A segunda década da epidemia gerou um acúmulo significativo de ações e políticas governamentais, cujos resultados se expressam claramente a partir da metade dos anos 1990 até a década seguinte. Em 1990, durante o governo Collor, foi decidido distribuir gratuitamente medicamentos, como AZT e pentamida, para pessoas vivendo com HIV/Aids. Mas só em 1996, foi aprovada a lei que garante a distribuição gratuita de antirretrovirais (ARV) na rede pública. No ano 2000 o Brasil já distribuía e/ou produzia nove ARVs. Tal evolução no tratamento da epidemia causou diminuição no número de mortes/ano por Aids. Os altos custos dos coquetéis fizeram com que em 2001 o Ministério da Saúde passasse a financiar empresas brasileiras que produziam os medicamentos que o compunham, e iniciasse negociação com a indústria farmacêutica para redução dos preços desses medicamentos. Atualmente, os números do Ministério da Saúde mostram que o Brasil está perto de registrar o caso número 600 mil de AIDS no país. Desde o primeiro caso, em 1980, até a última atualização (junho/2010), foram contabilizados 592.914 casos de infecção pelo vírus HIV. Destes, 38.538 casos foram notificados em 2009. A doença aumentou progressivamente no Brasil até 2002, depois chegou a apresentar uma redução gradual até 2007, mas nos últimos anos voltou a crescer. Em 2009, houve aumento de 2,9% em relação ao ano anterior1. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o tratamento antirretroviral para todos os que o solicitam. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 200 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratarem-­‐se da doença. Isto significa US$427 milhões por ano de despesa do Brasil com tratamento e cuidados com os infectados. A AIDS NO MUNDO Desde que foi descoberta, a epidemia já deixou mais de 60 milhões de pessoas infectadas e gerou quase 30 milhões de óbitos relacionados ao HIV pelo globo. Mesmo com uma redução de quase 20% nas novas infecções nos últimos 10 anos, em regiões como a África Subsaariana estima-­‐se que existam 22 milhões de pessoas vivendo com HIV, o que representa 5% do total de habitantes2. 1 2 http://www.orbis.org.br/analise/9/aids-­‐apesar-­‐do-­‐controle-­‐brasil-­‐registra-­‐quase-­‐600-­‐mil-­‐casos Ibid. A maior taxa de incidência encontra-­‐se entre pessoas com idades de 35 a 39 anos; 58 para homens e 36 para mulheres (a cada 100 mil habitantes). Mas ao longo do tempo, as taxas de incidência entre pessoas mais velhas aumentaram consideravelmente, chegando a dobrar entre pessoas acima dos 60 anos nos 10 últimos anos. BIBLIOGRAFIA • • • • • • • Aids Research Alliance, em: http://www.aidsresearch.org/?gclid=CNyxjdW4mbgCFZJj7AodXEoArg Cassiane, Carla. Determinantes e mobilização social: A epidemia de HIV/Aids no Brasil e na África do Sul, em https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:nsfSmOjtmIAJ:www.cchla.ufrn.br/c npp/pgs/anais/Arquivos%2520GTS%2520-­‐ Calzavara, Bruno. Descoberta da AIDS completa trinta anos, mas a doença existe há mais de cem, em: http://hypescience.com/descoberta-­‐da-­‐aids-­‐completa-­‐trinta-­‐ anos-­‐mas-­‐a-­‐doenca-­‐existe-­‐ha-­‐mais-­‐de-­‐cem/ Cronologia dos 25 anos do surgimento da AIDS, em: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1274866-­‐EI298,00.html Departamento de DST, Aids e hepatites virais, em: www.aids.gov.br http://www.aidsbrasil.com/ Relatório Global da AIDS, UNAIDS – 2010