distribuição gratuita dos medicamentos anti retrovirais do SUS. Desde então tem sido ampliado o acesso gratuito do diagnóstico do HIV e, consequentemente, ao tratamento da AIDS. Estima-se que existam no Brasil 630 mil portadores do HIV. Até dezembro/2009, 195.000 delas estavam em uso dos antirretrovirais (ARV). Anualmente, são aproximadamente 33.000 novos casos diagnosticados e notificados por ano. A infecção pelo HIV tem sido considerada de caráter crônico evolutivo e controlável, desde o surgimento da terapia antirretroviral (TARV) e da disponibilização de exames como CD4 e carga viral, para o monitoramento tanto do sistema de defesas, como da carga viral presente no sangue do paciente.. Tais avanços tecnológicos contribuíram de forma bastante positiva para a vida das pessoas que vivem com o HIV. O sucesso na luta contra a epidemia da AIDS no Brasil, traduzida pela queda do índice de mortalidade e morbidade a partir de 1996 é sustentado pela organização da rede de serviços, pela disponibilização de medicamentos antirretrovirais e pelas ações de prevenção desenvolvidas, foi uma conquista do governo, da sociedade civil organizada e dos profissionais de saúde envolvidos com o enfrentamento da epidemia. A adesão ao tratamento se destaca entre os maiores desafios da atenção ás pessoas PVHA, uma vez que demandam de seus usuários mudanças comportamentais, o uso de medicamento por toda a vida, além da necessidade, por parte dos serviços de novos arranjos e oferta de atividades específicas de adesão. Nesse contexto, o trabalho dos profissionais de saúde se torna fundamental, onde a percepção que os mesmo tem de adesão se torna o chute inicial do desafio, sabe-se da importância de se trabalhar com acolhimento, criando vínculos e uma co-responsabilização, incluindo a rede familiar, que direta ou indiretamente contribuirá para o sucesso ou falha no tratamento. Diante da complexidade de assistência ás PVHA, que está intimamente relacionadas com as questões de cidadania e justiça , torna-se imprescindível a atuação do profissional de Serviço Social, juntamente com a equipe multiprofissional, que possa dar respostas ás múltiplas e complexas respostas ás necessidades bio-psicossocial das pessoas com HIV/AIDS, buscando parcerias fora da esfera pública e de formação de redes de apoio. (NUNES, 2009:146) Os profissionais de saúde, por sua vez podem se valer da compreensão dos fatores que dificultam e facilitam a adesão, mediante a descrição por parte do próprio paciente de suas experiências, atitudes e crenças sobre a enfermidade e o tratamento, para ajuda-lo a compreender a importância da (TARV) e melhorar o comportamento de adesão (BRASIL,2010) Segundo Cheever, 1999, a relação estabelecida entre os profissionais de saúde envolvidos na assistência e as PVHA é de suma importância para o processo de adesão. A escuta ativa é um fator importante para a adesão e pode ser definida como uma relação com o usuário na qual o profissional “estimula” e acolhe o discurso do paciente, sem colocar juízos de valor (BRASIL,1997). Ouvir e valorizar o relato do usuário, fazer perguntas que estimule a expressão de seus conhecimentos, crenças e sentimentos, caracterizam o processo de escuta ativa. Ela representa o pilar para deflagrar o processo de adesão ao tratamento e exige uma construção permanente. É importante consolidar uma parceria entre o profissional e o paciente para juntos criarem soluções para melhoria da adesão e a superação das barreiras. Ditar normas e condutas “receitas de bolo”ou aplicar pacotes prontos não tem se mostrado eficazes na prática. E importante que saibamos como cada profissional percebe a realidade em sua volta, em relação ao HIV/AIDS, e como lida com seus conceitos(significados) de sexualidade, AIDS, e como isto interfere nos preconceitos e estereótipos enraizados e até que ponto isto interfere na relação que se estabelece entre profissional e paciente. Fala-se muito em percepção, mas o que vem a ser este termo?