EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. INTRODUÇÃO O que são semicondutores Desnecessário dizer que os semicondutores tem tido um impacto incrível em nossa sociedade. Tudo que é computadorizado ou que utiliza ondas de rádio depende de semicondutores. Resumindo: é inimaginável a vida moderna sem a presença de dispositivos semicondutores. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. INTRODUÇÃO Razão da utilização dos semicondutores O tratamento de sinais elétricos (principalmente retificação e amplificação) já era realizado bem antes da obtenção dos primeiros semicondutores e da sua utilização na fabricação de diodos e transistores. Ainda assim, graças à miniaturização Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. INTRODUÇÃO Semicondutores e Física Atômica Como vimos, semicondutores são materiais que apresentam condutividade elétrica intermediária entre condutores (σ ≈ 107 (ohm⋅m)-1) e isolantes (σ ≈ 10-7 (ohm⋅m)-1). A propriedades dos semicondutores depende do tipo de átomo presente neste tipo de material. Apenas alguns átomos se ligam formando materiais com condutividade intermediária entre condutores e isolantes. Observamos importância da tecnologia. aqui novamente Física Atômica Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores a na EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES O efeito da temperatura sobre a condutividade Como vimos, a condutividade de um semicondutor depende tanto da concentração de elétrons na BC quanto da concentração de buracos na BV. Ao lado temos a equação que define a condutividade para um semicondutor. σ = e ⋅ (n ⋅ µ n + p ⋅ µ p ) Uma variação ∆T na temperatura causa um aumento na concentração de portadores, aumentando a condutividade. Por outro lado, a mobilidade dos portadores µn e µp também varia com a temperatura, influenciando no valor da condutividade σ. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Elétrons e buracos em um semicondutor Lembremos que para um semicondutor intrínseco vale a relação n = p = ni. Lembremos também que n é a concentração de estados ocupados por elétrons na BC. Já p é a concentração de estados desocupados por elétrons na BV. Por fim, ni é a concentração intrínseca, isto é a concentração de estados ocupados na BC e desocupados na BV em um semicondutor livre de impurezas. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES A condutividade em semicondutores intrínsecos Levamos em conta a condição n = p = ni para semicondutores intrínsecos e escrevemos a equação para a condutividade intrínseca σi. σ = e ⋅ (n ⋅ µ n + p ⋅ µ p ) n = p = ni σ i (T ) = e ⋅ ni (T ) ⋅ [µ n (T ) + µ p (T )] ⇒ A variação de ni com a temperatura já foi calculado anteriormente e sua expressão é mostrada abaixo. 1 ni (T ) = 2 ⋅π 2 ⋅ kB ⋅ 2 h kB = 1,381×10-19 J/K: constante de Boltzmann 3/ 2 ( ) * 3/ 4 h ⋅ m ⋅m * e ⋅ T 3/ 2 ⋅ e h = 6,626×10-34 J⋅s: constante de Planck − E g (T ) 2⋅k B ⋅T me* e mh* são as massas efetivas de elétrons e buracos Eg: gap de energia do semicondutor Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Expressões de ni(T) para Si, Ge, GaAs e InP Podemos escrever a expressão de ni(T) no SI de unidades para os semicondutores mais importantes. kB = 1,381×10-23 J/K h= 6,626×10-34 J⋅s kB = 1,381×10-23 J/K h = 6,626×10-34 J⋅s me* = 2,369×10-31 kg Si Ge kB = 1,381×10-23 J/K h= 6,626×10-34 J⋅s mh = 3,553×10-31 ni (T ) = 1,241×1019 ⋅ T 3 / 2 ⋅ e Si kg me* = 1,092×10-31 kg mh* = 1,913×10-31 kg ni Ge (T ) = 4,368 ×1018 ⋅ T 3 / 2 ⋅ e me* = 6,104×10-32 kg GaAs kB = 1,381×10-23 J/K h = 6,626×10-34 J⋅s * * mh = 7,470×10-32 kg ni GaAs me* = 6,650×10-32 kg InP mh* = 7,106×10-32 kg ni − InP Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores 2⋅k B ⋅T − (T ) = 1,394 ×1018 ⋅ T 3 / 2 ⋅ e (T ) = 1,432 ×1018 ⋅ T 3 / 2 ⋅ e E g (T ) E g (T ) 2⋅k B ⋅T − − E g (T ) 2⋅k B ⋅T E g (T ) 2⋅k B ⋅T EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Mobilidade e tempo médio entre colisões sucessivas Vamos agora analisar o comportamento da mobilidade dos portadores de carga com a temperatura. A mobilidade dos portadores de carga depende de como ocorre as colisões destes portadores na rede cristalina. Já vimos que a mobilidade dos portadores de carga está relacionada com o tempo médio entre colisões sucessivas com átomos da rede cristalina (τ)através da equação mostrada ao lado. µ n, p e ⋅τ = * me ,h Estas colisões podem ocorrer tanto com os átomos hospedeiros quanto com as impurezas. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da mobilidade com a temperatura Em um semicondutor intrínseco, não há a presença de impurezas. Logo as colisões dos portadores de carga ocorrem apenas com os pontos de rede, isto é, com os átomos do hospedeiro. Neste caso, o tempo médio entre duas colisões sucessivas varia com a temperatura segundo um fator de escala determinado empiricamente. τ ∝ T −a ⇓ −a Por exemplo, para Si temos a = 2,5 e para Ge temos a = 1,66 para temperaturas µ n , p = µ n , p 0 ⋅ T T na faixa entre 100 e 1000 K. 0 Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência do gap de energia com a temperatura Também o gap de energia depende da temperatura, g g0 conforme mostra a equação ao lado. Nesta equação b é um parâmetro associado a um dado semicondutor e Eg0 é o gap de energia do semicondutor a 0 K. Por exemplo, para Si temos bSi = 3,60×10-4 eV/K e Eg0 = 1,21 eV, enquanto que para o Ge temos que bGe = 2,23×10-4 eV/K e Eg0 = 0,785 eV. E (T ) = E − b ⋅ T Assim, o termo que vai na E (T ) Eg 0 b g = − exponencial é como mostrado pela 2 ⋅ kB ⋅T 2 ⋅ kB ⋅T 2 ⋅ kB equação ao lado. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência de σi com a temperatura De posse de todas estas dependências, podemos escrever uma expressão completa para σi(T), mostrada abaixo. e σ i (T ) = 2 ⋅π 2 ⋅ kB ⋅ 2 h 3/ 2 (⋅ m * e ⋅ m ) ⋅ (µ * 3/ 4 h (T0 )−a n0 + µ p0 )⋅e b 2⋅k B ⋅T 3 −a 2 ⋅e − Eg 0 2⋅k B ⋅T Na equação acima o termo exponencial dependente da temperatura é dominante frente ao termo polinomial. Com os valores das propriedades específicas (µn0, µp0, b e Eg0) e considerando T0 = 300 K, podemos obter expressões de σi(T) para o Si e para o Ge. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Expressões de σi(T) para Si e Ge Podemos escrever a expressão de ni(T) no SI de unidades para os semicondutores mais importantes. Si µn0 = 0,135 m2/V⋅s µp0 = 0,048 m2/V⋅s kB = 1,381×10-23 J/K µn0 = 0,390 m2/V⋅s Ge b = 3,60×10-4 eV/K Eg0 = 1,21 eV σ i Si (T ) = 1,184 ×106 ⋅ T −1,00 ⋅ e 7 , 018×103 − T a = 2,50 b = 2,23×10-4 eV/K µp0 = 0,190 m2/V⋅s Eg0 = 0,785 eV kB = 1,381×10-23 J/K a = 1,66 ni Ge (T ) = 4,368 ×1018 ⋅ T 3 / 2 ⋅ e Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores − E g (T ) 2⋅k B ⋅T EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Variação percentual da resistividade elétrica Vamos verificar se é significativa a variação da condutividade elétrica quando variamos a temperatura de um semicondutor. Para tal, podemos calcular a variação percentual na resistividade elétrica de um dispositivo construído com um semicondutor intrínseco. Fazemos isto calculando a variação percentual ∆ρi/ρi na resistividade elétrica do semicondutor quando o material é submetido a uma variação percentual ∆T/T. Para isto, usamos o conceito de diferencial de uma função, como mostrado ao lado. dρ i ∆ρ i = ⋅ ∆T dT Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores ρi = 1 σi EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Variação percentual na resistividade elétrica de Si puro Após uma cálculo simples, obtemos o resultado Eg 0 ∆T 3 mostrado ao lado para a ∆ρ i = − − + a ⋅ variação percentual da ρ i 2 ⋅ kB ⋅T 2 T resistividade elétrica de um semicondutor intrínseco. De posse desta expressão, vamos calcular então a variação percentual na resistividade elétrica do Si intrínseco. a = 2,50 Si Eg0 = 1,21 eV ∆ρ i ρi = (− 22,39 ) ⋅ ∆T T Este resultado mostra que um aumento de 1% na temperatura provoca uma diminuição de 22,39% na resistividade elétrica do Si intrínseco. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Variação percentual na resistividade elétrica de Ge puro Repetimos o cálculo acima, calculando agora a ∆ρ Eg 0 ∆T 3 i = − − + a ⋅ variação percentual na 2 ⋅ kB ⋅T 2 T resistividade elétrica do Si ρ i intrínseco. a = 1,66 Este resultado mostra que um Ge aumento de 1% na temperatura Eg0 = 0,785 provoca uma diminuição de 15,02% na ∆ρ i ∆T = (− 15,02 ) ⋅ resistividade elétrica do Si intrínseco. ρi T Como vemos, tanto para Si intrínseco como para Ge intrínseco um aumento na temperatura provoca uma diminuição na resistividade elétrica do semicondutor. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência de Ri(T) de um dispositivo semicondutor É possível calcular a resistência elétrica de um resistor de comprimento l e área de seção transversal A construído a partir de um semicondutor intrínseco. 4000 Resistência elétrica de um dispositivo construído com um semicondutor intrínseco R e s 3000 i s t ê 2000 n c i a 1000 Ri = ρi ⋅ l A = l σi ⋅ A 3/ 2 2 l 2 ⋅π h ⋅ Ri (T ) = ⋅ ⋅ A e 2⋅ kB (T0 )a − (m ⋅ m ) ⋅ (µ * e ( ) Ω 0 250 300 350 Temperatura (K) * 3/ 4 h Ri (T ) = A⋅T n0 + µp0 ) 3 a− 2 Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores ⋅e b 2⋅kB ⋅T a− 3 2 Eg 0 ⋅ e2⋅kB ⋅T Eg 0 ⋅e 2⋅kB ⋅T EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES σ(T) em semicondutores extrínsecos Para um semicondutor extrínsecos temos σ n , p (T ) ≅ e ⋅ N D , A ⋅ µ n , p (T ) Assim, a única fonte de variação de condutividade de um semicondutor extrínseco é a mobilidade do portador. Como vimos, a mobilidade dos portadores de carga depende de como ocorre as colisões destes portadores na rede cristalina. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da mobilidade com a temperatura Estas colisões podem ocorrer tanto com os pontos de rede quanto com as impurezas. µn, p e ⋅τ = * me,h Em um semicondutor extrínseco com baixa dopagem, praticamente não há a presença de impurezas. Logo as colisões dos portadores de carga ocorrem apenas com os pontos de rede, isto é, com os átomos do hospedeiro. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da mobilidade com a temperatura Neste caso, tempo médio entre duas colisões sucessivas varia com a temperatura segundo um fator de escala. τ ∝T −a Nesta equação a é um parâmetro associado a um dado semicondutor. Por exemplo, para Si a = 2,5 e para Ge a = 1,66 para temperaturas na faixa entre 100 e 1.000 K. T µ n = µ n 0 ⋅ T0 −a T µ p = µ p 0 ⋅ T0 Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores −a EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES σ(T) em semicondutores extrínsecos Assim, para um semicondutor extrínsecos temos T σ n , p (T ) = e ⋅ N D , A ⋅ µ n0 , p0 ⋅ T0 −a Assim, a única fonte de variação de condutividade de um semicondutor extrínseco é a mobilidade do portador. Podemos também aqui calcular a variação fracional na resistência elétrica de um dispositivo construído com um semicondutor extrínseco com baixa dopagem. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da resistência elétrica de um termistor com a temperatura É possível calcular a resistência elétrica de um resistor de comprimento l e área de seção transversal A construído a partir de um semicondutor extrínseco com baixa dopagem. 4000 Termistor - Semicondutor Extrínseco R e 3000 s i s t Ω2000 ê n c 1000 i a 1 l a Rn, p (T ) = ⋅ ⋅ T a A e ⋅ ND, A ⋅ µn0 , p0 ⋅ (T0 ) ( Rn, p (T ) = A⋅T ) 0 250 300 350 Temperatura (K) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores a EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da resistência elétrica de um termistor com a temperatura Vamos calcular então a variação fracional na resistência elétrica de um termistor feito com Si extrínseco com baixa dopagem ∆Rn , p Rn , p ∆T = a⋅ T Si a = 2,5 ∆Rn , p = +(2,5) ⋅ ∆T R T n , p Si Isto significa que uma variação percentual de 1% na temperatura provoca um aumento percentual de 2,5% na resistência elétrica do termistor fabricado com Si extrínseco com baixa dopagem. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da resistência elétrica de um termistor com a temperatura Vamos calcular então a variação fracional na resistência elétrica de um termistor feito com Ge intrínseco. ∆Rn , p Rn , p ∆T = a⋅ T Ge a = 1,66 ∆Rn , p = + (1,66 ) ⋅ ∆T R T n , p Ge Isto significa que uma variação percentual de 1% na temperatura provoca um aumento percentual de 1,66% na resistência elétrica do termistor de Ge extrínseco com baixa dopagem Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da mobilidade com a temperatura Estas colisões podem ocorrer tanto com os pontos de rede quanto com as impurezas. µn, p e ⋅τ = * me,h Em um semicondutor extrínseco com alta dopagem, a presença de impurezas torna-se importante. Neste caso as colisões dos portadores de carga ocorrem também com os átomos de impurezas. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da mobilidade com a temperatura Neste caso, tempo médio entre duas colisões sucessivas varia com a temperatura segundo um fator de escala. τ imp ∝ T 3/ 2 Assim, temos que µn+ T = µ n 0 ⋅ T0 3/ 2 µ p+ T = µ p 0 ⋅ T0 Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores 3/ 2 EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES σ(T) em semicondutores extrínsecos Assim, para um semicondutor extrínsecos com alta dopagem temos T σ n + , p + (T ) = e ⋅ N D , A ⋅ µ n0 , p0 ⋅ T0 3/ 2 Assim, a única fonte de variação de condutividade de um semicondutor extrínseco fortemente dopado continua sendo a mobilidade do portador. Podemos também aqui calcular a variação fracional na resistência elétrica de um dispositivo construído com um semicondutor extrínseco com baixa dopagem. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da resistência elétrica de um termistor com a temperatura É possível calcular a resistência elétrica de um resistor de comprimento l e área de seção transversal A construído a partir de um semicondutor extrínseco fortemente dopado. 4000 Termistor - Semicondutor Extrínseco Fortemente Dopado 3000 1 l −3/ 2 Rn+, p+ (T ) = ⋅ ⋅ T −3/ 2 A e ⋅ ND, A ⋅ µn0 , p0 ⋅ (T0 ) ( 2000 Ω ) R e s i s t ê n c i a 1000 0 250 300 350 Temperatura (K) Rn+, p+ (T ) = A⋅T Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores −3/ 2 EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da resistência elétrica de um termistor com a temperatura Vamos calcular então a variação fracional na resistência elétrica de um termistor feito com Si extrínseco e Ge extrínseco, fortemente dopados. ∆Rn + , p + Rn + , p + 3 ∆T = − ⋅ 2 T Isto significa que uma variação percentual de 1% na temperatura provoca um decréscimo percentual de 1,5% na resistência elétrica do termistor fabricado tanto com Si extrínseco quanto com Ge extrínseco com alta dopagem. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 2. EFEITO DA TEMPERATURA EM SEMICONDUTORES Dependência da resistência elétrica de um termistor com a temperatura Termistores podem ser classificados como: a) NTC (Negative Temperature Controll): quando o coeficiente de temperatura é negativo. a) PTC (Posisive Temperature Controll): quando o coeficiente de temperatura é positivo. Como vimos, semicondutores intrínsecos e extrínsecos fortemente dopados comportam-se como NTC. Já semicondutores extrínsecos fracamente dopados comportam-se como PTC. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES O Efeito Hall Seja uma amostra de um material que contenha elétrons livres submetida a uma diferença de potencial V. Este material pode ser tanto um metal, quanto um semicondutor. Logo, este material será percorrido por uma corrente elétrica i, cujo valor depende da condutividade do material. i= σ ⋅A l Para um semicondutor a condutividade ocorre devido a elétrons e buracos. ⋅V σ = e ⋅ (n ⋅ µ n + p ⋅ µ p ) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Influência de campo magnético sobre elétrons livres Seja a mesma amostra submetida também a um campo magnético transversal ao fluxo de portadores produzido pela ação da bateria, como mostra a figura abaixo. Nesta situação surge um campo elétrico transversal tanto ao campo magnético quanto ao fluxo de portadores, o qual origina uma diferença de potencial nos terminais. Arranjo esquemático do Efeito Hall Este fenômeno é conhecido como Efeito Hall. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES O trabalho de Edwin Hall O chamado Efeito Hall foi descoberto em 1874 por Edwin Herbert Hall (1855-1938). O experimento original conduzido por Hall consistiu em expor uma lâmina de ouro (aqui chamado de elemento Hall) a um campo magnético perpendicular a uma corrente elétrica produzida por uma bateria. Edwin Hall (1855-1938) O efeito observado foi o aparecimento de uma diferença de potencial (chamada de tensão Hall VH) nos terminais perpendiculares ao campo magnético e ao fluxo de portadores. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES O Efeito Hall em metais e semicondutores Embora tenha sido observado em metais, o Efeito Hall é largamente usado tendo semicondutores como elemento Hall. Como veremos mais a frente, em semicondutores o Efeito Hall é usado tanto para medir a mobilidade dos portadores de carga (µn e µp), quanto para identificar o tipo de semicondutor (se do tipo n ou se do tipo p). Arranjo esquemático do Efeito Hall Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Detalhes do Efeito Hall Como mostrado na figura abaixo, uma corrente elétrica atravessa um bloco de material semicondutor através dos contatos elétricos em suas extremidades. Simultaneamente um campo é aplicado magnético perpendicular a ambos, à superfície e à corrente elétrica, como também mostrado na figura ao lado. A tensão Hall é medida colocando-se um voltímetro nas extremidades perpendiculares ao fluxo de corrente elétrica. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES A força de Lorentz A força que age sobre os portadores de carga em movimento no semicondutor devido ao campo magnético é a chamada força de Lorentz, como mostrado abaixo. ( r r r F = q⋅ v×B Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores ) EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Força de Lorentz sobre os elétrons Vamos calcular a força de Lorentz atuando tanto sobre os elétrons. Como sabemos, o elétron tem carga q = - e, logo podemos escrever a força de Lorentz para esta partícula como abaixo. [ ( )] r Fn = −e ⋅ − iˆ ⋅ vn × kˆ ⋅ B ⇒ r Fn = − ˆj ⋅ (e ⋅ vn ⋅ B ) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Força de Lorentz sobre os buracos Vamos agora calcular a força de Lorentz atuando agora sobre os buracos. Como sabemos, o buraco tem carga q = +e, logo podemos escrever a força de Lorentz para esta partícula como abaixo. [ ( )] r Fp = +e ⋅ + iˆ ⋅ v p × kˆ ⋅ B ⇒ r Fp = − ˆj ⋅ (e ⋅ v p ⋅ B ) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Força de Lorentz e campo elétrico longitudinal Sabemos que a velocidade dos portadores de carga está associada ao campo elétrico através das equações abaixo. vn , p = µ n , p ⋅ E Levando em conta esta propriedade, escrevemos a força de Lorentz para elétrons e buracos como abaixo. r Fn = − ˆj ⋅ (e ⋅ µ n ⋅ E ⋅ B ) r Fp = − ˆj ⋅ (e ⋅ µ p ⋅ E ⋅ B ) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Força de Lorentz e movimento de portadores de carga Este resultado mostra que a força magnética age sobre os elétrons e buracos deslocando-os ambos para a face y = 0. r Fn = − ˆj ⋅ (e ⋅ µ n ⋅ E ⋅ B ) r Fp = − ˆj ⋅ (e ⋅ µ p ⋅ E ⋅ B ) Isto causa um desequilíbrio na concentração dos portadores de carga. Considerando ainda que a mobilidade dos elétrons é maior do que a dos buracos, temos que a face y = 0 ficará carregada negativamente, enquanto que a face y = w ficará carregada positivamente. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES O surgimento do campo elétrico de Hall Esta separação espacial de cargas (elétrons na face y = 0 e buracos na face y = w) produz um campo elétrico. Este campo elétrico, conhecido como campo elétrico de Hall, surge no sentido de se opor a este deslocamento de portadores de carga. Após um tempo extremamente curto a situação de equilíbrio é atingida. Neste caso, a força magnética iguala-se à chamada força de Hall. r FH = − ˆj ⋅ (e ⋅ E H ) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Diagrama dos vetores envolvidos no Efeito Hall Sob a ação da força de Lorentz o movimento dos portadores de carga é bidimensional, representado no diagrama vetorial mostrado abaixo. Os ângulos ϕn e ϕp podem ser considerados pequenos. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Diagrama resultante dos vetores envolvidos no Efeito Hall É importante frisar novamente que os ângulos ϕn, ϕp e ϕp são pequenos, pois o módulo do campo magnético também não é muito intenso. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Campo elétrico de Hall e densidade de corrente elétrica J =σ ⋅E ⇒ J y = σ ⋅ EH J y = J ⋅ sin ϕ Logo, a determinação do ângulo ϕ é fundamental para que conheçamos EH. Como a intensidade do campo magnético aplicado é pequena, usamos a aproximação de baixos ângulos. ϕ n , p ≈ sin ϕ n , p ≈ tan ϕ n , p Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Densidade de corrente elétrica resultante em y A figura abaixo nos mostra que podemos calcular os ângulos e através da razão entre as forças magnética e elétrica sobra cada portador de carga. tan ϕ n , p = n, p Fmag Felen , p ⇒ tan ϕ n , p = µ n , p ⋅ B ϕ n, p = µ n, p ⋅ B Por sua vez, a densidade de corrente resultante na direção y é a diferença entre as componentes Jn e Jp nesta direção. J y = J n ⋅ sin ϕ n − J p ⋅ sin ϕ p ⇒ J y = J n ⋅ϕn − J p ⋅ϕ p Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Densidade de corrente elétrica resultante em x Fazemos a hipótese adicional que, como B é pequeno, então as densidades de corrente J e J são as mesmas, com ou sem campo magnético. J n, p = σ n, p ⋅ E σ n = e ⋅ n ⋅ µn σ p = e⋅ p⋅µp ( ) J y = e ⋅ n ⋅ µ n2 − p ⋅ µ p2 ⋅ E ⋅ B Podemos calcular também a densidade de corrente resultante na direção x, que neste caso é a soma entre as componentes Jn e Jp nesta direção. J x = J n ⋅ cos ϕ n + J p ⋅ cos ϕ p ⇒ J x = e ⋅ (n ⋅ µ + p ⋅ µ p )⋅ E Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Determinação do campo elétrico de Hall Agora podemos determinar o ângulo ϕ. tan ϕ = Jy Jx ϕ ≈ sin ϕ ≈ tan ϕ ⇒ ( n⋅µ ϕ= 2 n ) − p ⋅ µ p2 ⋅ B n ⋅ µn + p ⋅ µ p Podemos então determinar o campo elétrico de Hall. r J E H = − ˆj ⋅ E y = ˆj ⋅ E ⋅ sin ϕ r ˆ ˆ ˆ EH = − j ⋅ E y = j ⋅ E ⋅ ϕ = j ⋅ ⋅ ϕ ( ) σ r n ⋅ µ n2 − p ⋅ µ p2 E H = − ˆj ⋅ ⋅J ⋅B 2 (n ⋅ µn + p ⋅ µ p ) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Determinação do tensão Hall A tensão Hall é facilmente determinada a partir do campo elétrico de Hall, como mostra a figura abaixo. B B r r r VH = VB − VA = − ∫ EH • ds = − ∫ E H • ˆj ⋅ dy A VH A ( n⋅µ − p⋅µ ) = ⋅ w⋅ J ⋅ B (n ⋅ µ + p ⋅ µ ) 2 n 2 p 2 n p Este resultado pode ser expresso n ⋅ µ n2 − p ⋅ µ p2 ) I ⋅ B ( ⋅ em termos da corrente elétrica I que VH = 2 t ( n ⋅ µn + p ⋅ µ p ) passa pelo circuito, já que J = I/A = I/w⋅t . Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Resultado para semicondutores fortemente dopados Seja um semicondutor do tipo n fortemente dopado. Neste caso, temos que n ≅ ND >> p, e a expressão geral para a tensão Hall fica simplificada, como mostrada abaixo. VH ( n⋅µ − p⋅µ ) = e ⋅ (n ⋅ µ + p ⋅ µ ) 2 n 2 p 2 n p ⋅ I ⋅B t ⇒ I ⋅B V = e ⋅ ND ⋅t n H Já para um semicondutor do tipo p fortemente dopado, temos p ≅ NA >> n, e a expressão geral para a tensão Hall fica simplificada, como mostrada abaixo. I ⋅B ( n ⋅ µ n2 − p ⋅ µ p2 ) I ⋅ B p VH = − ⋅ VH = ⇒ 2 e⋅ NA ⋅t t e ⋅ (n ⋅ µ n + p ⋅ µ p ) Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES O coeficiente Hall Definimos uma grandeza chamada coeficiente Hall RH como sendo a razão entre a o produto da tensão Hall pela espessura da amostra pelo produto da corrente elétrica aplicada pelo campo magnético. V ⋅t RH = H I ⋅B ⇒ RH ( n⋅µ − p⋅µ ) = e ⋅ (n ⋅ µ + p ⋅ µ ) 2 n 2 p 2 n p A vantagem da definição de R é obter um parâmetro que seja independente do experimento e da geometria da amostra. Como vemos, R depende apenas das características do material semicondutor. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES O Efeito Hall usado para medida de campos magnéticos O Efeito Hall pode ser usado para medida direta do campo magnético em qualquer região do espaço. Abaixo mostramos um sensor de campo magnético cujo funcionamento se baseia no Efeito Hall, bem como uma operação típica de uma sonda Hall. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES A sonda Hall Uma sonda Hall é construída a partir de um semicondutor fortemente dopado do qual se conhece a concentração de impurezas doadoras ND ou aceitadoras NA. V n, p H I ⋅B =± e ⋅ N D, A ⋅ t I B=± ⋅ VHn , p e ⋅ N D, A ⋅ t Como vemos por esta última equação, conhecendo-se ND,A e a espessura do semicondutor t, a medida simultânea da corrente I e de VH permite determinar a intensidade do campo magnético B. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Efeito Hall para determinar ND,A A medida direta de VH, juntamente com o conhecimento do valor de B permite determinar a concentração de impurezas em um semicondutor. V n, p H I ⋅B =± e ⋅ N D, A ⋅ t N D, A I ⋅B =± e ⋅ VHn , p ⋅ t O sinal da diferença de potencial medida com a sonda Hall permite também determinar o tipo de dopagem dominante no semicondutor. É fácil ver que caso VH > 0 temos um semicondutor do tipo n, e caso VH < 0 temos um semicondutor do tipo p. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES O Efeito Hall usado para medir mobilidade do portador Caso sejam feitas as medidas de VH (e determinado RH)e da condutividade elétrica de um semicondutor σ, é possível determinar as propriedades dos materiais semicondutores. RH (n ⋅ µ − p ⋅ µ ) = e ⋅ (n ⋅ µ + p ⋅ µ ) 2 n 2 p 2 n p RH = 1 e ⋅ N D, A A partir destas duas equações é possível obter uma expressão direta para a medida da mobilidade elétrica do portador, mostrada ao lado. σ = e(n ⋅ µ n + p ⋅ µ p ) σ n, p = e ⋅ N D, A ⋅ µ n, p µ n , p = σ n , p ⋅ RH Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Fotocondutividade b. Resposta Espectral Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 4. EFEITOS DA LUZ EM SEMICONDUTORES Impurezas doadoras Física para Engenharia Elétrica – Aulas 27 e 28 – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Resposta Espectral b. Fotocondutividade Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 4. EFEITOS DA LUZ EM SEMICONDUTORES Fótons e o gap de energia Seja um semicondutor intrínseco, cujo gap de energia seja Eg. Nesta condição, um fóton de energia h⋅ν será absorvido pelo semicondutor quando está energia for maior do que o seu gap de energia. h ⋅ν ≥ E g Física para Engenharia Elétrica – Aulas 27 e 28 – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 4. EFEITOS DA LUZ EM SEMICONDUTORES Condição para existência da fotocondutividade Como pode ser visto pela figura abaixo, o resultado da absorção do fóton é a criação de um par elétron-buraco. Como consequência, ocorre também o aumento na condutividade do semicondutor. Este aumento na condutividade pode ser usado na construção de dispositivos sensíveis à luz. h ⋅ν ≥ E g Física para Engenharia Elétrica – Aulas 27 e 28 – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 4. EFEITOS DA LUZ EM SEMICONDUTORES A resposta espectral λMAX h⋅c = Eg Física para Engenharia Elétrica – Aulas 27 e 28 – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 1. Introdução 2. Efeito da Temperatura em Semicondutores a. Efeito da Temperatura em Semicondutores Intrínsecos b. Efeito da Temperatura em Semicondutores Extrínsecos 3. Efeito de Campos Magnéticos em Semicondutores a. O Efeito Hall b. Aplicações do Efeito Hall em Semicondutores 4. Efeito da Radiação Eletromagnética em Semicondutores a. Resposta Espectral b. Fotocondutividade Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 4. EFEITOS DA LUZ EM SEMICONDUTORES Efeito de luz sobre semicondutores Este tipo de fotocondutividade é o mecanismo de absorção dominante em semicondutores. Este processo é conhecido como transição interbandas, uma vez que ele ocorre promovendo um elétron da BV para a BC. Existem outros processos envolvendo transições para ou de minibandas de energia existentes dentro do gap. Como vimos, estas minibandas são obtidas através do processo de dopagem, e os processos descritos acima envolvem semicondutores extrínsecos. Física para Engenharia Elétrica – Aulas 27 e 28 – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 4. EFEITOS DA LUZ EM SEMICONDUTORES A fotocondutividade Num fotocondutor as densidades de elétrons e/ou buracos fotogerados são determinadas pelo balanço dinâmico entre a taxa de geração e a taxa de recombinação. Podemos obter uma relação direta entre o aumento na corrente elétrica de um sensor luminoso e a potência de luz emitida por uma fonte. e ∆I = h ⋅ν t⋅w ⋅ ⋅η ⋅τ ⋅ (µ n + µ p )⋅ P0 l Física para Engenharia Elétrica – Aulas 27 e 28 – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 4. EFEITOS DA LUZ EM SEMICONDUTORES Efeito de luz sobre semicondutores Física para Engenharia Elétrica – Aulas 27 e 28 – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES A sonda Hall Seja a mesma amostra submetida também a um campo magnético transversal ao fluxo de portadores produzido pela ação da bateria, como mostra a figura abaixo. Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Impurezas doadoras Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores EFEITOS DE CAMPOS EXTERNOS EM SEMICONDUTORES 3. EFEITOS DE CAMPOS MAGNÉTICOS EM SEMICONDUTORES Impurezas doadoras Física para Engenharia Elétrica – Efeitos de Campos Externos em Semicondutores