“ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

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“ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE
GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS
TROPICAIS E SUA RELAÇÃO COM
ALGUNS EVENTOS
FISIOLÓGICOS”
Paulo Bardauil Alcântara
Maio/2016
Fatores a considerar:
1) Geo-história
2) Pressão de seleção
3) Desenvolvimento de mecanismos para persistência
4) Ciclo de fixação do CO2
5) Estrutura simplificada e eficiente
6) Adoção de estratégias de sobrevivência
Geo-História
1 – Origem após o jurássico
Aparecimento dos grandes pastadores
Geo-História
Eras Geológicas
Grandes Pastadores – Fim do Cretáceo-Terciário
Pressão de Seleção
2 – Seleção feita pelos grandes rebanhos migratórios
Consumo, pisoteio, seleção, fezes e urina
Altas taxas de lotação em períodos de tempo variáveis
Grandes pastadores da África
.
Mecanismos de Persistência
3 – Rizomas, estolões, gemas axilares, gemas basilares,
subterrâneas, meristemas da lâmina, da bainha = adaptação
ao pastejo
meristema apical = responsável pela produção de primórdios
foliares e da inflorescência
.
Ciclo de Fixação de CO2
4 – Adoção do ciclo C4
maior aproveitamento da luz,
da temperatura e da água
Sem saturação lumínica
Re-fixação do CO2
Sem fotorrespiração detectável
Ótimo de temperatura entre 30 a 35 ºC
Produção de MS com metade da água utilizada em C3
Maior produção de biomassa
Estrutura Simplificada e Eficiente
5 – Unidade estrutural = perfilho
colmo
folhas
raízes
inflorescência
espiguetas
Colmo de Gramíneas
Estratégias de Sobrevivência
6 – Fruto seco indeiscente
cariópse
Maturação desuniforme
degrana natural
BASIPETAL
Impedimentos físicos
dormência
Impedimentos fisiológicos
Relação entre IAF e penetração de luz(Brown,1984)
Fonte: Adaptado de Pedreira,Mello & Otani
Número de Folhas Vivas
NFV é uma constante definida geneticamente.
É estável na ausência de deficiências como água, nutrientes,
formas de manejo.
Varia de uma gramínea para outra. (Nascimento Jr,D. &
Adese,B.,2004)
Número médio de folhas vivas por perfilho.
Andropogon gayanus 5 Pinto et al. (1993)
Brachiaria brizantha 5,0 a 7,0 Corsi et al. (1994); 6,0 Alcântara (2009)
Brachiaria decumbens 5,0 a 7,0 Corsi et al. (1994)
Brachiaria decumbens 5 Gomide et al. (1997)
Cynodon spp. (no máximo obtido aos 28 dias) 10,7 Oliveira et al. (1998)
Cynodon spp. cv. Coastcross 5,6 Pinto (2000)
Cynodon spp.cv. Florakirk 5,8 Pinto (2000)
Cynodon spp. cv.Tifton-85 5,4 Pinto (2000)
Panicum maximum cv. Colonião 4,6 Pinto et al. (1993)
Panicum maximum cv. Guiné 4,6 Pinto et al. (1993)
Panicum maximum cv. Vencedor 6,0 Gomide & Gomide
Fonte: Adaptado de Pedreira,Mello & Otani
Número médio de folhas vivas por perfilho(cont.)
Panicum maximum cv. Mombaça 4,0 Gomide & Gomide(1997)
Panicum maximum cv. Tanzânia 3,5 Gomide & Gomide(1997)
Panicum maximum cv. Tanzânia 4,8 Rosseto (2000)
Penisetum purpurreum cv. Mott 5,4 a 6,8 Almeida et al. (1997)
Penisetum purpurreum cv. Guaçu 7,1 Rosseto (2000)
Setaria anceps cv Kazungula 6,6 Pinto et al. (1994)
Fonte: Adaptado de Pedreira,Mello & Otani
Indução Floral
Gramíneas tropicais podem ser induzidas por:
1)
Comprimento do dia (dias curtos)
2)
Presença de fitocromos
3)
Emissão de folha sensitiva
4)
Número de folhas emitidas (ver slide anterior)
5)
Outras causas (temperaturas, secas, situações de
disclímax em geral, etc.)
Taxa de aparecimento de folhas por dia por perfilho.
Brachiaria decumbens 0,10 a 0,14 Gomide et al. (1997)
Brachiaria decumbens 0,14 a 0,18 Corsi et al. (1994)
Brachiaria brizantha cv. Marandu 0,15 a 0,19 Corsi et al. (1994)
Brachiaria humidicola 0,16 a 0,25 Corsi et al. (1994)
Cynodon spp. cv. Coastcross 0,13 a 0,31 Carnevalli & Da Silva (1998)
Cynodon spp. cv. Coastcross 0,11 a 0,29 Pinto (2000)
Cynodon spp.cv. Florakirk 0,11 a 0,31 Pinto (2000)
Cynodon spp. cv.Tifton-85 0,09 a 0,33 Pinto (2000)
Panicum maximum cv. Guiné 0,23 Pinto et al. (1994)
Fonte: Adaptado de Pedreira,Mello & Otani
Taxa de aparecimento de folhas por perfilho (cont.)
Panicum maximum cv. Mombaça 0,12 Gomide & Gomide (1997)
Panicum maximum cv. Vencedor 0,18 Gomide & Gomide (1997)
Panicum maximum cv. Tobiatã 0,08 a 0,12 Teixeira (1998)
Panicum maximum cv. Tanzânia 0,10 a 0,12 Beretta (1999)
Panicum maximum cv. Tanzânia 0,10 Rosseto (2000)
Setaria anceps cv Kazungula 0,23 Pinto (1993)
Setaria anceps cv Kazungula 0,42 Pinto et al. (1994)
P. purpurreum cv. Roxo 0,30 a 0,60 Carvalho & Damasceno (1996)
Penisetum purpurreum cv. Mott 0,13 a 0,17 Almeida et al. (1997)
Penisetum purpurreum cv. Guaçu 0,14 Rosseto (2000)
Fonte: Adaptado de Pedreira,Mello & Otani
Taxa de Aparecimento de Folhas
A diminuição do intervalo de tempo entre o aparecimento
de uma folha e da sua subseqüente é indicativo de que a
fase reprodutiva irá se iniciar.
Exemplo: em milho o filocrono nº 6 é de 4,7 dias e o
filocrono nº 13 é de 0,5 dia.
O aumento do comprimento dos internódios superiores
também é indicativo da proximidade da fase reprodutiva.
Arquitetura Foliar
Arquitetura influencia a interceptação da luz e a sua
transmissão no dossel.(Costa,N.L.da,2010)
Interceptação = função do IAF e do coeficiente de extinção
luminosa K
K = fração da radiação extinta ao longo do dossel vegetativo
Internódios < folhas + próximas e < a F e < a produção de
biomassa.(Ludlow,82).
Qto. < K > é a produção forrageira (plantas eretas)
Auto sombreamento reduz produção forrageira
Arquitetura Foliar
Efeito do pastejo sobre IAF e IL(Fagundes,99)
Coast Cross spp com 4 alturas de pastejo: 5,10, 15 e 20 cm.
Pastagens mantidas mais altas: > IAF e K e < IL ao longo do
dossel
Maiores valores foram obtidos para Tifton 85
Causa: auto sombreamento
Número de gemas axilares (de 0 a 20 cm de altura), IAF e relação
folha/caule de diversas braquiárias.
Gemas IAF
F/H
B. decumbens cv. Brasilisk
4,3
15,8
0,67
B. decumbens cv. IPEAN
4,2
8,0
1,29
B. brizantha
3,1
6,9
1,28
B. brizantha cv. Marandu
3,4
15,5
1,17
B. Dictyoneura
3,2
22,7 46,50
B. humidícola
4,5
5,9
1,09
B. mutica
3,8
8,7
0,77
B. mutica x B. arrecta
5,2
4,0
0,90
B. ruziziensis
2,8
8,4
0,91
Fonte: Alcântara, P.B., 1986
Genética Ecológica
Esforço reprodutivo: populações tipo “r” e “k”(macArthur &
Wilson,1967)
r = alocação de recursos para reprodução
k = alocação de recursos para crescimento
Indivíduos r = pequenos, precoces, anuais
Indivíduos k = grandes, tardios, perenes
Conceitos r e k não são absolutos
Determinação por bomba calorimétrica ou por MS das partes
da planta
Esforço reprodutivo= energia total alocada à reprodução
dividida pela energia total processada pela planta
(Jurik,1983)
Genética Ecológica
Habitats restritivos selecionam estrategistas “r”
Habitats ideais selecionam estrategistas “k”
Espécies anuais e precoces tem maior esforço reprodutivo
que as tardias e perenes
Para produção de sementes: tem que se trabalhar com
plantas mais do tipo “r”
Para produção de biomassa tem que se trabalhar mais com
plantas tipo “k”
Forrageiras tropicais segundo conceitos r e k
B. mutica = r
B. purpurascens = r
B. brizantha MG 5 = k
B. brizantha Marandu = k/r
P.maximum Aruana = r
P. maximum Áries = r
P.maximum Atlas = k
P.purpureum Carajás = k
P.purpureum Paraíso = k
M.axillare Java = r
Alcântara,P.B.,2010 (não publicado)
Esforço Reprodutivo
Há populações que são boas produtoras de sementes.
Estas são constituídas, em geral, por plantas de porte
pequeno.
Há populações que são “más produtoras” de sementes.
Neste caso são representadas por plantas de grande porte e
com altas produções de biomassa.
Tratos Culturais - Conceitos
Desfolha/pastejo no início do florescimento prejudicam a
produção de sementes (Humphreys,1991) porque reduzem a
área foliar remanescente (Favoretto,1993).
Adubação nitrogenada antes do florescimento aumenta
perfilhos vegetativos (Bahmani et al, 2001)
Cortes freqüentes em humidícola aumentam em até três
vezes a produção de sementes (Reid, 2014)
Cortes em número de 4 feitos de out. a nov. e adubação com
N aumentaram em 3 vezes a produção de sementes em
humidícola (Tsuhako, 2015)
Com cortes a colheita é feita em março (Tsuhako, 2015)
Efeito do corte sobre a % de perfilhos/m2 em gramíneas
Gramínea
s/corte
1
2
3
Humidícola
100
111
123
127
Decumbens
100
107
116
120
Aruana
100
106
113
Marandu
100
106
108
(Cortes no início do florescimento)
Alcântara,P.B.,2001
124
118
Considerações
1)
2)
3)
4)
Há pouquíssimas informações seguras sobre as
interações entre a morfologia da planta e a produção de
sementes em gramíneas tropicais.
O hábito prostrado associado a internódios curtos
favorece o aumento de perfilhos reprodutivos com
cortes à época da indução floral.
Para alguns cultivares, a adoção de cortes seguidos de
adubação nitrogenada próximo à indução,proporciona
aumentos significativos de perfilhos reprodutivos e
conseqüentemente,da produção de sementes.
O número de folhas emitidas pela forrageira é um bom
indicativo da proximidade da indução floral.
Considerações
5) A arquitetura da planta influencia a produção de perfilhos.
6) Quanto maior é o IAF, maior será a percentagem de
folhas dependentes das superiores para a produção de
carboidratos.
7) Em programas de melhoramento é aconselhável o uso de
estrategistas r ou k segundo os propósitos do melhorista.
Agora sim, está tudo resolvido!!
Texto aqui
OU NÃO!
OBRIGADO
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