III Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e IX Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental Mesa -redonda: Psicanálise e Universidade: O poder dos discursos Título do trabalho: O saber da Psicanálise: o que é possível ser transmitido na Universidade Eveline Mourão de Araújo1 Roseane Freitas Nicolau2 O tema de nosso trabalho designa uma amostra da longa caminhada de pesquisa e discussões teóricas realizadas desde o ano de 2007 no curso de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) sobre a questão da Transmissão da Psicanálise e do que é possível ser transmitido no meio acadêmico. Na busca de compreender o pensamento de Freud sobre a temática da transmissão da Psicanálise, pudemos claramente perceber a existência, desde as primeiras elaborações teóricas, de um profundo interesse em fazer da Psicanálise uma ciência natural e de situar seu ensino no meio acadêmico como uma doutrina que muito viria a contribuir no âmbito científico, tanto na compreensão dos fenômenos psíquicos como também na solução de problemas discutidos pelas ciências humanas. No ano de 1918, em conseqüência da revolução húngara, ocorreu entre os estudantes de Medicina da Universidade de Budapeste uma considerável movimentação contra a implantação da Psicanálise no currículo acadêmico da Faculdade de Medicina. Mezan (1993) comenta que em resposta a esta rebelião, Ferenczi propôs a Freud escrever um texto de com objetivo esclarecedor sobre a importância da Psicanálise estar no âmbito das Universidades. Sobre o Ensino da Psicanálise nas Universidades (Freud, 1980[1918-1919]) corresponde a um pequeno artigo onde o criador da Psicanálise defende veementemente a inclusão do ensino da Psicanálise nas Universidades, assinalando a ampla contribuição que a psicologia profunda traria para o âmbito universitário. No referido texto, Freud assevera que a 1 Psicóloga, psicanalista e aluna do curso de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Ceará - UFC. Psicóloga, psicanalista, doutora em sociologia, professora da Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Pará - UFPA e professora colaboradora do curso de Mestrado da Universidade Federal do Ceará – UFC. 2 2 conveniência do ensino da Psicanálise nas Universidades deve ser analisada a partir de dois diferentes lugares: o da própria Psicanálise e o da Universidade. De acordo com o pensamento freudiano a inserção da Psicanálise no currículo acadêmico deveria ser apreciada com satisfação por todo psicanalista, mesmo que este prescinda da Universidade. Ao circunscrever o que possibilitaria a inclusão da Psicanálise no universo acadêmico, a partir da perspectiva da Universidade, Freud anuncia que este fato apenas poderia se realizar dependendo da importância que a própria instituição acadêmica atribuiria a psicologia profunda, subsidiando a formação médica e universitária. De acordo com suas idéias a Psicanálise viria a contribuir em três diferentes aspectos, presentes nos cursos de Medicina. O primeiro aspecto estaria relacionado à teoria, ao poder intervir no processo educacional, no sentido de possibilitar uma complementaridade ao conteúdo acadêmico, o que Freud aponta como uma falha existente na formação médica dos cursos de Medicina. A crítica atribuída aos cursos de Medicina refere-se à forma pela qual direcionam os estudantes a se aprofundar apenas nas áreas da anatomia, da física e da química, minimizando a importância ou deixando para segundo plano o conhecimento dos aspectos mentais e dos fenômenos psíquicos, impossibilitando a identificação de doenças nervosas e consequentemente seus respectivos tratamentos. Assim, um curso introdutório de Psicanálise supriria essa falta, onde este se disporia em explanar minuciosamente as relações entre a vida mental e a vida física. O segundo aspecto refere-se ao fato da Psicanálise poder auxiliar na preparação para o estudo da Psiquiatria, já que esta, segundo Freud, é exclusivamente de caráter descritivo. Sobre os cursos de Psiquiatria o psicanalista precisa que: [...] Sua única ligação com os outros ramos da ciência médica está na etiologia orgânica - isto é, nas suas descobertas anatômicas; mas não oferece a menor compreensão dos fatos observados. Tal compreensão só poderia ser fornecida por uma psicologia profunda. (Freud, 1980[1918-1919], p.218). Diante disso, o ensino da Psicanálise se desenvolveria em dois diferentes momentos do processo de ensino: um curso de nível introdutório destinado a todos os acadêmicos de Medicina, e um curso de Psiquiatria, de conteúdo mais específico. A idéia sobre o ensino da Psicanálise na Universidade não ficaria restrita apenas à transmissão da teoria, mas se estenderia à pesquisa, onde os professores de Psicanálise, também psicanalistas, teriam acesso ao departamento hospitalar onde pudessem acompanhar pacientes com distúrbios mentais. O terceiro e último aspecto corresponderia aos ganhos que a Universidade obteria com o ensino da Psicanálise através de cursos que deveriam ser ministrados “[...] de maneira 3 dogmática e crítica, por meio de aulas teóricas; isso por que essas aulas permitirão, apenas, uma oportunidade muito restrita de levar a cabo experiências ou demonstrações práticas. [...]”. (Ibid., 1980 [1918-1919] p. 219). No decorrer de sua explanação e principalmente ao final do artigo, fica notadamente clara a posição de Freud em relação ao tipo de ensino que propõe ser efetuado na Universidade. A este respeito, o psicanalista comenta que jamais o estudante de Medicina viria a aprender a Psicanálise propriamente dita, tendo em vista a existência de instituições destinadas à formação de Psicanalistas. No que concerne a transmissão da teoria Psicanalítica e de seus principais conceitos na Universidade Freud acrescenta que o principal objetivo da Psicanálise neste meio seria viabilizar uma maior compreensão dos mecanismos psíquicos para o exercício da prática clínica a partir da Psicanálise. Respaldados pelas considerações apresentadas no escrito Sobre o Ensino da Psicanálise nas Universidades (Ibid., 1980[1918-1919]), podemos observar até aqui, que há para Freud uma diferença no que diz respeito à transmissão do saber constituído nas ciências médicas e no da Psicanálise, a partir das contribuições que esta poderia trazer ao campo da Universidade, a partir de seu ensino. Em função disso Freud é enfático em afirmar que não se ensina Psicanálise nas Universidades. Esta questão já havia sido debatida pelo psicanalista nas Conferências Introdutórias Sobre a Psicanálise (Ibid., 1980 [1915-1917]), obra considerada por ele como uma introdução à Psicanálise, visto abranger um inventário de suas elaborações teóricas e da posição da Psicanálise no período da primeira guerra mundial, resultado da compilação de suas anotações de palestras que proferiu na Universidade de Viena entre os anos de 1915 a 1917. Na primeira parte dessas Conferências (Ibid., 1980 [1915-1916]) Freud se dispõe em assinalar algumas dificuldades que a Psicanálise tem encontrado em seu percurso, desde sua origem, principalmente no que tange ao ensino da Psicanálise e a formação do psicanalista. O fundador da Psicanálise sabia o quanto era importante demarcar tais dificuldades em razão de haver o equívoco de que se pode aprender Psicanálise como qualquer outro saber e por isso adverte: [...] Não posso certamente predizer quanto entendimento de psicanálise obterão das informações que lhes dou, contudo posso prometer-lhes isto: que ouvindo-as atentamente, não terão aprendido como efetuar uma investigação psicanalítica ou realizar um tratamento. [...] (Ibid., 1980 [1915-1917], p. 28). 4 Assim, o lugar que o saber ocupa na Universidade é de outra ordem, da ordem do saber objetivo e universal, é o saber das ciências. Contrário a este ideal de ciência, a Psicanálise vem trazer o saber que não se sabe, o saber inconsciente, uma forma diversa de lidar com o sujeito, com o psiquismo, com o sexo, com o corpo e as doenças. Mesmo assumindo um lugar na academia, a Psicanálise, por sua própria natureza não poderia transmitir seu saber (inconsciente) da mesma forma como as ciências transmitem seus saberes, pois este só se transmite na experiência da análise de cada um. A inserção da Psicanálise na Universidade tem tido ao longo dos anos, desde sua inserção nos cursos de Psicologia na década de 60 (Rodrigues, 2005, p.1) importante papel na Universidade: o de possibilitar ao aluno o contato com a teoria psicanalítica, a pesquisa e a clínica. Percebemos o quanto era relevante esclarecer a que se destinava o ensino da Psicanálise nas instituições universitárias e psicanalíticas, assim como quais seriam as bases que subsidiariam a formação de um psicanalista. Vale lembrar que mesmo após, praticamente, um século que nos separa do citado texto, este tema continua a ser atual, nos instigando, enquanto psicanalistas, a desempenhar, também, a função de esclarecer essas questões, tanto nas Instituições de Psicanálise como na Universidade. Para introduzir esta questão, Freud faz uma analogia da formação do psicanalista com a formação do médico. De acordo com suas idéias, no que concerne a sua formação os médicos: [...] Vêem uma preparação anatômica, o precipitado de uma reação química, a contração de um músculo em conseqüência da estimulação de seus nervos. [...] pacientes são demonstrados, [...] os sintomas de suas doenças, as conseqüências dos processos patológicos e, [...] o agente da doença isolado. (Ibid., 1980 [1915-1917] p. 29). Diante desta descrição pudemos observar a objetividade deste ensino e inferir que a relação médico-paciente é tornada menor em detrimento do sintoma. Nesta perspectiva, não existe sujeito adoecido e sim um sintoma a ser examinado, diagnosticado e tratado pela Medicina. O que importa nesse processo clínico é sustentar que o objeto da ciência médica é algo objetivamente observável e manipulável. A doença investigada tem caráter universal cabendo, portanto, enquadrá-la numa nosografia já estabelecida. No que concerne a Psicanálise, nada procede do mesmo modo, pois o que há entre um psicanalista e seu paciente é tido em alta consideração. A relação entra psocanalista e paciente, a chamada relação transferencial corresponde a um dos conceitos pilares da teoria psicanalítica e sem a qual seria inviável o tratamento psicanalítico. Sobre isso Freud acrescenta que: 5 [...] O paciente conversa, fala de suas experiências passadas e de suas impressões atuais, queixa-se, reconhece seus desejos e seus impulsos emocionais. O médico escuta, procura orientar os processos de pensamento do paciente, exorta, dirige sua atenção em certas direções, dá-lhe explicações e observa as reações de compreensão ou rejeição que ele, analista suscita no paciente. [...] (Ibid., 1980 [1915-1917] p. 29). Além da importância atribuída à relação transferencial existe também o que o paciente traz como sintoma para p tratamento. Assim, o que o paciente consegue expressar através da fala, tem caráter singular, da mesma forma como cada atendimento é tomado como se fosse o primeiro. A queixa o paciente traz para a análise e da qual atribui o motivo de seu sofrimento, na verdade vem apontar a existência do sujeito do inconsciente que, por sua vez, se expressa através do sintoma um desejo inconsciente. No que tange a conversação em que se baseia o tratamento psicanalítico Freud afirma que esta não admite ouvinte algum, não pode ser demonstrada. Nem mesmo participando de uma sessão de análise, alguém poderia obter, na integra, o real significado dos conteúdos inconscientes presentes nas palavras do paciente. Neste processo, o paciente dirige sua fala a pessoa do psicanalista que por sua vez ocupa lugar especial na fantasia do paciente sobre sua doença e sua cura, acreditando que sobre estas duas o analista obtém um saber. Conforme pudemos extrair das idéias presentes nestes nos textos freudianos para se compreender o que se passa numa sessão de análise e os efeitos da transferência estabelecida entre psicanalista e paciente, torna-se necessário, além de uma formação adequada em Psicanálise, também, e principalmente, passar por um processo de análise pessoal. Sobre o ensino e a transmissão da Psicanálise, Freud aponta a existência de dois tipos de saber totalmente distintos. Sobre esses saberes Alberti (2006) comenta que: [...] o saber acumulado pelo clínico a partir da teoria e da experiência, e o saber do caso clínico que é absolutamente singular, a ponto de Freud sugerir aos psicanalistas: a cada novo paciente esqueçam tudo o que aprenderam até ali, cada caso é um novo caso e traz consigo o dantes jamais visto. Na relação médico-paciente só há um sujeito que tem a possibilidade de saber: é o paciente. [...] (Alberti, 2006, p.7). Assim, percebemos a existência do caráter radical do saber psicanalítico, visto que sua transmissão ocorre na singularidade da análise cada sujeito. A transmissão da Psicanálise sempre se posicionou em dissonância com o campo do conhecimento em termos de saber e verdade. O modo de pesquisa realizado por Freud a partir do objeto e do saber psicanalítico realizava-se por meio de seu trabalho de escuta clínica. Desta maneira, avançou na pesquisa do inconsciente, na busca da verdade que era particular a 6 cada um de seus pacientes e na maneira como cada um posicionava-se subjetivamente com relação à dimensão de seu conflito psíquico. Neste sentido, a verdade a ser transmitida pela Psicanálise é a verdade da castração, que determina a falta do sujeito do desejo, resultando um impossível de saber. Então, o que se transmite na análise é da ordem do impossível, do inefável e, portanto, não acessível através do ensino. A Psicanálise coloca em evidência uma dimensão do conhecimento determinada por uma incompletude no saber, que torna problemática sua transmissão, especialmente na Universidade. A Psicanálise marca um corte decisivo no conhecimento, levando a um saber sobre o inconsciente, cuja concepção rompe com as alternativas positivistas de produção e transmissão, que é clássica na Universidade. O saber que Freud inaugura não é considerado como conhecimento no sentido tradicional da articulação entre alguém que sabe e a coisa sabida, mas um saber que toma forma de uma inscrição no discurso do sujeito. Isso subverte a concepção tradicional da matéria e marca um furo no conhecimento, o qual não há esperança de preencher. Esta concepção contrapõe-se às vestimentas da ciência que tudo quer conhecer. O saber constituído no âmbito da Universidade é tido como verdade objetiva, necessitando apenas que alguém transmita este saber a outros. Entretanto, a transmissão de saberes constituídos a partir do método científico, comprovador de uma verdade objetiva a ser divulgada pelo mestre que detém o saber encobre, segundo a visão da Psicanálise, a falta e a dimensão de impossibilidade que o saber comporta, remetendo, portanto, à singularidade de cada sujeito. Sobre essa impossibilidade de que se trata aqui, podemos dizer que ela corresponde ao que há de impossível de se apropriar fora da experiência de análise, pois o saber inconsciente que aí emerge na fala do sujeito do desejo, por meio de suas palavras em forma de elaborações imaginárias sobre si, seu sintoma, atos falhos, sonhos e chistes (manifestações do inconsciente). Portanto, não há como transmitir algo que a cada sessão de análise obtém um novo sentido para o sujeito que está sempre disposto a encontrar o que lhe falta. Diante disso e do que pudemos apreender textualmente nas colocações de Freud é que o saber científico que circula na Universidade e o saber da Psicanálise não são de modo algum semelhantes. Ao tratar do tema do ensino e da transmissão da Psicanálise Lacan (1967) retorna a Freud e avança desenvolvendo a noção de transmissão em intensão e extensão. De acordo com essa idéia a Psicanálise deve ser abordada a partir de dois pontos de vista: Psicanálise em intensão e Psicanálise em extensão. 7 A Psicanálise em intensão corresponde a tudo o que se refere à formação do psicanalista: a análise pessoal, o estudo teórico e a supervisão da prática clínica. De acordo com Aguiar (2000): Consideramos psicanálise em intensão toda aplicação direta do método psicanalítico, seja na prática do consultório, seja na análise das obras de arte, de acontecimentos sociais ou de fatos históricos. [...] constitui a pesquisa psicanalítica em seu sentido mais estrito. [...] pode-se considerar psicanálise em intensão um texto como Moisés e o monoteísmo, que consiste na aplicação do método da psicanálise à análise de um fato histórico. (Aguiar, 2000, p.9). A Psicanálise em extensão abrange os diversos planos de aplicação da Psicanálise, tais como o estudo da teoria, sua aplicação nas ciências humanas, nas artes e na clínica, assim também como sua aplicabilidade no ensino e na difusão da Psicanálise. Sobre a Psicanálise em extensão Aguiar (2000) comenta que: [...] consiste num trabalho de divulgação dos resultados da pesquisa psicanalítica. O propósito da psicanálise em extensão é dizer ao mundo o que vem a ser o trabalho da psicanálise. Um texto com A questão da análise leiga seria um exemplo, em Freud, da Psicanálise em extensão. (Ibid., 2000, p.9). No que diz respeito à transmissão da Psicanálise podemos perceber nas obras de Freud e Lacan a transparência em estabelecer um vetor que surge da diferença que há entre a Psicanálise em intensão e a Psicanálise em extensão. Segundo Lacan, o psicanalista encontraria no espaço acadêmico um solo fértil para realizar o que ele denomina por Psicanálise em extensão. Assim, podemos observar que nem a criação de cursos na Graduação e na PósGraduação ou a produção de dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, assim como também as publicações científicas em revistas e periódicos podem dar conta da transmissão da Psicanálise propriamente dita, que se realiza na análise de cada sujeito. Sobre essa idéia Vidal (2003) acrescenta: A transmissão da psicanálise fundamenta-se em: ‘há analista’ em condições de sustentar a experiência de uma analise, conduzindo o sujeito que nela se dispõe a cifrar seu desejo a um término, momento lógico em que pode advir o desejo do analista. (Vidal, 2003, p.29). Esse é um dos motivos pelos quais não se pode aprender Psicanálise como qualquer outro saber e não se forma psicanalistas na Universidade, lugar de formação profissional. O saber próprio da Psicanálise corresponde ao saber do inconsciente, o saber encontrado na singularidade de cada sujeito do desejo. Entretanto, o acesso a este saber apenas torna-se possível na analise e por meio da relação transferencial entre analisante e analista. 8 Conforme o raciocínio freudiano, a formação do psicanalista estaria endereçada as chamadas Sociedades de Psicanálise, na qual o interessado em formar-se psicanalista ingressaria no intuito de adquirir conhecimento específico da teoria psicanalítica, lugar onde, também, obteria supervisão de psicanalistas mais experientes e escolheria um de seus membros para iniciar sua própria análise. Desde que foram criadas por Freud, as Instituições de Psicanálise têm como função a formação de psicanalistas. Apenas a Instituição de Psicanálise coloca-se como lugar de formação do psicanalista. A idéia de um lugar que pudesse subsidiar as diretrizes para a formação de um psicanalista não mudou, desde Freud sempre estive diretamente relacionada às Sociedades de Psicanálise. Assim como em nossos dias as Instituição de Psicanálise não garante a formação do psicanalista, pois segundo Lacan esta é permanente e depende da função desejo do analista. Assim permanece a idéia de que nela o interessado em ser psicanalista busca através de uma transferência de trabalho estar entre seus pares para praticar a Psicanálise em extensão, já que a Psicanálise em intenção este a encontra na analise propriamente dita. 9 REFERÊNCIAS ALBERTI, S. Psicanálise e universidade e a instauração de discursividades In: ALBERT, S. & ELIA, L. Clínica e Pesquisa em Psicanálise. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2000. ____. Transferência de Trabalho e Universidade. Revista de Psicologia da USP, 2004, 15(1/2), 55-70. São Paulo: USP, 2004. FREUD, S. Sobre o Ensino da Psicanálise na Universidade (1919[1918]). Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. XVII. (1917-1919). Trad. do alemão e do inglês sob direção geral de Jayme Salomão Rio de Janeiro: Imago, 1980. ____. 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