Charles Darwin, pensador e naturalista britânico, foi um grande marco na história da humanidade ao propor que, a mesma humanidade, possui raízes que expressam, ao invés de humanidade, uma verdadeira animalidade como herança de seu passado. O ambiente filosófico da época de Darwin era materialista, ou seja, a filosofia não se ocupava com ideias abstratas e fantasiosas (O que é justiça? O que é a beleza? O que é metafísica?), mas sim, em coisas concretas: biologia, anatomia, fisiologia, botânica, química, etc. É nesse ambiente que surge a Teoria Evolucionista de Darwin. Viajando pelo mundo numa viagem que durou 5 anos; observando as condições externas (clima, solo, tempo, pressão) e internas (fisiologia, embriologia, anatomia) dos seres vivos, Darwin chegou à conclusões peculiares. Na sua época, acreditava-se que os seres vivos viventes são resultados de uma ‘seleção natural’. Por exemplo: existiam apenas girafas com pescoços pequenos; com o tempo, elas tiveram que, gradualmente, fazer o esforço de esticar o seu pescoço para alcançar alimento no alto das árvores. A partir disso, passariam essa nova característica (pescoços longos) às novas gerações. Para Darwin, essa ‘seleção natural’ seria mais provável a partir de uma adaptação ao meio ambiente. Por exemplo: existiam, aleatoriamente, diferentes espécies de girafas (aqui Darwin já abre um espaço para a mutação). Assim, girafas com pescoço do tamanho das árvores nascem por acaso e que essas girafas, por terem tamanho correto, tem uma vantagem evolutiva sobre as outras girafas, sobrevivendo com o passar do tempo. O surgimento do ser humano, portanto, é fruto de uma longa evolução a partir do seu ancestral: o macaco. Uma vez que dizia Darwin: O homem pode receber dos animais inferiores algumas de suas doenças e transmiti-las. Esse fato demonstra a afinidade de seus tecidos e do sangue, tanto na estrutura mínima como na composição, bem melhor do que se possa fazer com o seu confronto no microscópio ou através da análise química mais acurada. Os remédios produzem sobre eles os mesmos efeitos que produzem sobre nós. Muitas espécies de macacos experimentam grande prazer em beber chá, café, leite, bebidas alcoólicas; ademais, como eu mesmo vi, fumam tabaco com o maior prazer. Ademais, a existência de órgãos desnecessários para o ser humano (como o apêndice ou o mamilo masculino), são provas de que, algum dia, esses já foram de serventia para o ser humano. Com isso, Darwin propôs uma imagem de ser humano completamente diferente da que era tida como certa em sua época. Aquela que afirmava o ser humano como ‘imagem e semelhança de Deus’. Se o ser humano é fruto de um processo evolutivo, é ilusão pensar que Deus criou Adão do barro e Eva da costela de Adão. Ademais, a teoria evolucionista soluciona, em partes, o dilema de explicar a existência das diversas etnias (branco, negro, pardo, asiático, caucasiano, etc).