UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO DIVISÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE E EDUCAÇÃO SUSANA DUTRA DE OLIVEIRA SILVEIRA PERFIL DE SAÚDE DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM UMA UNIDADE DE ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL ESPECIALIZADA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO Ribeirão Preto 2015 SUSANA DUTRA DE OLIVEIRA SILVEIRA PERFIL DE SAÚDE DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM UMA UNIDADE DE ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL ESPECIALIZADA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Educação da Universidade de Ribeirão Preto para obtenção do título de Mestre em Saúde e Educação Orientadora: Profª Drª Silvia Sidnéia da Silva Ribeirão Preto 2015 Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto - S587p Silveira, Susana Dutra de Oliveira, 1960Perfil de saúde de profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada no Município de Ribeirão Preto / Susana Dutra de Oliveira Silveira. - - Ribeirão Preto, 2015. 152 f.: il. Orientadora: Profª Drª Silvia Sidnéia Silva. Dissertação (mestrado) – Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Saúde e Educação. Ribeirão Preto, 2015. 1. Saúde do trabalhador. 2. Sistema Único de Saúde (SUS). 3. Doenças crônicas não transmissíveis. I. Título. CDD 610 DEDICATÓRIA A meu pai, José Eduardo Dutra de Oliveira, que nasceu num ambiente de estudo e pesquisa, cresceu, se formou, trabalhou, se aposentou e continua trabalhando, vivendo e respirando a carreira acadêmica, e achando que este é o melhor caminho para mudar o mundo. AGRADECIMENTOS Uma dissertação de mestrado é um processo colaborativo e foram muitas as pessoas que contribuíram para que eu desse início e persistisse nessa longa caminhada. Dentre elas, agradeço humildemente: a Deus, pelo dom de minha vida, pela minha família, pelas oportunidades que tenho tido, cercada de muito amor e de carinho. à minha orientadora, Professora Doutora Silvia, por sua paciência, compreensão, incentivo, rigor, técnica, seu conhecimento e saber científico que partilhou comigo. Ela acreditou em mim, acreditou que eu poderia dar conta deste projeto e todo o tempo estimulou meu crescimento. ao Prof. Dr. Edilson, por sua participação em minha Qualificação e Dissertação de Mestrado. Sua disponibilidade, atenção, avaliação, pela leitura, questionamentos e correções, pela análise estatística e elaboração dos cálculos para definição do tamanho amostra. ao Prof. Dr. Marco Antonio de Moraes, por aceitar meu convite para compor as Bancas Examinadoras de Qualificação e Dissertação de Mestrado, e sua valiosa contribuição, questionamentos, posicionamentos, sempre de forma a incentivar a busca de novas conquistas. à minha amiga Maria Cristina Aielo Francelin, por seu carinho, por sua ajuda com seu conhecimento e contribuições nesta área, por nossas longas conversas e discussões durante este projeto. aos meus colegas do NGA-59, pelo companheirismo e solidariedade durante este projeto do qual os funcionários foram objeto de estudo. Vocês sempre foram motivo de minha preocupação e cuidado. à Luciana Rigotto Parada Redigolo, Ana Lúcia Tostes e Carlos Eduardo de Oliveira, meus amigos inseparáveis de estudo e trabalho. Amei estar com vocês no curso, nos momentos de descontração e alegria. Nossa amizade cresceu e se fortificou, nosso trabalho melhorou e com certeza já está trazendo melhores frutos. Deus nos colocou neste caminho, juntos! a meus pais, Maria Helena e José Eduardo, pela dedicação, incentivo, presença sempre constante de carinho e amor. Quase tudo que sou, aprendi e continuo aprendendo com o exemplo de vocês! aos meus filhos Luciana e Ricardo, por partilharem comigo cada passo conquistado. ao meu marido Helio, sempre companheiro, nas alegrias e também nas dificuldades. Seu amor, carinho, sua paciência e compreensão das horas de ausência para concluir mais este projeto, foram decisivas para a realização do meu trabalho. a todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste projeto. Educação "As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido!" Rubem Alves RESUMO SILVEIRA, S. D. O. Perfil de Saúde de Profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Especializada no Município de Ribeirão Preto-SP. 152p. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde e Educação), Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto-SP, 2015. O conceito de saúde deve ser entendido como algo presente e refletido na qualidade de vida das pessoas. A saúde como direito universal e dever do Estado tem estabelecidas as diretrizes políticas nacionais para a área de saúde do trabalhador, considerando os riscos ambientais e organizacionais, aos quais estão expostos. Trata-se de um estudo exploratório, quantitativo, que teve como objetivo investigar o perfil de saúde de profissionais que atuam em uma unidade de assistência especializada de Ribeirão Preto/SP. Foi utilizado o referencial teórico de “Campo de Saúde” de Lalonde, que analisa os elementos da biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e organização dos serviços de saúde na ocorrência de doenças. A amostra foi composta 114 profissionais, e prevaleceu o sexo feminino com 28,95%, sujeitos na faixa etária de 50 a 60 anos, para ambos os sexos; vínculo municipal de 77,19%, com tempo de trabalho entre 20 e 30 anos. Em relação ao índice de massa corpórea 39,47% têm obesidade, com predominância nos homens, porém a Massa Gorda apresentou-se moderada e excessiva em 66,67% dos casos, em ambos os sexos, no exame de bioimpedância. Quanto à pressão arterial, a maioria de homens (28,94%) possui hipertensão. O nível de instrução predominante, em ambos os sexos, foi o superior completo, sendo 35,09% médico(a)s, 64,04% cumprindo jornada de trabalho de 6 a 12 horas, 46,49% sujeitos apontando renda familiar prevalente de 10 salários mínimos. A maioria é casada (64,04%) e 36,84% possuem dois filhos. Com relação às causas para ocorrência das doenças, em geral, 45,67% não realizam exercícios físicos e 41,23% relataram dieta incorreta, o estresse foi referido por 56,14% no trabalho e 22,81% em situação doméstica; além de alterações do sono em 26,32% trabalhadores; 76,32% são não fumantes e 17,54% ex-fumantes; 56,14% não consomem bebidas alcoólicas; 79,82% têm vida sexual ativa e 50,7% das mulheres estão na menopausa. Considerando o acesso ao serviço de saúde, 47,37% utilizam para prevenção e 63,16% fazem uso contínuo de medicações. Relativo ao aspecto preventivo, no último ano, 84,21 % foram ao dentista; 66,2% mulheres e 60% dos homens estiveram no ginecologista e urologista, respectivamente. Na avaliação vacinal apenas 16,67% tinham vacinas registradas. Os trabalhadores da Unidade onde ocorreu a pesquisa conhecem os riscos de saúde, demonstrados na prática do cuidado cotidiano prestado ao usuário, entretanto, estas informações não se transformam em ações preventivas para seu cuidado pessoal. Descritores: Perfil Saúde. Saúde do Trabalhador. Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Sistema Único de Saúde. ABSTRACT SILVEIRA, S. D. O. S. Professional Health Profile working at a Specialized Outpatient Care Unit in Ribeirão Preto-SP. 152p. Dissertation (Professional Master's in Health and Education), University of Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2015. The concept of health must be understood as something present and reflected in the quality of life. Health as a universal right and duty of the State has established national policy guidelines for the health of the worker, considering the environmental and organizational risks to which they are exposed.This is an exploratory, quantitative study, which aimed to investigate the health profile of professionals who work in a specialized outpatient care unit of Ribeirão Preto/SP. The theoretical framework of "Health Field" of Lalonde, which analyzes the elements of human biology, environment, lifestyle and organization of health services in the occurrence of diseases, was used. The sample comprised 114 professionals, and that females prevailed with 28.95%; age range was from 50 to 60 years, for both sexes. 77.19%, had Municipal bond with working period between 20 to 30 years. In BMI's profile, 39.47% have obesity, predominantly in men; but in bioimpedance analiysis, the Fat Mass was moderate and excessive with 66.67% of cases in both sexes. As for blood pressure, most men (28.94%) have hypertension.The level of education prevalent in both sexes, was a college degree, with 35.09% of Physicians, 64.04% working 6 to 12 hours, and 46.49% pointing prevalent family income of 10 minimum wages. Most are married (64.04%) and 36.84% have two children. The causes for the occurrence of the disease claimed was the lack of physical exercises for 45.67%, and 41.23% related incorrect diet, stress at work was reported by 56.14% and 22.81% in domestic situations, as well as sleep disorders in 26.32%. 76.32% are non-smokers and 17.54% ex-smokers; 56.14% are not alcohol consumers; 79.82% are sexually active and 50.7% of women are in menopause. Whereas access to health services, 47.37% use for prevention and 63.16% are in continuous use of medication. On the preventive aspect, last year, 84.21% went to the dentist; 66.2% of women and 60% of men were at the gynecologist and urologist, respectively. In vaccine avaliation only 16.67% had registered vaccines. Workers in this unit know the health risks, demonstrated in the practice of daily care provided to the users, however; this knowledge does not turn into preventive actions for personal care. Descriptors: Profile Health. Occupational Health. Chronic Noncommunicable Diseases. Public Health System. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Mortalidade de residentes em Ribeirão Preto/SP, segundo capítulos da CID-10 e Distrito de Saúde de residência, 2011. Ribeirão Preto, 2011............................................................................................................................23 Tabela 2 – Percentual de mortalidade prematura (<70 anos) de residentes em Ribeirão Preto - SP, segundo o conjunto das quatro principais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e Distritos de Saúde de residência, 2011............................................................................................................................24 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Legislação relacionada à saúde e saúde do trabalhador................ 66 Quadro 2 – Documentos legais relacionados à saúde do trabalhador..............67 Quadro 3 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo sexo e faixa etária .........................................................................................................................84 Quadro 4 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo sexo e IMC.....86 Quadro 5 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo sexo e PA .....87 Quadro 6 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo sexo e resultado de massa gorda, obtido a partir do exame de bioimpedância..........................................................................................................88 Quadro 7 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo sexo e resultado do percentual de água corporal na massa magra, obtido a partir do exame de bioimpedância.........................................................................................90 Quadro 8 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo IMC e resultado do percentual de água corporal na massa magra, obtido a partir do exame de bioimpedância..........................................................................................................91 Quadro 9 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo sexo e nível de instrução...................................................................................................................96 Quadro 10 – Distribuição de trabalhadores do NGA-59, segundo a Classificação de Atividade Física e Exercício Físico.........................................103 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Mortalidade de residentes em Ribeirão Preto/SP, segundo o conjunto das quatro principais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e faixa etária <e> de 70 anos, 2002 a 2011................................................................24 Gráfico 2 – Distribuição da história Clínica de doenças nos trabalhadores do NGA-59......................................................................................................................94 Gráfico 3 – Distribuição das causas para ocorrência das DCNT nos trabalhadores do NGA-59 .......................................................................................99 LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica ABN – Academia Brasileira de Neurologia ABO – Associação Brasileira de Odontologia ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia ABRASCO – Associação Brasileira de Saúde Coletiva ADAM – Androgen Deficience Aging Male – Deficiência Androgênica no Envelhecimento Masculino ANENT – Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho ACS – Agente Comunitário de Saúde APS – Atenção Primária à Saúde AT – Acidente de Trabalho AVC – Acidente Vascular Cerebral AVCI – Anos de Vida Corrigidos pela Incapacidade BTN – Bônus de Tesouro Nacional CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho CELAFISC – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador CETRED – Centro de Treinamento e Desenvolvimento CDC – Código de Defesa do Consumidor CGSAT – Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador CID-10 – Código Internacional de Doenças CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT – Consolidação das Leis do Trabalho CNDSS – Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde CNS – Conferência Nacional de Saúde COREn/SP – Conselho Regional de Enfermagem / São Paulo CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito CTB – Código de Trânsito Brasileiro DAC – Doença Arterial Coronariana DALY – Disability-Adjusted Life-Years – Anos de Vida Corrigidos pela Incapacidade DataSUS – Departamento de Informática do SUS DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis DI – Declaração de Instalações DM-2 – Diabetes Mellitus Tipo 2 DMST – Divisão de Medicina e Segurança no Trabalho DSS – Determinantes Sociais da Saúde DRT – Doença Relacionada ao Trabalho EPI – Equipamento de Proteção Individual ESF – Estratégia Saúde da Família FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FMRP/USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo FUNDAP – Fundação de Desenvolvimento Administrativo HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica HDL – High Density Lipoproteins – Proteína de Baixa Densidade (“bom colesterol”) HC – Hospital das Clínicas HC-UE – Hospital das Clínicas-Unidade de Emergência HE – Hospital Estadual de Ribeirão Preto HeaLY – Healthy Life-Year - Índice que combina anos de vida perdidos pela morbidade com os que são atribuídos à mortalidade prematura IAM – Infarto Agudo do Miocárdio IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC – Índice de Massa Corporal INSS – Instituto Nacional do Seguro Social IPAQ – International Phyisical Activity Questinonnaire IPM – Instituto de Previdência dos Municipiários LER/DORT – Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho Mater – Fundação Maternidade Sinhá Junqueira MS – Ministério da Saúde MS/GM – Ministério da Saúde/ Gabinete do Ministro MTE – Ministério do Trabalho e Emprego NAF – Nível de Atividade Física NGA-59 – Núcleo de Gestão Assistencial 59 NOAS – Norma Operacional da Assistência à Saúde NR – Normas Regulamentadoras NRR – Normas Regulamentadoras Rurais OMS – Organização Mundial da Saúde ONU – Organização das Nações Unidas OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde PA – Pressão Arterial PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde PMRP – Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto PNaPS – Política Nacional de Promoção da Saúde PNCT – Programa Nacional de Controle de Tabagismo PNS – Pesquisa Nacional de Saúde PNST – Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora PNSST – Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais QALY – Quality-Adjusted Life-Years – Índice que é a soma do produto de anos de vida e a qualidade de vida em cada um destes anos QV – Qualidade de Vida RAS – Rede de Atenção à Saúde RENAME – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais RENAST – Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador RJU – Regime Jurídico Único SASSOM – Serviço de Assistência à Saúde dos Municipiários de Ribeirão Preto SAT – Seguro Acidente de Trabalho SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica SINAN – Sistema de Informação de Agravo de Notificação SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia SBH – Sociedade Brasileira de Hipertensão SCR – Vacina Tríplice Viral (Sarampo-Caxumba-Rubéola) ou MMR - Measles, Mumps and Rubella) SM – Salário Mínimo SOGESP – Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo SPD – Sociedade Portuguesa de Diabetes STF – Supremo Tribunal Federal SUS – Sistema Único de Saúde TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TRH – Terapia de Reposição Hormonal UBDS – Unidade Básica Distrital de Saúde UBS – Unidade Básica de Saúde UECE – Universidade Estadual do Ceará UFC – Universidade Federal do Ceará UFIR – Unidade Fiscal de Referência UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto Unimed – Cooperativa de Médicos de Ribeirão Preto USDA – National Nutrient Database – Banco de Dados Nacional de Nutrientes dos Estados Unidos USF – Unidades de Saúde da Família VA – Vigilância em Saúde Ambiental VE – Vigilância Epidemiológica VISAT – Vigilância em Saúde do Trabalhador VS – Vigilância Sanitária WHI – Women's Health Initiative Investigators - Grupo de Investigação e Pesquisa sobre a Saúde da Mulher WHO – World Health Organization – Organização Mundial da Saúde % – Percentual SUMÁRIO APRESENTAÇÃO......................................................................................................17 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................19 1.1 JUSTIFICATIVA......................................................................................27 1.2 HIPÓTESE..............................................................................................27 1.3 OBJETIVO GERAL.................................................................................28 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................28 2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................29 2.1 MODELO DE “CAMPO DE SAÚDE” LALONDE.....................................29 3 REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................32 3.1 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS...................................32 3.2 FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DE DCNT.....................35 3.2.1 Doença Arterial Coronariana........................................................36 3.2.2 Diabetes.......................................................................................37 3.2.3 Obesidade....................................................................................38 3.2.4 Tabagismo...................................................................................39 3.2.5 Alcoolismo....................................................................................39 3.2.6 Atividade Física e Sedentarismo..................................................40 3.3 QUALIDADE DE VIDA E A OCORRÊNCIA DE DCNT...........................42 3.4 PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS EM TRABALHADORES.......................................................................................44 3.5 O PAPEL ACOMPANHAMENTO DA DO INSTITUIÇÃO PROCESSO EMPREGADORA DE SAÚDE NO DOS TRABALHADORES.......................................................................................47 3.5.1 Responsabilidades legais do Empregador com Relação ao Trabalhador...........................................................................................63 3.5.2 Responsabilidades Legais do Trabalhador com a Instituição Empregadora........................................................................................74 4 CASUÍSTICA E MÉTODO..................................................................................77 4.1 NATUREZA DO ESTUDO.......................................................................77 4.2 LOCAL DO ESTUDO...............................................................................77 4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA....................................................................80 4.4 COLETA DOS DADOS............................................................................80 4.4.1 Instrumento de Coleta de Dados.................................................81 4.4.2 Procedimento de Coleta de Dados..............................................81 4.5 ANÁLISE DOS DADOS...........................................................................82 4.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA.....................................................82 4.7 CRITÉRIOS DE SUSPENSÃO OU ENCERRAMENTO DA PESQUISA....................................................................................................83 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................84 5.1 DADOS RELACIONADOS À BIOLOGIA DO INDIVÍDUO.......................85 5.1.1 Lalonde........................................................................................85 5.1.1.1 Dados Antropométricos....................................................85 5.1.2 Exames de Bioimpedância...........................................................88 5.1.3 História Clínica do trabalhador.....................................................92 5.2 DADOS DO MEIO AMBIENTE................................................................95 5.2.1 Formação e Atividade Profissional...............................................95 5.2.2 Renda e Estrutura Familiar..........................................................97 5.3 DADOS RELACIONADOS AO ESTILO DE VIDA...................................98 5.4 DADOS RELACIONADOS AO ACESSO/ATENDIMENTO DA SAÚDE........................................................................................................106 6 CONCLUSÃO...................................................................................................111 REFERÊNCIAS....................................................................................................116 APÊNDICE I.........................................................................................................134 APÊNDICE II........................................................................................................135 APÊNDICE III.......................................................................................................136 APÊNCICE IV......................................................................................................137 APÊNCICE V...... ................................................................................................138 APÊNCICE VI.. ...................................................................................................139 ANEXO A.............................................................................................................140 ANEXO B.............................................................................................................144 ANEXO C.............................................................................................................145 ANEXO D.............................................................................................................146 ANEXO E.............................................................................................................147 ANEXO F.............................................................................................................149 ANEXO G.............................................................................................................151 APRESENTAÇÃO Formei-me em 1981 e logo fui trabalhar no Hospital das Clínicas em São Paulo. Atuei nos ambulatórios de Diabetes Infanto-Juvenil, Artrite Reumatóide Infantil e Central de Imunização do Instituto da Criança. Em 1985 fiz especialização em Enfermagem do Trabalho pela Escola Paulista de Medicina - Departamento de Enfermagem/SP, conforme Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho e registro de especialista no COREn/SP. Participei em 1986, da fundação da Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (ANENT), em São Paulo, compondo a diretoria executiva nos biênios 86/88 e 88/90, presidente em 90/92 e representante de Minas Gerais, no biênio 94/96, na cidade de Belo Horizonte. De 1988 a 1994 trabalhei como Chefe do Serviço de Enfermagem do Trabalho do Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da Universidade de São Paulo, na cidade de São Paulo, atendendo um universo de 22 mil funcionários. Atuei como supervisora no Programa de Aprimoramento Profissional Especialização em Nutrição do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - HCFMRPUSP, Fundação do Desenvolvimento Administrativo - FUNDAP, de 2002 a 2009. Em junho de 2004, após aprovação no concurso público municipal nº 002/01 fui chamada para assumir a vaga de enfermeira no Pronto Atendimento da UBDS Vila Virgínia, plantão noturno. Por processo seletivo interno em 2005, assumi a função de Enfermeira do Trabalho no Ambulatório de Saúde do Trabalhador na UBDS Castelo Branco e Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), no período de 2006 a 2011. No final do ano de 2011 assumi a função de Enfermeira do Setor de Cardiologia, Endocrinologia, Nefrologia, Cirurgia Vascular, Alergia e Imunologia e Cirurgia Ambulatorial no Ambulatório de Especialidades NGA-59. No ano de 2013, com a implantação do Plano de Carreiras, Cargos e Salários na Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto surgiu o desafio e também o interesse em buscar o mestrado profissional, procurando uma forma de conciliar os estudos e a interface do trabalho, de modo um pouco menos acadêmico e mais operacional, vindo a contribuir positivamente com o ambiente onde exerço minha profissão. Sempre me interessei pela Saúde do Trabalhador, mesmo estando em outras áreas de trabalho. E hoje, meu tema de estudo, foi a avaliação dos profissionais da Unidade que cuidam da saúde dos pacientes, com qualidade e capacidade, mas que nem sempre têm os mesmos cuidados com sua própria saúde. Sugere-se, com esse estudo, estimular esses trabalhadores a agirem em benefício próprio, visando à prevenção e/ou retardamento da ocorrência de doenças crônicas degenerativas e seus agravos e, consequentemente, à fruição de uma velhice/ vida futura/ senioridade mais ativa e saudável. 19 1 INTRODUÇÃO Em 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1946, p. 1) definiu saúde como “o completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doenças ou agravos”, e ainda reconhece a saúde como um dos direitos fundamentais de todo ser humano, independente de sua condição social e econômica, crença religiosa ou política, afirmando a importância de uma política sanitária. Nesse cenário, a qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações, segundo ressalta a OMS (1995). O conceito de saúde deve ser entendido como algo presente e refletido na qualidade de vida das pessoas. Portanto, a discussão e a compreensão da saúde passam pela afirmação da cidadania plena e pela aplicabilidade dos direitos fundamentais. No Brasil, os dispositivos garantidores dos direitos sociais, como o direito à Saúde, estão previstos na Constituição Federativa do Brasil de 1988 (BRASIL, 1988). A saúde, portanto, como direito universal e dever do Estado é uma conquista do cidadão brasileiro, regulamentada na Lei Orgânica da Saúde. O direito à saúde, desta forma, é bastante abrangente e está presente em diferentes legislações infraconstitucionais, abarcando também a saúde do trabalhador (VON ATZINGEN, 2010). No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), nos últimos anos, embora tenha avançado significativamente no sentido de garantir o acesso do cidadão às ações de atenção à saúde, somente a partir de 2002 conseguiu estabelecer as diretrizes políticas nacionais para a área de saúde do trabalhador. A atenção à Saúde do Trabalhador é uma política pública, que vem sendo discutida desde a reforma constitucional de 1988, que definiu os direitos de cidadania, saúde e trabalho, em um momento político de transição democrática, ao confirmar que cabe ao Estado a responsabilidade de garantir condições dignas de saúde para os trabalhadores e para o povo, em geral. Em 1990, o Brasil promulgou a Lei Orgânica de Saúde, nº 8.080, que se constituiu como referência do Sistema 20 Único de Saúde (SUS) e fruto das lutas por uma reforma sanitária que tiveram como marcos a VIII Conferência Nacional de Saúde e a I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador. A Lei nº 8.080 contempla decisivamente a questão saúde do trabalhador em seu artigo 6º, conceituando-a como (BRASIL, 1990): “... um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho”. A vigilância da Saúde do Trabalhador necessita dar atenção às mudanças nos processos de saúde/doença e na atuação da saúde pública para poder dar respostas efetivas aos problemas colocados para os trabalhadores, problemas de ordem complexa e de difícil resolução, mediante ações curativas e preventivas. Sendo assim, as ações de saúde devem ater-se à identificação de riscos, danos, necessidades, condições de vida e de trabalho que, em última instância, determinam as formas de adoecer e morrer dos grupos populacionais (BRASIL, 1998; BRASIL, 2001). Os riscos ambientais e organizacionais aos quais estão expostos os trabalhadores devem, pois, ser considerados. Assim, as ações pela saúde do trabalhador devem constar da agenda de atenção à saúde do adulto e do idoso, ampliando a assistência já ofertada aos trabalhadores, na medida em que se passa a olhá-los como sujeitos a um adoecimento específico, que exige estratégias também específicas - de promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 1998; BRASIL, 2001). As Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas, públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, além dos Poderes Legislativo e Judiciário que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 2008). Atualmente, a prestação de assistência médica ao trabalhador municipal tem sido feita pelo plano de saúde coletivo da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo. Deste Serviço de Assistência à Saúde dos Munícipes de Ribeirão Preto - SASSOM espera-se um olhar diferenciado para o grupo de trabalhadores para os quais presta assistência à saúde. É importante considerar a 21 saúde e a doença como processos dinâmicos, articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da humanidade, em determinado momento histórico. Segundo Malta et al. (2006), a mudança do perfil epidemiológico no país, com predominância das doenças não transmissíveis, é uma consequência da urbanização, de melhorias nos cuidados com a saúde, da mudança nos estilos de vida e da globalização. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são de etiologia multifatorial e compartilham vários fatores de riscos modificáveis como o tabagismo, a inatividade física, a alimentação inadequada, a obesidade, a dislipidemia e o consumo de álcool. A maior parte dessas doenças não constitui um resultado inevitável de uma sociedade moderna, trata-se de um mal que pode ser prevenido, geralmente a um custo menor do que o das intervenções curativoassistenciais (MALTA et al., 2006). O compartilhamento de fatores de risco, somado à urgência em deter o crescimento das DCNT no país, justificam a adoção de estratégias integradas e sustentáveis de vigilância e monitoramento desses fatores, além da adoção de medidas de promoção à saúde, prevenção e controle dessas doenças, desde que suas ações sejam assentadas sobre seus principais fatores de risco modificáveis. Experiências bem-sucedidas de intervenções de Saúde Pública com reversão e/ou mudanças positivas nas tendências de mortalidade por doenças cardiovasculares, em diversos países, mostram que a vigilância de DCNT e ações integradas são aspectos cruciais para o desenvolvimento de estratégias efetivas de promoção da saúde para a população em geral. No município de Ribeirão Preto existem alguns serviços disponíveis para enfrentar a epidemia DCNT e seus fatores de risco, porém não conseguem, entretanto, atender à demanda e suas complicações geram um custo elevado para o sistema de saúde. As doenças crônicas são onerosas para o SUS e se não prevenidas e gerenciadas adequadamente, precisam de uma assistência médica de custos sempre crescentes, em razão da permanente e necessária incorporação tecnológica. Segundo dados de mortalidade de residentes no município de Ribeirão Preto, no ano de 2011 ocorreram 3834 casos de óbitos em residentes, sendo que destes, 35 constaram como não especificados, por não ser possível localizar o endereço. Assim, foram analisados 3799 casos de óbitos e suas causas nas Tabelas 1 e 2 (RIBEIRÃO PRETO, 2012). 22 Na Tabela 1 encontram-se distribuídos os dados de mortalidade no município de Ribeirão Preto/SP por causas especificadas, conforme Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e Distritos de Saúde, de acordo com a residência do paciente, no ano de 2011. 23 Tabela 1 – Mortalidade de residentes em Ribeirão Preto/SP, segundo capítulos da CID-10 e Distrito de Saúde por residência, 2011. Ribeirão Preto, 2012. Causa (CID10 CAP) Sul Leste Oeste Central Total 36 24 38 59 31 188 II. Neoplasias (tumores) III. Doenças sangue órgãos hematológicos e transt imunitário IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas V. Transtornos mentais e comportamentais 114 109 177 178 193 771 2 2 2 1 2 09 16 15 30 35 42 138 6 1 3 11 10 31 VI. Doenças do sistema nervoso IX. Doenças do aparelho circulatório X. Doenças do aparelho respiratório 13 18 32 38 50 151 212 140 244 283 308 1187 61 48 77 88 105 379 XI. Doenças do aparelho digestivo XII. Doenças da pele e tecido subcutâneo XIII. Doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo XIV. Doenças do aparelho geniturinário XVI. Alg afecções originadas período perinatal 35 45 62 73 60 275 2 1 5 1 5 14 4 3 8 5 6 26 11 13 40 30 35 129 14 8 14 2 1 39 XV. Gravidez parto e puerpério XVII. Malf cong deformid e anomalias cromos XVIII. Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat XX. Causas externas morbidade e mortalidade 0 0 0 15 4 19 9 3 9 5 4 30 9 3 6 8 10 36 71 45 108 87 66 377 Total 615 478 855 919 932 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias Norte 3799 Fonte: RIBEIRÃO PRETO (2012). 24 Na Tabela 2 apresenta-se a correlação entre o percentual de morte prematura de <70 anos e as 4 principais causas de DCNT, de acordo com CID-10, considerando os distritos de residência dos pacientes, no ano de 2011. Tabela 2 – Percentual de mortalidade prematura (<70 anos) de residentes em Ribeirão Preto/SP, segundo o conjunto das quatro principais DCNT e Distritos de Saúde de residência, Ribeirão Preto, 2012. Causa Neoplasias Doenças do Aparelho Circulatório Doenças Respiratórias Crônicas Diabetes Total Norte Sul Leste Oeste Central Total 66,7 49,1 29,0 38,5 52,4 60,6 48,6 35,0 60,0 52,7 44,6 34,8 6,3 22,2 36,1 55,1 44,5 22,0 53,6 46,8 36,8 21,4 20,4 35,7 27,1 50,6 37,8 21,3 41,2 41,1 Fonte: RIBEIRÃO PRETO (2012). No Gráfico 1 é possível visualizar dados de mortalidade de residentes do Município de Ribeirão Preto/SP, no período de 2002 a 2011, referentes as 4 principais DCNT (Neoplasias, Doenças Aparelho Circulatório, Doenças Crônica Aparelho Respiratório e Diabetes). Gráfico 1 – Mortalidade de residentes em Ribeirão Preto/SP, segundo o conjunto das quatro principais DCNT e faixa etária <e> de 70 anos, 2002 a 2011. Ribeirão Preto, 2012. Fonte: RIBEIRÃO PRETO (2012). 25 Como se pode observar, nos dados do município de Ribeirão Preto/SP, dentre as principais DCNT estão a diabetes mellitus e a hipertensão arterial. Estes dados reproduzem o panorama do país que tem aproximadamente 17 milhões de pessoas hipertensas, sendo destes, 35% indivíduos acima de 40 anos de idade (BRASIL, 2006b). O município de Ribeirão Preto, em 2001, aderiu ao Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e ao Diabetes Mellitus, denominado HIPERDIA que é o Sistema de Cadastramento de Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos na Atenção Básica. O programa propõe identificação de usuários assintomáticos que vai, além da queixa-conduta, acompanhar o tratamento estabelecido, criação de vínculo entre equipe de saúde e usuário e promoção em saúde (SOUZA; GARNELO, 2008). A HAS é definida como aumento da pressão arterial sistólica devendo esta ser maior ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos não medicados. A aferição da pressão arterial é um procedimento que antecede qualquer avaliação de saúde, podendo ser realizada por qualquer profissional de saúde treinado, sendo usado como referência inicial para o estabelecimento do diagnóstico da hipertensão arterial e resposta ao tratamento proposto (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO - SBH, 2006). A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de Pressão Arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e as alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO - SBC, 2010). A HAS precede vários casos de insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e insuficiência cerebral. Ela é chamada de assassina silenciosa, pois as pessoas portadoras de hipertensão, muitas vezes, são assintomáticas. O National Heart, Lung and Blood Institute estimou que metade das pessoas com hipertensão desconhecesse a sua presença, e uma vez que desenvolvida, a pressão arterial do paciente deve ser monitorada a intervalos regulares, pois se trata de um distúrbio presente por toda a vida (LUNA; SABRA, 2006). 26 A hipertensão arterial associa-se ao diabetes mellitus tipo-2 (DM-2), à redução do High Density Lipoproteins (HDL) colesterol e ao aumento de triglicerídeos e, por isso, o tratamento clínico e os programas de prevenção não podem ignorar estas associações, visto que os fatores de risco para as DCNT ocorrem de forma conjunta e interdependente (SICHIERI et al., 2000). Neste sentido, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005) salienta que o sedentarismo é um fator de risco para as DCNT. A prática regular de atividade física tem um papel importante na prevenção destas doenças, contribuindo também para a redução do peso, controle da ansiedade e depressão, melhora da autoestima proporcionando bem-estar e socialização (WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO, 2004). Apesar de consolidada a relação entre hipertensão arterial e fatores nutricionais, ainda não estão bem estabelecidos os mecanismos de atuação destes sobre a elevação da pressão arterial, entretanto, são reconhecidos os efeitos que uma dieta saudável tem sobre o controle da pressão arterial (FREITAS et al., 2001). Entre os fatores nutricionais estudados associados à alta prevalência de hipertensão arterial está o elevado consumo de álcool e sódio, bem como o excesso de massa corpórea (MOLINA et al., 2003). Inserido neste panorama, a diabetes mellitus representa também um considerável encargo econômico para indivíduos e sociedade, especialmente quando mal controlado, sendo a maior parte dos custos diretos de seu tratamento relacionados a complicações que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos. A progressiva ascensão das doenças crônicas no Brasil impõe a necessidade de uma revisão das políticas públicas em saúde, bem como a implantação de ações de saúde que incluam estratégias de redução de risco e controle dessas doenças (PORTERO; MOTTA; CAMPINO, 2003). O adequado controle metabólico no DM-2 é fundamental para prevenir a ocorrência de episódios agudos de hiperglicemia ou hipoglicemia, como também para impedir ou retardar o desenvolvimento de complicações como neuropatias, nefropatias, obesidade, dislipidemia e doenças cardiovasculares (BURNET et al., 2007). Mesmo com a evolução da tecnologia, de todos os recursos disponíveis na área médica e exames complementares para diagnósticos, a avaliação clínica é soberana no atendimento ao paciente/cliente. A anamnese permite avaliação 27 cuidadosa do estado emocional do paciente/cliente, a caracterização da dor com identificação do tipo de localização, fatores desencadeantes e aliviadores, frequência, tempo de duração e ainda relações com alimentação, emoções e esforços (RIBEIRO, 2000). 1.1 JUSTIFICATIVA Frente ao apresentado, assinala-se que as Unidades de Saúde atendem os pacientes segundo protocolos clínicos médicos padronizados que oferecem melhor qualidade aos seus problemas de saúde. Não foram encontrados dados referentes a este tipo de atendimento para os profissionais da saúde que atuam em Unidades de Saúde do município de Ribeirão Preto/SP. Seria possível inferir que estes profissionais, com conhecimentos mais ampliados, deveriam ser mais zelosos e possuir um perfil de saúde diferenciado. A pesquisadora, enfermeira da Unidade de Assistência Especializada da Rede Pública Municipal, especialista na área de saúde do trabalhador, nutrição, administração hospitalar e de serviços de saúde pode constatar diariamente um descaso/desatenção dos Profissionais de Saúde com a sua própria saúde. Diante da realidade, sugere-se estimular esses trabalhadores a agirem em benefício próprio, visando à prevenção e/ou retardamento da ocorrência de doenças crônicas degenerativas e seus agravos, e consequentemente, à fruição de uma velhice/ vida futura/ senioridade mais ativa e saudável. 1.2 HIPÓTESE Acredita-se que o profissional que atua na área da saúde ofereça assistência de qualidade aos usuários, mas não entende ser necessário usar as mesmas práticas com relação a sua própria saúde. Com isto, o profissional de saúde que trabalha na Unidade de Assistência Especializada não se submete periodicamente ao mesmo tipo de atendimento dado aos seus pacientes e pode, com esse comportamento, estar comprometendo a sua própria saúde, assim este estudo tem como finalidade investigar o perfil dos trabalhadores da saúde desta Unidade. 28 1.3 OBJETIVO GERAL Investigar o perfil de saúde dos profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada do município de Ribeirão Preto/SP. 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Levantar dados da biologia humana dos profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada do município de Ribeirão Preto/SP; 2. Levantar dados sobre os aspectos relacionados ao meio ambiente que interferem na manutenção da saúde dos profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada do município de Ribeirão Preto/SP; 3. Levantar dados referentes ao estilo de vida dos profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada do município de Ribeirão Preto/SP; 4. Identificar como ocorre o acesso aos serviços de saúde dos profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada do município de Ribeirão Preto/SP. 29 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 MODELO DE “CAMPO DE SAÚDE” LALONDE Este modelo tem sua estrutura conceitual descrita por Laframboise em 1973, mas foi desenvolvido em 1974 por Marc Lalonde, no Canadá, que publicou um documento “Uma nova perspectiva sobre a saúde dos canadenses”, onde relatou preocupação em relação à ausência de uma estrutura conceitual para analisar a área da saúde. Marc Lalonde era o Ministro da Saúde daquele país, à época (LALONDE, 1974). O relatório tornou-se popular quando foi aplicado na Política de Saúde no Canadá, uma vez que ocorriam mudanças no perfil epidemiológico das doenças e havia necessidade de ampliar o modelo até então existente, enfatizando os fatores ambientais e do hospedeiro, além do agente etiológico (DEVER, 1988; DANTAS, 1996; SIQUEIRA, 2002; SILVA, 2003). As organizações sociais antigas foram marcadas pela fragmentação entre trabalho intelectual e manual, principalmente na área da saúde. Os cursos de medicina que tinham como base os conhecimentos científicos passam a valorizar as disciplinas técnicas em detrimento das disciplinas humanas. O relatório Lalonde foi considerado o “primeiro relatório governamental moderno no mundo ocidental a reconhecer que a ênfase em assistência médica sob um ponto de vista biomédico era insuficente”, e evidenciou a necessidade de olhar além do sistema tradicional de saúde para melhorar a saúde da população (LEMCO, 1994). Esse documento enfatizou a responsabilidade de cada indivíduo em mudar seus comportamentos para melhorar sua saúde (MINKLER, 1989), além de propor que intervenções da saúde pública deveriam dar ênfase aos segmentos da população de maior risco (FROHLICH; POTVIN, 2008). Trata-se de um referencial que analisa os problemas de saúde não só pela ótica dos aspectos biológicos, mas estabelece o conceito de “Campo de Saúde”, que seria constituído por quatro elementos principais compreendendo a biologia humana, o meio ambiente, o estilo de vida e a organização dos serviços de saúde (DANTAS, 1996; SIMÃO, 2001; SIQUEIRA, 2002; SILVA, 2003). Tais elementos foram 30 estabelecidos analisando-se as causas e fatores básicos de doenças e morte no Canadá, além do levantamento da influência destes elementos na instalação da saúde naquele país (SIQUEIRA, 2002; SILVA, 2003). Para Lalonde (1974), no modelo “Campo de Saúde” os problemas de saúde da população são resultantes dos elementos já citados, que são: A biologia humana que comporta aspectos da saúde física e mental pertencentes ao corpo humano e à constituição orgânica do indivíduo. Herança genética como antecedentes familiares, processos de maturidade e envelhecimento e os diferentes sistemas internos do organismo são considerados para compreendermos que o corpo humano é complexo e que as repercussões das alterações são variadas, sérias e podem contribuir para a morbimortalidade; O meio ambiente que compreende todos os aspectos relacionados à saúde externos ao corpo humano, incluindo o ambiente físico e o social. Nestes ambientes, os indivíduos têm pouco ou nenhum controle, como na qualidade da água, do ar, do meio ambiente, no ambiente físico e nas mudanças ocorridas no ambiente social. Muitas vezes o indivíduo contribui para o agravamento da situação deste meio ambiente como na poluição do ar e das águas. O estilo de vida que é o conjunto de decisões e hábitos de cada indivíduo, sobre os quais possui maior ou menor controle, e que afetam a sua saúde. Decisões e hábitos inadequados podem levar a riscos ditos autocriados segundo Simão (2001) resultando em doenças ou mortes, podendo-se então afirmar que o “estilo de vida” do indivíduo como o sedentarismo, a alimentação inadequada, o tabagismo, o uso de bebidas alcoólicas contribuiu ou causou as ocorrências. A organização dos Serviços da Saúde é o último elemento deste referencial e define-se como sistema de atenção à saúde consistindo na qualidade, quantidade, administração, natureza e relação de pessoas e recursos na oferta de cuidados à saúde. Incluem profissionais como médicos e enfermeiros, além dos serviços de saúde públicos e privados, ambulatoriais, farmácias, hospitais, entre outros. Os profissionais do sistema de atenção à saúde, envolvidos com a realidade de sua clientela 31 permitem discussões, criam canais para esclarecimentos de dúvidas e orientações, aspectos que educam ou convidam a refletir e, consequentemente, podem levar à aquisição de estilos de vida que possam determinar uma melhor qualidade de vida. Visando uma interpretação holística do perfil de saúde dos profissionais que atuam em uma Unidade de Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada do município de Ribeirão Preto/SP, optou-se por adotar o referencial de Campo de Saúde (LALONDE, 1974). 32 3 REVISÃO DA LITERATURA A avaliação do estado de saúde consiste na percepção que os indivíduos possuem de sua própria saúde. É um indicador que engloba tanto componentes físicos quanto emocionais dos indivíduos, além de aspectos do bem-estar e da satisfação com a própria vida. A percepção do indivíduo sobre a saúde não sobrevém apenas das sensações físicas de dor e desconforto, mas, sobretudo, das consequências sociais e psicológicas da presença da enfermidade (PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE – PNS, 2013). Nesta revisão de literatura serão abordados os temas que entendemos ser pertinentes para contextualizar e subsidiar a discussão sobre a temática proposta, considerando a articulação dos objetivos que foram traçados nesta investigação. Os conteúdos contemplam a DCNT, fatores de risco para DCNT, qualidade de vida e a ocorrência de DCNT, promoção de saúde e prevenção de doenças em trabalhadores e o papel da Instituição empregadora no acompanhamento do seu processo de saúde. 3.1 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS As DCNT, atualmente, são responsáveis pela maioria das doenças e mortes, em muitos países, independentemente da condição socioeconômica. Minayo (2000) refere que no âmbito médico desenvolveram-se vários instrumentos de avaliação de qualidade de vida, sobre a idéia de complementar as análises de sobrevida. Esses estudos evoluíram para integrar análises de custoutilidade, em voga na década de 1980, que ampliavam a visão restrita nos trabalhos de custo-eficácia dos anos 70, criticados por se deterem apenas em indicadores clínicos. Passou-se a considerar que os estudos de custo-utilidade são apropriados quando a qualidade de vida é um resultado importante, usualmente apresentado como custo por ano de vida ganho, ajustado pela qualidade ou Quality-Adjusted LifeYears (QALY). Matematicamente, o QALY é calculado como a soma do produto de anos de vida e a qualidade de vida em cada um desses anos. O estado de saúde pode ser medido direta ou indiretamente. A cada um ano de vida em ótima saúde é atribuído o valor 1 (um) e o valor 0 (zero) para o óbito (DASBACH; TEUTSCH, 1996). 33 O QALY posteriormente foi substituído por Disability-Adjusted Life-Years (DALY), em português, anos de vida corrigidos pela incapacidade (AVCI). A mudança fundamental entre um e outro é que o DALY, em lugar de buscar o valor subjetivo atribuído pelos indivíduos a cada um dos estados de saúde, é construído a partir da mortalidade estimada para cada doença e seu efeito incapacitante, ajustado pela idade das vítimas e uma taxa de atualização, para calcular o valor de uma perda futura. O conceito de incapacidade foi definido com a arbitragem exclusiva de especialistas internacionais, segundo eles, buscando o máximo de objetividade (BRUNET - JAILLY, 1997). Para calcular o DALY total de uma determinada condição soma-se o número de anos perdidos por essa causa e o total de anos vividos com incapacidades de conhecida severidade e duração. O DALY foi utilizado no Relatório Anual do Banco Mundial de 1993, comparando a carga de doenças nas diversas regiões do mundo e o custoefetividade de uma variedade de intervenções que lidam com esses problemas (HINMAN, 1997). O propósito foi redirecionar os recursos das intervenções ditas de maior custo por DALY ganho, de modo a garantir um pacote mínimo que reduza a carga das doenças, sem aumentar os recursos da saúde. O indicador Healthy Life-Year (HeaLY), que combina anos de vida perdidos pela morbidade com os que são atribuídos à mortalidade prematura e pode ser aplicado a indivíduos e a populações, foi comparado com o DALY por Hyder, Rotland e Morrow (1998), demonstrando ser mais compreensível, mais simples e flexível. Esses atributos, que facilitam sua utilização para tomada de decisão, pareceram suficientes para que o recomendassem como medida da carga de doença ou identificar grupos mais vulneráveis, ao se avaliarem o custo e os benefícios dos programas de intervenção. O projeto da OMS sobre a carga global de doença inclui dados desde 2000 sobre a incidência, a prevalência, a gravidade, a duração e a mortalidade de mais de 130 causas principais. Em 2005, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 5,07 milhões ou 52% de todas as mortes do mundo, sendo a carga de doença equivalente a 34 milhões de DALY. Apesar das considerações de que o status sócioeconômico não influi, existe diferença entre os países de renda baixa como os da África onde a carga de doenças transmissíveis, condições maternas e perinatais são maiores que as DCNT. Nos países de renda alta como Europa e América do Norte e categorias intermediarias de renda, as DCNT sobressaem às demais causas 34 (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE/ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - OPAS/OMS, 2011). De acordo com informações de Almeida e Cardona (2012), no ano de 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) através da Resolução nº 265, decidiu convocar para setembro de 2011, em Nova Iorque, uma reunião com a participação dos chefes de Estado para discutir as DCNT. Pela terceira vez a ONU chamou uma reunião de alto nível para discutir temas de saúde, o que representa uma janela de oportunidade, significando um momento decisivo para engajamento dos líderes de Estado e Governo na luta contra as DCNT, bem como para a inserção do tema das DCNT como fundamental para o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em especial, aquelas relativas à redução da pobreza e desigualdade (GENEAU et al., 2011). No contexto mundial, em 2008, as DCNT foram responsáveis por 63% dos óbitos sendo as principais causas de morte no mundo. Aproximadamente 80% das mortes por DCNT vêm ocorrendo em países de baixa e média renda e, um terço dessas mortes, em pessoas com idade inferior a 60 anos. A maioria destes óbitos é por Doença Arterial Coronariana (DAC), câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas. As principais causas dessas doenças incluem fatores de risco modificáveis como o tabagismo, consumo nocivo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada. O estado de saúde pode ser medido direta ou indiretamente (BRASIL, 2011e). No Brasil o panorama das DCNT acompanha a tendência mundial, sendo responsável por 72% das mortes e representando 75% dos gastos com atenção à saúde no Sistema Único de Saúde - SUS (BRASIL, 2011e). Estes dados mostram uma mudança nas cargas de doenças, considerando que as DCNT provocam um forte impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados, uma maior possibilidade de morte prematura e os efeitos econômicos adversos para as famílias, comunidades e sociedade em geral. Apesar dos dados apresentados, observou-se redução nas doenças relacionadas ao aparelho circulatório e respiratório de caráter crônico. A redução das DCNT pode ser em parte, atribuída à expansão da atenção primária, melhoria da assistência e redução do tabagismo nas últimas duas décadas, que passou de 34,8% (1989) para 15,1% (2010). Entretanto, as taxas de mortalidade por diabetes e câncer aumentaram nesse mesmo período (BRASIL, 2011e). 35 3.2 FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DE DCNT As DCNT são multifatoriais, se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração. Segundo estimativas da OMS, as DCNT já são consideradas um sério problema de saúde pública, sendo responsáveis por 58,5% das mortes e 45,9% da carga de doença no mundo (WHO, 2002; SCHRAMM; OLIVEIRA; LEITE, 2004; MONTEIRO, 2005). As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) vêm aumentando no Brasil, hoje alcançando 72% do total de óbitos (SCHMIDT; DUNCAN, 2011). Segundo o Relatório Mundial de Saúde 2013 (WHO, 2013) há a necessidade e exigência pública para com acesso a cuidados de boa qualidade, e isto aumenta mais a pressão pela escolha de políticas inteligentes e oportunidades para aumentar a eficiência. Estima que entre 20% e 40% de todos os gastos em saúde são atualmente desperdiçados por ineficiência. Investir esses recursos de modo mais inteligente pode ajudar os países a chegarem mais perto da cobertura universal sem aumentar os gastos. As “circunstâncias em que as pessoas crescem, vivem, trabalham e envelhecem” influenciam fortemente como as pessoas vivem e morrem (WHO, 2013). A educação, habitação, alimentação e emprego influenciam a saúde. Reduzir as desigualdades nestas áreas reduzirá as desigualdades em saúde. Nas DCNT existe a associação de fatores complexos e multivariáveis por se tratarem de doenças presentes no cotidiano dos indivíduos, por provocarem alterações objetivas e subjetivas em seu dia a dia e por serem, consequentemente, responsáveis por mudanças de comportamento (OPAS, 2004; McQUEEN, 2007). Os principais fatores ambientais modificáveis das DCNT são os hábitos alimentares inadequados, o sedentarismo, sobrepeso e obesidade, associados às mudanças no estilo de vida como o consumo abusivo de álcool, a cessação do tabagismo e o controle do estresse psicoemocional (BRASIL, 2011e). Dentro da prevenção, o monitoramento da prevalência dos fatores de risco para DCNT, especialmente daqueles de natureza comportamental, permitem, por meio das evidências observadas, a implementação de ações preventivas com maior custo-efetividade (BRASIL, 2011e). No entanto, o padrão comportamental e os hábitos de vida estão estreitamente relacionados com condições objetivas de oferta, demanda, consumo, 36 modismo e ainda as representações sociais da cultura e das relações sociais estabelecidas na sociedade. Os fatores de risco para a população brasileira estão relacionados ao baixo nível de atividade física no lazer na população adulta (15%), baixo consumo de frutas e hortaliças por semana (18,2%), elevado consumo de alimentos com alto teor de gordura (34%) e consumo de refrigerantes em 5 ou mais dias por semana (28%), contribuindo para o aumento da prevalência de excesso de peso em 48% e 14% de obesidade, na população adulta, sem esquecer-se das crianças e adolescentes já apresentando níveis nada satisfatórios (BRASIL, 2011e). Entre as neoplasias, temos o câncer de mama e o de colo uterino ocupando as primeiras posições e, por isso, é necessário incrementar a cobertura da mamografia e do exame preventivo de colo uterino entre as mulheres de todo o país (BRASIL, 2011e). 3.2.1 Doença Arterial Coronariana A DAC é um tipo de doença cardíaca, e pode ser definida como condição caracterizada por anormalidades funcionais ou estruturais das artérias coronárias, o que causa fornecimento inadequado de sangue ao músculo cardíaco, resultando em diminuição da oferta de oxigênio para o miocárdio (FAGUNDES, 2011). No Brasil, a DAC é uma das principais causas de morte e internação hospitalar, segundo dados do Departamento de Informática do SUS - DataSUS. Além da alta prevalência, a DAC causa alta morbidade e alto custo para os sistemas de saúde (BITTENCOURT; OLIVEIRA; GOWDAK, 2010). Segundo Cerqueira e colaboradores (2002), a DAC é a primeira causa de óbito nas sociedades modernas. O principal mecanismo patogenético da DAC, que ocorre em aproximadamente 90% dos casos, é a obstrução arterial, lenta e gradual, causada por placa aterosclerótica (depósitos gordurosos na parte interna das suas artérias). Clinicamente, pode se apresentar de diferentes formas, dores no peito (angina), falta de ar ou outros sintomas. Um bloqueio completo pode causar um ataque cardíaco. Na forma crônica, a angina estável constitui a principal manifestação clínica da doença, sendo o quadro inicial em 50% dos pacientes. Entretanto, a DAC também pode estar presente na ausência de angina e, nestes casos, as manifestações mais comuns compreendem a isquemia silenciosa e cardiopatia isquêmica (TRATADO 37 DE CARDIOLOGIA DA ASSOCIAÇÃO DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA DE SÃO PAULO - SOCESP, 2009). Uma fórmula de previsão na população em geral, quanto à probabilidade de doença coronariana é calculada com base nos resultados do Estudo de Framingham. De acordo com faixa etária, sexo, valores de pressão arterial sistólica, valores da razão entre o colesterol total e a fração HDL, presença de tabagismo e diagnóstico de diabetes é possível estabelecer o risco de infarto do miocárdio e angina do peito, em dez anos. O escore de Framingham pode ser útil na comparação de populações, mas traz pouca utilidade na prática clínica, conforme salienta Lotufo (2008). Dados do Estudo de Framingham sugerem que, para um sujeito adulto de 40 anos de idade, o risco de desenvolver DAC durante a vida é de 49% para homens e 32% para mulheres (BITTENCOURT; OLIVEIRA; GOWDAK, 2010). 3.2.2 Diabetes O termo diabetes mellitus descreve uma desordem metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por uma hiperglicemia crônica com distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lipídeos e proteínas, resultantes de deficiências na secreção ou ação da insulina, ou de ambas (SOCIEDADE PORTUGUESA DE DIABETOLOGIA – SPD, 2015). O diabetes mellitus caracteriza-se por um transtorno metabólico causado por hiperglicemia (elevação da glicose sanguínea) resultado de distúrbio no mecanismo de açúcares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA – SBEM, 2015). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta, portanto, em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia (SBEM, 2015). O diagnóstico precoce do diabetes é importante não só para prevenção das complicações agudas, como também para a prevenção de complicações crônicas. A assistência médica a portadores de diabetes é feita principalmente nas Unidades Básicas de Saúde, sendo encaminhados para a Unidade de Assistência 38 Especializada de Saúde somente os casos mais complicados e que necessitam de um olhar mais detalhado do especialista. As medicações para o tratamento do diabetes são disponibilizadas na rede SUS e também no Programa da Farmácia Popular. 3.2.3 Obesidade De acordo com a World Health Organization (WHO, 2004), a obesidade é frequentemente definida como uma condição anormal ou excessiva de acúmulo de gordura no tecido adiposo, regionalizado ou em todo o corpo. Pode atingir a extensão na qual a saúde do indivíduo pode ser prejudicada, por ser um grande fator de risco para DCNT. Em termos simples, a obesidade é uma consequência de um desbalanço energético, onde a ingestão de energia excede o gasto energético, ao longo de um considerável período. A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais desafios de saúde pública neste início de século. Suas complicações incluem o DM-2, a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apneia do sono, problemas psicossociais, doenças ortopédicas e diversos tipos de câncer (COUTINHO, 2014). A escalada vertiginosa da obesidade em diferentes populações, incluindo países industrializados e economias em transição, levanta a questão de quais fatores estariam determinando esta epidemia. É provável que a obesidade surja como resultante de fatores poligênicos complexos e um ambiente obesogênico (COUTINHO, 2014). Considerando-se que o patrimônio genético da espécie humana não pode ter sofrido mudanças importantes neste intervalo de poucas décadas, certamente os fatores ambientais devem explicar esta epidemia. Quando se busca a explicação para a epidemia global de obesidade, certamente os esforços devem concentrar-se na identificação de fatores ambientais envolvidos (GORTMAKER et al.,1993; HILL; PETERS, 1998; EPSTEIN et al., 2000). O meio ambiente predominante em todos os países ocidentais ou com hábitos de vida ocidentalizados caracteriza-se por oferta ilimitada de alimentos baratos, palatáveis, práticos e de alta concentração energética. Alia-se a essa situação o sedentarismo crescente, com a prática de atividades físicas cada vez mais dificultadas, principalmente nas grandes cidades (HILL; PETERS, 1998). 39 Apesar de existirem experiências bem sucedidas de intervenções comunitárias visando promover hábitos alimentares mais saudáveis, principalmente na infância, como defendem Birch e Fisher (1998), sua implementação esbarra na forte influência que a propaganda de alimentos exerce sobre as preferências alimentares das crianças. 3.2.4 Tabagismo O Programa Nacional de Controle do Tabagismo – PCNT (2003) tem como objetivo geral reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no Brasil, envolvendo dois grandes objetivos específicos: reduzir a iniciação do tabagismo, principalmente, entre jovens e aumentar a cessação de fumar entre os que se tornaram dependentes, além de proteger todos dos riscos do tabagismo passivo. O Ministério da Saúde (MS) tem como meta, para 2022, reduzir em 30% a prevalência do tabagismo em adultos utilizando-se de ações educativas; promoção, apoio e cessação de fumar e mobilização de medidas legislativas e econômicas para controle do tabaco. A legislação brasileira para controle do tabaco é reconhecida por ser uma das mais fortes do mundo, entretanto, é alvo de constantes desafios. Em mais uma ação de prevenção surge o Decreto nº 8.262/14, que proíbe o uso de produtos fumígenos derivados ou não do tabaco em recinto coletivo fechado; e proíbe também a propaganda dos produtos, exceto a sua exposição de venda. (BRASIL, 2014a). 3.2.5 Alcoolismo No Brasil, diversas estatísticas apontam que o alcoolismo afeta entre 3% e 6% da população, havendo uma prevalência de 5 homens para cada mulher acometida pela doença (PNS, 2013; SILVA; DIAS; SILVA, 2013). O alcoolismo é o consumo excessivo, duradouro e compulsivo de bebidas alcoólicas, que degrada a vida pessoal, familiar, profissional e social do indivíduo. Antes da dependência ocorre a tolerância, que é o fato de uma pessoa precisar de doses cada vez maiores para produzir os mesmos efeitos que antes conseguia com doses menores (PNS, 2013; SILVA; DIAS; SILVA, 2013). 40 Diz-se que uma pessoa é dependente do álcool quando ela não tem mais forças para interromper o consumo e, se o interrompe, apresenta sintomas desagradáveis que cedem com o retorno ao álcool. A esse fato chama-se abstinência (SILVA; DIAS; SILVA, 2013). Em sua evolução, o alcoolismo também leva a doenças físicas e psíquicas, algumas irreversíveis e que podem resultar em morte (SILVA; DIAS; SILVA, 2013, PNS, 2013). O alcoolismo gera custos muito altos para os serviços de saúde em todo o mundo, além de outros representados pela queda de produtividade, pois os alcoólatras têm os seus rendimentos profissionais seriamente prejudicados ou ficam impedidos de trabalhar (SILVA; DIAS; SILVA, 2013). A meta do MS no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT até 2022 é de redução de 10% na prevalência do consumo abusivo de álcool em adultos, ou seja, quatro doses ou mais em mulheres e cinco doses ou mais em homens, nos últimos 30 dias. A Lei nº 12.760/2012, que reforça a popularmente conhecida “Lei Seca” nº 11.705/2008 (visa coibir a condução de veículo motorizado após o consumo de bebidas alcoólicas), e altera no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) o valor da multa administrativa, podendo a mesma dobrar em caso de reincidência no período de 12 meses, além de ampliar as possibilidades de provas da infração de dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer substância psicoativa, as quais foram disciplinadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) na Resolução nº 432 de 23 de janeiro de 2013. O país deve também avançar no marco regulatório desse setor, especialmente na proibição da propaganda de cervejas; além de apoiar as ações fiscalizatórias em relação à venda de bebidas alcoólicas aos menores de 18 anos (BRASIL, 2011e). 3.2.6 Atividade Física e Sedentarismo A prática regular de atividade física, exercício ou esportes é considerada como fator de proteção à saúde das pessoas. Já estão disponíveis vários instrumentos para avaliar o Nível de Atividade Física (NAF) de determinada população. Esses métodos podem variar desde monitores eletrônicos (como, por exemplo, os sensores de movimentos) até levantamentos realizados através de questionários. O International Pyisical Activity Questinonnaire (IPAQ), do Centro Coordenador do IPAQ no Brasil, Centro Estudos 41 Laboratório de Aptidão Física São Caetano do Sul (CELAFISCS), define a Classificação do Nível de Atividade Física em indivíduos sedentários, irregularmente ativos, ativos e muito ativo (MATSUDO et al., 2001). Os indivíduos adultos fisicamente ativos podem ser classificados em quatro domínios: no lazer (no tempo livre), no trabalho, no deslocamento, e no âmbito das atividades domésticas. O nível recomendado de atividade física no lazer (no tempo livre) é de, pelo menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa (PNS, 2013). O tempo gasto em comportamentos sedentários está fortemente relacionado ao aumento do risco de se contrair doenças; havendo múltiplas evidências de que o número de horas diárias que o indivíduo despende vendo televisão aumenta sua exposição à obesidade e, consequentemente, a outras doenças (PNS, 2013). Estes fatores de risco comportamentais ou condutas de risco constituem metas primordiais da prevenção de enfermidades e a educação em saúde tem sido utilizada tradicionalmente para atingir essa meta. No entanto, dentro do marco mais amplo da promoção da saúde, os fatores de risco podem ser considerados como respostas às condições de vida adversas e as ações devem incluir a criação de ambientes favoráveis à saúde (OMS, 1988). As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população (BUSS; PELLEGRINI, 2007). Estes determinantes correspondem a um conjunto de fatores que caracteriza as particularidades dos indivíduos e também reflete sua inserção em um tempoespaço, condicionando o processo saúde-doença na especificidade do indivíduo e na abrangência do modo de vida coletivo. Os determinantes sociais principais para as DCNT são as desigualdades sociais, as diferenças no acesso aos bens e aos serviços, a baixa escolaridade, as 42 desigualdades no acesso à informação; fatores esses somados aos fatores de risco modificáveis, como o tabagismo, consumo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada, o que torna possível sua prevenção (BRASIL, 2011e). 3.3 QUALIDADE DE VIDA E A OCORRÊNCIA DE DCNT A Qualidade de Vida (QV) foi definida pelo Grupo de Qualidade de Vida, da Divisão de Saúde Mental da WHO, como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Nessa definição, é implícito que o conceito de qualidade de vida é subjetivo e multidimensional, incluindo elementos de avaliação positivos e negativos (WHO, 1995). Saúde não significa apenas não estar doente, mas alcançar o estado de satisfação e plenitude consigo próprio e com a vida (KOLOTKIN et al., 2006). A QV relacionada à saúde é avaliada com base em dados mais objetivos e mensuráveis, aplicados a pessoas reconhecidamente doentes do ponto de vista físico, referindo-se ao grau de limitação associada ao desconforto que a doença e/ou sua terapêutica acarretam (NAHAS, 2003). Os estudos têm sugerido que a QV diminui, à medida que o número de complicações crônicas do doente aumenta, e que a gravidade das complicações crônicas é uma variável preditora mais forte do que o número dessas complicações. (GLASGOW et al., 1997). A elevada prevalência de sintomas das complicações crônicas, combinada com seu significativo impacto negativo, parecem causar uma diminuição da QV e da utilidade destes, quer do ponto de vista individual, quer do social (HAHL et al., 2002). Diante da preocupação de caracterizar essa percepção do indivíduo sobre seu estado de saúde e sua qualidade de vida, diversos estudos têm sido realizados com esta finalidade. Sabemos que a ocorrência de DCNT, em geral, leva à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para ele, sua família e a sociedade, levando à diminuição da QV e ao aumento dos custos da assistência à saúde. No Brasil, as DCNT representam parcela substancial, senão a mais importante, dos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema de Saúde Suplementar. As doenças cardiovasculares, o diabetes, as neoplasias, as doenças 43 respiratórias crônicas e as musculoesqueléticas representam parcela substancial das despesas com a assistência hospitalar (BRASIL, 2011e). As taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas estão diminuindo, provavelmente como resultado do controle do tabagismo e do maior acesso à atenção primária – que necessitam ser incrementados (BRASIL, 2011e). A epidemia de obesidade, com consequente crescimento da prevalência de diabetes e hipertensão, ameaça o decréscimo adicional das DCNT. Tendências desfavoráveis na maioria dos fatores de risco mostram a necessidade de ações adicionais de promoção e prevenção da saúde, especialmente na forma de legislação, regulamentação e intervenções locais, e daquelas que permitem cuidados integrais (BRASIL, 2011e). As atividades de vigilância em saúde relacionadas às doenças e agravos não transmissíveis são primordiais para algumas das funções essenciais de saúde pública como a monitoração e a análise da situação de saúde além da intervenção e o controle de riscos e danos às populações. Constituem ações relevantes para organização e funcionamento do SUS e a sua realização de forma adequada e contribuem para o melhor aproveitamento dos recursos destinados às ações e serviços públicos de saúde (ROSA, 2013). Como resposta ao desafio das DCNT, o Ministério da Saúde do Brasil tem implementado importantes políticas de enfrentamento dessas doenças, com destaque para a Organização da Vigilância de DCNT, cujo objetivo é conhecer a distribuição, magnitude e tendência das doenças crônicas e agravos e seus fatores de risco e apoiar as políticas públicas de promoção da saúde, e lançou, em agosto de 2011, o “Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022”. O plano, anteriormente citado, tem por meta reduzir em 2% ao ano a taxa de mortalidade prematura causada por DCNT até 2022. Entretanto, o enfrentamento das DCNT ainda exige esforços do setor Saúde; e de outros setores, dada sua magnitude e complexidade de seus determinantes. 3.4 PROMOÇÃO TRABALHADORES DE SAÚDE E PREVENCÃO DE DOENÇAS EM 44 A Carta de Ottawa, resultado da I Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, realizada em 1986, afirma oficialmente a constatação de que os principais determinantes da saúde são exteriores ao sistema de tratamento. Este documento postula a ideia da saúde como qualidade de vida resultante de complexo processo condicionado por diversos fatores, tais como a alimentação, justiça social, ecossistema, renda e educação. Mudar os modos de vida, de trabalho e de lazer tem um significativo impacto sobre a saúde. Trabalho e lazer deveriam ser fontes de saúde para as pessoas. A organização social do trabalho deveria contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável. A promoção da saúde gera condições de vida e trabalho seguras, estimulantes, satisfatórias e agradáveis. No Brasil, a conceituação ampla de saúde assume destaque nesse mesmo ano, tendo sido incorporada ao Relatório Final da VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS, 1986): Direito à saúde significa a garantia, pelo Estado, de condições dignas de vida e de acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, em todos os seus níveis, a todos os habitantes do território nacional, levando ao desenvolvimento pleno do ser humano em sua individualidade (BRASIL, 1986). As ações próprias dos sistemas de saúde precisam estar articuladas, sem dúvida, a outros setores disciplinares e de políticas governamentais responsáveis pelos espaços físico, social e simbólico. Essa relação entre intersetorialidade e especificidade é, não obstante, um campo problemático, pois sustenta uma tensão entre a demarcação dos limites da competência específica das ações do campo da saúde e a abertura exigida à integração com outras múltiplas dimensões. Promover a vida em suas múltiplas dimensões envolve, por um lado, ações do âmbito global de um Estado e, por outro, a singularidade e autonomia dos sujeitos (CZERESNIA, 1999). As propostas de promoção da saúde em Leavell e Clark privilegiavam ações educativas normativas voltadas para indivíduos, famílias e grupos (BUSS, 2003). O ideário da medicina preventiva acabou por produzir uma redução dos aspectos sociais do processo saúde e doença, naturalizando-os ao construir modelos explicativos até históricos do adoecer humano (AROUCA, 1975). Sem dúvida, as ações de promoção da saúde, apresentadas como componente da prevenção primária, estão bem aquém da contundente compreensão da relação entre saúde e 45 sociedade expressa nos estudos de medicina social no século XIX (CZERESNIA, 2003). A concepção de níveis de prevenção foi incorporada ao discurso da Medicina Comunitária, no Brasil, na década de 1960 e orientou o estabelecimento de níveis de atenção nos sistemas e serviços de saúde que vigora até hoje. Esta idéia foi amplamente difundida durante os anos 70 e 80 juntamente com a proposta de Atenção Primária em Saúde “saúde para todos no ano 2000”, contida na declaração de Alma-Ata (TEIXEIRA; SOLLA, 2006). Contudo, o desenvolvimento da medicina no Brasil manteve a predominância de uma prática individual, com enfoque curativo dos problemas de saúde e as dicotomias teoria-prática, psíquico-orgânico indivíduosociedade (TORRES, 2002). A incorporação de alta tecnologia elevou progressivamente os custos dos procedimentos, conduzindo os sistemas de saúde dos países ocidentais a uma crise estrutural. Esta crise gerou a necessidade de reformas nos sistemas de saúde. Daí, o resgate de propostas que, na origem, tenderam a ficar subalternas. É nesse contexto que, especialmente no Canadá, ampliou-se a ideia de promoção da saúde (TEIXEIRA; SOLLA, 2006). O Informe Lalonde, documento oficial do Governo do Canadá publicado em 1974, é um dos marcos desta tendência. Este documento define o conceito de campo da saúde como constituído de quatro componentes: biologia humana, meio ambiente, estilos de vida e organização da atenção à saúde. Esta definição está mais ajustada ao conhecimento construído no âmbito da epidemiologia de doenças não transmissíveis, apresenta uma orientação claramente preventiva (TERRIS, 1996) e uma referência explícita à necessidade de racionalização dos gastos com assistência à saúde: Até agora, quase todos os esforços feitos pela sociedade para melhorar a saúde e a maioria dos gastos diretos em saúde centraram-se na organização dos serviços de atenção sanitária. Sem dúvida, quando identificamos as principais causas atuais de doença e morte no Canadá, vemos que estão arraigadas nos outros três elementos do conceito: biologia humana, meio ambiente e estilos de vida. Portanto, é evidente que se gasta grandes somas no tratamento de doenças que poderiam ser evitadas (LALONDE, 1974 apud TERRIS, 1996, p. 39-40). Dentro desta perspectiva, mudanças de estilo de vida ou comportamentos relativos à alimentação, exercícios físicos, fumo, drogas, álcool, conduta sexual são reafirmadas nas estratégias de promoção e prevenção de saúde propostas. Além 46 disso, resgata-se a compreensão do papel fundamental das condições gerais de vida sobre a saúde. Para estimular hábitos de vida mais saudáveis e dar assistência qualificada às pessoas com DCNT, o MS instituiu a Rede de Atenção à Saúde para esses usuários no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A rede pretende fortalecer o cuidado integral aos brasileiros e humanizar o atendimento, ampliando as estratégias de promoção da saúde e de prevenção com reforço às ações de diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de danos ((BRASIL, 2011a; AMERICO, 2013). “Representa um avanço no combate ao desenvolvimento de doenças crônicas, assegurando ao brasileiro atendimento qualificado e articulado entre todas as unidades de atenção à saúde”. A rede pretende funcionar com linhas de cuidados específicas voltadas à prevenção e tratamento das DCNT, principalmente o Diabetes, a Hipertensão Arterial, alguns tipos de cânceres, além de combater o excesso de peso e a obesidade, incluindo o tratamento cirúrgico para a obesidade grave. Os critérios para a implantação dessas linhas de cuidados serão definidos pelo MS, em normativas específicas (AMERICO, 2013). De acordo com a OMS, as doenças crônicas constituem um dos grandes desafios de saúde pública. No ano de 2020, elas serão responsáveis por 80% da carga de doença nos países em desenvolvimento. Atualmente, apenas 20% da população nesses países realizam o tratamento prescrito ou aderem a terapias de longo prazo (SILVA; DIAS; SILVA, 2013; AMERICO, 2013). O Programa Academia da Saúde, lançado em 2011, pelo MS, é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população; entretanto, não se restringe às práticas corporais e atividades físicas. As ações propostas nessa perspectiva mais ampliada de saúde, devem estar culturalmente inseridas e adaptadas aos territórios locais, incluem também práticas integrativas e complementares, práticas artísticas, educação em saúde e alimentação saudável – todas desenvolvidas em um espaço físico denominado de polo, construído exclusivamente para tal fim (BRASIL, 2013). A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer com o objetivo de contribuir para a promoção da saúde, alimentação saudável, produção do cuidado e de modos de vida saudáveis da população. Atualmente, há mais de 2,6 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 47 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo MS. O MS ainda tem como meta estabelecida habilitar 4.800 polos do Programa Academia da Saúde até o final de 2015 (AMERICO, 2013; BRASIL, 2014). Para melhorar a dieta dos brasileiros e qualidade de vida, o MS também firmou um acordo com a indústria alimentícia que prevê a redução gradual do teor de sódio em 16 categorias de alimentos. A previsão é de que, até 2020, estejam fora das prateleiras mais de 20 mil toneladas com o teor deste alimento. Se o consumo de sódio for reduzido para a recomendação diária da OMS (menos de cinco gramas por pessoa diariamente), os óbitos por Acidente Vascular Cerebral (AVC) podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10%. Ainda estima-se que 1,5 milhões de brasileiros não precisaria de medicação para hipertensão e a expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos (AMERICO, 2013). A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNaPS) revisada em 2014 aponta a necessidade de articulação com outras políticas públicas para fortalecê-la, com o imperativo da participação social e dos movimentos populares, em virtude da impossibilidade de que o Setor Sanitário responda sozinho ao enfrentamento dos determinantes e condicionantes da saúde. Assim, objetivos, princípios, valores, diretrizes, temas transversais, estratégias operacionais, responsabilidades e temas prioritários, reformulados e atualizados para esta política do Estado brasileiro, visam à equidade, à melhoria das condições e dos modos de viver e à afirmação do direito à vida e à saúde, dialogando com as reflexões dos movimentos no âmbito da promoção da saúde (BRASIL, 2014, p. 6). 3.5 O PAPEL DA INSTITUIÇÃO EMPREGADORA NO ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO DE SAÚDE DOS TRABALHADORES A saúde do trabalhador é o campo da saúde pública que tem como objeto de estudo e intervenção as relações-consumo e o processo saúde-doença das pessoas e dos trabalhadores, de modo particular. Nas premissas que conformam o campo, destaca-se a compreensão do trabalho como organizador da vida social e determinante das condições de vida e saúde das pessoas, espaço de dominação e resistência dos trabalhadores. A transformação dos processos produtivos, no sentido de torná-los promotores de saúde e não de adoecimento e morte, constitui foco dos estudos e das intervenções, além de um desafio permanente (MENDES; DIAS, 1991). 48 No cotidiano dos serviços de saúde, a contribuição do trabalho na determinação da qualidade de vida das pessoas e dos trabalhadores, de modo único, aparece geralmente traduzida nos efeitos negativos: os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho. O processo de reestruturação produtiva desencadeado pela globalização da economia e dos mercados e a viabilização pelas novas tecnologias e novos meios de comunicação acarretaram mudanças significativas no mundo do trabalho, com repercussões sobre a natureza do trabalho, sobre o perfil dos trabalhadores, os modos de vida e o processo saúde-doença. Nessa direção, surgiram as terceirizações e quarteirizações, causando uma precarização das relações de trabalho, com desregulamentação e perda de direitos trabalhistas e sociais, a fragilização das organizações sindicais, a subcontratação de força de trabalho, com rebaixamento dos níveis salariais e descumprimento de regulamentos de proteção à saúde e segurança, acúmulo de funções, informalização do trabalho. Tal contexto está associado à exclusão social e à precarização das condições de saúde (BORGES; DRUCK, 2002). As mudanças na organização e gestão do trabalho repercutem sobre o perfil epidemiológico da população trabalhadora e se expressam nos acidentes de trabalho, nas intoxicações por agrotóxicos, metais e solventes, nos quadros de pneumopatias, nas Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), estresse, fadiga física, sofrimento psíquico e mental. Além disso, a violência urbana e a criminalidade estendem-se aos ambientes de trabalho, na forma de assaltos, lesões corporais e morte entre motoristas, policiais, vigilantes, bancários, trabalhadores da saúde, agentes penitenciários e da segurança pública, dentre outros. Observa-se também um aumento considerável dos acidentes de trânsito em especial com os trabalhadores na rua, motociclistas profissionais, no exercício de suas atividades e os acidentes de trajeto, relacionados ao transporte de trabalhadores, na ida ou volta para casa/serviço (SANTANA et al., 2009). Este cenário reforça a complexidade e o desafio de se prover a atenção integral à saúde dos trabalhadores. A publicação da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), pelo Decreto Presidencial nº 7.602, de 07 de novembro de 2011 (BRASIL, 2011a), representou um marco histórico na abordagem das relações trabalho-saúde 49 e doença no Brasil. Pela primeira vez, um documento oficial explicita as responsabilidades e ações a serem desenvolvidas pelos organismos de governo responsáveis pela proteção e recuperação da saúde dos trabalhadores. Busca-se, dessa forma, superar a fragmentação e a superposição das ações desenvolvidas pelos setores Trabalho, Previdência Social, Saúde e Meio Ambiente por meio da articulação das ações de governo, com participação voluntária das organizações representativas de trabalhadores e empregadores (BRASIL, 2011a). A PNSST tem como princípios norteadores a universalidade, a integralidade, o diálogo social e a precedência das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as de assistência e reabilitação. Os objetivos propostos são a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e danos à saúde relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele (BRASIL, 2011a). A diretriz de incluir no sistema nacional de promoção e proteção da saúde no trabalho todos os trabalhadores brasileiros (os formalmente registrados de acordo com as prescrições da Consolidação das Leis do Trabalho, os autônomos, os domésticos e os informais, além de civis e militares, servidores da União, dos Estados e dos Municípios) é inovadora. Esse desafio é ampliado no contexto de transformações observadas no mundo do trabalho e no modelo prevalente de desenvolvimento adotado para o país, marcado pela precarização do trabalho e o desemprego estrutural, que reforçam a desigualdade social (DRUCK, 2011). Assim, a efetiva implementação da PNSST exige políticas afirmativas de inclusão social e depende da participação dos trabalhadores, como destaca Facchini (2006) ao analisar a versão preliminar do documento apresentado como subsídio às discussões na 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, realizada em 2005, sob a coordenação compartilhada dos Ministérios da Saúde, do Trabalho e Emprego e da Previdência Social. O Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, publicado em abril de 2012, detalha os aspectos operacionais da Política visando facilitar sua implementação (BRASIL, 2012a). Entre as competências atribuídas ao MS, o artigo VII, letra a, explicita o fomento da: 50 [...] atenção integral à saúde dos trabalhadores, envolvendo a promoção de ambientes e processos de trabalho saudáveis, o fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados ao trabalho, a assistência integral à saúde dos trabalhadores, incluindo a reabilitação física e psicossocial (BRASIL, 2011a). Entre os aspectos facilitadores para que o MS desempenhe bem essa atribuição, o princípio constitucional da universalidade de acesso ao cuidado da saúde, presente também como um dos pilares para a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), antecipa e contempla a prescrição do Decreto nº 7.602/11. Diferentemente da atuação do Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência Social, cujas práticas estão historicamente vinculadas aos trabalhadores do setor formal de trabalho, o SUS nasce sob a orientação de cuidar de todos os trabalhadores (BRASIL, 1990). A capilaridade da rede de serviços do SUS, presente em todos os municípios brasileiros, permite alcançar os trabalhadores, o mais próximo de onde moram e trabalham, por meio dos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS). Este texto discute a contribuição do SUS para a estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores prescrita na PNSST, considerando o modelo da Rede da Atenção à Saúde e o papel ordenador e coordenador do cuidado atribuído à APS. No texto, as expressões “Atenção Básica” e “Atenção Primária à Saúde” são utilizadas como sinônimas, seguindo as orientações emanadas da Política Nacional de Atenção Básica de 2011 (BRASIL, 2011b). O conceito de atenção integral à saúde do trabalhador é polissêmico. A Constituição Federal de 1988 define o atendimento integral como diretriz e reforça a prioridade das atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais (BRASIL, 1988). A00 Lei Orgânica nº 8.080 porém, estabelece como princípio, a integralidade da assistência, abrangendo as ações necessárias, em cada caso, em todos os níveis de atenção e, desse modo, permitindo a interpretação de que o termo se refere a ações assistenciais resolutivas (BRASIL, 1990). De acordo com a PNSST, as ações de promoção e proteção da saúde e a prevenção de agravos e do adoecimento são indissociáveis da assistência, incluindo a reabilitação em nível individual e coletivo. Ao considerar os aspectos biológicos, sociopolíticos e culturais determinantes do processo saúde-doença este conceito é o que mais se aproxima daquele 51 proposto pelo movimento da Saúde do Trabalhador, o qual surge em sintonia com o processo de reorganização social e política do país, ocorrido nos anos 1970-1980, enfatizando a contribuição do trabalho enquanto determinante das condições de vida e saúde. Além da atenção integra, o Movimento da Saúde do Trabalhador propunha a ruptura com as práticas tradicionais da Saúde Ocupacional, a incorporação dos trabalhadores como sujeitos da própria saúde e a responsabilidade da rede pública de serviços de saúde no cuidado dos trabalhadores (MENDES; DIAS, 1991). O desenvolvimento de ações de Saúde do Trabalhador na rede pública de serviços de saúde no Brasil, que consideram as relações produção-consumo, ambiente e saúde como determinantes do processo saúde-doença dos trabalhadores, é um processo sociopolítico e técnico que se inicia no final dos anos 1970 e foi institucionalizado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde em 1990 (BRASIL, 1988; BRASIL, 1990). Desde então, as ações de Saúde do Trabalhador no SUS têm sido desenvolvidas em distintas estratégias e formas de organização institucional nos três níveis de gestão do SUS. A criação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), em 2002, representou um marco importante nesse processo, tendo os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) como lócus privilegiado de execução, articulação e pactuação de ações de saúde, intra e intersetorialmente, ampliando a visibilidade da área de Saúde do Trabalhador junto aos gestores e ao controle social (DIAS; HOEFEL, 2005). Em 2006, o Pacto pela Saúde redefiniu a organização da atenção à saúde no país e atribuiu à Atenção Primária à Saúde (APS) o papel de eixo organizador das ações no SUS (BRASIL, 2006a). Posteriormente, a Portaria nº 4.279/2010 estabeleceu diretrizes para a organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) no SUS, atribuindo à Atenção Primária à Saúde (APS) a função de centro de comunicação da rede (BRASIL, 2010). O MS vem desde 1988 buscando formular um documento que explicite a política de atenção à saúde dos trabalhadores no âmbito do SUS (PNST-SUS). A versão mais recente, construída sob a coordenação da área técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, a Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT), foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, em 2011. 52 A PNST-SUS reitera a indissociabilidade das práticas preventivas e curativas, a necessidade, no âmbito do SUS, de uma ação transversal de caráter transdisciplinar e interinstitucional, a necessidade de sintonia e de uma relação dinâmica com as mudanças nos processos produtivos e a participação dos trabalhadores enquanto sujeitos das ações de saúde. De acordo com o documento, as estratégias definidas para a implantação da atenção integral à saúde do trabalhador compreendem: a) a integração da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) com os demais componentes da Vigilância em Saúde e com a APS; b) a análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores; c) a estruturação da Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST); d) o fortalecimento e a ampliação da articulação intersetorial; e) o estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; f) o desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos; g) o apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL, 2012b). A contribuição do SUS para a atenção integral à saúde do trabalhador cresce em importância no contexto do processo de reestruturação produtiva e das mudanças na natureza e nas relações do trabalho, que redefinem o perfil dos trabalhadores e do processo saúde-doença, acarretando necessidades e desafios que a sociedade e o aparelho estatal encontram dificuldades para responder (NEHMY; DIAS, 2010). Entre as características dos processos produtivos contemporâneos, o crescimento do trabalho informal e domiciliado e o aumento da vulnerabilidade, da desproteção social e da degradação ambiental podem ser encontrados mesmo nas cadeias produtivas mais complexas de setores da economia considerados mais fortes e/ou tradicionais como, por exemplo, a indústria metalúrgica, do vestuário, calçadista, de alimentos, entre outras. Etapas ou parcelas do processo de trabalho são desenvolvidas em pequenas unidades, por vezes no próprio domicílio do trabalhador. Geralmente são atividades que agregam menos valor e/ou consideradas mais “sujas”, arriscadas e perigosas para a saúde (ANTUNES, 2004; NEHMY; DIAS, 2010). Observa-se que o trabalho desenvolvido por microempresas ou no domicílio torna-se praticamente invisível, permanecendo à margem da regulação trabalhista, da inspeção, da fiscalização e da ação dos sindicatos e das organizações de trabalhadores (VIEIRA, 2009). 53 O modelo de desenvolvimento adotado no país aproxima os campos da Saúde do Trabalhador e da Saúde Ambiental pela compreensão de que os mesmos processos produtivos são responsáveis pela degradação do ambiente, em particular dos ambientes de trabalho, acarretando danos e agravos à saúde da população geral e dos trabalhadores (RIGOTTO, 2003). Essa ampliação da percepção e da discussão acerca dos efeitos dos processos de produção e consumo presentes na sociedade moderna sobre a saúde humana e o ambiente tem sido acompanhada de crescente institucionalização das ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador e Saúde Ambiental nos três níveis de gestão do SUS, expressa na presença formal, na estrutura organizacional e nos documentos normativos do atual modelo de atenção à saúde no país (FRANCO NETTO et al., 2006; DIAS; SILVA; ALMEIDA, 2012). Nesse cenário, para que o SUS seja capaz de prover atenção integral à saúde dos trabalhadores, é essencial que cada ponto de atenção do SUS e os setores responsáveis pela Vigilância em Saúde incorporem de forma sistemática a contribuição do trabalho enquanto determinante do processo saúde-doença das pessoas e da qualidade ambiental. A operacionalização da atenção integral depende da articulação entre diversos saberes, práticas e responsabilidades, da atuação inter e transdisciplinar e de sólida articulação intra e intersetorial. A estratégia de organizar o SUS no modelo da Rede de Atenção à Saúde (RAS) visa superar a fragmentação da atenção e gestão nas regiões de saúde e assegurar, aos usuários do SUS, ações e serviços necessários à resolução de seus problemas e necessidades de saúde, sendo definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (BRASIL, 2010; MENDES, 2010). Nessa perspectiva, a RENAST, cuja organização é anterior à Portaria nº 4.279/2010 (BRASIL, 2010), vem buscando se adequar ao novo modelo, particularmente, no que se refere às atribuições dos CEREST, que passam a assumir a tarefa de matriciar ou subsidiar tecnicamente a rede SUS nas ações de promoção, prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais. O fortalecimento da VISAT e sua integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde e com a Atenção Primária à Saúde (APS) são as principais diretrizes da PNST-SUS. 54 Entre as características da APS que justificam sua centralidade no modelo da RAS destacam-se a presença em todos os 5.564 municípios brasileiros e a potencialidade de organizar ações e serviços de saúde com base nas necessidades e nos problemas de saúde da população; oferecer atenção contínua e integral por equipe multidisciplinar e por considerar o usuário-sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural (BRASIL, 2010; BRASIL, 2011b). A APS deve ter capacidade resolutiva sobre os problemas mais comuns de saúde e é considerada como primeiro nível de atenção, a partir do qual se realiza e se coordena o cuidado em todos os outros pontos de atenção (MENDES, 2010). A atenção integral à saúde dos trabalhadores pode se beneficiar dessas características da APS, que favorecem a oferta de serviços de saúde nos municípios, facilitando o acesso dos usuários-trabalhadores e a identificação de demandas e problemas de saúde relacionados às atividades produtivas desenvolvidas no território e também o estabelecimento de vínculos e o fortalecimento de relações de confiança entre a equipe de saúde e a população, mediados pelo Agente Comunitário de Saúde - ACS. As ações de caráter multidisciplinar, a geração de informações de saúde mais fidedignas, e o estímulo à participação dos trabalhadores que estão organizados em formas menos tradicionais, que não os sindicatos também fazem parte do lado positivo da proposta (BRASIL, 2009c; SANTOS; RIGOTTO, 2011; SILVA; DIAS; SILVA, 2012). O desenvolvimento de ações de saúde do trabalhador na APS possui amplo aparato legal e normativo, entre eles o Decreto nº 7.508 de 28 de junho de 2011 (BRASIL, 2011c), que regulamenta a Lei Orgânica de Saúde (BRASIL, 1990), a PNST-SUS (BRASIL, 2012b), a Portaria nº 4.279/2010 (BRASIL, 2010), a Portaria nº 3.252/2009 (BRASIL, 2009a), que aprova as diretrizes para a organização da Vigilância em Saúde, e a Portaria nº 2.728/2009 (BRASIL, 2009b), que dispõe sobre a organização da RENAST. É importante que, no processo de organização das ações de saúde do trabalhador no âmbito do SUS, a centralidade da APS seja observada nesses documentos e sejam identificados os caminhos e as diretrizes apontados para a consolidação da atenção integral à saúde do trabalhador. O documento da PNST-SUS orienta que as equipes da APS, de forma articulada com as demais instâncias da rede e com o apoio das áreas técnicas de saúde do trabalhador e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador 55 (CEREST) (BRASIL, 2012b), devem desenvolver ações no âmbito individual e coletivo, abrangendo a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores, a prevenção de agravos relacionados ao trabalho, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. O mesmo documento prescreve que o planejamento e o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador devem contemplar as especificidades dos perfis das atividades produtivas e da população trabalhadora, considerando os problemas de saúde deles e sua distribuição nos territórios, cabendo à APS: [...] considerar que os territórios são espaços sócio-políticos dinâmicos, com trabalhadores residentes e não residentes, executando atividades produtivas e de trabalho em locais públicos e privados, peri e intra-domiciliares (BRASIL, 2012b, p. 19). É importante considerar que a adesão das famílias à Estratégia Saúde da Família (ESF) considera apenas o critério domiciliar, no território. Para a Saúde do Trabalhador, esta lógica necessita ser mudada, de modo a permitir o acesso aos serviços de saúde de trabalhadores que não residem, mas trabalham no local e ali passam tempo significativo de suas vidas. A equipe deve se responsabilizar pelos usuários trabalhadores que residem e os que trabalham no território de abrangência da unidade. A proposta de prover atenção aos trabalhadores que não residem, mas trabalham no território vem sendo defendida também no âmbito da APS. No estudo de avaliação da implementação da ESF em dez grandes centros urbanos, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em 2005, essa questão foi ressaltada principalmente em cidades “dormitórios” das regiões metropolitanas e o relatório recomenda a inscrição por local de trabalho ou dos usuários-trabalhadores em Unidades de Saúde da Família (USF) próximas aos locais de trabalho (ESCOREL, 2005). A utilização do critério de territorialização para a organização do processo de trabalho e o planejamento das ações de saúde da APS também enseja a operacionalização de práticas de Vigilância em Saúde no âmbito da APS, na medida em que a equipe de saúde consegue compreender o território em sua riqueza e complexidade e seus contextos de uso (MONKEN; BARCELLOS, 2005). Com frequência, os fatores de risco e perigos gerados pelos processos produtivos extrapolam os limites dos ambientes de trabalho e atingem as comunidades moradoras no entorno das unidades de produção e mesmo locais mais 56 distantes. Neste contexto, as ações de vigilância em saúde do trabalhador devem ser inseridas no planejamento da atuação das equipes com base no conhecimento do perfil produtivo e dos fatores de riscos para a saúde da população, além do perfil dos trabalhadores. Para isso, é fundamental o apoio técnico e pedagógico dos setores da Vigilância em Saúde e do CEREST às equipes. Nesse sentido, a Portaria nº 3.252/2009 estabelece que a integração entre a Vigilância em Saúde e a APS é diretriz obrigatória para a construção da integralidade do cuidado (BRASIL, 2009a). Outra contribuição importante para o cuidado integral aos usuários trabalhadores são as ações desenvolvidas pelos ACS. Em suas práticas cotidianas de trabalho, eles reconhecem, por vezes de modo intuitivo, a contribuição do trabalho no processo saúde-doença das pessoas. Além disso, conhecem os processos produtivos instalados no território e estabelecem relações entre essas atividades e o perfil ocupacional das famílias e a saúde das pessoas, suas queixas, demandas e problemas que possam estar relacionadas ao trabalho. Porém, os ACS se queixam da falta de continuidade do cuidado aos trabalhadores, ressentem-se da falta de preparo técnico para entender e orientar sobre essas questões e das dificuldades de interlocução com as equipes, que muitas vezes não valorizam suas observações (SILVA; DIAS; SILVA, 2012). Embora se reconheça as possibilidades e a relevância das contribuições da APS para a atenção integral à saúde, é importante considerar as dificuldades estruturais que perpassam a efetivação do papel da APS no SUS, na atualidade. A desvalorização social traduzida na ausência de um plano de carreira gera alta rotatividade dos profissionais, particularmente dos médicos. Também são significativos: a deficiência da infraestrutura refletida na precariedade da rede física, a inadequação das condições de trabalho, o baixo índice de conectividade e informatização, a ausência de fluxos bem definidos e eficientes de regulação, a hegemonia das ações assistenciais, que ocupam a maior parte do tempo de trabalho das equipes, deficiências na formação e de suporte técnico para o enfrentamento de situações e para o desenvolvimento de ações de alta complexidade e a sobrecarga de trabalho das equipes, entre outras. Outra fonte importante de informação para o planejamento das ações são as queixas dos trabalhadores que procuram a UBS em demanda espontânea. Para qualquer ação de cuidado a esse usuário-trabalhador é essencial que o profissional 57 de saúde que o acolha investigue se suas queixas ou problemas de saúde podem estar relacionados ao trabalho que realiza. Nesse aspecto, é importante lembrar que os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas não relacionadas ao trabalho, mas frequentemente o trabalho ou as condições em que este é realizado são responsáveis diretamente pelo agravo ou adoecimento, ou contribuem para torná-lo mais precoce, mais grave ou de tratamento mais difícil. Este conjunto conforma o elenco das doenças relacionadas ao trabalho, que no Brasil compõem a Lista Brasileira de Doenças Relacionadas ao Trabalho (BRASIL, 1999). Tradicionalmente, na formação médica e dos enfermeiros, pouca ou nenhuma atenção é dada à coleta da história ocupacional, o que faz com que os profissionais, em geral, tenham dificuldades em inseri-la em suas práticas de trabalho (CHIAVENATTO, 2010). Entre as perguntas básicas que devem ser feitas ao trabalhador incluem-se o que faz e como faz, que produtos e instrumentos utiliza, em que condições executa o trabalho, há quanto tempo, em que ritmo, quais as exigências de produtividade, entre outras (DIAS; LAUAR, 2012). Ouvir o trabalhador falando de seu trabalho, de suas impressões e sentimentos, de como seu corpo reage no trabalho e fora dele é a tradução prática da recomendação feita aos médicos por Ramazzini quanto à necessidade de perguntar a seus pacientes: “Qual é a sua profissão?” e considerar a resposta no raciocínio clínico (RAMAZZINI, 2000). A escuta especializada do trabalhador, valorizada na atualidade na qualificação e humanização do cuidado, permite conhecer as tarefas mais frequentes que ele executa, as exigências em termos de esforço físico, posturas, gestos e movimentos, a descrição de produtos usados com respectivas quantidades e tempo de uso, a presença ou não de cheiros e/ou interferências em atividades (por exemplo, ruído e comunicação), o número de peças produzidas, a intensidade e as formas de controle de ritmos de trabalho, as interações existentes com outras tarefas, os imprevistos e os incidentes que podem aumentar as exposições, os dados do ambiente físico, como tipo de instalação, layout, contaminação por contiguidade, ruído, emanações, produtos intermediários, ventilação, medidas de proteção coletivas e individuais (DIAS; LAUAR, 2012). Em alguns casos, a investigação de uma Doença Relacionada ao Trabalho (DRT), identificada a partir da anamnese clínico-ocupacional, pode demandar 58 informações complementares a serem buscadas, por exemplo, na bibliografia especializada ou junto à empresa onde o paciente trabalha ou trabalhou. Ao término da coleta da história, deve ser feito um resumo no prontuário contendo, no mínimo: as funções desempenhadas pelo trabalhador com o respectivo tempo de trabalho e os principais fatores de risco a que o paciente esteve exposto, um breve inventário dos riscos ocupacionais e a possível relação com as queixas ou os achados clínicos. Este procedimento facilitará o raciocínio clínico, o estabelecimento de nexo entre o trabalho e a doença apresentada pelo paciente e servirão como orientação para os procedimentos propedêuticos, terapêuticos e demais condutas a serem adotadas. A coleta da história ocupacional é essencial para auxiliar no diagnóstico e na definição do plano terapêutico e estabelecer a relação entre o agravo ou doença e o trabalho; possibilitar a notificação do agravo no Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN), quando pertinente; identificar possíveis riscos e perigos envolvidos no trabalho do usuário, orientar o trabalhador sobre seus direitos trabalhistas e previdenciários e sobre a gênese, a evolução e a prevenção de sua patologia, e desencadear ações de vigilância e intervenções em ambientes de trabalho de modo articulado com a Vigilância em Saúde. Considerando que os problemas de saúde relacionados ao trabalho, muitas vezes, são complexos e não podem ser resolvidos no âmbito da APS, para que esta coordene, de fato, o cuidado integral da saúde do usuário-trabalhador é essencial contar com o apoio dos demais pontos de atenção à saúde, de modo a garantir o diagnóstico correto e o estabelecimento da relação do adoecimento com o trabalho a fim de definir adequadamente o plano terapêutico. Para isso, é necessária a estruturação do fluxo de referência e contra-referência do usuário-trabalhador, e contar com fluxos e processos de regulação estabelecidos em linhas de cuidado, construídas para cada um dos agravos prevalentes, orientadas pelas informações obtidas no diagnóstico situacional e perfil das atividades produtivas presentes no território. O desenvolvimento de ações educativas e de promoção da saúde integra, conceitualmente, o cotidiano das equipes da APS e são realizadas no domicílio, na UBS e em outros espaços comunitários. Para a Saúde do Trabalhador, essas ações têm o propósito de ampliar a compreensão sobre o papel do trabalho na produção do processo saúde-doença e esclarecer e identificar os fatores de risco para a saúde 59 presentes no trabalho, as medidas de prevenção e controle, as obrigações dos empregadores e os direitos assegurados ao trabalhador pelas políticas públicas. Elas devem contribuir para o empoderamento dos trabalhadores na luta por melhores condições de vida e de trabalho. As ações educativas requerem o estabelecimento de uma relação de confiança com o usuário, o vínculo que possibilita o diálogo e exige dos ACS e dos demais profissionais o aperfeiçoamento da escuta do usuário sobre suas condições de vida e saúde, sua percepção sobre o trabalho, bem como sobre os fatores de riscos presentes na atividade, as repercussões sobre a saúde e as medidas de proteção disponíveis. A Vigilância em Saúde é, na atualidade, um dos grandes desafios para o SUS e para a APS em particular. Conceitualmente, a Vigilância em Saúde envolve ações de promoção, proteção, prevenção e controle das doenças e agravos à saúde e abrange os seguintes componentes: Vigilância Epidemiológica (VE), Vigilância Sanitária (VS), Vigilância em Saúde Ambiental (VA), Vigilância da Saúde do Trabalhador (VISAT), Vigilância da Situação de Saúde e Promoção da Saúde (BRASIL, 2009a). A VISAT compreende um conjunto de ações e práticas de vigilância dos agravos relacionados ao trabalho, intervenções sobre fatores de risco, ambientes e processos de trabalho, o acompanhamento de indicadores para avaliação da situação de saúde, e articulação de ações de promoção da saúde (BRASIL, 2012b). Para que essas ações sejam efetivadas na APS, é essencial que os setores de Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Ambiental, além de outros níveis técnicos do SUS, apoiem as equipes, desenvolvendo ações compartilhadas e garantindo o fluxo e a possibilidade das ações, como, por exemplo: a discussão de casos considerados mais “complexos”, a elaboração conjunta de roteiros de inspeção, de vistorias em ambientes de trabalho, a análise da situação de saúde, entre outras. Nos fóruns de discussão da Saúde do Trabalhador, como no X Congresso da ABRASCO (2012), realizado em Porto Alegre, foi questionada a adequação de se denominar ações desenvolvidas pelas equipes da APS como “de vigilância em saúde do trabalhador”, uma vez que não cumpre alguns dos pressupostos básicos da VISAT, entre eles o envolvimento dos trabalhadores em todas as etapas do processo e o foco na transformação das condições de trabalho geradoras de 60 doença. Entretanto, é importante reconhecer que, apesar de incompletas, muitas dessas ações representam práticas inovadoras das equipes e possibilitam identificar situações-problema, muitas vezes complexas e que desencadeiam ações em articulação com as Vigilâncias Epidemiológica, Sanitária e Ambiental e de cunho inter-institucional, em parceria com a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A experiência e os estudos disponíveis têm mostrado que as equipes da APS consideram os fatores determinantes da saúde presentes no meio ambiente e atuam sobre eles, e essa experiência pode ser estendida aos ambientes de trabalho. As intervenções sobre os determinantes, porém, com frequência requerem atuação integrada com setores de Meio Ambiente, do Trabalho, do Ministério Público, entre outros (VILAS BOAS; DIAS, 2008; RENAST, 2011; FERNANDES, 2012). Outra ação importante de vigilância refere-se à investigação e à notificação ao SINAN de agravos à saúde relacionados ao trabalho, prescrita na Portaria nº 104/2011(BRASIL, 2011d). Nesse sentido, é muito importante reverter o atual quadro de sub-registro e dar visibilidade ao problema para que as questões de saúde do trabalhador entrem na agenda técnica e política dos gestores e do controle social do SUS. Alguns fatores que contribuem para a subnotificação podem ser facilmente corrigidos, como, por exemplo, a exigência de que apenas sejam notificados casos confirmados, com exceção das intoxicações exógenas, e de que as notificações sejam realizadas pelos serviços da rede sentinela da RENAST. A Ficha D (ANEXO G) utilizada pelas equipes da APS para registrar atividades, procedimentos e notificação é fonte de informação importante para a análise de situação de saúde dos trabalhadores. Nela, devem ser registrados mensalmente os atendimentos específicos de acidentados no trabalho. Embora esse registro seja importante, é preciso modificar a orientação disponível no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) (BRASIL, 2000) para o preenchimento do campo, o qual define que deverão ser registrados apenas acidentes de trabalho para o qual foi emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), que é um instrumento da Previdência Social e se refere apenas aos acidentes ocorridos com trabalhadores segurados pelo Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), e fere o princípio da universalidade do SUS. Outro instrumento importante na coleta de informações sobre as condições de vida e saúde da população é a Ficha A (ANEXO F). No campo de doenças e/ou 61 condições referidas, recomenda-se que os ACS incluam as siglas AT (Acidente de Trabalho) e DRT (Doença Relacionada ao Trabalho), devendo ser previamente preparados para reconhecer usuários-trabalhadores com agravos relacionados ao trabalho. Esses registros devem ser acompanhados e analisados pelas equipes com o apoio de técnicos das vigilâncias. Sintetizando, são exemplos de ações de VISAT que devem ser incorporadas ao processo de trabalho das equipes da APS: a) mapeamento dos processos produtivos do território e identificação dos riscos e perigos à saúde associados às atividades, b) identificação do perfil ocupacional de trabalhadores mais vulneráveis (desempregados, trabalho infantil, trabalho domiciliar, entre outros), c) notificação no SINAN de agravos relacionados ao trabalho e acompanhamento da situação de saúde dos trabalhadores para definição de ações prioritárias, d) articulação intrasetorial para a vigilância dos processos e ambientes de trabalho, e e) promoção da saúde, com ênfase no empoderamento dos trabalhadores e orientações sobre a prevenção de riscos e perigos (BRASIL, 2011d; SILVA; ALMEIDA, 2012). Nas ações de vigilância de ambientes de trabalho domiciliar, busca-se conhecer as condições presentes no ambiente de trabalho, visando corrigir, diminuir ou eliminar as situações perigosas para a saúde dos trabalhadores e familiares, por vezes idosos e crianças, mais vulneráveis. A colaboração e a participação dos trabalhadores são essenciais tanto para identificação e reconhecimento dos riscos que envolvem o desenvolvimento de seu trabalho, quanto para a definição das medidas a serem adotadas para proteger a saúde. Em síntese, as ações de VISAT na APS compreendem: a) suporte técnico para a investigação dos agravos de saúde do trabalhador de notificação compulsória, b) apoio à construção, mapeamento e análise do perfil produtivo e do perfil de morbimortalidade da população trabalhadora, c) vigilância de ambientes de trabalho de forma integrada com a Vigilância em Saúde e outros setores. As ações de vigilância no âmbito da APS, em especial, a vigilância dos ambientes de trabalho, devem contar com o apoio de outros dispositivos do SUS, como a Vigilância Sanitária (VS), a VISAT, a Vigilância Ambiental e os CEREST. Muitos municípios, principalmente os de menor porte, possuem apenas os setores de Vigilância Epidemiológica (VE) e Vigilância Sanitária. Nesses casos, recomendase a ampliação do objeto de intervenção dessas vigilâncias, incluindo as condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores (DIAS; SILVA, 2012). 62 Assim, ao se pensar em desenvolver ou fomentar ações de Saúde do Trabalhador na APS são necessárias mudanças nos processos de trabalho das equipes e sólido investimento na educação permanente e no suporte técnico das ações. Outra questão a ser enfrentada é o fortalecimento dos mecanismos de participação dos trabalhadores, particularmente do setor informal de trabalho. Finalizando essas reflexões sobre a importância e as possibilidades das ações de Saúde do Trabalhador na APS, pode-se dizer que essas são possíveis e já existem, apesar de assistemáticas e descontínuas. Para inserir as ações de vigilância nas práticas cotidianas das equipes de saúde de Atenção Básica/ Saúde da Família, os profissionais necessitam desenvolver habilidades, utilizar as ferramentas de investigação, registro, análise, programação e planejamento de modo a organizar ações previstas e de atenção à demanda espontânea a fim de mudar a qualidade de vida das pessoas do território onde atuam (DIAS; SILVA, 2012). Entre as dificuldades a serem superadas para sua ampliação e real institucionalização nas práticas cotidianas das equipes, a mais urgente a ser equacionada se refere à sobrecarga de trabalho das equipes submetidas às exigências de produzir um conjunto de ações prescritas, às quais devem responder para garantir o cumprimento das metas estabelecidas (CHIAVENATTO, 2010; DIAS, 2010). Neste sentido, a consolidação do cuidado integral à saúde dos trabalhadores na APS requer algumas ações, entre elas a incorporação, no cotidiano das equipes, do conceito de que os processos produtivos desenvolvidos no território e as suas relações com o ambiente e a saúde das pessoas determinam necessidades de saúde que devem ser abordadas por meio da articulação de ações intra e intersetoriais, de processos sólidos de educação permanente, além da adoção da metodologia de apoio matricial das ações, conforme previsto na Portaria nº 3.252/09 (BRASIL, 2009a). Outra questão importante refere-se à modificação do processo de trabalho das equipes, que até o momento enfatiza o desenvolvimento de ações assistenciais e o cumprimento de metas pré-estabelecidas. Embora, esteja previsto que a equipe trabalhe com base nas necessidades loco regionais, identificadas a partir do Diagnóstico Situacional, observa-se que muitas ainda estão centradas no desenvolvimento dos programas prioritários do governo federal, a exemplo do 63 Programa Saúde da Criança. Além disso, é necessário que o ACS seja inserido de fato na equipe, devendo ser valorizadas e utilizadas no planejamento das ações de saúde, as informações coletadas por ele na comunidade. A educação permanente deve possibilitar a qualificação das práticas de cuidado, gestão e participação popular. Para a Saúde do Trabalhador, a qualificação dessas práticas pode se dar pela inclusão da temática nos cursos pré-formatados e pela estruturação de processos de educação permanente que partem da vivência das equipes de saúde e dos problemas identificados que relacionam o processo trabalho-saúde-doença (DIAS; SILVA, 2013). Finalmente, é importante pensar no apoio matricial do trabalho das equipes da APS. Conceitualmente, o apoio matricial consiste em arranjo organizacional e uma metodologia de trabalho que visa oferecer suporte técnico e pedagógico em áreas específicas (DIMENSTEIN et al., 2009). A vinculação da estratégia de apoio matricial aos processos de educação permanente potencializa em muito o desenvolvimento de conhecimento e habilidades de gestão do cuidado aos usuáriostrabalhadores pela APS. O apoio matricial às equipes da APS para o desenvolvimento de ações de saúde do trabalhador pode ser visto, na atualidade, como desafio e oportunidade para a redefinição do papel dos CEREST. Porém, além dos CEREST, são potenciais matriciadoras dessas ações, as referências técnicas estaduais e municipais em Saúde do Trabalhador e profissionais da Vigilância em Saúde, em especial da Vigilância em Saúde do Trabalhador. 3.5.1 Responsabilidades Legais do Empregador com Relação ao Trabalhador O trabalho é a ferramenta que o homem utiliza para obter meios para a sua sobrevivência, buscando atender às suas necessidades dentro da sociedade. Com a revolução industrial, o avanço tecnológico e as intensas transformações do mundo globalizado, muitas mudanças foram impostas ao homem, afetando significativamente as condições de vida e de trabalho da população. Estas mudanças trouxeram muitos benefícios, mas trouxeram também, problemas à saúde dos trabalhadores, tornando necessário estudar e analisar as condições de segurança no trabalho e os meios de proteção à saúde ocupacional. Com isso, surge a necessidade de implantação de uma Legislação que vise à preservação da 64 saúde do trabalhador e que lhe garanta boas condições de trabalho (BURITI; SILVA; COSTA, 2009). O direito à saúde, determinado pela Constituição Brasileira de 1988 em seu artigo 196, é expresso mediante a elaboração e aplicação de políticas no país direcionadas para a prevenção, promoção e proteção da saúde, trazendo para o Brasil uma visão diferente dos aspectos relacionados à saúde. É notório que as condições de trabalho impostas ao homem influenciam significativamente a execução do seu trabalho e sua saúde. Estar em segurança no ambiente de trabalho significa prevenir riscos, estar confiante e sentir-se bem durante a realização do mesmo (BOLICK, 2000). Estes são fatores relevantes que devem ser avaliados constantemente. Analisar as condições de segurança no trabalho e os meios de proteção à saúde dos trabalhadores tornou-se uma necessidade comum às empresas e ao mercado de trabalho como um todo, visto que, estes buscam minimizar os seus custos e impedir perdas na produção. As doenças do trabalho referem-se a um conjunto de danos e agravos que incidem sobre a saúde dos trabalhadores, causados, desencadeados ou agravados por fatores de risco presentes nos locais de trabalho. Estes riscos são classificados em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, acidentais e de organização do trabalho (BRASIL, 2002b). Com a finalidade de minimizar os riscos ocupacionais a que os trabalhadores estão expostos, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) formulou Leis e Normas Regulamentadoras (NR’s) relacionadas às condições de trabalho e à saúde ocupacional, obrigando as empresas a cumprirem ações determinadas pelo mesmo, estando estas expostas a punições, caso estas ordens não sejam cumpridas. Tais ações estão voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de doenças e de acidentes ocupacionais e estão organizadas em Normas Regulamentadoras (NR‘s), fundamentadas nos artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovadas pelo Decreto-lei nº 5.452. Foram formuladas também as Normas Regulamentadoras Rurais-NRR, relativas à segurança e higiene do trabalho rural que são de observância obrigatória, conforme disposto no art. 13 da Lei n° 5.889 (BRASIL, 1973a). No âmbito da saúde do trabalhador, destaca-se a importância de se compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença, bem como, 65 suas articulações com os modos de desenvolvimento produtivo da humanidade em determinado momento histórico (BRASIL, 2001). Podemos também incluir aspectos relacionados às condições de trabalho, à jornada de trabalho e à preservação dos direitos do trabalhador, satisfação profissional, relações interpessoais, condicionamento físico e mental, entre outros aspectos relacionados ao ser trabalhador como um todo, de modo integral. É de suma importância destacar a existência de documentos legais direcionados para a saúde ocupacional que visam proteger e garantir direitos que preservam o bem-estar físico e mental dos trabalhadores. Para garantir o direito à saúde, o trabalhador precisa conhecer e entender a Legislação pertinente em vigor no país. A legislação vigente, referente a acidente de trabalho, insalubridade, periculosidade e aposentadoria, para os trabalhadores, tanto os civis do serviço público da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais, Estaduais e Municipais como também dos serviços privados. Qualquer empresa deve seguir as leis, e em caso de descumprimento se paga multa, obrigatórias por lei, e hoje muitas empresas, preferem não pagar multa de impostos ao governo, e o nível de conscientização para promover saúde aos trabalhadores está crescendo, pois, percebeu-se que os valores de uma indenização por danos à saúde ou danos morais estavam sendo muito altos, e que investir em segurança e saúde do trabalhador é a melhor saída. No intuito de descrever os regimes jurídicos existentes e suas peculiaridades tanto para a categoria dos trabalhadores públicos regidos pelo Regime Jurídico Único (RJU) como para os privados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) seguem, portanto, no Quadro 1, os documentos legais da CLT relacionados à saúde do trabalhador, seguido das Normas Regulamentadoras da Portaria nº 19, do Ministério do Trabalho, apresentadas no Quadro 2. 66 Quadro 1 - Legislação relacionada à saúde e saúde do trabalhador. LEGISLAÇÃO Decreto - Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Lei Nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Lei nº 8.080, de 19/9/1990. Lei nº 8.142, de 18/12/1990. Portaria nº 2203 MS/GM, de 05/11/1996. Portaria nº 373 MS/GM, de 27/02/2002. Portaria nº 399 MS/GM, de 22/02/2006. Portaria nº 3.908 MS/GM, de 30/10/1998. Portaria Interministerial MPS/MS/TEM nº 800 de 05/05/2005. Portaria nº 1.125 MS/GM, de 6/7/2005. Portaria MS/GM nº1.956 de 15/08/2007. Portaria MS/GM nº 204 de 31/01/2007 Retificação em 14/03/2007. Lei N° 8213/91. ESPECIFICAÇÕES Aprova a Consolidação das Leis de Trabalho. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do trabalho e dá outras providências. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Aprova, nos termos do texto a esta portaria, a NOB 1/96, a qual redefine o modelo de gestão do Sistema Único de Saúde. Aprova a Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS - SUS 01/2002 que amplia as responsabilidades dos municípios na atenção básica. Divulga o pacto pela saúde 2006 (consolidação do SUS) e aprova as diretrizes operacionais do referido pacto. Estabelece procedimentos para orientar e instrumentalizar as ações e serviços de Saúde do Trabalhador no Sistema Único de Saúde (SUS). Publica o texto base da Minuta de Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho, elaborada pelo Grupo de Trabalho instituída pela Portaria Interministerial nº 153, de 13 de fevereiro de 2004, prorrogada pela Portaria Interministerial nº 1009, de 17 de setembro de 2004, para consulta pública. Dispõe sobre os propósitos da política de saúde do trabalhador para o SUS. Dispõe sobre a coordenação das ações relativas à saúde do trabalhador no âmbito do Ministério da Saúde. Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da 67 Providência providências. Social e dá outras Fonte: (BURITI; SILVA; COSTA, 2009). Quadro 2 – Documentos legais relacionados a saúde do trabalhador. DOCUMENTOS LEGAIS CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DE TRABALHO LEGISLAÇÃO Capítulo V (CLT) Portaria nº 3.214, de 08 de Junho de 1978 NR 1 – Disposições Gerais Artigos 154 a 159 --- NR 2 – Inspeção Prévia Artigo 160 --- NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia e Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) NR 15 – Atividades e Operações Insalubres NR 17 – Ergonomia Artigo 162 --- Artigos 163 a 165 --- Artigos 166 e 167 --- Artigos 168 e 169 --- Artigos 175 a 178 --- Artigos 189 e 192 --- Artigos 198 e 199 --- NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR 28 – Fiscalização e Penalidades Artigo 200, inciso VII. --- Artigo 201 NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde --- Artigo 2º da Lei nº 7.855, de 24 de Outubro de 1989; Artigo 1º da Lei nº 8.383, de 30 de Dezembro de 1991. --- NORMAS REGULAMENTADORAS Fonte: (BURITI; SILVA; COSTA, 2009). Segundo a Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho (BRASIL, 1978): NR 1 – Disposições Gerais Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A 68 fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico nesta NR, são os artigos 154 a 159, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); NR 2 – Inspeção Prévia Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR é o artigo 160 da CLT. Determina ainda que todas as empresas devam apresentar a Declaração de Instalações (DI) quando ocorrerem modificações substanciais nas instalações e/ ou equipamentos. O não cumprimento desta norma poderá impedir o funcionamento do estabelecimento e/ou equipamento. NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia e Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem funcionando Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico a existência desta NR é o artigo 162 da CLT: Art. 162 – As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir adversidades laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 163 a 165 da CLT. Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo 69 Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Estabelece e define os tipos de EPI‘s que as empresas estão obrigadas a fornecer aos seus empregados, de acordo com a necessidade, em relação às condições de trabalho, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico a existência desta NR são os artigos 166 e 167 da CLT. Art. 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde dos seus trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 168 e 169 da CLT. Art. 168 - Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador. § 1º - Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investigação clínica e, nas localidades em que houver, abreugrafia. § 2º - Em decorrência da investigação clínica ou da abreugrafia, outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. § 3º - O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e operações insalubres e, anualmente, nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos. 70 § 4º - O mesmo exame médico de que trata o § 1º será obrigatório por ocasião da cessação do contrato de trabalho, nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado há mais de 90 (noventa) dias. § 5º - Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros médicos. Art. 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. NR 28 - Da Fiscalização e Penalidades Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista da equipe de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem sua existência jurídica assegurada, em nível de Legislação Ordinária, através do artigo 201 da CLT, com as alterações que lhe foram dadas pelo artigo 2º da Lei nº 7.855, de 24 de Outubro de 1989, que institui o Bônus de Tesouro Nacional (BTN), como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas e, posteriormente, pelo artigo 1º da Lei nº 8.383, de 30 de Dezembro de 1991, especificamente no tocante à instituição da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas em substituição ao BTN. Muitas empresas, atualmente, realizam exames médicos durante o contrato de trabalho, conforme exigência na NR 07. Isso, não pela conscientização em promover saúde aos trabalhadores, e sim, para prevenir uma grande dor de cabeça, pois, penalidades previstas na Constituição ao empregador que não cumpre essas regras, presentes no artigo 201 da CLT, geram multa de R$ 402,53 a R$ 4.025,33. O Decreto-Lei No 5.452/43 (CLT), o Decreto-Lei No 2.848/40 (Código Penal) e a Lei N° 8213/91 tornam obrigatória a notificação das doenças profissionais: CLT - Art. 169. Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou 71 objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. Código Penal - Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória. A Lei N° 8213 de 24 de julho de 1991 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências, em seu Art.22 traz o prazo de comunicação da CAT conforme descrito abaixo: Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que foi realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. A legislação previdenciária em vigor (Lei Federal n.º 8.213/1991, Decreto n.º 3.048/1999 e Decreto n.º 664/2014) estabelece que todos os segurados da Previdência Social (Regime Geral), no caso de doenças comuns, têm direito, entre outros, aos seguintes benefícios e serviços: auxílio-doença; auxílio-acidente; aposentadoria por invalidez. Tanto o auxílio-doença (benefício em espécie, pago a partir do 30.º dia de incapacidade laborativa temporária reconhecida pela perícia médica do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) como a aposentadoria por invalidez, no caso de doenças comuns, exigem a carência, regulamentadas em lei. As doenças relacionadas ao trabalho, quando enquadradas nos requisitos dos artigos 19 e 20 da Lei Federal n.º 8.213/1991, são equiparadas a acidentes de trabalho. Atualmente elas estão listadas no Anexo II do Decreto n.º 3.048/1999 (Listas A e B), conforme mencionado na introdução e no capítulo 1 deste manual. O diagnóstico de doença relacionada ao trabalho em trabalhador segurado pelo SAT da Previdência Social obriga que, caso isto ainda não tenha sido feito, seja aberta uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), documento da Previdência Social. A CAT, como instrumento de comunicação no âmbito da Previdência Social, deve ser preenchida, em sua primeira parte, pela empresa. 72 Segundo o art. 336 do Decreto n.º 3.048/1999, - “Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo, nestes casos, o prazo previsto neste artigo”. (Parágrafo 3.º do mesmo artigo, grifo introduzido). O prazo para a comunicação é até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa. A segunda parte da CAT, Laudo de Exame Médico, deve ser preenchida, nos campos correspondentes, pelo médico que assistiu o trabalhador, isto é, o médico que fez o diagnóstico de acidente de trabalho, stricto sensu, acidente de trajeto ou doença profissional ou do trabalho, registrando sua opinião, mesmo que preliminar, quanto à necessidade ou não de afastamento do trabalho. NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 175 a 178 da CLT. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que ocasionem o exercício insalubre quando vivenciadas nos ambientes de trabalho e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 189 e 192 da CLT. Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 73 Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotarão normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos. NR 17 - Ergonomia Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto e segurança para que ocorra um desempenho eficiente do trabalhador. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 198 e 199 da CLT. NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho Descreve os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se referem a banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e à proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR é o artigo 200, inciso VII, da CLT. NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde Tem por finalidade estabelecer diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção e segurança à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde no geral. Conhecer os documentos legais que regem a Legislação Brasileira, e mais especificamente a vida do trabalhador, é de suma importância para a população, pois com estas informações, o trabalhador pode lutar por seus direitos e cumprir os seus deveres, possibilitando melhores condições de vida e de trabalho. É papel de todos divulgarem a Legislação para que todos os trabalhadores tenham consciência dos seus direitos e para nós, como profissionais da saúde, também possamos lutar por nossos direitos e propagar essa luta em prol dos trabalhadores da área da saúde. 74 Infelizmente, no Brasil, ainda há empresas que não cumprem as determinações ligadas à saúde do trabalhador, como por exemplo, realizar exames, além de preservar os direitos constitucionais do empregado, dentre eles o direito à saúde, podendo evitar ações judiciais para sua empresa e possíveis danos para a saúde do trabalhador. Por isso, devemos disseminar estas informações e conscientizar a população, visando preservação da vida dos trabalhadores e a promoção da saúde de todos. Na Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (PMRP) temos a Divisão de Medicina e Segurança no Trabalho (DMST), criada pela lei nº 214/93, artigo 4º, subordinada ao Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Administração, é o órgão de âmbito Municipal competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a Prevenção de Acidentes do Trabalho, compreendendo as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes CIPA e a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre Segurança e Medicina do trabalho, no âmbito da municipalidade (RIBEIRÃO PRETO, 1994). A DMST, nos limites de sua jurisdição, é o órgão municipal competente para executar as atividades relacionadas com a prevenção de acidentes do trabalho. Compete ainda, adotar e cumprir medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. Dentre as muitas atribuições, deve agendar os exames periódicos, perícias médicas e retornos médicos (RIBEIRÃO PRETO, 1994). Entretanto, a DMST realiza apenas exames admissionais e avalia atestados médicos para afastamentos de até 14 dias. Após este prazo fica a cargo do Instituto de Previdência do Municipiário (IPM). Quanto aos controles de saúde, exames periódicos, demissionais, implantados em 1994, ainda não se efetivaram. 3.5.2 Responsabilidades Legais do Trabalhador com a Instituição Empregadora A apresentação da quitação anual da anuidade do Conselho de Classe de sua categoria profissional, bem como a contribuição sindical anual obrigatória; evita o exercício ilegal da profissão, e traduz-se em responsabilidade legal do profissional trabalhador perante a instituição empregadora. 75 Os profissionais devem cumprir com todos os deveres e obrigações do Código de Ética Profissional de sua categoria profissional. Qualquer irregularidade deve ser denunciada ao Conselho da categoria. Por ocasião de sua contratação/admissão, deve receber todas as instruções de funcionamento, uso de EPI, regras, horários, regulamentos internos da instituição empregadora; enfim seus direitos e deveres para com a empresa. Nesta ocasião, normalmente são ofertados todos os treinamentos necessários para o início da função selecionada. A assistência em saúde vem evoluindo não só no aspecto tecnológico como também no que se refere aos recursos humanos, como bem observam Schmidt e Oguisso (1977, p. 287): “Mesmo porque, hoje, a complexidade da assistência à saúde requer o concurso de muitos profissionais de áreas diferentes para atuarem coletivamente em função do paciente.” No mesmo sentido aponta Lima (1999, p. 42): “Mais do que nunca, as atividades dos profissionais de saúde se caracterizam por uma multidisciplinaridade, obrigando cada segmento a ser permeável em relação às suas conclusões sobre o estado e o tratamento do paciente.” Com isto, há possibilidade de ser responsabilizado por seus atos na atuação junto ao paciente, com repercussões legais que podem se situar na área jurídica da responsabilidade civil. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) (Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências), que no art. 14, em seu § 4º, refere Grinover et al. 1998, p. 157: “A responsabilidade dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.” O profissional liberal, no escólio de Prux (1998, p. 107), é entendido como: Assim, precipuamente, conclui-se serem os profissionais liberais uma categoria de pessoas, que no exercício de suas atividades laborais, é perfeitamente diferenciada, pelos conhecimentos técnicos reconhecidos em diploma de nível superior, não se confundindo com a figura do autônomo. Ainda ressalta, o mesmo Prux (1998, p. 181): “A responsabilidade civil dos profissionais liberais é tradicionalmente ligada à teoria subjetiva fundada na culpa”. Os serviços de saúde públicos e os serviços de saúde privados (serviço público delegado às entidades privadas) serão responsáveis, civilmente, pelos prejuízos sofridos por pacientes, em virtude de danos causados por seus profissionais. 76 Estão os serviços de saúde, entre eles os hospitais, onde labutam os profissionais de saúde, sujeitos à regra que vem esculpida no art. 932, do Código Civil Brasileiro, no caput e inciso III, que diz (BRASIL, 2002a): “São também responsáveis pela reparação civil: [...] III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele [...]” E a Súmula 341, do STF - Supremo Tribunal Federal - complementa: “É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”. E, em conformidade com a Lei nº 5.905/73, de 12 de julho de 1973, que dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras providências, fica determinado em seu Art. 15 item VII – expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, a qual terá fé pública em todo o território nacional e servirá de documento de identidade (BRASIL, 1973b). 77 4 CASUÍSTICA E MÉTODO A seguir serão apresentados conteúdos referentes à casuística e métodos propostos no estudo incluindo sua natureza, local, população e amostra, análise dos dados, além de aspectos éticos e legais preconizados na Resolução 466/12. 4.1 NATUREZA DO ESTUDO Trata-se de uma pesquisa exploratória, com delineamento transversal e abordagem quantitativa que visa levantar dados da biologia do indivíduo, do meio ambiente em que vive e trabalha, de seu estilo de vida e de seu acesso ao serviço de saúde, com o objetivo de estimular os trabalhadores de uma Unidade de Assistência Especializada, a aplicarem em seu cotidiano de vida e trabalho, os elementos que cientificamente produzem saúde. Para Rouquaryol e Almeida Filho (2003), o estudo transversal é um dos delineamentos mais empregados na pesquisa epidemiológica, enfatizando que nesta modalidade de estudo pode-se investigar “causa” e “efeito” de maneira simultânea e verificar a associação existente entre a exposição e a doença, como se pretende na presente investigação. A pesquisa quantitativa procura quantificar os dados, enquanto a exploratória visa proporcionar maior identidade com o problema, tornando-o mais explícito, formal e objetivo. Envolve entrevistas com sujeitos e suas experiências práticas com o assunto explorado (CERVO; BERVIAN, 2002), como proposto no estudo. 4.2 LOCAL DO ESTUDO O município de Ribeirão Preto, situado no nordeste do Estado de São Paulo possui 604.682 habitantes, dos quais 1.716 residem na zona rural, ou seja, 99,72% da população está na zona urbana, conforme censo de 2010. Sua população estimada para 2014 é de 658.059 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2010). Conforme dados de população do Censo IBGE (2010), e distribuição por Unidade de Saúde baseada no setor censitário do IBGE pela Divisão de 78 Planejamento em Saúde, a população do Distrito Central é de 97.975; do Distrito Norte é de 110.627; do Distrito Sul é 85.060; do Distrito Leste é de 159.802 e do Distrito Oeste é de 151.218 (RIBEIRÃO PRETO, 2014). A Política Nacional de Atenção Básica prioriza a Estratégia Saúde da Família, (Portaria GM 2.488, 2011), como instrumento principal para a reorganização da atenção básica no país (RIBEIRÃO PRETO, 2014). O Plano Municipal de Saúde (2014-2017) pontua que a rede municipal de atenção à saúde está estruturada em 5 (cinco) Distritos de Saúde, cada qual com área de abrangência definida, constituindo-se de uma Unidade Básica Distrital (UBDS) onde são ofertadas especialidades médicas, serviço de pronto atendimento e Unidades Básicas (UBS), conforme o dimensionamento do território e da população, onde são ofertados os serviços de clínica geral, pediatria e ginecologia/obstetrícia, bem como serviços de enfermagem, odontologia, vacinação, farmácia e outros. Este universo é composto por 48 estabelecimentos de atenção básica, dos quais 14 são Unidades de Saúde da Família - com um total de 30 equipes - e 18 Unidades Básicas tradicionais - com 20 equipes de agentes comunitários de saúde (RIBEIRÃO PRETO, 2014). O Complexo Regulador de Ribeirão Preto, obedecendo à Portaria 399/06 do MS, está estruturado por unidades de trabalho (centrais de regulação: central de consultas especializadas, central de regulação de procedimentos e exames de média e alta complexidade, central de regulação de cirurgias eletivas e central de regulação odontológica) necessariamente, interligadas entre si, permitindo assim a ordenação do fluxo de necessidade / resposta aos pacientes (RIBEIRÃO PRETO, 2014). O setor secundário dispõe, além das 5 UBDS, de 30 locais de assistência ambulatorial especializada, sendo 16 ambulatórios especializados, 2 serviços de radiodiagnóstico, 3 de terapia renal substitutiva, 3 de odontologia (2 Centros Especializados em Odontologia e 1 Laboratório de Prótese), 6 laboratórios de análises clínicas (sendo 1 próprio e 5 conveniados) (RIBEIRÃO PRETO, 2014). No setor terciário, o município conta com 09 hospitais, sendo 6 públicos (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – Unidade Campus (HC-Campus FMRP/USP); Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – Unidade de Emergência (HC-UE FMRP/USP); Hospital Psiquiátrico de Ribeirão 79 Preto – Santa Thereza; Hospital Estadual de Ribeirão Preto (HE); Hospital Mater – Maternidade do Complexo Aeroporto/Fundação Maternidade Sinhá Junqueira; e Instituto Santa Lydia) e 3 filantrópicos e conveniados SUS (Sociedade Beneficente Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto; Sociedade Portuguesa Beneficência – Hospital Imaculada Conceição e Hospital Electro Bonini – UNAERP) (RIBEIRÃO PRETO, 2014). Existe ainda, uma rede suplementar de atenção em saúde com números expressivos de serviços (clínicas, consultórios, laboratórios, entre outros). Entretanto, apesar do número de beneficiários da rede suplementar, muitos destes também utilizam o SUS, com destaque para os serviços de imunização, assistência farmacêutica, assistência domiciliar, internações de alta complexidade como oncologia, terapia renal substitutiva, além dos processos judiciais para aquisição de órteses, próteses, meios de locomoção, medicamentos (não padronizados pela Relação Nacional de Medicamentos Especiais - RENAME) e fraldas (RIBEIRÃO PRETO, 2014). Neste contexto, o presente estudo foi desenvolvido no Núcleo de Gestão Assistencial (NGA-59) que é uma unidade ambulatorial de assistência especializada, faz atendimento secundário, está vinculada à Secretaria Municipal da Saúde, um dos locais de assistência ambulatorial para o município e, geograficamente, localizado no Distrito Central, da cidade de Ribeirão Preto/SP. Nesta Unidade temos atendimento de especialidades médicas e não médicas: Acupuntura, Cardiologia, Cirurgia Ambulatorial, Cirurgia Cabeça e Pescoço, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Clínica Médica, Dermatologia, Endocrinologia, Fisiatria, Gastrologia, Geriatria, Homeopatia, Imuno-Alergia, Mastologia, Nefrologia, Neurologia, Nutrologia, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pneumologia, Proctologia, Reabilitação Física, Reumatologia, Urologia, Enfermagem, Assistência Social, Eletrocardiogramas, Eletroencefalogramas, Espirometria, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia e Terapia Ocupacional. O total de procedimentos realizados na Unidade do estudo, nos anos de 2013 e 2014 foi um total de 498.581, obtendo-se uma média de 20.774 atendimentos por mês neste período, de acordo com os dados fornecidos pelo Setor de Informática da Secretaria Municipal de Saúde - Sistema Hygia - Ribeirão Preto, incluindo as consultas médicas, pré e pós-consultas de enfermagem, exames 80 (eletrocardiogramas, eletroencefalogramas, espirometria, glicemia, ultrassom e audiometria), avaliação da situação vacinal, antropometria, entre outros. Na época da adesão do município à gestão plena de saúde, o NGA-59, que era uma unidade de saúde do Estado, foi incorporado ao município. Nesta mudança vieram vários profissionais estatutários de vínculos federais, estaduais e também municipais. Atualmente existem 6 trabalhadores federais, 36 estaduais e 81 do município (RIBEIRÃO PRETO, 2013). 4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA Foram considerados como população do estudo todos os profissionais de saúde do Núcleo de Gestão Assistencial (NGA-59), contratados pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e municipalizados (profissionais com vínculos estadual e/ou federal que prestam serviço no município), totalizando 125 profissionais de todas as áreas, que desenvolvem atividades diversas, nos períodos manhã e tarde, na Unidade de saúde em questão. Os critérios de inclusão compreenderam concordância em participar do estudo, após ciência dos objetivos da pesquisa, ter a função/comprometimento de assistência/atendimento ao cliente/usuário na unidade do estudo. Os critérios de exclusão contemplaram os trabalhadores do NGA-59 que não concordaram em participar do estudo, ou assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice I), ou que por algum motivo não estiveram presentes em todas as etapas do estudo. Após aplicação dos critérios supracitados, considerando que 11 (8,8%) sujeitos foram excluídos, pois 8 (6,40%) não quiseram participar; 3 (2,40%) se encontravam afastados por licença saúde; participaram deste estudo 114 profissionais, constituindo-se a amostra da presente investigação, com erro amostral de 2,8% e o intervalo de confiança de 95%. 4.4 COLETA DOS DADOS Os dados foram coletados a partir do instrumento, com todos os profissionais de saúde que se dispuseram a participar da pesquisa, relacionado à biologia humana dos profissionais, aspectos relacionados ao meio ambiente, estilo de vida e 81 sobre o acesso aos serviços de saúde pelos profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada do município de Ribeirão Preto/SP. 4.4.1 Instrumento de Coleta de Dados A cada participante que concordou em participar do estudo foi utilizado um instrumento (ANEXO A) que incluiu questões contempladas no modelo de “Campo de Saúde” de Lalonde. Lalonde propõe um olhar para a saúde classificada em quatro elementos: biologia do indivíduo, ambiente, estilo de vida e organização/acesso da assistência à saúde. Enfatiza também a responsabilidade de cada indivíduo em mudar seus comportamentos para melhorar sua saúde. Para avaliar os dados da biologia humana dos profissionais, também foi realizado o exame de bioimpedância no NGA-59, utilizando o Monitor de Composição Bioimpedância Biodynamics modelo 310, que se encontra no Ambulatório de Nutrologia do referido local. As informações coletadas foram armazenadas em uma planilha eletrônica Excel 2012 da empresa Microsoft Corporation. 4.4.2 Procedimento de Coleta de Dados O instrumento para coleta de dados (ANEXO A), foi aplicado pela pesquisadora a todos os trabalhadores que concordaram em participar do estudo, após assinatura do TCLE (APÊNDICE I), com anotação dos conteúdos, na sequência dos relatos . Essa etapa ocorreu no período de abril a novembro de 2014. Os trabalhadores convidados, que participaram da coleta citada anteriormente, foram orientados e instruídos para e como seria o exame de bioimpedância, realizado em consultório no NGA-59; o agendamento ocorreu conforme disponibilidade do tabalhador, no mesmo dia ou em outra data, desde que tivessem cumprido as instruções necessárias, e não houvessem dúvidas a esclarecer. É um exame de curta duração, 10 a 15 minutos, feito com o sujeito em posição deitada, decúbito dorsal, com um eletrodo na mão e pé direito, cujo preparo prévio consta de avaliação/aferição dos sinais vitais: peso, altura e pressão arterial. Também houve a recomendação de que o sujeito fizesse uma dieta leve e não 82 realizasse exercícios físicos extenuantes no dia anterior ao exame, conforme orientação da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO (2009). 4.5 ANÁLISE DOS DADOS A análise quantitativa dos dados ocorreu com o uso do software Excel 2012 da empresa Microsoft Corporation através da funcionalidade de “tabela dinâmica”, onde foi possível correlacionar as informações por meio de um cubo dinâmico, apresentando as frequências relativas e absolutas expressas nas tabelas, apresentadas nos resultados e discussões. 4.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA Em atendimento à Resolução do Conselho Nacional de Saúde 466/12, respeitando os princípios éticos, foi preservada a confidencialidade no estudo. Houve autorização pelo Secretário Municipal de Saúde do município de Ribeirão Preto - SP (ANEXO C) e Gerente do NGA-59 (ANEXO B), para abordar os trabalhadores da saúde necessários ao estudo, após solicitações a esses responsáveis (APÊNDICES III e IV), respectivamente, e autorização do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade de Ribeirão Preto (ANEXO D), sob parecer nº 546.826, aprovado na data de 19/02/2014, de acordo com o pedido a esse órgão (APÊNDICE V). Foi dado aos participantes, que aceitaram participar do estudo, o TCLE (APÊNDICE I) para assinatura, o mesmo orienta sobre os objetivos da pesquisa. Não houve situação de risco para os participantes durante o estudo, uma vez que eles somente responderam às questões propostas no instrumento de coleta de dados, em local apropriado, assistidos e supervisionados pela coordenadora da pesquisa. Acreditamos que houve benefícios diretos desta pesquisa para o participante, que pôde obter novos conhecimentos e informações que serão extremamente valiosas no sentido de planejamentos futuros acerca da própria saúde e também para ao Departamento de Saúde do Trabalhador do Município de Ribeirão Preto. 83 Ao participante foi garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento, e deixar de participar do estudo sem qualquer prejuízo na instituição onde trabalha, respaldando-se, inclusive, nos conteúdos preconizados na Resolução 466/12, onde está assegurada a privacidade dos sujeitos (APÊNDICE I). Também não foram oferecidos riscos advindos da participação nessa investigação, pois cada sujeito respondeu apenas às questões previamente formuladas e passaram pelas aferições de medidas propostas para o exame de bioimpedância. 4.7 CRITÉRIOS DE SUSPENSÃO OU ENCERRAMENTO DA PESQUISA A pesquisa somente seria suspensa diante da percepção de algum risco ou dano aos sujeitos da pesquisa ou diante de outro estudo que tenha os mesmos propósitos e, por fim, apresentasse superioridade metodológica. As situações pontuadas não ocorreram, permitindo a realização de todas as etapas propostas no estudo. 84 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Serão descritos nesse tópico os resultados provenientes da coleta de dados da pesquisa e discutiremos as informações, subsidiados pelo referencial Modelo de Campo de Saúde de Lalonde para levantamento das informações, bem como aplicação do exame de bioimpedância e consulta ao Sistema Hygia. A amostra deste estudo constituiu-se de 114 profissionais do Núcleo de Gestão Assistencial (NGA-59). No Quadro 3 é apresentada a distribuição dos trabalhadores da saúde do NGA-59, de acordo com sexo e faixa etária, considerando que foram classificadas 5 faixas etárias para mulheres e 4 para homens, com idades compreendidas entre 20 e 70 anos, e 30 e 70 anos; respectivamente. A caracterização da população estudada foi de 71 (62,28%) mulheres e 43 (37,72%) homens. Constatamos maior prevalência de trabalhadores, de ambos os sexos, na faixa etária de 50 a 60 anos; sendo 33 (28,95%) no sexo feminino e 26 (22,81%) masculino. Quadro 3: Distribuição de trabalhadores da saúde do NGA-59, segundo sexo e faixa etária. Ribeirão Preto/SP, 2014. SEXO Feminino Feminino Total Masculino Masculino Total Total Geral FAIXA ETÁRIA TOTAL (%) n% 20 |--- 30 30 |--- 40 40 |--- 50 50 |--- 60 60 |---| 70 1 (0,88) 6 (5,26) 17 (14,91) 33 (28,95) 14 (12,28) 71 (62,28) 1 (0,88) 12 (10,53) 26 (22,81) 4 (3,51) 43 (37,72) 114 (100) 1,41 8,45 23,94 46,48 19,72 100,00 2,33 27,91 60,47 9,3 100 30 |--- 40 40 |--- 50 50 |--- 60 60 |---| 70 Fonte: Autora. Os dados encontrados corroboram os achados no estudo de Nascimento e Mendes (2002) e do Observatório de Recursos Humanos em Saúde/Estação CETREDE/UFC/UECE (2007), com relação ao sexo, prevalecendo o feminino; entretanto, as faixas etárias predominantes nos estudos citados, foram de 35 a 39 85 anos e 30 a 39 anos, respectivamente; enquanto na presente pesquisa foi de 50 a 60 anos, em ambos os sexos, revelando trabalhadores com idades mais avançadas. Quanto ao vínculo trabalhista, 88 (77,19%) dos trabalhadores possuem vínculo municipal, 22 (19,3%) estadual e 4 (3,51%) federal. O maior percentual de trabalhadores com vínculo municipal deve-se ao fato da Unidade de Saúde pertencer ao município; tendo sido municipalizada na gestão plena e os trabalhadores com vínculo estadual e federal permanecerem na Unidade até a aposentadoria, sem futuras reposições destes trabalhadores. Com relação ao tempo de trabalho, encontramos 55 (48,25%) trabalhadores com 20 a 30 anos, 31 (27,9%) possuem de 10 a 20 anos, 15 (13,16%) com 30 a 40 anos e 13 (11,40%) até 10 anos. Frente aos dados citados, por se tratar de órgão público, observou-se que se trata de trabalhadores que ingressaram em sua atividade laboral por concurso público, na Prefeitura de Ribeirão Preto, e no momento do estudo estavam lotados no NGA-59, onde prestam serviços atualmente, portanto, confirma-se que estão em atividade, há vários anos, pois a maioria tem 20 a 30 anos de trabalho. Em grande parte das instituições não há políticas definidas para o desenvolvimento do funcionário público por meio de treinamento e progressão na carreira e quando existe, geralmente, está relacionada à permanência no cargo e ao tempo de serviço (MARCONI, 2005). Isto pode resultar na má qualidade dos serviços prestados e na falta de funcionários estimulados e capacitados, gerando desperdícios de recursos técnicos, financeiros e humanos, causando elevação dos custos operacionais e queda na qualidade dos serviços prestados à sociedade (MELO, 2010). 5.1 DADOS RELACIONADOS À BIOLOGIA DO INDÍVIDUO 5.1.1 Lalonde 5.1.1.1 Dados Antropométricos No Quadro 4 é apresentada a distribuição dos trabalhadores da saúde do NGA-59, por sexo e resultado do Índice de Massa Corporal (IMC), encontrando-se 86 45 (39,47%) da amostra com obesidade I, II e III; além de 42 (36,84%) trabalhadores com sobrepeso. Na distribuição por sexo, ainda no Quadro 4, constatamos 27 (38,03%) mulheres com obesidade I, II e III; seguidas de 23 (32,39%) com sobrepeso; 18 (41,85%) homens com obesidade e 19 (44,19%) com sobrepeso. Quadro 4: Distribuição de trabalhadores da saúde do NGA – 59, segundo sexo e classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), obtida a partir da avaliação feita no momento da entrevista. Ribeirão Preto/SP, 2014. CLASSIFICAÇÃO DO IMC: TOTAL E POR SEXO Classificação IMC Peso saudável Sobrepeso Obesidade I IMC Obesidade II Obesidade III Não Avaliado Total Funcionários 26 42 24 13 8 1 114 % 22,22 35,90 20,51 11,11 6,84 0,85 97,44 Mulheres 20 23 16 7 4 1 71 % 28,17 32,39 22,54 9,86 5,63 1,41 100,00 Homens 6 19 8 6 4 0 43 % 13,95 44,19 18,60 13,95 9,30 0,00 100,00 *Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2009/2010 - ABESO Fonte: Autora. Na amostra, constatamos índices mais elevados de sobrepeso e obesidade quando comparamos com dados da literatura, pois encontramos 76,31% trabalhadores com sobrepeso e obesidade, índice maior que os encontrados no estudo de Oshiro, Ferreira e Oshiro (2013) de 72,1% sujeitos; e de Nascimento e Mendes (2002) que totalizou 61,9% dos entrevistados com sobrepeso e obesidade. Embora o IMC seja um índice amplamente utilizado, sobretudo pelo baixo custo operacional e pela simplicidade de utilização, pela conhecida associação entre elevados valores de IMC e risco aumentado para DCNT, vários estudos têm demonstrado que não deve ser utilizado como única forma de diagnóstico de sobrepeso e obesidade em adultos, pois de acordo com as características dos sujeitos avaliados, em relação às quantidades de massa gorda e massa muscular, erros significativos podem ser produzidos nos resultados (ROSS, 1997; 87 DEURENBERG; VAN STAVEREN, 1998; CARRASCO et al., 2004; COSTA, GUISELINI; FISBERG, 2007). No Quadro 5 é apresentada a distribuição dos trabalhadores da saúde do NGA-59, por sexo e classificação de Pressão Arterial (PA), demonstrando que 33 (28,94%) da amostra possuem hipertensão I, II e III. Na distribuição por sexo encontramos 17 (39,45%) homens e 16 (22,54%) mulheres com hipertensão I, II e III. Quadro 5: Distribuição de trabalhadores da saúde do NGA – 59, segundo sexo e classificação de Pressão Arterial (PA), obtida a partir da aferição no momento da entrevista. Ribeirão Preto/SP, 2014. CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL: TOTAL E POR SEXO Classificação PA Hipotensão Ótima Normal Limítrofe PA Hipertensão I Hipertensão II Hipertensão III Não Avaliado Total Funcionários 21 6 34 19 24 4 5 1 114 % 17,95 5,13 29,06 16,24 20,51 3,42 4,27 0,85 97,44 Mulheres 17 6 19 12 11 1 4 1 71 % 23,94 8,45 26,76 16,90 15,49 1,41 5,63 1,41 100,00 Homens 4 0 15 7 13 3 1 0 43 % 9,30 0,00 34,88 16,28 30,23 6,98 2,33 0,00 100,00 *VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Hipertensão (2010). Fonte: Autora. Os dados encontrados em nosso estudo, com 28,94% dos trabalhadores portadores de HAS, são menores que aos resultados obtidos por Nascimento e Mendes (2002), e maiores que os encontrados na pesquisa de Oshiro, Ferreira e Oshiro (2013), que tiveram prevalência de HAS em seus respondentes, na ordem de 25,5% e 49,5%, respectivamente. Quanto ao sexo dos trabalhadores hipertensos, os percentuais encontrados no sexo masculino foram maiores (39,45%) ao compararmos àqueles identificados nos estudos de Nascimento e Mendes (2002) e Oshiro, Ferreira e Oshiro (2013), que encontraram 33,1% e 37,8% indivíduos hipertensos, respectivamente. Considerando o sexo feminino, nosso resultado foi discretamente menor (22,54%) ao ser 88 comparado com dados de Oshiro, Ferreira e Oshiro (2013) que citam 23,2% mulheres hipertensas em sua pesquisa. Estes índices do presente estudo confirmam o encontrado na população em geral, onde há predomínio de HAS no sexo masculino. 5.1.2 Exame de Bioimpedância No Quadro 6 é apresentada a distribuição dos trabalhadores da saúde do NGA-59, por sexo e resultado do percentual de Massa Gorda no peso corporal, e encontramos 76 (66,67%) da amostra com % moderada e excessiva; e 16 (14,03%) na % limítrofe. Considerando a distribuição por sexo, encontramos 50 (70,43%) das mulheres com porcentagem (%) moderada e excessiva; e 10 (14,08%) na % limítrofe. Nos homens 26 (60,47%) estavam com % moderada e excessiva; e 6 (13,95%) na % limítrofe (Quadro 6). Quadro 6: Distribuição de trabalhadores da saúde do NGA-59, segundo sexo e resultado de massa gorda, obtido a partir do exame de bioimpedância. Ribeirão Preto/SP, 2014. SEXO Feminino Feminino Total Masculino Masculino Total Total Geral Result. % de Massa Gorda Ótima Normal Limítrofe Moderada Excessiva Não avaliado Ótima Normal Limítrofe Moderada Excessiva TOTAL 6 (5,26) 3 (2,63) 10 (8,77) 9 (7,89) 41 (35,96) 2 (1,75) 71 (62,28) 9 (7,89) 2 (1,75) 6 (5,26) 5 (4,39) 21 (18,42) 43 (37,72) 114 (100,00) n% 8,45 4,23 14,08 12,68 57,75 2,82 100,00 20,93 4,65 13,95 11,63 48,84 100,00 Fonte: Manual do Aparelho de Bioimpedância –TBW. 89 No presente estudo verificamos a variação do IMC (referida) e % Gordura Corporal (aferida), considerando que a nomenclatura usada para referências de IMC e bioimpedância são distintas, salientando que no IMC temos sobrepeso e obesidade I, II e III; na bioimpedância pontuamos o % de gordura em limítrofe, moderada e excessiva. Ao fazermos analogia dos dados encontrados, sob a ótica das duas formas de levantamentos realizadas, considerando sobrepeso (36,84%) versus limítrofe (14,03%), e obesidade I, II e III (39,47%) versus moderada e excessiva (66,67%), os dados mostraram que o IMC realmente não é um método individualizado e, sim, populacional, diferente da bioimpedância que nos mostra um resultado personalizado, um método não dispendioso e fácil de ser usado, que possibilita dados mais fidedignos, referentes à situação corporal dos trabalhadores, sujeitos dessa pesquisa. Esta comparação dos métodos revelou importante discordância dos valores de IMC quando comparados aos encontrados na bioimpedância. Dados da literatura, como do estudo realizado por Carrasco et al. (2004), demonstraram a concordância de diagnóstico entre o IMC e a porcentagem de gordura obtida pela impedanciometria em adultos chilenos; que utilizou os mesmos pontos de corte que os utilizados no presente estudo. Os resultados foram semelhantes, com maior porcentagem de obesidade detectada pela % de gordura (bioimpedância) do que pelo IMC. Essa informação permite-nos inferir que o IMC apresenta significativo número de diagnósticos falsos negativos quando comparado à % de gordura. No Quadro 7 é apresentada a distribuição dos trabalhadores da saúde do NGA-59, por sexo e resultado da % de Água Corporal Massa Magra, constatando na amostra, 78 (68,41%) com % de água dentro da normalidade e 34 (29,83%) com retenção hídrica. Na distribuição por sexo, encontramos 58 (81,69%) mulheres com % de água dentro da normalidade e 11 (15,49%) com retenção hídrica; nos homens 23 (53,49%) estavam com retenção hídrica e 20 (46,51%) com % de água dentro da normalidade. 90 Quadro 7: Distribuição de trabalhadores da saúde do NGA-59, segundo sexo e resultado de % de água corporal na massa magra, obtido a partir do exame de bioimpedância. Ribeirão Preto/SP, 2014. SEXO RESULTADO % ÁGUA Feminino TOTAL n % Normal 58 (50,87) 81,69 Retenção hídrica 11 (9,65) 15,49 Não avaliado Feminino Total 2 (1,75) 2,82 71 (62,28) 100,00 Masculino Normal 20 (17,54) 46,51 Retenção hídrica 23 (20,18) 53,49 Masculino Total 43 (37,72) 100 Total Geral 114 (100) Fonte: Manual do Aparelho de Bioimpedância -TBW (2003) Para Barreto et al. (2008), a bioimpedância elétrica tem sido uma alternativa viável na avaliação da composição corporal, pois trata-se de equipamento não invasivo, portátil, de fácil manuseio, boa reprodutibilidade e, portanto, com uso para a prática clínica e para estudos epidemiológicos. Ainda Barretos et al. (2008) enfatizam que para a estimativa dos componentes corporais (p. 887) a bioimpedância elétrica estima primeiramente a quantidade de água corporal total e, para isso, pressupõe um grau estável de hidratação e de conteúdo mineral ósseo. A suposição não é válida para indivíduos obesos, considerando que estes possuem um maior nível de hidratação inerente à obesidade, ocorrendo uma subestimação de gordura corporal. No Quadro 8, identificamos que o resultado do % de água corporal na massa magra foi aumentando, conforme o aumento do IMC. No “peso saudável” 4 (15,38%); “sobrepeso” 9 (21,43%); “obesidade I” 9 (37,50%); “obesidade II” 7 (53,85%) e na “obesidade III” 5 (62,50%). 91 Quadro 8: Distribuição de trabalhadores da saúde do NGA-59, segundo IMC e resultado de % de água corporal na massa magra, obtido a partir do exame de bioimpedância. Ribeirão Preto/SP, 2014. RESULTADO IMC Peso Saudável RESULTADO % ÁGUA Normal Retenção hídrica Peso Saudável Total Sobrepeso Normal Retenção hídrica Não avaliado Sobrepeso Total Obesidade I Normal Retenção hídrica Obesidade I Total Obesidade II Normal Retenção hídrica Obesidade II Total Obesidade III Obesidade III Total Não avaliado Não Avaliado Total Total Geral Normal Retenção hídrica Não avaliado TOTAL 22 (19,30) 4 (3,51) 26 (22,81) 32 (28,07) 9 (7,89) 1 (0,88) 42 (36,84) 15 (13,16) 9 (7,89) 24 (21,05) 6 (5,26) 7 (6,14) 13 (11,40) 3 (2,63) 5 (4,39) 8 (7,02) 1 (0,88) 1 (0,88) 114 (100) n% 84,62 15,38 100,00 76,19 21,43 2,38 100,00 62,50 37,50 100,00 46,15 53,85 100,00 37,50 62,50 100 100 100 Fonte: Autora. O conhecimento da composição corporal de um indivíduo, pela bioimpedância, segundo Heyward e Stolarczyk (2000), pode ser uma ferramenta valiosa e auxiliar na identificação dos riscos à saúde, associados aos níveis elevados de gordura corporal, aos níveis mínimos de massa magra, à % de água corporal total, ao acúmulo de gordura intra-abdominal, a mudanças da composição corporal associadas às DCNT, na avaliação da eficiência de intervenções nutricionais e de exercícios físicos, na estimativa do peso ideal, na formulação e prescrição de dietas ou até mesmo no monitoramento das mudanças corporais associadas ao crescimento, ao desenvolvimento e à maturação. No presente estudo, quando da avaliação do nível de massa magra (músculos, ossos e vísceras), por sexo e faixa etária, foram encontrados 108 (94,74%) trabalhadores dentro do nível mínimo esperado e 4 (3,51%) com nível abaixo do preconizado e 2 (1,75%) não avaliados. Estes 4 últimos trabalhadores 92 citados são mulheres, na faixa etária de 42 a 52 anos de idade, e seus % de gordura apurado foram 2 – limítrofe, 1 – moderada e 1 – excessiva, isto nos permite designálas de “falsas magras”, uma vez que não têm o mínimo desejável quanto à massa magra e estão fora da normalidade quanto ao percentual de gordura corporal, aconselhando-se trabalharem a atividade física/exercício para ganhar massa muscular e perder gordura, de forma acompanhada. Estudiosos na área, como Eickemberg et al. (2011), defendem que a bioimpedância pode ser usada para determinar o fracionamento dos componentes corporais, como marcador de estado nutricional e para avaliação de dano celular, desde que sejam estabelecidos critérios mais fidedignos para análise e interpretação dos resultados, no sentido de adotar pesquisas que desenvolvam equações específicas para a população brasileira, inclusive para diferentes grupos etários. 5.1.3 História Clínica do Trabalhador Considerando a importância da história clínica que caracteriza a biologia dos participantes dessa pesquisa buscamos identificar quais as doenças que possuem ou já possuíram, pontuando sobrepeso (59,65%), problemas de coluna (52,63%), problemas gástricos (37,72%), HAS (31,58%), transtornos emocionais (31,58%), distúrbios do sono (28,95%), dislipidemias (24,56%), outras doenças (20,18%), obesidade (19,3%), problemas hepáticos (12,28%), DM e osteopenia (9,65%) cada, problemas urinários, osteoporose, hipotireoidismo, doença vascular periférica (7,02%) cada, distúrbios da imunidade (3,51%), hipertireoidismo (2,63%) e acidente vascular cerebral (0,88%). Também foi perguntado se possuíam outras patologias que não foram contempladas no instrumento. No Gráfico 2 constatamos que foram apontadas, com maior frequência, sobrepeso, problemas de coluna e gástricos, além da HAS, transtornos emocionais, distúrbios do sono e dislipidemias. Ainda aparecem nas condições clínicas agrupadas como “outras doenças”, citadas individualmente pelos trabalhadores, em menor número, porém, com frequência significativa de 20,18%, quando associadas, rinite alérgica 3 (13,4%); cegueira - pós cirurgia/acidente, asma, enxaqueca, vertigem paroxística postural, hérnia inguinal com 2 (8,7%) cada, pé diabético, glaucoma, retinopatia diabética, prolapso de válvula cardíaca, disritmia cerebral, miocardiopatia hipertrófica - 93 marcapasso, arritmia cardíaca, fibromialgia, insuficiência aguda do miocárdio - IAM, insuficiência aórtica com prótese, varizes de membros inferiores, psoríase, sequela de poliomielite, e labirintite em 1 (4,35%). 94 Gráfico 2: Distribuição da história clínica de doenças nos trabalhadores da saúde do NGA – 59, referida por ocasião da entrevista. Ribeirão Preto/SP,2014. Sobrepeso História Clínica Problemas de Coluna Problemas Gástricos 80 HAS 70 Transtornos Emocionais 68 Distúrbio do Sono 60 Dislipidemia 60 Outras Doenças 50 Obesidade 43 40 Problemas Hepáticos 36 Diabetes Melitus 36 33 30 Osteopenia 28 23 Problemas Urinários 22 Osteoporose 20 Hipotireoidismo 14 11 11 8 10 8 8 Doença Vascular Periférica 8 4 3 Distúrbio de Imunidade 1 Hipertireoidismo 0 1 AVC Fonte: Autora. 95 Ressalta-se que nesse grupo de “outras doenças”, frequentemente, aparecem sinais e sintomas que posteriormente culminaram em quadros clínicos que levaram a instalação da DM, HAS e poderiam, se consideradas para investigação e intervenção em saúde, terem evitado a ocorrência das DCNT, citadas anteriormente, por exemplo. Conforme dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2013), a proporção de indivíduos de 18 anos ou mais que referiram diagnóstico de doenças, apontam a HAS (21,4%), problemas de coluna (18,5%), dislipidemia (12,5%), depressão (7,6%), diabetes (6,2%), asma (1,75%) e AVC (1,5%) e, ao confrontarmos os resultados do presente estudo identificamos um percentual mais elevado em relação à HAS (37,72%), problemas de coluna (52,63%), transtornos emocionais (31,58%) e diabetes (9,65%). Entretanto, no que diz respeito à asma (1,75%) e AVC (0,88%), os resultados da pesquisa vigente trouxeram índices iguais e menores, respectivamente, como verificado no Gráfico 2. Outro estudo intitulado Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel, 2012), realizado pelo Ministério da Saúde, mostrou que 51% da população acima de 18 anos, está acima do peso considerado normal, em ambos os sexos. Entre os homens, o excesso de peso atinge 54% e as mulheres, 48%. O estudo inédito também revela que a obesidade cresceu no País, atingindo o percentual de 17% da população. Na presente investigação sobrepeso e obesidade, associadas, atingiram 78,95%, reforçando a tendência de crescimento, já relatada. 5.2 DADOS RELACIONADOS AO MEIO AMBIENTE 5.2.1 Formação e Atividade Profissional Considerando o nível de instrução dos participantes da amostra, constatamos no Quadro 9, que os níveis de instrução de maior predomínio, em ambos os sexos, foram o superior completo seguido de médio completo, sendo no sexo feminino 44 (61,97%) e 18 (25,35%), e no sexo masculino 32 (74,42%) e 7 (16,28%), respectivamente. Ainda salientamos que existem 2 (2,82%) mulheres que possuem apenas nível fundamental. 96 Quadro 9: Distribuição dos trabalhadores da saúde do NGA – 59 segundo sexo e nível de instrução. Ribeirão Preto/SP, 2014. SEXO Feminino NÍVEL INSTRUÇÃO Fundamental Completo Fundamental Incompleto n% 1 (0,88) 1,41 1 (0,88) 1,41 18 (15,79) 25,35 6 (5,26) 8,45 Sup. Completo 44 (38,59) 61,97 Sup. Incompleto 1 (0,88) 71 (62,28) 1,41 100 Médio Completo 7 (6,14) 16,28 Médio Completo Médio Incompleto Feminino Total Masculino TOTAL Médio Incompleto 2 (1,75) 4,65 32 (28,08) 74,42 Sup. Incompleto Masculino Total 2 (1,75) 43 (37,72) 4,65 100 Total Geral 114 (100) Sup. Completo Fonte: Autora. No estudo de Nascimento e Mendes (2002) e Observatório de Recursos Humanos em Saúde/Estação CETREDE/UFC/UECE (2007), também foi observada a predominância de trabalhadores com ensino superior completo, corroborando com os achados deste. Com relação à ocupação dos profissionais, a amostra foi constituída por 40 Médicos(as) (35,09%); 27 Técnicos(as), Auxiliares e Atendentes de Enfermagem (26,32%); 13 Profissionais com Nível Superior (4 Dentistas, 2 Psicólogos(as), 1 Fisioterapeuta, 1 Terapeuta Ocupacional, 2 Fonoaudiólogos(as), 2 Assistentes Sociais e 1 Nutricionista) (11,4%); 10 Agentes Administrativos (8,77%); 7 Enfermeiros(as) (6,14%); 5 Auxiliares de Serviços Gerais (4,39%); 3 Agentes de Segurança (2,63%); 2 Auxiliares de Cirurgião Dentista (1,75%); 2 Visitadores Sanitários (1,75%); 1 Técnico de ECG (0,88%) e 1 Telefonista (0,88%). Das ocupações, os profissionais que alegaram ter mais de um emprego, a frequência foi 100% de Nutricionistas; 92,5% dos Médicos(as); 50% dos Fonoaudiólogos(as) e Psicólogos(as); 33,3% dos Agentes de Segurança e Atendentes de Enfermagem; 30% dos Agentes Administrativos; 20% dos Auxiliares de Enfermagem e Auxiliares de Serviços Gerais e 14,29% dos Enfermeiros(as). Os demais profissionais relataram ter somente um emprego. 97 No que diz respeito à jornada de trabalho encontramos 36 (31,58%) colaboradores com jornada de até 6 horas diárias; 73 (64,04%) com jornada de 6 a 12 horas e 5 (4,39%) trabalham de 12 a18 horas. Os dados no estudo de Ferraz (2010) contrapõem os achados aqui encontrados, pois houve predominância de jornada de trabalho semanal dupla e tripla (nos profissionais enfermeiros de um hospital escola em Belo Horizonte/MG), jornadas consideradas desgastantes, comum nessa classe de trabalhadores da saúde. Segundo Martins e Zeitoune (2007) são reveladoras a condição de trabalho imposta pela ideologia capitalista, pois absorve toda a força de trabalho dos trabalhadores para fazer jus ao mundo consumista, idealizado histórico e socialmente, como prerrogativa de viver bem e ter qualidade (material) de vida. A sobrecarga de trabalho interfere nos meios de garantir a qualidade de vida dos indivíduos, impedindo que os mesmos busquem condições para uma relação de trabalho que priorize o descanso físico e o cuidado de si. 5.2.2 Renda e Estrutura Familiar Quando analisamos a renda familiar dos trabalhadores tivemos maior prevalência de 53 (46,49%) na faixa salarial acima de 10 Salários Mínimos (SM), seguidos de 29 (25,44%) entre 6 e 10 SM; 28 (24,56%) entre 3 e 6 SM e 4 (3,51%), menor que 3 SM. Com relação ao estado civil, 73 (64,04%) são casados, 19 (16,67%) são solteiros; 12 (10,57%) divorciados; 4 (3,51%) viúvos e 2 (1,75%) relataram ser amigados, desquitados e separados judicialmente. Encontramos ainda 6 (5,26%) trabalhadores que vivem outra união-não formal, diferente do registro civil. Quanto ao número de filhos, 42 (36,84%) dos trabalhadores têm 2 filhos, 30 (26,32%) possuem 1 filho, 20 (17,54%) têm 3 filhos, 18 (15,79%) não os possuem, 3 (2,63%) relataram 5 filhos e 1 (0,88%) refere 4 filhos. No estudo de Nascimento e Mendes (2002) foram encontrados 72,8% de trabalhadores que viviam com algum companheiro e 32,2% tinham dois filhos. Estes resultados corroboram com os achados da presente investigação onde 71,05% trabalhadores vivem com algum companheiro e 36,84% tinham dois filhos. 98 Ao analisarmos a renda familiar, detectamos escassez de pesquisa nessa área, com relação específica, ao trabalhador da saúde, pois estudo do Observatório de Recursos Humanos em Saúde/Estação CETREDE/UFC/UECE (2007), a remuneração dos trabalhadores de saúde de nível superior está na faixa de 4 a 8 salários mínimos e daqueles de nível técnico entre 1 a 4 salários mínimos; porém difere dos encontrados no estudo vigente, uma vez que fizemos avaliação da renda familiar e não individual do trabalhador. 5.3 DADOS RELACIONADOS AO ESTILO DE VIDA Tendo em vista a importância do estilo de vida na ocorrência das DCNT, buscamos identificar na entrevista com os trabalhadores, as causas para sua doença relacionadas ao estilo de vida de cada um. No Gráfico 3, estão relacionadas as principais causas para ocorrência da doença de acordo com o estilo de vida, predominando, com 52 (45,67%) a falta de exercícios físicos; 47 (41,23%) dieta incorreta; 34 (29,82%) estresse; 33 (28,95%) história familiar; 30 (26,32%) idade; 16 (14,04%) obesidade; 9 (7,89%) tabagismo, e 3 (2,63%) diabetes. Ressaltamos que cada participante poderia indicar mais de uma associação da ocorrência da doença e seu estilo de vida. Rothman e Greenland (1998) definiram causa suficiente como um conjunto de eventos e condições mínimos que inevitavelmente acarreta a ocorrência de doença, conceituando que ‘mínimo’ implica que não se pode prescindir de nenhum dos eventos ou condições componentes. Nota-se ainda que, para a ocorrência de uma determinada doença, pode haver diversos conjuntos de causas/fatores de risco suficientes, durante um período de tempo específico. A passagem da atribuição de associação entre a exposição (suposto agente causal) e a doença para atribuição de causa tem sido a tônica da discussão sobre causalidade em epidemiologia (LUIZ; STRUCHINER, 2002). No estudo de Teixeira e Mantovani (2009), os fatores de risco encontrados incluíram o estresse (25,6%), HAS (21,1%), antecedentes familiares (18,9%), obesidade (14,4%), sedentarismo (12,2%), diabetes (3,3%), tabagismo (2,3%) e excesso de sal na alimentação (2,2%). Podemos dizer que os fatores anteriormente citados, também estão presentes no estudo que realizamos, porém, não há como 99 comparar os percentuais porque, diferente do preconizado pelos autores supracitados, os trabalhadores do NGA podiam apontar mais de um fator. Gráfico 3: Distribuição das causas para ocorrência da doença, dos trabalhadores da saúde do NGA – 59, segundo o estilo de vida, apontadas por eles. Ribeirão Preto/SP, 2014. Fonte: Autora. Com relação ao consumo de bebidas alcoólicas tivemos 64 (56,14%) que não consomem, porém 50 (43,86%) de trabalhadores ingerem. Destes últimos 6 (12%) fazem uso de bebidas 3 vezes ou mais na semana, 30 (60%) uso menor que 3 vezes na semana e 14 (28%) referiram consumir raramente/1 vez na semana. As bebidas mais citadas foram cerveja (54%) e vinho (24%), respectivamente. Lara (2015) afirma que o álcool, em quantidades moderadas (até duas canecas de 250 ml para homens e apenas um copo para mulheres), tem ação protetora para o sistema cardiovascular, faz a manutenção de níveis saudáveis de colesterol, ajuda na contração muscular, na coagulação sanguínea, na proteção contra alguns tipos de câncer e também no diabetes. Ao se discutir qual bebida é mais saudável, o National Nutrient Database (USDA) (2015) fez uma comparação entre 100 ml de cerveja e 100 ml vinho tinto seco, e divulgou que o resultado foi levemente favorável à cerveja; pois esta última 100 bebida é menos calórica, o teor alcoólico é menor e tem maior quantidade de água; já o vinho tem menos carboidrato e é mais rico em antioxidantes; a quantidade de proteína é muito baixa nas duas bebidas. Como evidenciado nessa pesquisa, Vaismann (1998) relata que no Brasil, estudo realizado no ano de 1993, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP aponta que 10% a 15% dos trabalhadores brasileiros apresentam dependência ou problemas de abuso do álcool, índice próximo ao encontrado nos trabalhadores do NGA-59, de 12%. O alcoolismo é apontado por Magda (2004) como um problema expressivo da vida intramuros das organizações e que deve ser tratado não como entidade nosológica unitária e, sim, como síndrome multivariada. A prevalência do uso de álcool foi de 48,6%, no estudo de Ferraz (2010), entre enfermeiros de um hospital escola em Belo Horizonte/MG, maior que a encontrada entre os trabalhadores da Unidade de Saúde, ora investigada. Quanto ao tabagismo, 87 (76,32%) dos trabalhadores apresentaram-se como não fumantes, 20 (17,54%) são ex-fumantes e 7 (6,14%) fumantes. Observa-se, pelos resultados, que há semelhança dos dados presentes na população, em geral, considerando o crescimento do número de ex-fumantes (18,2%) em relação aos fumantes (17,2%), encontrados na pesquisa realizada pelo IBGE (2009). Ferraz (2010) relatou dados percentuais concorrentes com os que foram pontuados, pois constatou que 83,8% enfermeiros de um hospital escola em Belo Horizonte/MG nunca fumaram; 9,5% pararam de fumar e 6,7% são fumantes. Nos dados do PNS (2013), a prevalência de usuários atuais de produtos derivados de tabaco, fumado ou não, de uso diário ou ocasional foi de 15%, exfumantes 17,5% e não fumantes 67,5%. Comparando estes dados com os referidos pelos trabalhadores do NGA-59 evidenciamos maior índice de não fumantes na amostra em estudo, percentual similar de ex-fumantes nos dois estudos, e com relação aos fumantes constatamos índice menor entre os trabalhadores; cenário de saúde mais positivo que o encontrado na população, em geral, pois se apresentam em maior número, trabalhadores não fumantes e, em menor ocorrência, os fumantes. 101 Quando o trabalhador foi questionado se era estressado, tivemos 64 (56,14%) que disseram sê-lo em situação de trabalho, 26 (22,81%) em situação doméstica, 16 (14,04%) não têm qualquer estresse, e 12 (10,53%) em outras situações. Um conceito bastante investigado, por exemplo, é o de conflito entre papéis profissionais e familiares (FRONE et al., 1992; KELLOWAY, 1999). De acordo com Pollasky e Holahan (1998), a literatura mostra a importância, para a saúde e bemestar do indivíduo, de se desempenhar diversos papéis dentro e fora de casa, pois isso aumenta a autoestima e oferece maiores oportunidades de apoio social. No entanto, estudos têm revelado que tentativas de equilibrar demandas advindas do trabalho e da família podem provocar consequências negativas, estresse no âmbito familiar e profissional (CARNET, 1993; THOMPSON; WALKER, 1989; VERÍSSIMO, et al., 2013). A pesquisa de Tamayo (2001) que encontrou relação entre valores e estresse ocupacional, abordou somente os valores pessoais básicos e não os valores do trabalho. No estudo de Nascimento e Mendes (2002), o estresse foi referido em 47,3% da população estudada, sendo que o ambiente do trabalho foi considerado o mais estressante (46,7%), dados estes bem menores que os encontrados no presente trabalho. No estudo de Paschoal e Tamayo (2005), os resultados mostraram que somente a variável interferência família-trabalho explicou a variável estresse ocupacional. Não foi encontrada relação entre os valores do trabalho (realização no trabalho, relações sociais, prestígio e estabilidade) e o estresse ocupacional. Acreditamos que o estresse ocupacional, encontrado na presente investigação, pode advir da variável situação família-trabalho, como já citado em vários estudos, principalmente quando o casal trabalha fora e precisar conciliar a situação de trabalhador também em casa, inserindo aí a rotina do cuidado com os filhos (PASCHOAL, T; TAMAYO, A. 2005). Ao indagarmos aos trabalhadores se possuíam alterações do sono encontramos 30 (26,32%) que referiram tê-las, destes 9 (30%) relataram que as causas se devem a problemas emocionais, 6 (20%) a mudanças de hábitos, 9 (30%) de causas variadas (apneia do sono, obesidade, menopausa, compromissos, criança pequena e idade) e 6 (20%) não responderam. Na unidade estudada há somente 102 turno diurno de trabalho, porém muitos trabalhadores possuem outros empregos, conforme citado anteriormente, dado esse que pode ter interferência no sono dos trabalhadores. Segundo dados da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) (2015), o sono normal ou seus distúrbios estão associados ao bom ou mau funcionamento cerebral. Algumas pessoas apresentam estruturalmente maior propensão a distúrbios do sono (são os fatores predisponentes), também se expostas a condições de estresse, doenças ou mudança de hábitos (fatores precipitantes). Os distúrbios de sono mais comuns são a insônia, a apneia obstrutiva do sono e a síndrome das pernas inquietas. A principal manifestação de um problema crônico de sono é a sonolência diurna exagerada. As primeiras manifestações dos distúrbios do sono são as alterações do humor e as alterações de memória e capacidades mentais (cognitivas), como aprendizado, raciocínio e pensamento, podendo surgir também dor de cabeça. Na prática, o descanso prepara nosso cérebro emocional para as interações sociais e emocionais do dia seguinte (ABN, 2015). Na University of Califórnia, em Berkeley, os pesquisadores, Greer, Goldstein e Walker (2013) afirmam que a falta de descanso/sono está causando transtornos psicológicos. Referem que as regiões cerebrais responsáveis pela tomada de decisões ficavam prejudicadas pela falta de sono, enquanto, estruturas cerebrais mais primitivas que controlam a motivação e o desejo são amplificadas. Além disso, informaram ainda que os alimentos altamente calóricos também sejam mais atraentes aos olhos de quem era privado de sono. O sobrepeso e a obesidade podem estar relacionados a pessoas que dormem menos, pela combinação de alteração da atividade cerebral e de tomada de decisão. No Quadro 10 demonstramos a classificação da atividade física / exercício físico dos trabalhadores, conforme apontado por eles, sendo que a maioria é sedentária 55 (48,25%) e apenas 17 (14,91%) muito ativos. 103 Quadro 10: Distribuição dos trabalhadores da saúde do NGA – 59, segundo a Classificação de Atividade Física e Exercício Físico, proposto pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), Ribeirão Preto/SP, 2014. Classificação* Sedentário Insuficientemente Ativo Ativo Muito Ativo Total Atividade Física / Exercícios Nº de funcionários 55 22 20 17 114 % 48,25 19,30 17,54 14,91 100,00 *IPAQ, 2001. Fonte: Autora. Dados do PNS (2013) assinalam que no Brasil, 27,1% dos homens, com mais de 18 anos, praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto as mulheres apenas 18,4%. O percentual de adultos que praticavam o nível recomendado de atividade física, no tempo livre, tendeu a diminuir com o aumento da idade (PNS, 2013). A média brasileira foi de 22,5% de adultos ativos; percentual que se aproxima do encontrado no presente estudo (17,54%). Na amostra foram encontrados 19,3% trabalhadores insuficientemente ativos, percentual considerado abaixo da média nacional, se comparados aos valores encontrados no PNS (2013), onde o percentual de adultos insuficientemente ativos no Brasil foi de 46%. Insuficientemente ativos são os indivíduos adultos que não praticaram atividade física ou a praticaram por menos do que 150 minutos por semana. No presente estudo foi encontrado pouco menos que a metade (48,25%) de trabalhadores sedentários; enquanto, Nascimento e Mendes (2002) revelam que mais da metade dos entrevistados não desenvolviam atividade física, assim eram sedentários. Os índices apontados foram muito próximos, e sem dúvida, vêm contribuindo para aumentar os altos índices de sobrepeso e obesidade na presente população. Ainda foram abordadas questões sobre a vida sexual, menopausa e uso de hormônios pelos trabalhadores. Quanto à vida sexual tivemos 91 (79,82%) com vida sexual ativa, 20 (17,54%) sem vida sexual ativa e 3 (2,63%) não responderam. A sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois além da sua potencialidade reprodutiva, relaciona-se com a busca 104 do prazer, necessidade fundamental das pessoas. Manifesta-se desde o momento do nascimento até a morte, de formas diferentes a cada etapa do desenvolvimento humano, sendo construída ao longo da vida. Segundo dados de uma pesquisa britânica, na Universidade de Manchester, na Inglaterra, mais da metade dos homens e quase um terço das mulheres com mais de 70 anos ainda têm vida sexual ativa. Entre os homens, a principal queixa foram as dificuldades de ereção (39%); e com relação as mulheres foram dificuldades para alcançar a excitação (32%) e atingir o orgasmo (27%). Com o envelhecimento da população, os profissionais de saúde não podem negligenciar a vida sexual dos mais velhos, e precisam, cada vez mais, conhecer melhor as necessidades dessa faixa etária (LEE et al., 2015). Ressalta-se, contudo, que há escassez de literatura sobre a vida sexual entre trabalhadores da saúde, e tendo em vista a faixa etária predominante no presente estudo ser de adultos, ponderou-se os dados encontrados para a população, em geral. Das 71 mulheres participantes deste estudo, 36 (50,7%) estão em menopausa, sendo que destas, 9 (25%) a obtiveram devido a cirurgia ginecológica. A menopausa se dá quando ocorre a última menstruação na vida da mulher. Ela é parte de um processo biológico, ocorre entre as idades de 45 e 55 anos, variando de mulher para mulher. Durante esse período, os ovários gradualmente produzem menos quantidades de hormônios sexuais, estrogênio e progesterona (SOGESP, 2015). A "menopausa natural" começa quando a mulher tem seu último ciclo menstrual, ou pára de menstruar, e é considerada completa quando a menstruação cessou há mais de 1 ano. As mulheres que sofreram cirurgia para remover o útero e ambos os ovários (histerectomia total) experienciam uma "menopausa cirúrgica", um fim imediato na produção de hormônio e menstruação (SOGESP, 2015). A deficiência de estrogênio foi considerada por muitos pesquisadores uma condição fisiológica, e não patológica, provavelmente porque a insuficiência ovariana é geneticamente programada. Embora essa deficiência de estrogênio seja tratável, menos de 20% das mulheres pós-menopáusicas recebem tratamento. A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é recomendada para alívio dos sintomas vasomotores, tratamento da atrofia vaginal e prevenção da osteoporose. Entretanto, existem várias 105 contraindicações e, com isto, aproximadamente 70% das mulheres cessam o tratamento após o primeiro ano (GIACOMINI; MELLA, 2006). Os sintomas vasomotores (fogachos) atingem cerca de 75% das mulheres no climatério. Estes sintomas podem desaparecer em um a dois anos, sem tratamento, portanto, uma terapia de reposição hormonal, por curto prazo, estaria bem justificada, evitando que a mulher vivencie sinais e sintomas importantes e incômodos (OPPERMANN-LISBÔA; WANNMACHER, 2001). O climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais, tanto no homem como na mulher (SOGESP, 2015). Com relação aos hormônios, das 71 mulheres, 41 (57,74%) não utilizam, 27 (38,03%) faz uso e 3 (4,23%) não responderam à questão. Dos 43 homens, 40 (93,02%) não utilizam, 2 (4,65%) não responderam e 1 (2,33%) referiu usar. Não foi pontuado qual tipo de hormônio utilizavam, ou ainda se para fins de anticoncepção ou reposição hormonal. O estudo Women's Health Initiative Investigators (WHI) (2002) enfatizou que os riscos de saúde global ultrapassaram os benefícios provenientes do uso de estrogênio mais progestina combinado, entre as mulheres norte-americanas na pósmenopausa saudável. O perfil de risco-benefício, não é consistente com os requisitos para uma intervenção viável para a prevenção primária de DCNT, e os resultados indicam que este regime não deve ser iniciado ou continuado para a prevenção primária de doenças cardiovasculares. A Andropausa, Climatério Viril ou Síndrome de Adam "Androgen Deficience Aging Male" (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino) são termos até pouco usados para designar um quadro clínico com novos estudos e muito questionado, que ocorre em uma parcela significativa de homens a partir dos 50 a 60 anos; onde são detectados decréscimos significativos de hormônios androgênicos, principalmente a testosterona (SBEM, 2015a). A andropausa não é tão abrupta como a menopausa. É um processo lento e gradual, que afeta todos os processos orgânicos, e tem a ver com o declínio progressivo dos hormônios sexuais masculino. Em contraste com a situação vivida pelas mulheres, onde a menopausa marca o fim do período fértil, a fertilidade em homens persiste apesar da idade (SBEM, 2015a). 106 A deficiência androgênica (diminuição da produção do hormônio sexual masculino) está presente em cerca de 15% dos homens entre 50 e 60 anos, chegando a 50%, ou mais, dos homens com 80 anos (SBEM, 2015a). A revisão publicada por Bonaccorsi (2001) descreve que após apresentar o quadro de andropausa, acredita-se que a "Síndrome de Insuficiência Androgênica Parcial" acomete pelo menos 20% a 30% dos homens, a partir dos 50 a 60 anos, e que a terapêutica por testosterona tem sido segura e eficaz, em 30% dos casos, não havendo provas de que aumente a morbidade e mortalidade cardiovascular. Ainda o mesmo autor conclui, de forma reflexiva, que: Se existem riscos inerentes às ações da testosterona, seja ela endógena ou exógena, estes riscos seriam o tributo que os homens têm que pagar para se manterem homens saudáveis (BONACCORSI, 2001, p. 131). Frente ao comentado pelo pesquisador, apresenta-se, nessa condição, uma peculiar correlação entre correr riscos para se manter saudável e uma clara associação entre a ideia da presença da testosterona e o "manter-se" jovem e saudável. Os resultados encontrados no presente estudo diferem dos achados da revisão de Bonaccorsi (2001), pois somente um trabalhador homem (2,33%) referiu uso de hormônio. 5.4 DADOS RELACIONADOS AO ACESSO/ATENDIMENTO DA SAÚDE No Brasil, mesmo com a existência do SUS, gratuito e universal, o custo individual de uma doença crônica ainda é bastante elevado, especialmente pelos valores agregados, o que contribui para o empobrecimento dos trabalhadores e suas famílias (MALTA et al., 2011). Considerando o acesso/atendimento da saúde do trabalhador verificamos que 54 (47,37%) referem utilizar os serviços de saúde para fins preventivos, 46 (40,35%) fazem uso periódico, para tratamento de alguma enfermidade, e ainda encontramos 13 (11,4%) trabalhadores que procuram os serviços de saúde apenas em caso de urgência e 1 (0,88%) trabalhador referiu não fazer uso de serviços de saúde. Nesse sentido, Couto et a.l, (2010), ao identificar que as práticas de cuidados, de si e dos outros, são construídas nas relações entre as pessoas, tanto em lócus 107 privado/doméstico quanto em público/institucional, ampliar-se-iam o reconhecimento e o acolhimento de demandas e necessidades masculinas e femininas, forçando a ruptura do círculo vicioso de invisibilidade e exclusão dos sujeitos, o que permitiria resgatar a equidade e aprimorar o cuidado e a assistência em saúde. Embora os estudos relatem altas taxas de mortalidade masculina, em todas as idades, e para quase todas das causas (WHITE; CASH, 2004; LAURENTI; MELLO JORGE; GOTLIEB, 2005), ao se examinar a morbidade, a auto-percepção de saúde e o uso de serviços constatou-se que as mulheres apresentam indicadores mais altos que os homens, uma vez que elas são apontadas como mais atentas, na busca por atenção à saúde e/ou portadoras de mais problemas de saúde (AQUINO; MENEZES; AMOEDO, 1992). Pinheiro et al. (2002) traçaram um panorama sobre morbidade referida, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Os recortes utilizando sexo e faixa etária, mostraram que, em termos da auto-avaliação do estado de saúde, 23,5% das mulheres e 18,2% dos homens apontaram seu estado de saúde como deficiente. O estudo também ressaltou marcadas diferenças por sexo quanto ao motivo da procura de serviços de saúde, mesmo excluídos os partos e os atendimentos de pré-natal. As mulheres procuram mais serviços para realização de exames de rotina e prevenção (40,3% mulheres e 28,4% homens), enquanto os homens procuram mais serviços de saúde por motivo de doença (36,3% homens e 33,4% mulheres). No Brasil, todo cidadão tem acesso ao Sistema Único de Saúde, e nesse grupo incluem todos os trabalhadores da saúde participantes dessa pesquisa. Também foi referido que 114 (100%) sujeitos possuem e utilizam outro convênio de saúde como o SASSOM 57(50%) e Unimed 39 (34,21%), citados com maior frequência. Alguns trabalhadores relataram ter mais de um convênio particular de saúde. No estudo de Nascimento e Mendes (2002) foi observado que em relação ao acesso/atendimento em Serviços de Saúde, o serviço privado foi o mais citado (43%), seguido de sua associação com o público (38%). No presente estudo não foi feita a correlação de qual serviço foi mais usado/procurado, entretanto, a utilização da associação do público e privado apareceu quando a consulta fora realizada na 108 rede privada, acrescentando que houve citação quanto a buscar a medicação prescrita pelo médico do convênio, na rede SUS. Considerando o aspecto preventivo quanto à ocorrência de doenças, no presente estudo, das mulheres que não fizeram consulta ao ginecologista no último ano, totalizando 24 (33,8%), foi questionado quando havia sido sua última visita, e 8 (11,27%) referiram há 2 anos; 8 (11,27%) de 2 a 4 anos atrás; 3 (4,23%) entre 4 a 6 anos; 2 (2,82%) entre 10 a 12 anos atrás; 2 (2,82%) foi há 14 a 16 anos; e 1 (1,41%) de 18 a 20, enfatizando que esta última trabalhadora, relatou que depois da ocorrência da menopausa, não voltou ao ginecologista. Foi constatado no estudo que 12 (40%) homens com 50 anos ou mais não foram ao urologista no último ano, e evidenciamos que destes, 7 (23,33%) têm nível de escolaridade superior – médicos, 5 (16,67%) têm nível médio, sendo 2 (6,67%) auxiliares de enfermagem e 3 (9,99%) em funções administrativas. Na investigação de Nascimento e Mendes (2002), 87% dos sujeitos fizeram preventivo do câncer de colo do útero, e a prevenção do câncer de próstata foi afirmada por somente 28,6% dos homens, dentro da faixa etária recomendada. Ao confrontarmos esses dados com os obtidos no estudo presente identificamos percentual mais baixo em relação ao preventivo de câncer de colo de útero, uma vez que 66,2% fizeram sua consulta anual ao ginecologista e quanto à prevenção do câncer de próstata, em contraponto, em nosso estudo 60% dos homens, dentro da faixa recomendada, foram ao urologista. A experiência profissional e vital permite-nos inferir que existe uma dificuldade cultural de se fazer exames preventivos, na população em geral e também na equipe de saúde, seja para ir ao ginecologista ou urologista. Nossa população em geral, só procura os serviços de saúde para tratar um mal já instalado. Talvez seja necessário priorizar um maior enfoque educativo nestas questões culturais. Também foi abordado, quando o trabalhador fez sua última consulta ao dentista, e 96 (84,21%) visitaram esse profissional no último ano. Para a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), a recomendação é de pelo menos uma consulta anual ao dentista, para vigilância de uma boa saúde bucal. Miotto e Loureiro (2003) citam que existe uma compreensão inquestionável, de que problemas bucais produzem impactos, muitas vezes incapacitantes, sobre a qualidade de vida das pessoas e, portanto, o processo saúde/doença varia de 109 acordo com a cultura, o comportamento social e condições econômicas de cada indivíduo. Curiosamente, conforme os indivíduos envelhecem, tendem a aceitar a deteriorização da saúde e podem vir a considerar problemas bucais menos significantes (HAIKAL et al., 2011). Os estudos nacionais, envolvendo utilização de serviços odontológicos, registram taxas de utilização em torno de 30% (BARCELLOS; LOUREIRO, 2004), enquanto, segundo relatos dos participantes da presente investigação, a visita ao cirurgião-dentista, no último ano, foi de 84,21%, superando quase três vezes o percentual nacional, diminuindo de forma significativa os impactos negativos na qualidade de vida produzidos por condições bucais, na amostra do estudo. Quanto à situação vacinal dos trabalhadores, na entrevista 90 (78,95%) relataram estar com suas vacinações em dia, sendo Hepatite B (65,79%), Febre Amarela (64,04%), Dupla Adulto (63,16%), Influenza (37,72%) e Sarampo-CaxumbaRubéola (Tríplice Viral - SCR/MMR) (31,58%). Quando esta informação foi aferida no Sistema Hygia - PMRP, somente 15 (16,67%) trabalhadores estavam com as vacinas apontadas, registradas. Assim, conforme instrução da Vigilância Epidemiológica, vacina não registrada, não pode ser considerada. No estudo de Nascimento e Mendes (2002), a imunização contra o tétano e Hepatite B havia sido realizada em 15,2% e 35,9% da população estudada, respectivamente. Se compararmos esses resultados com os dados vacinais informados pelos trabalhadores pesquisados verifica-se maior cobertura vacinal de Dupla Adulto (63,16%) e Hepatite B (65,79%). Entretanto, esta situação não se efetiva, pois foi identificado que há ausência de registros, e com isto a cobertura vacinal cai para 16,67% (cadastros de aplicações), percentual considerado abaixo do desejável para adultos, em geral, de acordo com o Programa Nacional de Imunização. Quanto ao uso regular de medicamentos, encontramos 72 trabalhadores (63,16%) fazendo uso contínuo/diário de medicações prescritas pelo médico(a), apurado por ocasião da entrevista. Muitos destes trabalhadores buscam suas medicações nas UBS ou farmácia popular, locais cadastrados para distribuição gratuita de alguns medicamentos. Não se apurou a classificação medicamentosa, nem quantidade diária usada pelo trabalhador, por não ser objetivo da pesquisa. 110 Face a poucos estudos na área, ainda para Nascimento e Mendes (2002), o uso de medicamentos não se constituiu como prática realizada por mais da metade dos trabalhadores; contrariando nossos achados. Ferraz (2010) identificou uso de substâncias psicoativas, utilizadas como medicamentos, incluindo os tranquilizantes (14,3%), anfetaminas (10,5%) e opiáceos (6,7%). Em menor proporção, encontraram a maconha (5,7%) e os inalantes (2,9%), entre enfermeiros do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Não houve classificação de classes medicamentosas, entretanto, os medicamentos mais citados pelos trabalhadores do NGA-59 foram, predominantemente, para controle de DCNT, como anti-hipertensivos, antidiabéticos, anticolesterolêmicos, ansiolíticos, para controle de acidez gástrica e analgésicos. Em pesquisa realizada por Dal Pizzol et al. (2012) foi encontrada prevalência de 72,3% indivíduos adultos em uso contínuo de medicamentos, com idade de 60 anos ou mais; não nos permitindo uma comparação efetiva com o estudo presente, uma vez que a faixa etária da amostra é diferente. De acordo com Carvalho et al. (2012), o protocolo de tratamento de várias DCNT prevê a associação de vários medicamentos, e a prescrição para portadores de uma ou mais DCNT tem grande probabilidade de ser classificada como polifarmácia, ou seja, uso de cinco ou mais medicamentos simultaneamente, como observamos nos relatos dos trabalhadores do NGA-59. A utilização do referencial Modelo de Campo de Saúde de Lalonde, associado ao exame de bioimpedância e checagem do histórico vacinal dos trabalhadores, possibilitou-nos uma visão mais ampliada do perfil dos trabalhadores investigados, especialmente, ao se considerar a percepção que possuem de sua condição de saúde (relatos na entrevista), a partir dos elementos propostos por Lalonde, e o que de fato se encontrou ao realizar a bioimpedância e verificar os registros de vacinação dos participantes. 111 6 CONCLUSÃO Acreditamos que conhecer como o adulto de hoje está construindo sua saúde, como ele vem cuidando de si mesmo, dos seus e do meio ambiente que o rodeia é um dos caminhos para que a futura população idosa experimente a longevidade mais saudável nos âmbitos social, afetivo e profissional; pois estes dados permitem interferências quanto à promoção de saúde, prevenção de doenças e minimização de danos. O trabalho, sendo uma atividade essencialmente humana, que responde às carências e necessidades de cada indivíduo, possibilita a autotransformação do trabalhador devendo ser, portanto, uma prática autônoma e livre, levando a uma emancipação e humanização do ser humano. Antes o trabalho era visto como uma atividade penosa e árdua, e nos dias atuais passou a ocupar destaque e centralidade na vida de todos, constituindo-se em um direito a ser conquistado. Este estudo teve como objetivo investigar o perfil de saúde dos profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Ambulatorial Especializada, de Atendimento Secundário, do município de Ribeirão Preto/SP e a amostra do estudo constituiu-se de 114 profissionais. Descritos os dados pessoais e antropométricos, o estudo mostrou prevalência de trabalhadores do sexo feminino com 28,95%, com predomínio da faixa etária de 50 a 60 anos, para ambos os sexos. A maioria dos profissionais (77,19%) possui vínculo municipal, com tempo de trabalho entre 20 a 30 anos (48,25%). Quanto ao perfil de IMC foi encontrado 39,47% da amostra com obesidade I, II e III com predominância dos homens tanto na obesidade (41,85%) quanto no sobrepeso (44,19%). Na avaliação por bioimpedância, o percentual de Massa Gorda no peso corporal predominante foi moderada e excessiva com 66,67%, em ambos os sexos, predominando nas mulheres com 70,43%. Quanto ao percentual de Água Corporal na Massa Magra houve uma predominância de resultados no intervalo de normalidade, com 68,41% dos profissionais. Já o resultado do percentual de água corporal na massa magra foi aumentando, conforme aumento do IMC, atingindo um percentual de 62,50% na obesidade III. Na distribuição e classificação de Pressão Arterial, 28,94% da amostra possuem hipertensão I, II e III, com predominância de 39,45% nos homens. 112 Com relação à história clínica de DCNT que os profissionais possuem ou já possuíram, a maioria relatou sobrepeso (59,65%), além de outras doenças. Os resultados em relação ao meio ambiente mostraram que o nível de instrução de maior predomínio, em ambos os sexos, foi o superior completo, seguido de médio completo, ocorrendo no sexo feminino 44 (61,97%) e 18 (25,35%), respectivamente. Com relação à ocupação dos profissionais, a amostra foi constituída por 35,09% de Médico(a)s, 26,32% de Técnicos(as), Auxiliares e Atendentes de Enfermagem, 11,40% Profissionais com Nível Superior (Dentistas, Psicólogo(a)s, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Fonoaudiólogo(a)s, Assistente Social e Nutricionista), 8,77% de Agentes Administrativos, 6,14% de Enfermeiro(a)s, 4,39% de Auxiliares de Serviços Gerais, 2,63% de Agentes de Segurança; 1,75% de Auxiliares de Cirurgião Dentista e Visitadores Sanitários cada; 8,88% de Técnico de ECG e Telefonista, cada. Os profissionais que alegaram ter mais de um emprego foram as nutricionistas (100%), 92,5% dos Médicos(as); 50% das Fonoaudiólogos(as) e Psicólogos(as); 33,33% dos Agentes de Segurança e Atendentes de Enfermagem; 30% dos Agentes Administrativos; 20% dos Auxiliares de Enfermagem e Auxiliares de Serviços Gerais e 14,29% de (a)s Enfermeiros (as). Quanto à jornada de trabalho, 64,04% com jornada de 6 a 12 horas, com renda familiar (46,49%) na faixa salarial acima de 10SM. Considerando o estado civil, a maioria é casada (64,04%) e possui dois filhos (36,84%); porém 2,63% relataram 5 filhos e 0,88% referiram 4 filhos. Analisado o estilo de vida dos profissionais, as principais causas para ocorrência da doença, segundo relatos desses trabalhadores, com maior evidência foi a falta de exercícios físicos (45,67%); seguida de 41,23% dieta incorreta, sendo que 76,32% sujeitos são não fumantes e 17,54% declararam-se ex-fumantes. Com relação ao consumo de bebidas alcoólicas tivemos 64 (56,14%) que não consomem, e 50 (43,86%) de trabalhadores que fazem uso de bebidas alcoólicas. Destes últimos 6 (12%) fazem uso de bebidas 3 vezes ou mais na semana, 30 (60%) uso menor que 3 vezes na semana e 14 (28%) referiram consumir raramente/1 vez na semana. As bebidas mais citadas foram cerveja (54%) e vinho (24%), respectivamente. 113 Quando a situação de estresse houve 56,14% que disseram tê-lo em situação de trabalho; 22,81% em situação doméstica; 14,04% não têm qualquer estresse; e 10,53% em outras situações. Ao indagamos sobre alteração do sono, 26,32% trabalhadores referiram tê-las e, destes, 30% relataram que as causas se devem a problemas emocionais. No que diz respeito à atividade física/exercício físico dos trabalhadores 48,25% relataram ser sedentários; 79,82% sujeitos citaram vida sexual ativa; 50,7% estão em menopausa, entretanto, o hormônio não é utilizado por 57,74% mulheres e 93,02% homens, segundo os relatos. Referente ao acesso/atendimento da saúde do trabalhador verificou-se que 47,37% referem utilizar os serviços de saúde para fins preventivos, 40,35% fazem uso periódico, em tratamento de alguma enfermidade, entretanto, 11,40% trabalhadores procuram os serviços de saúde apenas em caso de urgência, sendo que 100% da amostra, além do SUS, possuem e utilizam outro convênio de saúde, com 63,16% trabalhadores fazendo uso contínuo/diário de medicações prescritas pelo médico (a). Considerando o aspecto preventivo quanto à ocorrência de doenças, no presente estudo, no último ano, 15,79% dos trabalhadores não estiveram no dentista; 33,8% mulheres não fizeram consulta ao ginecologista e 40% homens, com 50 anos ou mais, não foram ao urologista, sendo que destes últimos, 23,33% têm nível de escolaridade superior. Quanto à situação vacinal dos trabalhadores, na entrevista 78,95% relataram estar com suas vacinações em dia, porém ao ser aferido registro no Sistema Hygia PMRP, somente 16,67% trabalhadores estavam com as vacinas apontadas, registradas. Um aspecto que muito nos inquietou, refere-se à situação da mulher, mãe, esposa, provedora, trabalhadora, profissional da saúde - que historicamente cuida dos filhos, do marido, da família, dos pacientes, e pela literatura é mais cuidadosa com sua saúde, vive mais que os homens, e neste estudo está deixando de se cuidar. Quais as variáveis envolvidas neste comportamento e conduta? Em síntese, os trabalhadores desta Unidade conhecem os riscos de saúde, demonstrados na prática do cuidado cotidiano prestado ao usuário, entretanto, este conhecimento não se transforma em ações preventivas no cuidado próprio, pessoal. 114 Os dados encontrados neste estudo corroboram a situação presente em outros serviços de saúde, onde apesar dos problemas de saúde mais frequentes (sobrepeso, problemas de coluna, problemas gástricos, HAS, transtornos emocionais, distúrbio do sono, dislipidemia, diabetes e obesidade) serem comuns à população, em geral, os dados da literatura evidenciam sua relação com fatores presentes no cotidiano dos trabalhadores de saúde, atuantes em unidades de atenção básica, unidades de assistência especializada e instituições hospitalares. Portanto, entendemos ser de responsabilidade dos empregadores e gestores desses serviços, públicos ou privados, dirigirem atenção aos fatores causadores do adoecimento. Os resultados encontrados alertam para a necessidade de atuação em diversas vertentes. É preciso somar esforços eficazes na busca de melhores condições de saúde e trabalho por meio da capacitação profissional, produção de conhecimento, prestação de serviços e da fiscalização quanto ao cumprimento das exigências legais na área de saúde do trabalhador. Além de adotar estratégias de prevenção como a implementação de atividades educativas, o autocuidado, realização de exames periódicos, bem como controle dos riscos ocupacionais, articulando as condições em que o trabalho ocorre àquelas de segurança, oferecidas aos trabalhadores, visando cuidar deste profissional, que cuida da população. Fica, notadamente claro, que as dimensões social, educativa, profissional, legislativa e política da saúde do trabalhador da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto apresentaram-se pouco desenvolvidas, ressaltando, inclusive, que há vulnerabilidade nas ações voltadas ao servidor público, que não integram uma política pública, e ficam à mercê dos diferentes governos e das mudanças, a cada período eleitoral. O servidor público, como trabalhador, não tem recebido atenção, investimento, apenas lhe é ofertado um falso controle relacionado às questões de sua saúde, em consonância com o longo histórico de desvalorização de sua atividade. O que se vivencia, cotidianamente, é o caminhar conjunto de pessoas que negligenciam o cuidado com sua saúde, aliado à ausência de controle da entidade empregadora quanto à situação de saúde de seus trabalhadores, culminando em uma condição que expõe seres humanos a fatores de risco para ocorrência de 115 doenças, aumento de morbidades e agravamento de doenças que já possuem, num cenário de contínuo descumprimento de cidadania. Em síntese, cabe salientar, contudo, que o compromisso da instituição empregadora e do profissional constitui-se no ponto de partida para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, que terão suas missões em exercício, tanto no aspecto coletivo como individual, respectivamente, buscando o real sentido de produzir saúde. 116 REFERÊNCIAS ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA. Definição dos distúrbios relacionados ao sono. 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Acesso em 15 fev2015. 134 APÊNDICE I TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O objetivo deste projeto de pesquisa é levantar dados da biologia do indivíduo, do meio ambiente em que vive e trabalha, do seu estilo de vida, e de seu acesso ao serviço de saúde, com o objetivo de estimular que estes mesmos trabalhadores ajam em benefício próprio, pois trabalham e orientam os usuários da Unidade quanto à prevenção e ou retardamento da ocorrência de doenças crônicas degenerativas e seus agravos e, consequentemente, que desfrutem de uma velhice mais ativa e saudável. Entendemos ser necessário usar as mesmas práticas com sua própria saúde. É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento, e deixar de participar do estudo sem qualquer prejuízo nesta instituição. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros profissionais, não sendo divulgada a identificação de nenhum participante. Será garantido a(o) Sr(a) o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa. Comprometemo-nos a utilizar os dados somente nesta pesquisa. Não há despesas para a participação em qualquer fase do estudo, mas também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Quaisquer dúvidas de sua parte poderão ser dirimidas junto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade de Ribeirão Preto, pelo telefone: 36036915. Ribeirão Preto, _____/____/_____ ______________________ Assinatura do participante ____________________ RG ____________________ CPF ________________________________________________ Profª. Drª. Sílvia Sidnéia da Silva Tel: (16)99139-0493 Email: [email protected] _____________________________________________ Assinatura da pesquisadora Enfª Susana Dutra de Oliveira Silveira Tel: (16)99148-6880 Email: [email protected] Programa de Mestrado Stricto sensu Saúde e Educação Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) Fone: (16) 3603-6774 e 36037010 135 APÊNDICE II DECLARAÇÃO DA PESQUISADORA Eu, Susana Dutra de Oliveira Silveira, na condição de pesquisadora responsável por este projeto, sendo orientada pelo Profa. Dra. Silvia Sidnéia da Silva, DECLARO que: 1 Assumo o compromisso de zelar pela privacidade e pelo sigilo das informações, 2 As informações obtidas no desenvolvimento deste trabalho serão utilizadas apenas para atingir o objetivo previsto na pesquisa, 3 Os dados serão coletados no ambiente do NGA-59 e me responsabilizo pelo arquivo do mesmo após uso, 4 Os resultados da pesquisa serão tornados públicos, 5 Não há qualquer acordo restritivo à divulgação pública dos resultados, 6 Comunicarei ao CEP da suspensão ou do encerramento da pesquisa, 7 Cumprirei os termos da Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, 8 O CEP será comunicado em caso de efeitos adversos da pesquisa, 9 A pesquisa ainda não foi realizada. ______________________________ Enfª.Susana Dutra de Oliveira Silveira Responsável pelo estudo 136 APÊNDICE III Ilmo. Sr. Carlos Eduardo de Oliveira Gerente do Núcleo de Gestão Assistencial (NGA - 59) Senhor Gerente, Venho por meio desta, solicitar a autorização de V. Sa., enquanto representante da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, para realização da pesquisa intitulada “PERFIL DE SAÚDE DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM UMA UNIDADE DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO”, no Núcleo de Gestão Assistencial (NGA – 59), na Rua Minas n. 895, sob gerência do Dr. Carlos Eduardo de Oliveira. Esta referida pesquisa será realizada pela enfermeira Susana Dutra de Oliveira Silveira, como aluna regularmente matriculada no curso de Mestrado em Saúde e Educação pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, sob orientação da Professora Dra. Silvia Sidnéia da Silva. A pesquisa será realizada através de um exame de bioimpedância e aplicação de questionário aos profissionais que atuam no NGA-59. O levantamento terá como objetivo conhecer o perfil de saúde, o meio ambiente onde vivem e trabalham estes profissionais, as principais causas de doenças e seu estilo de vida. Também será levantado o acesso aos serviços de saúde e suas dificuldades na rede municipal de saúde de Ribeirão Preto e SASSOM. Espera-se que os resultados possam servir para propor ações futuras à Atenção Básica, Secundária e em ações de prevenção de Saúde do indivíduo e do trabalhador e, consequentemente, que desfrutem de uma velhice mais ativa e saudável. Agradeço antecipadamente sua atenção e coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos que julgar necessário. Segue anexo o projeto da pesquisa na íntegra. Cordialmente, ________________________________ Profª. Drª. Silvia Sidnéia da Silva Universidade de Ribeirão Preto Currículo: http://lattes.cnpq.br/3846397343896366 _______________________________ Enfª. Susana Dutra de Oliveira Silveira Pesquisadora Ribeirão Preto, 03 de dezembro de 2013. 137 APÊNDICE IV Ilmo. Sr. Stênio Correia Miranda Secretário da Saúde de Ribeirão Preto Senhor Secretário, Venho por meio desta, solicitar a autorização de V. Sa., enquanto representante da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, para realização da pesquisa intitulada “PERFIL DE SAÚDE DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM UMA UNIDADE DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO”, no Núcleo de Gestão Assistencial (NGA – 59), na Rua Minas n. 895, sob gerência do Dr. Carlos Eduardo de Oliveira. Esta referida pesquisa será realizada pela enfermeira Susana Dutra de Oliveira Silveira, como aluna regularmente matriculada no curso de Mestrado em Saúde e Educação pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, sob orientação da Professora Dra. Silvia Sidnéia da Silva. A pesquisa será realizada através de um exame de bioimpedância e aplicação de questionário aos profissionais que atuam no NGA-59. O levantamento terá como objetivo conhecer o perfil de saúde, o meio ambiente onde vivem e trabalham estes profissionais, as principais causas de doenças e seu estilo de vida. Também será levantado o acesso aos serviços de saúde e suas dificuldades na rede municipal de saúde de Ribeirão Preto e SASSOM. Espera-se que os resultados possam servir para propor ações futuras à Atenção Básica, Secundária e em ações de prevenção de Saúde do indivíduo e do trabalhador e, consequentemente, que desfrutem de uma velhice mais ativa e saudável. Agradeço antecipadamente sua atenção e coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos que julgar necessário. Segue anexo o projeto da pesquisa na íntegra. Cordialmente, ________________________________ Profª. Drª. Silvia Sidnéia da Silva Universidade de Ribeirão Preto - Currículo: http://lattes.cnpq.br/3846397343896366 __________________________________________ Enfª. Susana Dutra de Oliveira Silveira Pesquisadora 138 APÊNDICE V CARTA DE ENCAMINHAMENTO AO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS DA UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP Ilma Srª Profª Drª Luciana Rezende Alves Oliveira Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da UNAERP Universidade de Ribeirão Preto – Campus Ribeirão Preto Venho pelo presente encaminhar o Projeto intitulado: Perfil de saúde de profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Especializada no município de Ribeirão Preto, a ser desenvolvido pela Mestranda – Susana Dutra de Oliveira Silveira do Curso de Mestrado em Saúde e Educação, tendo como orientadora a Profª. Drª. Silvia Sidnéia da Silva, coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Saúde e Educação da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, para a apreciação deste comitê. As atividades serão desenvolvidas no município de Ribeirão Preto/SP, com os trabalhadores do Núcleo de Gestão Assistencial (NGA – 59), na Rua Minas n. 895, no município de Ribeirão Preto-SP. Atenciosamente, __________________________________________________ Profª. Drª. Silvia Sidnéia da Silva – Pesquisadora Responsável Ribeirão Preto, 03 de dezembro de 2013. 139 APÊNDICE VI CONVOCAÇÃO DE VACINA Ribeirão Preto, Setembro de 2014. PARA: Sua participação em meu projeto de pesquisa sobre o “Perfil de Saúde de Profissionais que atuam em uma Unidade de Assistência Especializada no Município de Ribeirão Preto”, foi muito importante. Minha pesquisa teve como objetivo levantar dados da biologia do indivíduo, do meio ambiente que vive e trabalha, do seu estilo de vida, e de seu acesso ao serviço de saúde; afim de estimular que estes mesmos trabalhadores ajam em benefício próprio, prevenindo ou retardando da ocorrência de doenças crônicas degenerativas e seus agravos e, consequentemente, que desfrutem de uma velhice mais ativa e saudável. Apuramos em seu questionário, que sua situação vacinal encontra-se incompleta/ em atraso ou não há registro, conforme recomendações a profissionais da saúde. Favor comparecer com esta carta e o cartão de vacina em uma Unidade de Saúde mais próxima de sua residência para atualizar suas vacinas. Solicite também em seu atendimento que a vacina realizada seja anotada no Sistema Hygia. VACINAS: Atenciosamente, Assinatura da pesquisadora Susana Dutra de Oliveira Silveira Programa de Mestrado Stricto sensu Saúde e Educação Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) Fone: (16) 3603-6774 e 36037010 140 ANEXO A INSTRUMENTO “CAMPO DE SAÚDE” DE LALONDE TÍTULO DO PROJETO: Perfil de Saúde de Profissionais que Atuam em uma Unidade de Assistência Especializada no Município de Ribeirão Preto RESPONSÁVEL PELO PROJETO: Enfª. Susana Dutra de Oliveira Silveira ORIENTADORA: Profª. Drª. Sílvia Sidnéia da Silva IDENTIFICAÇÃO: Nome: ____________________________________________________________ Sexo: ( ) M ( )F Data de Nascimento: ___/___/___ Data Admissão: ___/___/___ A - DADOS RELACIONADOS À BIOLOGIA DO INDÍVIDUO A.1 – Dados antropométricos Peso: ________(Kg) Altura: _______(m) PA:__________(mmHg) A.2 – História clínica do cliente Tem (ou teve) algumas das doenças abaixo: * Hipertensão arterial sistêmica ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir *Diabetes mellitus ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Dislipidemias (colesterol, triglicérides e ácido úrico) ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Doença vascular periférica ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Acidente vascular cerebral ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Distúrbio do sono (insônia, apneia, ronco, infecções respiratórias) ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Problemas de coluna (hérnia de disco, artrose, dores articulares, alterações posturais) ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Problemas gástricos (hérnia, refluxo, gastrite) ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Problemas hepáticos (esteatose hepática, gota, hepatites, litíase) ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir 141 * Problemas urinários (infecções recorrentes, nefrite) ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Transtornos como: ansiedade, estresse, depressão, sente-se discriminado ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Osteoporose ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Osteopenia ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Hipertireoidismo ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Hipotireodismo ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir *Distúrbio de imunidade (alteração da imunidade) ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir *Sobrepeso ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Obesidade ( ) sim ( ) não ( ) não sabe referir * Outra patologia? Qual? ___________________ B – DADOS DO MEIO AMBIENTE B.1 – Formação Profissional e Atividade Profissional Nível de Instrução: ( ) Analfabeto (a) ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo ( ) Nível Superior incompleto ( ) Nível Superior completo Ocupação: ______________________________________________________ Tem mais de 01 (um) emprego? ( ) não ( ) sim Quantos? _______ Jornada diária de trabalho: _________________________________________ B.2 – Renda e Estrutura Familiar Salário mínimo Brasil =678,00 – 01.01.2013 ------------- São Paulo – 699,00 São Paulo 755,00 - 01.02.2013 Renda familiar: ( ) menor que 3 (três) salários-mínimo ( ) entre 3 e seis salários-mínimo ( ) entre 6 e 10 salários-mínimo ( ) acima de 10 salários-mínimo ( ) não sabe referir 142 Estado civil: ( ) solteiro(a) ( ) desquitado(a) Qual?_____________ Número de filhos: __________ Local de residência: ( ) zona urbana ( ) casado(a) ( ) viúvo(a) ( ) divorciado(a) ( ) outros. ( ) zona rural C – DADOS RELACIONADOS AO ESTILO DE VIDA Quais são as causas apontadas pelo cliente para a ocorrência da sua doença? ( ) dieta incorreta ( ) falta de exercícios físicos ( ) tabagismo ( ) ingestão excessiva de álcool ( ) estresse ( ) uso de estrógenos ( ) idade ( ) etnia ( ) história familiar ( ) diabetes ( ) hipercolesterolemia ( ) hipertensão arterial ( ) obesidade ( ) outros. Especificar: _____________________________________________ C.1 – Consumo de bebidas alcoólicas Uso de bebidas alcoólicas: ( ) sim Qual/Quais bebida(s): ____________ Frequência: ( ( ( ( ( ) não Quantidade: ________________ ) diariamente ) 3 ou mais vezes por semana ) menos de 3 vezes por semana ) raramente C.2 – Tabagismo Com relação ao hábito de fumar: ( ) fumante ( ) ex-fumante ( ) não fumante C.3 - Atividade Física / Exercício Físico Realiza alguma atividade física/exercício físico regularmente? ( ) sim ( ) não Atividade: _______ Tempo de atividade:_____ Frequência: ________horas/semanais ( ) caminhar ( ) correr ( ) pedalar ( ) jogar bola ( ) nadar ( ) outros. Especificar: _____________________________________________ C.4 – Estresse Considera-se mais estressado(a) em situações que ocorrem em que tipo de ambiente? doméstico ( ) de trabalho ( )outros. Especificar:______________________________________________________ ( ) 143 Apresenta alterações do sono com frequência? ( ) sim ( ) não Atribui essas alterações a quais fatores? ( )mudanças de hábito (ambiente estranho, ausência de objetos familiares, horário alterado devido a trabalho ou lazer) ( ) doenças ( ) uso de drogas ( ) uso de bebidas alcoólicas ( ) estado emocional ( ) outros.Especificar: ___________________________________________________ C.5 – Vida Sexual e Uso de Hormônios Possui vida sexual ativa? ( ) sim ( ) não Mulheres: Houve a ocorrência da menopausa? ( ) sim Quando: _______ ( ) não Tipo: ( ) natural ( ) cirúrgica Faz uso de estrógenos/hormônios para efeitos contraceptivos? ( ) sim ( ) não Fez uso de hormônios para outros fins? ( ) sim ( ) não Homens: Faz uso de hormônios para outros fins? ( ) sim ( ) não Especificar: ____________________________________________________ D – DADOS RELACIONADOS AO ACESSO /ATENDIMENTO DA SAÚDE D.1 – Dados relativos à utilização de serviços de saúde Qual/Quais serviços de saúde utiliza?: SUS ( ) SASSOM ( ) UNIMED ( ) IAMSPE ( ) Em quais ocasiões: ( ) periodicamente, para prevenir doenças. ( ) periodicamente, pois faz tratamento médico. ( ) somente em casos de urgência. ( ) outros. Especificar:_____________________________________________________ Faz tratamento para algum tipo de enfermidade? ( ) sim ( ) não Especificar: _____________________________________________________ Faz uso de algum medicamento? ( ) sim ( ) não Qual(is): ________________________________________________________ Uso regular? ( ) sim ( ) não Quando foi sua última consulta ao dentista?______________________________ Quando foi sua última consulta ao ginecologista? _________________________ Quando foi sua última consulta ao urologista? ____________________________ Sua carteira de vacina está em dia? ( ) sim ( ) não Dupla adulto ( ) Febre Amarela ( ) Hepatite B ( ) Gripe ( ) VCR ( Conferência no Sistema Hygia ( ) sim ( ) não ) 144 ANEXO B DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO/AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE PARA A PESQUISA Eu, Carlos Eduardo de Oliveira, CPF 446.829.306-30, abaixo assinado, na função de Gerente do Núcleo de Gestão Assistencial (NGA – 59), declaro estar de acordo com a realização do projeto de pesquisa: “PERFIL DE SAÚDE DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM UMA UNIDADE DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO”, que será realizado pela profissional Susana Dutra de Oliveira Silveira, enfermeira, como projeto de Mestrado em Saúde e Educação pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). O projeto terá como objetivo conhecer o perfil de saúde, meio ambiente onde vivem e trabalham estes profissionais e as principais causas de doenças, além do estilo de vida e acesso aos serviços de saúde e suas dificuldades na rede municipal de saúde de Ribeirão Preto e SASSOM. Espera-se que os resultados possam servir para propor ações futuras à Atenção Básica, Secundária e em ações de prevenção de Saúde do indivíduo e do trabalhador e consequentemente que desfrutem de uma velhice mais ativa e saudável. Não haverá custo algum para o NGA ou para a Secretaria da Saúde e será feita solicitação de autorização para o Secretário da Saúde antes da realização do mesmo. Ribeirão Preto, 03 de dezembro de 2013. _____________________________________ Carlos Eduardo de Oliveira Gerente NGA – 59 145 ANEXO C AUTORIZAÇÃO DO SECRETÁRIO MUNICIPAL DA SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO/SP 146 ANEXO D AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS DA UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP 147 ANEXO E Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Secretaria Municipal de Saúde - NGA-59 Ambulatório de Nutrologia - Rua Minas, 895 - Campos Elíseos Email: [email protected] Tel: 3977-7112 EXAME: AVALIAÇÃO CORPORAL POR BIOIMPEDÂNCIA Profissional Solicitante/ Nº Conselho: --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Paciente: Hygia: Sexo: Data de Nascimento: Idade: Data da Avaliação: Hora: Estatura: cm Peso: Kg IMC: Bio-Resistência: Ohms Reactância: Ohms -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL POR BIOIMPEDÂNCIA A avaliação da composição corporal por bioimpedância consiste na divisão do seu peso corporal total em 3 componentes: massa gorda(gordura corporal), massa magra (músculos, ossos e vísceras) e água corporal. O resultado do teste indica exatamente a proporção de gordura e massa muscular do seu organismo, servindo como parâmetro de comparação na reavaliação para acompanhar a sua evolução após o tratamento médico, dietético e/ou programa de atividade física. PESO CORPORAL: Kg GORDURA PERCENTUAL: % MASSA GORDA: Kg PESO A SER ALTERADO: Kg Classificação de seu Peso Corporal / IMC: Valor ideal: Valor ideal: Valor ideal : Kg % Kg A gordura no organismo é essencial para várias funções vitais como síntese de hormônios, reserva de energia, isolamento térmico, transmissão de impulsos nervosos, proteção dos órgãos vitais contra choques mecânicos e transporte das vitaminas lipossolúveis (Vit. A, D, E e K). Entretanto, o excesso de gordura corporal está associado a diversas doenças como diabetes, hipertensão arterial, colesterol sanguíneo elevado, distúrbios respiratórios, desvios posturais, dores de coluna, diversas cardiopatias e alguns tipos de câncer, além da própria discriminação social. Portanto , você deve manter a sua gordura corporal dentro do valor ideal indicado abaixo, mantendo uma boa saúde de modo geral e melhorando a sua condição física. Sua gordura percentual atual é de %. O ideal de gordura para uma pessoa do sexo até anos é de %. Classificação de sua Gordura Corporal : 148 MASSA MAGRA: Kg Valor ideal: Kg A massa magra corresponde aos seus músculos, ossos e vísceras, sendo que a musculatura é o principal responsável pela queima de calorias no seu organismo. Portanto, quanto maior for o valor da sua massa magra, mais calorias você estará queimando em repouso e consequentemente maior será a sua ingestão calórica. Não existe um valor ideal de massa magra, pois a musculatura pode ser desenvolvida através de um programa de condicionamento físico individualizado, auxiliando no emagrecimento e evitando a flacidez. A massa magra baixa está associada ao sedentarismo e a uma alimentação inadequada. ÁGUA CORPORAL TOTAL: litros ÁGUA NO PESO CORPORAL: % ÁGUA NA MASSA MAGRA: % Valor ideal: 50 - 60% Valor ideal: 68 - 75% Esta é quantidade total de água que você tem no seu corpo. A água no organismo é importante para a troca de calor com o meio ambiente, facilita as reações químicas para obtenção de energia e é o principal componente do sangue. Sua quantidade de água na massa magra foi de %.O valor ideal é entre 68 - 75 %. Classificação de sua Água Corporal Total: A retenção de água pode ser causada pela ingestão excessiva de sal e alimentos enlatados, período pré-menstrual ou algum distúrbio renal. Siga rigorosamente as orientações do seu médico, procurando também controlar a sua pressão arterial. TAXA METABÓLICA BASAL: Cal/dia Valor ideal: Cal/dia A taxa metabólica basal corresponde à quantidade mínima de calorias por dia que o seu organismo consome para manter as suas funções basais em repouso como respiração, batimentos cardíacos e digestão dos alimentos. Este valor não inclui as suas atividades diárias nem o exercício físico. A taxa metabólica basal está diretamente relacionada à sua massa magra, ou seja, quanto maior for sua massa magra (musculatura), maior será o valor da sua taxa metabólica basal e consequentemente mais calorias você poderá ingerir por dia sem correr o risco de engordar. __________________________ Susana Dutra de Oliveira Silveira Enfermeira NGA-59 Coren-SP 22.689 IMPORTANTE: As informações contidas neste relatório não são prescrições médicas. Antes de iniciar qualquer programa de atividade física e/ou dieta que modifique significativamente o seu estilo de vida, siga rigorosamente a orientação do seu médico, nutricionista, professor de educação física ou profissional da saúde. Fat Checker 1.0 TBW 149 ANEXO F FICHA A - CADASTRAMENTO DAS FAMÍLIAS - PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP 150 151 ANEXO G FICHA D - REGISTRO DE ATIVIDADES, PROCEDIMENTOS E NOTIFICAÇÕES - PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP 152 153