PORTUGUÊS Texto I 1 4 8 11 Não se pode negar

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PORTUGUÊS
Texto I
1
Não se pode negar que o advento dos regimes liberais em 1989-90, em todos os
grandes Estados da América do Sul, criou uma ilusão de modernidade.
Por que ilusão de modernidade? Porque o Brasil e seus vizinhos provocaram, com
4 as novas orientações da condução política, dois efeitos perversos.
Primeiro, a modernidade não agregou ao mundo do bem-estar a população pobre;
ao contrário, em países que não conheciam graves desigualdades, como a Argentina e o
Uruguai, a desigualdade floresceu, aproximando-os de Brasil e Venezuela.
8
Segundo, porque a modernidade, ao invés de aumentar a riqueza bruta dessas
nações, induziu enormes transferências para fora com o movimento de capitais externos
que sugavam a renda regional.
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A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real transformou
sonhos em pesadelos.
01. Na linha 6, a preposição “em” é de uso opcional, motivo por que a sua retirada não prejudica a
coerência e a correção gramatical do texto.
02. A flexão de plural no pronome átono em “aproximando-os” (l.7) justifica-se pelo plural em
“países” (l.6).
03. No período em que ocorre, o conectivo “ao invés de” (l. 8) estabelece relações semânticas de
concessão e de restrição, e pode ser substituído por apesar de, sem prejuízo para a coerência e a
correção gramatical do texto.
Texto II
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4
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O artigo 126 da Constituição da República determina que os tribunais de justiça de
todos os estados do País criem varas judiciais com competência exclusiva para a questão
agrária. Segundo esse dispositivo constitucional, tais varas devem ser sediadas nas
capitais estaduais e integradas por juízes da capital que, em caso de necessidade, podem
deslocar-se para o local do conflito.
Essa decisão foi orientada pela ideia de que os conflitos agrários, pelos seus
diversos aspectos sociais e econômicos, demandam não só um conhecimento profundo do
tema como também grande sensibilidade por parte dos julgadores, que, nesse ponto, não
podem passar ao largo do trajeto de histórico acirramento de tensões entre os diversos
agentes envolvidos na questão. Entendeu-se, assim, que o caminho mais adequado para
aparelhar a Justiça para o equacionamento dos problemas agrários seria o da
especialização.
É inegável que a efetiva implementação desse dispositivo constitucional — o que
não ocorreu até hoje na maioria dos estados — traria ganhos sensíveis. Em primeiro lugar,
como foi observado, teríamos juízes especializados no tema e, portanto, com
conhecimento dos diversos aspectos jurídicos, sociais e econômicos que envolvem
questões de natureza agrária.
Considerando o texto acima, julgue os itens subsequentes.
04. No atual cenário brasileiro, a estrutura do Poder Judiciário mostra-se ágil e dinâmica, apta a
resolver intrincadas questões como as decorrentes dos conflitos no campo, graças, sobretudo, ao
aprofundamento do processo de especialização de suas varas, iniciado com a promulgação da
Carta de 1988.
05. Há consenso entre os especialistas na questão agrária de que a inexistência, na estrutura de
poder federal, de um órgão para dela se ocupar é fator determinante para o acirramento das
tensões no campo.
06. A questão agrária, de grande visibilidade nos dias de hoje, é problema que se arrasta pela
história do Brasil, vindo da colônia, atravessando o Império e prolongando-se no período
republicano.
07. Com a inserção de vírgulas antes e depois de “da Constituição da República” (l.1) e a
substituição dos travessões por vírgulas na linha 16, mantém-se a correção gramatical do texto.
08. A expressão “pelos seus diversos aspectos” (l.6-7) mostra uma preposição introduzindo ideia
de causa.
Texto III
Quando a situação econômica de vários países se aproxima dos 80% de miséria,
qualquer gasto destinado à conservação do patrimônio monumental soa como um insulto.
Pode parecer justificável, entretanto não se justifica.
4
E também não se menciona que a politicalha, a demagogia, a improvisação, a
incapacidade e a trapaça levam a maior fatia do bolo.
Na formação das novas gerações, temos nos descuidado cada vez mais de ensinar
7 o que representam e significam os monumentos e o vínculo que eles têm com a identidade
nacional. Como valores da memória coletiva da nossa cultura e da nossa história, os
monumentos são também valores frágeis: quando os problemas da vida diária se tornam
10 prioritários, está claro que os monumentos perdem os adeptos e simpatizantes.
1
Julgue os itens seguintes, a respeito do texto acima.
09. A primeira oração do texto constitui uma restrição ao que afirma a oração principal, mostrando
que nem sempre gastos com a conservação do patrimônio monumental soam como insulto.
10. A correção gramatical e a coerência textual são mantidas ao se substituir “à” (l.2) por na.
GABARITO
01. E
Comentário: A preposição é exigida peã expressão “a desigualdade floresceu”.
02. C
Comentário: É um termo de coesão referencial anafórica que retoma “países” substantivo
masculino plural.
03. E
Comentário: A expressão tem valo de oposição, substituição e não de concessão.
04. E
Comentário: O correto seria equacionar os problemas agrários com especialização.
05. E
Comentário: A resposta pode ser encontrada no segundo parágrafo.
06. C
Comentário: Certamente é um problema que ainda não foi solucionada e por isso vem se
arrastando ao longo da história.
07. C
Comentário: A substituição seria correta uma vez que a primeira vírgula explicaria o antecedente
e as outras também.
08. C
Comentário: Lê-se por causa dos seus diversos aspectos
09. C
Comentário: Restringe no que diz respeito ao tempo.
10. E
Comentário: O termo “destinado” é regido pela preposição A e não pela preposição EM.
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