Trabalho de Farmacologia IV Daniel Zumerkorn Hassan – RGM 47367 3º ano – Faculdade de Medicina Universidade de Mogi das Cruzes 2009 Protocolo de tratamento para carcinoma de vesicula biliar (fonte: Dr. Frederico Costa e Dr. Paulo M. Hoff) Adaptado por Daniel Hassan Definição: Os tumores da arvore biliar podem originar-se da vesicula biliar e do ducto cístico (carcinoma de vesicula biliar) ou dos ductos biliares (colangiocarcinomas) . Estadiamento: Tx T0 Tis T1a T1b T2 T3 T4 Nx N1 Mx M1 Estadio 0 Estadio IA Estadio IB Estadio IIA Estadio IIB Estadio III Estadio IV Tumor primario nao pode ser avaliado Sem evidencia de tumor primario Tumor in situ Tumor invade lamina propria Tumor invade camada muscular Tumor invade tecido conjuntivo perimuscular sem extensao alem da serosa Tumor perfura a serosa ou invade o figado e/ou um orgao ou estruturas adjacentes Tumor invade veia porta principal ou arteria hepatica ou invade multiplos orgaos ou extruturas extra hepaticas Linfonodos regionais nao podem ser avaliados Presenca de metastases em linfonodos regionais Metastases a distancia nao podem ser avaliadas Metastases a distancia Tis N0M0 T1N0M0 T2N0M0 T3N0M0 T1-3N1M0 T4qqNM0 qqTqqNM1 Tratamento: Lesão T1NXM0 Recomendação: Observar os pacientes com tumor diagnosticado incidentalmente após colecistectomia para possível doença benigna. Colecistectomia simples nos paciente com suspeita clínica de neoplasia. Pacientes com ducto cistico comprometido devem ter o ducto coleduco removido, seguido de reconstrução da árvore biliar. Nao é indicado tratamento adjuvante. Lesão T2-4N0M0 Recomendaçao: colecistectomia radical com disseccao linfonodal extensa e resseccao do leito vesical hepatico, visando a resseccao completa sempre que possivel. Considerar tratamento adjuvante com 5-FU e radioterapia externa de 54 Gy para o leito tumoral e regiao linfonodal, particularmente nos pacientes submetidos à resseccao radical curativa com linfonodos positivos e invasao de parenquima hepatico. Tumor irressecavel Recomendacao : Considerar o tratamento combinado de quimioterapia e radioterapia. Doença metastásica Recomendaçao: quimioterapia com GEMOX ( gencitabina , 1.000 mg/m2 EV infundidos em 30 min no D1 e oxaliplatina, 100 mg/m2 EV no D2) a cada 2 semanas (preferencial) ou gencitabina, 1.000 mg/m2 EV no D1 e D8 e cisplatina, 30mg/m2 EV no D1 e D8 a cada 21 dias. Outras opçoes quimiterapicas baseados em gencitabina ou fluoropirimidinas podem ser consideradas. Nos paciente com baixo indices de desempenho, pode se considerar somente observação. 1. Gencitabina: A gencitabina é um análogo de nucleosídeo (2', 2'-difluorodesoxicitidina) com atividade antineoplásica que exibe especificidade na fase celular, interferindo com a síntese de DNA (fase S) e também bloqueando a progressão das células atráves da fase terminal G1/S. A ação citotóxica in vitro da gencitabina é dependente de tempo e de concentração. O fármaco é metabolizado intracelularmente pelas nucleosídeoquinases para dar origem aos nucleosídeos ativos difosfato e trifosfato. Seu efeito citotóxico é atribuído à combinação de duas ações dos nucleosídeos difosfato e trifosfato, os quais causam inibição da síntese de DNA: a. Em primeiro lugar, a gencitabina difosfato inibe a ribonucleotídeo-redutase, a qual é responsável pela catálise de reações que geram a desoxinucleosídeo trifosfato para a síntese do DNA. Esta inibição causa redução das concentrações de desoxinucleotídeos, inclusive do dCTP. b. Em segundo lugar, a gencitabina trifosfato compete com a dCTP pela incorporação no DNA. A redução da concenctração intracelular de dCTP (pela ação do difosfato) aumenta a incorporação de gencitabina-trifosfato no DNA (autopotencialização). Depois de o nucleotídeo gencitabina ter sido incorporado ao DNA, apenas mais um nucleotídeo é adicionado à fita em crescimento do DNA, decorrendo daí a inibição da síntese posterior de DNA. A DNA-polimerase épsilon é incapaz de remover o nucleotídeo, gencitabina e reparar a cadeia em crescimento do DNA (terminação mascarada da cadeia). A gencitabina (< 10%) e seu principal metabólito inativo (2'-desoxi-2',2'-difluorouridina) são eliminados pela urina. A depuração é afetada em função da idade e do sexo do paciente, razão pela qual existe uma diferença na meia-vida e nas concentrações plasmáticas deste fármaco, sendo mais alta em mulheres e pacientes idosos. 2. Oxaliplatina: A oxaliplatina pertence a uma nova classe de sais da platina, na qual o átomo central de platina é envolvido por um oxalato e um 1,2- diaminociclohexano ('DACH') em posição trans. A oxaliplatina é um estéreo-isômero. Assim como outros derivados da platina, a oxaliplatina atua sobre o DNA, através da formação de ligações alquil que resultam no surgimento de pontes inter e intrafilamentos. Desta forma ocorre a inibição da síntese e posterior formação de novas moléculas nucléicas de DNA. A cinética de ligação da oxaliplatina com o DNA ocorre no máximo em 15 minutos, enquanto que com a cisplatina essa ligação é bifásica, com uma fase tardia após 4 a 8 horas. No homem, observouse presença dos complexos de inclusão nos leucócitos 1 hora após a administração. A replicação e posterior separação do DNA são inibidas, da mesma forma que, secundariamente, é inibida a síntese do RNA e das proteínas celulares. A oxaliplatina é eficaz sobre certas linhas de tumores resistentes à cisplatina. 3. Cisplatina: A cisplatina, que pertence a classe dos complexos de coordenação da platina, parece penetrar nas células por difusão. Os átomos de cloreto podem ser deslocados diretamente por reação com nucleófilos, como tióis, a substitução do cloreto por agua produz uma molecula de carga positiva, sendo provavelmente responsavel pela formacao da especie ativada do farmaco, que reage entao com acidos nucleicos e proteinas. A introducao da agua é favorecisa com baixas concentracoes de cloreto. Os complexos de platina sao capazes de reagir com o DNA, formando ligacoes cruzadas intrafillamentares e interfilamentares. O N da guanina é muito reativo e a platina forma ligacoes cruzadas entre guaninas adjacentes no mesmo filamento de DNA ; verifica-se tambem a rápida formacao de ligacoes cruzadas de guanina-adenina. Os produtos de adicao do DNA formados pelas cisplatina inibem a replicacao e a transcriçao do DNA e resultam em quebras e erros de codificacao. 4. Fluoropirimidinas: Esse fármaco pertence a classe de agentes análogos das pirimidinas , inibem a biossintese de nucleotidios pirimidinicos ou imitam esses metabolitos naturais a ponto deles interferirem na sintese ou na funcao dos acidos nucleicos. Bibliografia consultadas http://www.misodor.com/FARMACON/GENCITABINA.html Goodman – As Bases da farmacologia terapeutica PDAMED – http://www.pdamed.com.br