terras e escravos. Os sacerdotes eram encarregados dos cultos, dos sacrifícios e colaboravam na administração do Estado. Escolhiam o dia para começar as batalhas e interpretavam os sinais dos céus. Na camada intermediária: estavam os artesãos de elite e comerciantes (os pochtecas). A base da sociedade asteca era formada pelos camponeses; a maioria da população que pagava pesados tributos ao Estado e cultivavam as terras que garantiam o sustento do império. Por último, os escravos: prisioneiros de guerra, condenados pela justiça, desertores do exército, ou aqueles que não conseguissem pagar suas dívidas. Religião e Cultura Os astecas eram politeístas. Seus principais deuses eram: Quetzalcoált, deus do vento, a serpente emplumada, que representava a sabedoria e o conhecimento. Huitzilopochtli: deus da Guerra e do Sol. Em sua honra os astecas construíram a principal pirâmide de Tenochtitlán e em sua homenagem ofereciam o coração de um guerreiro sacrificado. Tlaloc: deus da chuva e dos fenômenos reluzentes. Crianças eram sacrificadas em sua homenagem. O calendário, o trabalho, a educação, a ética, o lazer, o Estado eram orientados por preceitos religiosos. Os astecas desenvolveram um calendário solar, composto de 18 meses de 20 dias cada e mais 5 dias complementares, além de 1 dia extra a cada 4 anos, para compensar 6 horas por ano, como acontece nos anos bissextos do nosso calendário. Os cinco dias que restavam eram chamados de vazios, e acreditavam que traziam má sorte, assim, nada de importante devia ser feito nesses dias. Criaram também um calendário religioso, usado pelos sacerdotes, indicando que o mundo terminava e recomeçava um ciclo a cada 52 anos. Os astecas conheciam várias plantas medicinais, das quais faziam remédios. Tinham também alguns medicamentos de origem animal e mineral. Tratavam de feridas, doenças de pele, dos olhos, do ouvido, etc. Na arquitetura desenvolveram técnicas avançadas de construção. As pirâmides eram locais de culto e sacrifícios humanos. A conquista do Império Asteca No início do século XVI, a Espanha organizou várias expedições para o reconhecimento e dominação das terras continentais. A mais importante delas foi comandada por Hernán Cortés, em 1519, que conquistou o Império Asteca. Cortez partiu de Cuba chefiando uma expedição com 11 navios de guerra, cem marinheiros, 600 soldados, dez canhões e 16 cavalos. Foram recebidos com cordialidade por Montezuma II, Imperador Asteca, pois, de início os astecas acreditaram que os espanhóis eram enviados dos deuses. Porém, os espanhóis, com suas armas de fogo e cavalos, desconhecidos dos nativos, levaram ampla vantagem. Contaram com o apoio de muitos indígenas dominados pelos astecas descontentes com os pagamentos de tributos ao imperador. Em novembro do mesmo ano, a expedição espanhola chegou à cidade de Tenochtitlán. Montezuma II foi preso pelos espanhóis, que o obrigaram a reconhecer o rei espanhol como soberano do México e a mostrar os mapas das terras e os registros dos impostos. Violentas lutas foram travadas entre os espanhóis e os astecas. Cortés ordenou que fosse envenenada a água que servia Tenochtitlán e cercou a cidade para que ninguém saísse e nenhuma ajuda entrasse. Após seis meses de batalhas, sitiada, sem água e sem alimentos, a cidade de Tenochtitlán foi completamente arrasada em 13 de agosto de 1521. 21/03/2012 Fontes consultadas: .Peregalli, Enrique. A América que os europeus encontraram. São Paulo, 27ª edição, Ed. Atual, 2004. .Soustelle, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987. Deuses Astecas Deuses da mitologia asteca, religião asteca, panteão, representação dos deuses, simbolismos Quetzalcóatl: o "Pássaro Serpente" era o deus mais venerado entre os astecas Introdução A mitologia asteca era repleta de deuses e deusas, pois a religião deste povo era politeísta. Os astecas costumavam fazer rituais de sacrifícios humanos e de animais para agradar ou acalmar seus deuses. Os deuses tinham forma humana misturada com animais e estavam diretamente ligados às forças da natureza e aos sentimentos humanos. Principais deuses astecas: - Quetzalcóatl: representado no formato de "Pássaro Serpente" com copo humano era o principal deus da religião asteca. Representava a vida, a vegetação, os alimentos e a força espiritual existente nos indivíduos. Também representava o planeta Vênus. - Huitzilopochtli: era o deus da guerra e do Estado Asteca. Era o deus padroeiro da cidade de Tenochtitlán. - Tlaloc: deus da chuva que detinha o poder de produzir os relâmpagos e trovões. Era muito temido, pois também representava algumas doenças. Por representar a chuva, era muito cultuado entre os agricultores astecas. - Xiuhtecuhtli: deus do fogo e do calor. - Xipe Totec: deus da fertilidade. - Acuecucyoticihuati: deusa dos mares e das águas dos rios. - Atlacoya: deusa da seca. - Centeotl: deus do milho (principal alimento dos astecas). - Chalchiutotolin: deus muito temido entre os astecas, representava as pestes, doenças e pragas. - Chalmecacihuilt: deus do mundo subterrâneo e do sacrifício - Chantico: deusa do fogo doméstico e dos vulcões. - Coatlicue: deusa terrestre da vida e da morte. - Ometeotl: deus da criação. - Cochimetl: deus das atividades comerciais e dos mercadores. - Ilmatecuhtli: criadora das estrelas, era considerada a deusa da beleza. - Xochipilli: deus do amor, das danças e das flores. - Xólotl: deus do relâmpago e dos espíritos. - Tezcatlipoca: criador do mundo, era o deus das estrelas e da lua. Senhor da morte, era muito temido pelos astecas. História dos Maias Conheça a história da Civilização Maia, aspectos culturais, economia, religião, calendário, trabalho no campo, o imperador, escrita e arquitetura Calendário Maia: exemplo da cultura maia Introdução A civilização maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (sul do atual México). Este povo nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia. Organização e sociedade Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos vizinhos. As cidades formavam o núcleo de decisões e práticas políticas e religiosas da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um representante dos deuses no Planeta Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. Economia e agricultura A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império. Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço arquitetônico. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas. Religião A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano. Escrita Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes. Matemática maia Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero. Calendário Maia Conheça o calendário maia, religioso e agrícola, recomeço da nova era maia, sincronização Calendário maia: organização dos eventos religiosos, agrícolas e vida pessoal Introdução Os maias possuíam dois calendários, sendo um relacionado a vida religiosa e outro que seguia os eventos da agricultura. Calendário religioso Chamado pelos maias de Tzolkim, o calendário religioso possuía um ano composto por 260 dias, dividido em 13 meses (cada mês tinha 20 dias). Esse calendário era orientado pela Lua. Repleto de previsões astrológicas, este calendário estava ligado ao período de gestação dos seres humanos. Os maias acreditavam que este calendário tinha o poder de orientar e reger a vida pessoal (amor, família, trabalho, saúde, etc) dos indivíduos. Calendário Agrícola Os maias chamavam este calendário de Haab. Possuía 365 dias de acordo com o ano solar. Era dividido em 18 meses de 20 dias, além de 5 dias destinados a festas. Estava ligado aos eventos agrícolas (plantio e colheita) realizados pelos maias. A sincronização dos calendários Estes dois calendários não funcionavam separadamente. A cada 52 anos solares, os dois calendários se sincronizavam matematicamente pelo planeta Vênus. A cada 3.172 anos solares ocorria o encontro do início destes dois calendários. Para os maias, este período simbolizava o recomeço de uma nova Era. Deuses Maias Os principais deuses da religião dos maias, o que cada um representava Kukulkán: deus do vento na religião maia Principais deuses maias: - Hunab Kú: principal deus para os maias. Era o deus criador de tudo. - Itzamná : señor de los cielos, la noche y el día e hijo de Hunab kú. deus senhor do céu, da noite e do dia. Era filho de Hunab Kú. - Kukulkán: deus do vento. - Kinich Ahau: deus do Sol. - Ixchel: deusa da Lua, das inundações, da gravidez e do tecido. - Chaac: deus da chuva. - Wakax Yol K'awil o Nal: deus da agricultura. - Ah Puch : deus da morte. - Yum kaax: deus da guerra. - Xaman Ek: representava a estrela do norte. - Ixtab: deusa do suicídio. - Ek Chuah: deus protetor dos comerciantes e do cacau. - Ik: deus do vento. - Kakupakat: deus da guerra. História dos Incas Conheça a história do Império Inca, cultura, economia, religião, trabalho, organização social, o imperador: sapa-inca, Machu Picchu, o quipo, escrita e arquitetura Machu Picchu: cidade sagrada dos incas Introdução A Civilização Inca desenvolveu-se na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram conquistados e dominados pelos espanhóis no ano de 1532. Governo O imperador, conhecido por Sapa Inca, era considerado um deus na Terra. A sociedade era extremamente hierarquizada e formada por: nobres ( governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas. Cultura Inca Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias. Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas. A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti ). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo). Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem: o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita. Para saber mais: - Baudin, Louis - A vida quotidiana no tempo dos últimos Incas, Edições "livros do Brasil", Lisboa, s/d. - Galeano, Eduardo - As veias abertas da América Latina, Editora Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1978 - Séjouné, Laurette - América Latina I: antiguas culturas precolombianas Siglo XXI, México, 1978, 8ª ed. - Wasserman, Claudia (coordenação) - História da América Latina: cinco séculos, Editora da Universidade Federal do RG do Sul, P. Alegre, 1996 Deuses Incas Os principais deuses da religião dos Incas, o que cada um representava, significados Viracocha: o deus mestre do mundo na religião inca Principais deuses Incas: Inti Deus supremo na religião inca. Era o deus do Sol que exercia a soberania no plano divino. Era o deus mais popular no Império Inca, sendo adorado em vários santuários. Viracocha De acordo com a religião inca, Viracocha era o mestre do mundo. Surgiu das águas e criou o Céu e a Terra. Era um deus nômade e tinha como companheiro o pássaro inti. Mama Quilla Era a esposa do deus Inti e mãe Lua. Mãe do firmamento, tinha uma estátua no Templo do Sol. Pacha Mama Também conhecida como a Mãe Terra, esta deusa era encarregada de propiciar fertilidade à agricultura. Pachacámac Era uma reedição de Viracocha, porém cultuado e venerado na costa central do Império Inca. Era conhecido como o deus dos terremotos. Mama Sara Era a deusa Mãe do Milho, principal alimento dos incas. Wacon Deus maligno e cruel, era o responsável pela seca na costa do Peru. Os incas acreditavam que este deus era um devorador de crianças. Supay Era um deus que habitava as profundezas da Terra e o mundo subterrâneo dos mortos. Os incas consideravam ele como uma espécie de demônio. Mama Cocha Era a deusa Mãe do Mar. Era cultuada principalmente nas regiões costeiras do Império Inca. Recebia oferentas e cultos para acalmar as águas bravas e favorecer a pesca. Representava tudo o que era feminino.