1 O Uso da carboxiterapia em estrias André Pereira Novoa¹ Dayana priscila maia meija² [email protected] Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-funcional – Faculdade Ávila Resumo Estrias é uma atrofia tegumentar adquirida devido ao rompimento das fibras elástica presente na derme, essas alterações são mais comum em mulheres. A carboxiterapia pode ser utilizada como tratamento nas estrias devido o seu processo de estimulação fibrinolítica ter um papel importante no processo regenerativo das atrofias teciduais. Este artigo teve por objetivo avaliar a eficácia da carboxiterapia em estrias. Devido a grande procura das mulheres para obter um corpo perfeito e sem estrias, este tratamento é bastante difundido devido a sua eficácia, mas com escassez de artigos científicos e livros que o comprove. A metodologia utilizada neste trabalho foi uma revisão de literaturas baseados em livros e revista especifica sobre o tema abordado e artigos selecionados em banco de dados lilacs, sielo, bireme, pubmed e caps. Os estudos presentes nas literaturas confirmam que a carboxiterapia é considerada um recurso seguro com garantia de bons resultados. Palavras-chave: Fisioterapia; Estrias e Carboxiterapia. 1. Introdução A dermato-funcional sendo uma área nova no campo da fisioterapia vem obtendo ao longo dos anos espaço no campo da ciência atuando na prevenção, recuperação e nos distúrbios metabólicos, dermatológicos e músculos esqueléticos, através de tratamentos seguros e satisfatórios que é o caso da carboxiterapia. As atrofias lineares também conhecidas como estrias são distúrbios dermatológicos causados por uma lesão resultante do estiramento de fibras de colágeno e elastina com grande incidência em ambos os sexos, mas com predominância em mulheres nas regiões do abdômen, nadegas, seios, coxa, dorso do tronco e glúteo tem como características deixar a pele bem avermelhada no inicio e com o passar do tempo vai ficando esbranquiçada (KEDE; SABATOVICH, 2004). A estria evolui clinicamente em estágios semelhante à formação de uma cicatriz. As lesões iniciais são ativas, caracterizadas por eritema e nenhuma aparente depressão de sua superfície, a estria é dita como uma atrofia, principalmente pela redução do volume e número de suas células, da espessura da pele e separação das fibras colágenas. Encontra-se no local uma menor elasticidade, pregueamento e alargamento da epiderme, secura e ausência de pêlos. Microscopicamente, ocorre um rompimento das fibras da derme e um desarranjo das fibras colágenas. Gradualmente a cor vai diminuindo e as lesões ficam mais claras que a pele normal. É possível aparência inicial, com hiperemia e edema seja decorrente de respostas inflamatórias associadas à vasodilatação que vai progressivamente diminuindo, dando lugar a uma lesão atrófica (KEDE; SABATOVICH, 2004). O rompimento das fibras de colágenos é causado pelo crescimento geralmente na adolescência, gravidez, trauma, hipertrofia muscular exagerado (LIMA e PRESSI, 2005) já a carência do colágeno pode ser desencadeada por fatores hormonais e uso de medicamentos que causam ressecamento da pele (LIMA e PRESSI, 2005). _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 2 (GUIRRO e GUIRRO, 2002) Enfoca que na primeira etapa as estrias são denominadas striae rubrae (vermelha) e quando estão instaladas na pele são denominadas striae Alba (brancas). As estrias são desencadeadas por um conjunto de fatores que não podem ser avaliados isoladamente. Kede classifica estes fatores em três grupos: fatores mecânicos, fatores bioquímicos e predisposição genética. Os estrogênios causa elevação da taxa de ácido hialurônico, de condroitinossulfatos e de corticóides fluorados tornando a pele mais suscetível a trações cutâneas (KEDE, 2004). Segundo (OZORIO, 2005). Depois do rompimento da derme forma-se uma ferida interna que pode ser percebida como os baixos relevos da pele, essas feridas se enchem de sangue tomando a aparências de estrias vermelhas, e com o passar do tempo vão cicatrizando ficando esbranquiçadas, mas regeneração de uma lesão no tecido epitelial inicia logo após a perda da comunicação entre células adjacentes, sendo liberados no local4r da lesão substâncias quimiotáticas que irão direcionar a migração das células originárias do tecido vascular e conjuntivo. (MAIO, 2004) define estrias sendo um processo degenerativo cutâneo benigno caracterizado por lesões atrofiacas. As fibras elásticas da derme são alvos inicias de formação das estrias, onde se inicia um processo de granulação de mastocitos e ativação macrofica que intensificam a elastose no tecido (GUIRRO e GUIRRO, 2004). Conforme (LIMA e PRESSI, 2005) As estrias podem sofrer modificações e exacerbar a suas características com a pratica de exercícios vigorosos de levantamento de peso e as rápidas e drásticas modificações do peso corporal. Fonte: www.bio-stria.com Figura 01- Pele com estrias 2. Pele A pele é o maior órgão do corpo humano, também um órgão protetor e impermeável à água que isola os componentes interno do meio externo e atua na regulação e conservação dos fluídos corporais, regulação térmica, excreção do suor e eletrólitos, secreção sebácea para lubrificação, síntese de vitamina D, órgão sensorial, aspecto e individualização estética _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 3 (OZORIO, 2005). Embriologicamente a pele deriva dos folhetos ectodérmico e mesodérmico (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). A pele é ainda dotada de unidades pilossebáceas pelo e glândula sebácea anexa e de glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas a rica vascularização sanguínea da pele, supera o necessário ao seu suprimento metabólico, fato justificado pelo papel que desempenha na regulação da temperatura, pressão arterial, cicatrização e fenômenos imunológicos conforme GUIRRO e GUIRRO (2004) a cor da pele varia em relação com a raça, idade, sexo e regiões corporais, dependendo predominantemente da quantidade de pigmentos melanina, oxi-hemoglobina, hemoglobina reduzida, melanóide, carotenos existentes. A pele é composta por três camadas sendo elas a epiderme, derme e hipoderme. Epiderme é a camada mais externa cuja sua função e sintetizar a queratina uma proteína filamentosa com função protetora (GUIRRO e GUIRRO, 2002) A epiderme é uma camada com profundidade diferente conforme a região do corpo, zonas sujeito a maior atrito como palmas das mãos e pés tem uma camada mais grossa conhecida como pele glabra que se caracteriza por não possuir pelo e variam de 0,04mm ate 1,6mm de espessura (SILVA, 2004). A epiderme é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso e queratinizado com células escamosas em varias camadas. A célula principal é o queratinocito que produz a queratina que é uma proteína resistente e impermeável responsável também pela proteção (AZEVEDO, 2005). A epiderme não possui vasos sanguíneos, por que se nelas houvesse ficariam mais sujeito a ser penetrado por micro-organismos. Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão através dos vasos sanguíneo da derme (GUIRRO e GUIRRO, 2004) A epiderme é constituída por camada basal e lúcida a primeira mais profunda fica em contato com a derme constituída de células cúbicas pouco diferenciadas que se divide continuamente dando origem a outra camadas e contem muito pouca queratina algumas destas células se diferenciam e passam para as camadas mais superficiais, enquanto outras permanecem na camada basal e continuam se dividindo (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994). Segundo (SPANCER, 1991) a camada espinhosa cúbica e achatada com mais queratina que as basais, camada granulosa células achatadas com grânulos de queratina proeminente e outros como substancia extracelular e proteínas de colágeno. Camada lúcidas células achatadas hialinas eusinofilas devidos a grânulos muito numerosos e proteicos estas células liberam enzimas que a digerem a maior parte estão mortas sem núcleos e estão presentes na pele sem folículos pilosos. Camada córnea: constituída de células achatadas eusinofilas sem núcleo com grandes quantidades de filamento principalmente queratina (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994). A junção da epiderme com a derme tem forma de papila que dão maior superfície no contato com a derme. A derme é uma camada de tecido fibroso irregular, com função de nutrir e proteger o corpo contra lesões mecânicas e o seu desenvolvimento se dá a partir da mesoderme embrionária, assim como os músculos e o esqueleto se com a fáscia dos músculos subjacentes, resultando assim em uma camada de tecido frouxo denominada de hipoderme cuja que se conecta frouxamente com uma fáscia dos músculos subjacentes permitindo assim que os músculos se contraiam sem repuxar a pele. (SPANCER, 1991). As fibras elásticas mantém a elasticidade da pele e é imprescindível a correta manutenção do tegumento e formam uma especie solida de rede na derme profunda (GUIRRO e GUIRRO, 2004). A derme é composta de duas camadas de tecidos conjuntivos: a derme papilar camada mais externa é composta por fibras de colágenos e fibras reticulares que são importantes no processo de cicatrização das lesões (JUNQUEIRA, 1995). Os capilares da derme trazem nutrição necessária para atividade metabólica (AZEVEDO, _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 4 2005). O principal componente da derme é o colágeno, uma proteína fibrosa que atua como a principal proteína estrutural de todo o corpo. Ele é encontrado nos tendões, ligamentos e no revestimento dos ossos, da mesma forma que na derme, e representa 70% do peso seco da pele (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994). Fonte: bionetic.com.br Figura 2 - Tecido Conjuntivo As funções da derme são: promover flexibilidade à pele; determinar proteção contra traumas mecânicos; manter a homeostase, armazenar sangue para eventuais necessidades primárias do organismo; determinar a cor da pele, por ação da melanina, hemoglobina e dos carotenos; ruborização, quando de respostas emocionais e é a segunda linha de proteção contra invasões por micro-organismos, por ação dos leucócitos e macrófagos aí existentes (CUCÉ; NETO, 1990). As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados de malhas irregulares (SAMPAIO, 2001). De cor amarelada, têm como componente principal a elastina, uma escleroproteína muito mais resistente do que o colágeno, e a microfibrila elástica, formada por uma glicoproteína especializada. Estas fibras cedem facilmente a trações mínimas, porém retornam facilmente à sua forma original, tão logo cessem as forças deformantes. Suportam grandes trações (GUIRRO e GUIRRO, 2004). O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano, representando 30% do total das proteínas deste. Esta proteína representa aproximadamente 70% do peso da pele seca. Foram isolados e caracterizados cinco tipos de colágeno. Os mais conhecidos são os colágenos intersticiais do tipo I, II, e III. O tipo I, principal constituinte da pele, tendão, osso e parede dos vasos, são sintetizados por fibroblastos, células do músculo liso e osteoblastos é a célula mais comum do tecido, responsável pela formação das fibras e do material intercelular amorfo. Sintetiza colágeno, mucopolissacarídeo e também fibras elásticas. As fibras elásticas são delgadas, sem estriaçoes longitudinais, ramificando-se de forma semelhante a uma rede de malhas irregulares. De cor amarelada, têm como componente principal a elastina, uma escleroproteína muito mais resistente do que o colágeno, e a microfibrila elástica, formada por uma glicoproteína especializada (STEVENS, 2001). A hipoderme conecta frouxamente a pele e a fáscia dos músculos subjacentes, o que permite aos músculos contraírem-se sem repuxar a pele. A hipoderme (hipo = abaixo de) não faz parte _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 5 da pele, mas é importante porque fixa a pele às estruturas subjacentes, sendo também conhecida como tela subcutânea, tecido subcutâneo ou fáscia superficial. Dependendo da região em estudo e do grau de nutrição do organismo, a hipoderme pode ter uma camada variável de tecido adiposo, sendo que nele se deposita a maior parte dos lipídios nas pessoas obesas. Para (GUIRRO e GUIRRO, 2004). A hipoderme é o tecido sobre o qual a pele repousa formada por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ou adiposo ao denso nas varias localizações e nos diferentes indivíduos. Fonte adaptado do Wen, 2009 Figura 03- Estrutura da pele A hipoderme é uma camada rica em tecido adiposo, que representa reserva energética, protege o organismo contra choques e atua ainda como isolante térmico, entretanto, a quantidade de tecido adiposo varia nas diferentes partes do corpo (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2009). A regeneração é um processo complexo, porém, essencial sem o qual o corpo seria incapaz de sobreviver. Envolvem ações integradas das células, matriz e mensageiros químicos e visa restaurar a integridade do tecido o mais rápido possível. A regeneração é um mecanismo homeostático para restaurar o equilíbrio fisiológico e pode ser iniciada como resultado da perda de comunicação entre células adjacentes, entre células e seu suporte ou por morte celular e pode ser descrita em termos de quimiocinesia, multiplicação e diferenciação celular, ocorre uma série de eventos complexos, envolvendo a migração das células originárias do tecido vascular e conjuntivo para o local da lesão. Esse processo é governado por substâncias quimiotáticas liberadas no local (KITCHEN, 2003). O processo de regeneração, que é comum a todos os tecidos corporais, é dividido em três fases, que serão vistas a seguir: - Fase inflamatória: é produzida imediatamente quando ocorre uma lesão tecidual e terá a duração de 24 a 48 horas, tendo como característica o calor, rubor, edema e dor, podendo haver perda de função; e se persistir a irritação local, poderá prolongar-se por mais de 12 horas. Nesta fase ocorre a limpeza e/ou defesa da área lesada. Na lesão tecidual com rompimento de vasos ocorre uma vasoconstrição por influência da norepinefrina com duração de poucos minutos, levando a uma aderência das paredes dos vasos e por influência da serotonina, ADP, cálcio e trombina, ocorrendo uma vasoconstrição secundária. Posteriormente, ocorre uma vasodilatação também secundária, aumentando a permeabilidade de vênulas e decorre por influência da histamina, prostaglandina e peróxido de hidrogênio. A bradicinina atua sobre os vasos normais aumentando sua permeabilidade, liberando proteínas plasmáticas, auxiliando a geração de coágulo extracelular. _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 6 A produção de prostaglandinas ocorre após uma lesão, e sua produção acontece praticamente em todas as células lesadas, em decorrência da alteração do conteúdo de fosfolipídio das paredes celulares. Certos tipos de prostaglandinas têm ações pró-inflamatórios, aumentando a permeabilidade vascular. Atraem leucócitos ao local da lesão, sendo também sensibilizadoras da dor (nociceptores). Após a lesão, os primeiros a chegarem ao local são os leucócitos polimorfos nucleares negativos. Esses neutrófilos (são eletricamente negativos) atravessam as paredes dos vasos por ação ameboide, e atuam na fagocitose dos corpos estranhos e débris, células mortas, limpando a área de lesão. A opsolina, que é uma molécula de globulina, une-se a corpos estranhos permitindo ao fagócito aderir a sua superfície e promover a fagocitose, seguidos pelos macrófagos, produzindo fatores da lesão que direcionam a formação de tecido de granulação. Esta fase dura um período de 2 a 3 dias, iniciando, depois a fase proliferativa (MACHADO, 2006). - Fase proliferativa: inicia-se com a ação dos macrófagos fagocitando débris, bactérias e também neutrófilos, além de orientar os tecidos de granulação. A duração dessa fase é de três dias a três semanas e nela inicia-se o preenchimento da lesão ou ferida pelos macrófagos, fibroblastos, novos vasos (angiogênese), matriz do tipo I e III (tecido de granulação) e células epiteliais. Ocorre a contração centrípeta da ferida, reduzindo seu diâmetro e facilitando sua cicatrização. Neste período, o tecido colágeno tem pouca resistência tênsil (colágeno imaturo). A duração dessa fase é de três dias a três semanas e nela inicia-se o preenchimento da lesão ou ferida pelos macrófagos, fibroblastos, novos vasos (angiogênese), matriz do tipo I e III (tecido de granulação) e células epiteliais. Ocorre a contração centrípeta da ferida, reduzindo seu diâmetro e facilitando sua cicatrização. Neste período, o tecido colágeno tem pouca resistência tênsil (colágeno imaturo). Os fibroblastos são células imaturas que produzem colágeno e outras fibras, assim como substâncias constituintes do tecido conjuntivo, como a derme da pele. Derivadas dos tecidos fetais, estas linhagens mantêm a capacidade de rápidas e repetidas divisões celulares (MACHADO, 2002). Fonte: SILVA (2004) Figura 4 - Quadro I: processo de regeneração da pele As fibras reorientam-se ao longo das linhas de tensão, resultando em maior resistência tênsil. Com a deposição de mais colágeno, a resistência das fibras à ruptura aumenta gradativamente, atingindo 20% do normal, após 21 dias e algumas substâncias como o cobre, ferro, vitamina C, B6, magnésio, zinco têm função importante na produção de colágeno de qualidade e de boa resistência tênsil ou mecânica (MACHADO, 2002). _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 7 - Fase de remodelamento: a fase de remodelamento/maturação da cura é um processo em longo prazo. Esta fase caracteriza-se por um realinhamento ou remodelamento das fibras de colágeno que compõem o tecido cicatricial de acordo com as forças de tensão, às quais a cicatriz é submetida. Com a ocorrência da queda e da síntese de colágeno, há um constante aumento da resistência à tração na matriz cicatricial. Estando a tensão e a tração aumentadas, as fibras de colágeno serão realinhadas em uma posição de eficiência máxima, paralelamente às linhas de tensão. O tecido assume gradualmente aparência e função normal, embora a cicatriz seja poucas vezes tão forte quanto o tecido normal lesado. Em geral, ao final de aproximadamente três semanas, aparece uma cicatriz firme, forte, resistente e não vascularizada. A fase de maturação regenerativa pode exigir vários anos para ser totalmente completada (PRENTICE, 2004). 3. Carboxiterapia A carboxiterapia é um método que utiliza o anidrio-carbonico, um gás atóxico não embólico, inodoro e não provoca alergias e presente normalmente como intermediário do metabolismo celular. O tratamento consiste na administração subcutânea através de injeção hipodérmica de CO2 diretamente nas áreas afetadas. A administração do CO2 pela via subcutânea tornou-se terapêutica frequente na Europa desde os anos 30, principalmente na Itália e na Franca, o que colaborou para popularização do método a criação das Sociedades Italiana e Americana de Carboxiterapia as quais elaboraram estudos multicêntricos confirmando o método no tratamento das arteriopatias periféricas, bem como introduziu a terapêutica nas disfunções estéticas. (SCORZA e JAHARA, 2010). O mecanismo de ação do gás carbônico é, sobretudo, na microcirculação vascular do tecido conectivo, promovendo uma vasodilatação e um aumento da drenagem veno-linfática. Com a vasodilatação, melhora-se o fluxo de nutrientes, entre eles, as proteinases necessárias para remodelar os componentes da matriz extracelular e para acomodar a migração e reparação tecidual. A ação farmacológica do anidrio-carbonico esta bem estabelecida, o CO2 quando aplicado no subcutâneo promove vasodilatação local com consequente aumento vascular no local e da pressão parcial de oxigênio resultante da potencializarão do efeito bohs que e analisado pela curva de dissociação da oxiemoglobina em resposta às alterações das concentrações de CO2 e de íons de hidrogênio (H+). Quanto mais gás carbônico nós disponibilizamos no tecido, mais hemoglobinas carreadas com oxigênio (Hbo2) vão chegar por via circulação sanguíneas. Pelo fato de a hemoglobina ter maior afinidade com a molécula de CO2 vai ocorrer liberação de O2 para os tecidos e captação da molécula de CO2 que será transportada e eliminada pela expiração, isso caracteriza o efeito Bohr. A presença de níveis altos de CO2(proporcionada pela carboxiterapia) e íons de H+ potencializam as reações químicas que ocorrem dentro dos eritrócitos e, consequentemente, o aporte de O2 tecidual. A afinidade do O2 com a hemoglobina é alterada pelo pH, pois a acidez estimula a liberação de oxigênio, portanto na presença de dióxido de carbono esta afinidade é diminuída. Portanto, a presença de níveis altos de CO2 nos tecidos ou nos capilares próximos a eles, favorece a liberação de oxigênio da hemoglobina, originando o efeito Bohr. Quando utilizado como método terapêutico, o CO2 excedente é eliminado do organismo por mecanismos fisiológicos via respiração ou pelos rins na forma de íons hidrogênio (H+) ou íons bicarbonato (H2CO3-). A correta aplicação dióxido de carbono (CO2) não promove toxicidade para o organismo. _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 8 A infusão do CO2 ativa a microcirculação local, melhora a nutrição celular e elimina toxinas, reduz o processo inflamatório melhorando a qualidade dos tecidos. Trata-se de uma técnica que pode atuar isoladamente ou como um excelente coadjuvante para as terapias convencionais. Dentre os resultados esperados estão: melhora da microcirculação e redução do edema, melhora a nutrição celular e a eliminação das toxinas, redução da gordura localizada, melhora da elasticidade e do tônus da pele (mais lisa e regular), redução de medidas e remodelagem corpora. (SCORZA e JAHARA, 2010). A distensão da pele provocada pelo gás durante a aplicação leva a uma retração do tecido distendido e conseqüente melhora da flacidez. Na carboxiterapia o dióxido de carbono (CO2) é insuflado por via subcutânea com acessórios específicos. O gás carbônico é injetado de maneira controlada e a infusão do gás é programada de acordo com os objetivos do tratamento e em função da resistência encontrada nos tecidos humanos. A utilização de CO2 com a utilização de filtros bacterianos e a assepsia da área tratada garantem baixo risco de infecção local. O CO2 é atóxico e introduzido através de aplicação subcutânea com agulhas 30 G ½ (insulina). O gás carbônico comumente utilizado na carboxiterapia no Brasil possui cerca de 99,9% de pureza, portanto, próprio para uso terapêutico, e além de seu uso nesta técnica, também é empregado em videolaparoscopia para insuflação a fim de facilitar manipulações de estruturas intra-abdominais, para controle de pH em incubadoras, para formação de atmosfera controlada em estufa, nas técnicas ginecológicas de crio cauterização do colo uterino, etc. (SCORSA; BORGES, 2008). O gás carbônico é um metabólico normal do nosso corpo e produz cerca de 200 ml /min. do mesmo aumentando em 10 vezes frente a esforços físicos internos. O dióxido de carbono e um gás produzido durante o metabolismo celular que se difunde rapidamente nas células para os capilares para ser transportado e dissolvido no plasma sob forma de íons de bicarbonato (HCO3) ligados à hemoglobina e a outros compostos carbominicos ate o pulmão onde e eliminado pelo ar atmosférico (TOTORA, 2002). Fonte http://www.fisioweb.com/global-ptt-carboxiterapystreakeds acesso em 19/11/12 Figura 5 - Aparelho de carboxiterapia A carboxiterapia é uma técnica não cirúrgica na qual o gás carbônico é injetado no tecido subcutâneo utilizando se de um aparelho com uma agulha 30 g 12 de insulina muito fina provocando pequenas perfurações e introdução do gás, há a produção de um processo inflamatório e consequente migração de fibroblastos para a região da agressão e sua posterior proliferação estimulando a síntese de colágeno e de outras moléculas do tecido conjuntivo, _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 9 como a fibronectina, glicoproteína encontrada no sangue, associada a vários processos biológicos como adesão e diferenciação celular, reparação de tecidos, servindo como substrato para enzimas fibrinolíticas e da coagulação (BORGES, 2006). Conforme (GUYTON, 2000) este processo promove uma ação inflamatória nas estrias causando uma replicação do fibroblasto estimulando a formação de colágeno e fibras elásticas e consequente produção de elastoblastos. Estudo histológico com a Carboxiterapia comprovou um aumento da espessura da derme, evidenciando estímulo à neocolagenase, bem como preservação total do tecido conjuntivo, incluindo estruturas vasculares e nervosas, ou seja, um evidente rearranjo das fibras de colágeno. A técnica de aplicação da carboxiterapia pode ter um processo de inicio doloroso podendo aparecer um leve edema e hiperemia no local da aplicação a mesma não apresenta riscos nem efeitos colaterais é possíveis aparecer roxidao, mas com o passar de algumas horas desaparecerem, sensação de crepitação provocada pela formação de bolhas também são normais não existe na literatura relatos de efeitos adversos ou complicações tanto locais como sistêmicos, somente devemos ter cuidado com algumas contra indicações básicas para gestantes, cardiopatas, neoplasias, estados febris, diabetes, cicatriz hipertrófica e problemas renais. O resultado da carboxiterapia nas estrias e relativamente rápido podendo ser observada apartir da 6 aplicação sendo que possível fazer de 2 a 3 sessões por semanas (SILVA, 2009). Fonte http://www.scielo.com/global-ptt-carboxiterapystreakeds acesso em 19/11/12 Figura 6 – Aplicação de Carboxeterapia em stria branca 4. Material e métodos O método de pesquisa deste trabalho caracteriza-se por uma revisão sistemática da literatura, e para esta investigação foi utilizado o método crítico dialético através de revisão de literaturas e uso de bibliografias. Para a realização da investigação foram utilizados livros, revistas, periódicos, jornais e materiais obtidos em webs-site e Para a revisão foram selecionados artigos de ordem científica publicados da base de dados da scielo, bireme, pubmed e revista cientifica nos anos de 1990 a 2012, utilizando como palavras chave: Fisioterapia; Estrias; Carboxiterapia. 5. Resultados e discussão _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 10 Esse artigo foi proposto com a finalidade de realizar uma revisão bibliográfica sobre a aplicacao da carboxiterapia em estrias com o intuito de esclarecer e fornecer mais uma fonte de pesquisa para fisioterapeutas da área de dermato-funcional, haja vista a escassez de artigos que relatam o aludido assunto. É de extrema importância à avaliação prévia do paciente ao tratamento e aos fatores que interferem diretamente no seu resultado. De acordo com Ventura (2003), a resposta ao tratamento está diretamente ligada com o aspecto da pele, a idade do paciente, o tamanho e localização das estrias, a capacidade reacional do paciente, o tempo do aparecimento das lesões, a frequência das sessões. Portanto observamos que esta técnica é bastante eficaz para tratar a atrofia linear cutânea sendo necessário observar, que para um bom resultado, não se deve realizar uma nova sessão até que o quadro inflamatório tenha desaparecido por completo, evitando assim que o processo inflamatório gerado venha a se tornar crônico, atrapalhando dessa forma o resultado esperado (ARAÚJO E MORENO, 2003). A realização da carboxiterapia é feita por meio do trauma mecânico obtido pelas punturações da agulha, somado ao microdeslocamento da pele, promovido pela infusão do gás carbônico em toda a extensão de todas as estrias. No final da sessão, verifica-se se toda a estria foi preenchida com o gás, caso contrário, deve-se fazer um retoque. O tratamento é indicado para todos os tipos de estrias, novas, velhas, brancas, vermelhas, largas ou estreitas (BORGES, 2006). O fator fundamental para os resultados satisfatórios é o processo inflamatório que os procedimentos causam, por ser utilizado agulha e gás carbônico, promovendo uma produção acelerada de fibroblastos, colágeno e elastina, renovando a pele, fazendo com que as estrias desapareçam. Os benefícios gerados pela carboxiterapia seriam atribuídos a vasodilatação arteriolar, neoangiogênese, potencialização do efeito Bohr, aumento da velocidade microcirculatória e ativação de barorreceptores cutâneos provocados pela aplicação do gás CO2 (SILVA, 2009; WORTHINGTON, 2006). É de comum acordo entre os autores que o uso da carboxiterapia é um método eficaz e que possui aplicabilidade clínica, uma vez que proporciona a regeneração da pele ocasionada pela inflamação aguda, obtidos pelo estímulo físico da agulha (WHITE. 2007). A inserção da agulha deve ser sub epidermicamente, paralela à pele, por toda a extensão da estria (VENTURA 2003). No entender de Guiro& Guirro (2002) a eficácia do tratamento utilizando a carboxiterapia no combate as estrias, vai depender do número de sessões de acordo com a cor da pele, idade, tamanho das estrias Portanto observamos que a carboxiterapia e bastante eficaz para tratar a atrofia linear cutânea. Apesar dos vários autores revisados, o tratamento das estrias atróficas ainda se encontra pouco pesquisado, não existindo um estudo mais profundo e detalhado no qual se possa ter certeza de suas respostas. Hoje em dia já se pode ver uma grande evolução com a carboxiterapia aquecida, que gera menos desconforto ao paciente, além de promover maior vasodilatação, pois ela proporciona uma maior infusao de gás do que a carboxiterapia convencional tendo uma maior eficácia no tratamento das estrias mas, nescessita de mais pesquisas cientifica. È necessário que haja mais pesquisas, a fim de se protocolar um tratamento seguro, e que aumente a efetividade do tratamento para dar bons resultados para os pacientes. 6. Conclusão O presente estudo analisou que a carboxiterapia apesar de ser uma método ainda muito novo e com escassez de livro e artigos publicado, é uma técnica eficaz nos tratamentos das atrofias _______________________________ 1 Pós- graduando em dermato-funcional Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde 2 11 lineares cutâneas O resultado da carboxiterapia nas estrias é relativamente rápido podendo ser observada a partir da 6 aplicação sendo que possível fazer de 2 a 3 sessões por semanas, para que se tenha um bom resultado é necessário que exista uma avaliação e interação dos métodos utilizados para esse fim para que a escolha do protocolo seja o ideal, levando-se em conta que a resposta ao tratamento está diretamente ligada com as características da pele estriada e as características do próprio paciente, para obter um resultado satisfatorio, mais significativo, no tratamento dessa patologia. Embora os resultados por vezes não alcancem um total desaparecimento das lesões, sem dúvida algumas a técnica colabora para melhor aparência das estrias, a carboxiterapia é uma técnica satisfatoria e segura para o paciente com garantias de bons resultados, se faz necessário mais literaturas e artigos científicos que falem da carboxiterapia e de seus métodos e parâmetros de aplicação, pois existem poucos trabalhos publicados sendo necessários novos estudos e pesquisas sobre esta técnica em estrias. 7. Referencias ARAÚJO, A M F; MORENO, A M. Tratamento fisioterápico dermato-funcional por estimulação das estrias com corrente galvânica filtrada. Revista Fisio & Terapia, v.7, n.40, p.31-33, ago-set, 2007. ARNOLD JUNIOR, Harry L; ODOM, Richard B; JAMES, Willian D. Doenças da pele de Andrews: Dermatologia Clínica. 8.ed. São Paulo: Manole, 1994 Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994. AZEVEDO, Karine Dantas; PITA Bernardete; SCHÜTZ, Maria José Costa. 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