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Profª Elisangela Freitas
Morfologia Bacteriana
O formato das bactérias
As bactérias são classificadas de acordo com suas formas, Veja:
Cocos – estas bactérias têm o formato de uma esfera, e quando estão agrupados
formam colônias.
DIPLOCOCOS :Grupos de dois cocos
ESTREPTOCOCOS :Grupos de cocos enfileirados
ESTAFILOCOCOS :Grupos de cocos em cachos
Bacilo – estas bactérias têm o formato de um bastonete.
Espirilos – estas bactérias têm um formato espiral.
Vibriões – são bactérias que têm o formato de uma vírgula.
Reprodução das Bactérias
A reprodução mais comum nas bactérias é assexuada por bipartição ou cissiparidade. Ocorre a duplicação
do DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo
muito rapidamente quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos).
A separação dos cromossomos irmãos conta com a participação dos mesossomos, pregas internas da
membrana plasmática nas quais existem também as enzimas participantes da maior parte da respiração
celular.
Esporulação
Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas resistentes
denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade
metabólica tornam-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência
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por dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria
ativa, que passa a se reproduzir por divisão binária.
Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à água em ebulição.
Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar em condições de absoluta assepsia, costumam usar um
processo especial, denominado autoclavagem, para esterilizar líquidos e utensílios. O aparelho onde é feita
a esterilização, a autoclave, utiliza vapor de água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão que
é o dobro da atmosférica. Após 1 hora nessas condições, mesmo os esporos mais resistentes morrem.
A indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos alimentos para eliminar os esporos da
bactéria Clostridium botulinum. Essa bactéria produz o botulismo, infecção frequentemente fatal.
Reprodução sexuada
Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de
DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da
receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados
serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir.
A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras: por transformação,
transdução e por conjugação.
Transformação
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são incorporados à cromatina.
Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente
na natureza.
Os cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de Engenharia Genética, para introduzir
genes de diferentes espécies em células bacterianas.
Transdução
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Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores
(bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da
bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o
transfere junto com o seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra
bactéria em seu genoma.
Conjugação
Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora, o "macho", para
uma receptora, a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos tubos protéicos, chamados pili, que as
bactérias "macho" possuem em sua superfície.
O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria "fêmea", produzindo novas
misturas genéticas, que serão transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular.
Conjugação bacteriana mostrando o pili sexual.
Os plasmídeos são pequenos fragmentos de DNA bacteriano de forma circular. Podem ser modificados por
adição de novos fragmentos de DNA e são facilmente inseridos em bactérias, sendo utilizados para o
transporte de DNA para o interior de células alvo (vetores). Os fragmentos inseridos nos plasmídeos não
podem exceder os 10000 pares de bases (10 Kb).
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1. cromossomo 2. Plasmídeos
Figura 1. Ilustração de uma bactéria com plasmídeos e o cromossomo circular
Quando utilizados como vetores, os plasmídeos contêm pelo menos um gene de resistência a antibióticos
para seleção das bactérias transformadas, um local onde a replicação se inicia e sítios específicos para
reconhecimento de enzimas de restrição que cortam e abrem a molécula circular. O fragmento de DNA a ser
inserido é preparado de forma a que tenha extremidades coesivas que sejam complementares às criadas
pela enzima de restrição. Os plasmídeos abertos e os fragmentos de DNA a inserir são misturados, e pela
ação de uma enzima (ligase do DNA) são unidos. Nem todos os plasmídeos se ligam aos fragmentos,
alguns tornam a fechar a molecular sem qualquer inserção de novo DNA.
Os plasmídeos com o novo fragmento DNA inserido são introduzidos nas células bacterianas hospedeiras
através de um processo denominado por transformação. As bactérias e os plasmídeos são misturados num
meio contendo cloreto de cálcio, que torna a parede celular das bactérias permeável, permitindo a
passagem do plasmídeo através da parede celular para o citoplasma no interior da célula. Nem todas as
bactérias irão receber plasmídeos embora muitas recebam mais de um no seu interior.
Os plasmídeos contêm um gene que lhes confere resistência a antibióticos para além do gene que se
introduziu. Adicionando um antibiótico ao meio de cultura vai-se matar qualquer célula que não tenha
adquirido plasmídeos, possibilitando uma identificação direta das bactérias modificadas por plasmídeos
(caso o gene tenha sido introduzido na zona de resistência ao antibiótico, reconhecem-se as células
modificadas pela sua morte na presença do antibiótico). No interior das células hospedeiras, o DNA da
bactéria replica-se independentemente dos plasmídeos que também se replicam. Estes mecanismos de
replicação independentes permitem a amplificação de um elevado número de cópias de clones de DNA (em
condições ótimas cada célula poderá efetuar cerca de 200 cópias de um plasmídeo).
Figura 2. Replicação dos Plasmídeos
1. DNA bactéria 2. Plasmídeo 3. Replicação da célula 4.
Integração do Plasmídeo no DNA da bactéria
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Vírus
São estruturas simples, se comparados a células, e não são considerados organismos, pois não possuem
organelas ou ribossomos, e não apresentam todo o potencial bioquímico (enzimas) necessário à produção
de sua própria energia metabólica. Eles são considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois
dependem de células para se multiplicarem. Além disso, diferentemente dos organismos vivos, os vírus são
incapazes de crescer em tamanho e de se dividir. A partir das células hospedeiras, os vírus obtêm:
aminoácidos e nucleotídeos; maquinaria de síntese de proteínas (ribossomos) e energia metabólica
(ATP).[3][4][5]
Fora do ambiente intracelular, os vírus são inertes. Porém, uma vez dentro da célula, a capacidade de
replicação dos vírus é surpreendente: um único vírus é capaz de multiplicar, em poucas horas, milhares de
novos vírus. Os vírus são capazes de infectar seres vivos de todos os domínios (Eukarya, Archaea e
Bacteria). Desta maneira, os vírus representam a maior diversidade biológica do planeta, sendo mais
diversos que bactérias, plantas, fungos e animais juntos.
Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico (seja DNA ou RNA) os
quais possuem a forma de fita simples ou dupla, geralmente envolto por uma cápsula protéica denominada
capsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O capsídeo mais o
ácido nucléico que ele envolve são denominados núcleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo
núcleocapsídeo, outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo. Esses
vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.
O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivados da membrana plasmática da
célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus, imersas nas
camadas de lipídios.
São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar. Geralmente, o
grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem vírus que infectam apenas
bactérias, denominadas bacteriófagos, os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que
infectam as plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de plantas e vírus
de animais.
Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV
tem a enzima Transcriptase reversa que faz com
que o processo de Transcrição reversa seja
realizado (formação de DNA a partir do RNA viral).
Esse processo de se formar DNA a partir de RNA
viral é denominado retrotranscrição, o que deu o
nome retrovírus aos vírus que realizam esse
processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem
o processo de transcrição (passagem da linguagem
de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes
últimos vírus são designados de adenovírus.
Classificação de Baltimore
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O Sistema de Classificação de Baltimore, criado por David Baltimore, é um modo de classificação que
ordena os vírus em sete grupos, com base na característica do genoma viral e na forma como este é
transcrito a mRNA. Neste sistema, os vírus são agrupados como apresentado a seguir:[5]







Grupo I: Vírus DNA dupla fita (dsDNA)
Grupo II: Vírus DNA fita simples (ssDNA)
Grupo III: Vírus RNA dupla fita (dsRNA)
Grupo IV: Vírus RNA fita simples senso positivo ((+)ssRNA)
Grupo V: Vírus RNA fita simples senso negativo ((-)ssRNA)
Grupo VI: Vírus RNA com transcrição reversa (ssRNA-RT)
Grupo VII: Vírus DNA com transcrição reversa (dsDNA-RT)
Genoma Viral
Ao contrário das células, que apresentam genoma constituído por DNA e RNA, os vírus possuem DNA ou
RNA como material genético, e todos os vírus possuem apenas um ou outro no vírion. No entanto, existem
vírus que possuem ambos, porém, em estágio diferentes do ciclo reprodutivo.As moléculas de ácido
nucléico dos vírus podem ser fita simples ou dupla, linear ou circular, e segmentada ou não. O genoma dos
vírus de RNA tem ainda a característica de possuir senso positivo (atua como mRNA funcional no interior
das células infectadas) ou senso negativo (serve de molde para uma RNA-polimerase transcrevê-lo dando
origem a um mRNA funcional).A quantidade de material genético viral é menor que a da maioria das células.
No genoma dos vírus estão contidas todas as informações genéticas necessárias para programar as células
hospedeiras, induzindo-as a sintetizar todas as macromoléculas essenciais à replicação do vírus.
Diversidade dos genomas virais
Propriedade Parâmetros
 DNA
 RNA
Ácido
 DNA/RNA (ambos)
nucleico
Forma
Estrutura
Sentido



Linear
Circular
Segmentada



Fita simples
Fita dupla
Fita dupla com regiões fita
simples



Senso positivo (+)
Senso negativo (−)
Ambisenso (+/−)
Estrutura Viral
Dentre os vários grupos de vírus existentes, não existe um padrão único de estrutura viral. A estrutura mais
simples apresentada por um vírus consiste de uma molécula de ácido nucléico coberta por muitas moléculas
de proteínas idênticas. Os vírus mais complexos podem conter várias moléculas de ácido nucléico assim
como diversas proteínas associadas, envoltório protéico com formato definido, além de complexo envelope
externo com espículas. A maioria dos vírus apresentam conformação helicoidal ou isométrica. Dentre os
vírus isométricos, o formato mais comum é o de simetria icosaédrica.
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Os vírus são formados por um agregado de moléculas mantidas unidas por forças secundárias, formando
uma estrutura denominada partícula viral.Uma partícula viral completa é denominada vírion. Este é
constituído por diversos componentes estruturais (ver tabela abaixo para mais detalhes)
1. Ácido nucléico: molécula de DNA ou RNA que constitui o genoma viral.
2. Capsídeo: envoltório protéico que envolve o material genético dos vírus.
3. Nucleocapsídeo: estrutura formada pelo capsídeo associado ao ácido nucléico que ele engloba (Os
capsídeos formados pelos ácidos nucléicos são englobados a partir de enzimas) .
4. Capsômeros: subunidades protéicas (monômeros) que agregadas constituem o capsídeo.
5. Envelope: membrana rica em lipídios que envolve a partícula viral externamente. Deriva de
estruturas celulares, como membrana plasmática e organelas.
6. Espículas: estruturas proeminentes, geralmente constituídas de glicoproteínas e lipídios, que são
encontradas ancoradas ao envelope, expostas na superfície.
Etapas da infecção viral
Os vírus têm que ser capazes de reconhecer e entrar nas células-alvo apropriadas, replicar e então infectar
outras células. A célula atua como uma fábrica, providenciando os substratos, energia e maquinaria para a
replicação do genoma viral e para síntese das proteínas virais.
O vírus adapta-se e compete para a mesma maquinaria usada pela célula para sintetizar o RNA m e as
proteínas requeridas para a sua própria estrutura e função. As enzimas para os processos não
providenciados pela célula têm que ser codificadas pelo genoma do vírus. O resultado da competição entre
os processos metabólicos da célula e os do vírus determinam o resultado da infecção.
Os vírus sofrem alterações?
Por vezes, durante o processo de replicação viral ocorrem mutações, o que vai originar no genoma uma
informação nova e diferente.
Se uma mutação é prejudicial, a nova partícula viral pode não conseguir funcionar.
Pelo fato de um vírus poder originar muitas cópias dele próprio, 200 000 das partículas formadas podem
perder a capacidade infectante, mas bastam que 100 partículas continuem "funcionantes" para persistir a
infecção.
Além disso, algumas mutações não causam alteração funcional para o vírus, sendo inócuas para este, mas
podem causar algumas alterações das moléculas do capsídeo viral, o que pode dar origem a novas
estruturas de reconhecimento vírus / célula hospedeira.
Por exemplo, ao vírus de Influenza, que causa a gripe, pode acontecer isto. É uma das suas proteínas da
superfície que sofre alteração, e a cada mutação no genoma surge um novo tipo de vírus, esse é o motivo
que faz com que todos os anos seja desenvolvida uma nova vacina, pois as novas moléculas de ligação
viral são diferentes, e o sistema imunológico do individuo não reconhecerá essa nova forma, então é
necessário que o sistema imunológico seja “informado” desta alteração.
VIAS DE TRANSMISSÃO DE VÍRUS
Os vírus são transmitidos de várias formas:
- por contato direto;
- pela respiração;
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- pelas secreções gastrointestinais ou das mucosas;
- por injeções, o que também inclui picadas de insetos;
- por transplante de tecidos ou órgãos, incluindo o sangue.
Objetos contaminados são chamados de fômites, e podem favorecer a propagação dos vírus, por lhe
proporcionarem um ambiente suficientemente estável para este sobreviver até que o contato com outro
hospedeiro seja novamente estabelecido.
Animais, artrópodes, incluindo mosquitos, carraças, carrapatos e moscas, podem atuar como vetores.
O modo de transmissão de um vírus é determinado pelo tecido onde o vírus se multiplica e a sua
estabilidade sob as condições ambientais:
- secura / umidade,
- pH,
- temperatura e,
- a presença de detergentes.
Vírus sem envelope são geralmente resistentes a essas condições ambientais de stress, enquanto que vírus
com envelope são sensíveis a estas condições.
Como resultado os vírus com envelope não conseguem resistir ao ambiente ácido do estômago e à ação de
detergente da bílis intestinal. Os vírus com envelope são geralmente propagados por meios úmidos, como
gotículas respiratórias, sangue, injeções ou picadas, transplantes de órgãos, mucosas, saliva e sêmen.
Os vírus respiratórios replicam na língua e são libertados nas gotículas formadas por aerossóis, enquanto
que os vírus gastrointestinais são transmitidos pela via fecal-oral.
Consequências da infecção viral
Os vírus podem ter vários efeitos nas células:
Infecção lítica resulta na destruição da célula hospedeira pela ruptura da sua membrana. No entanto, há
várias outras hipóteses de possíveis efeitos que se seguem à infecção viral de células animais.
No caso do vírus com envelope, a libertação do virion ocorre por um processo de ligação (que pode ser
lento) e a célula hospedeira pode não ser lisada. A célula permanece viva e continua a produzir vírus
durante um longo período de tempo. Estas infecções são referidas como infecções persistentes.
Os vírus também podem causar uma infecção latente no hospedeiro. Em que numa infecção posterior,
existe um atraso entre a infecção pelo vírus e o aparecimento dos sintomas.
Por exemplo, os suores frios que são causados pelo vírus Herpes simplex resultam de uma infecção viral
latente os sintomas reaparecem esporadicamente quando o vírus desperta da sua dormência.
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Figura 14 - Possíveis efeitos que vírus de animais podem causar nas células que infectam: a) transformação
de células normais em células tumorais; b) infecção lítica; c) infecção persistente; d) infecção latente.
Vírus e Cancêr
Um número de vírus animais tem grande capacidade para alterar uma célula normal para uma célula
tumoral ou cancerígena.
Câncer é um fenômeno em que as células perdem o controle interno e apresentando um crescimento
descontrolado.
A maioria das células de um animal normal não se divide intensivamente durante toda a vida.
Aparentemente por causa da presença de fatores que inibem o crescimento e que, por isso, inibem o início
da divisão celular. Uma das chaves da diferença entre células normais e células cancerígenas é que estas
últimas apresentam diferentes necessidades de fatores de crescimento. Estas células crescem rapidamente
"em monte" umas por cima das outras, originando uma acumulação que é visível em cultura e designado
como foco de infecção. As células cancerígenas no corpo animal requerem poucos fatores de crescimento,
por isso elas crescem profusamente, originando a formação de grandes massas de células chamadas
tumores.
O termo neoplasia é também utilizado como termo médico para designar tumores malignos.
Nem todos os tumores são prejudiciais. O corpo é capaz de cercar alguns tumores, o que os impede de
espalhar, estes tumores não-invasivos são também designados de benignos. Outros tumores, chamados
malignos, invadem o corpo e destroem tecidos normais do corpo e órgãos. Em fases avançadas de cancro,
os tumores malignos podem desenvolver a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo através
da corrente sanguínea e iniciar novos tumores, em um processo designado por metástases.
Apesar da capacidade dos vírus para causar tumores em animais estar provada há muito tempo, a relação
dos cancros virais em humanos tem, sido incerta na maioria dos casos. É difícil provar a origem viral de um
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cancro humano por causa dos problemas (éticos, ...) de realização das experiências in vivo necessárias. No
entanto, é atualmente bem conhecido que certos tipos de cancros humanos possuem uma causa viral.
Ex: Câncer cervical (Papiloma vírus)
Em adição, algumas infecções virais podem originar indiretamente um risco acrescido de câncer,
aparentemente pelo enfraquecimento do sistema imunológico na sua capacidade de detectar e destruir as
células transformadas em células cancerígenas. Esta pode ser uma razão pela qual a infecção com o
retrovírus HIV, que causa a Aids, aumenta o risco para o desenvolvimento de certos cânceres.
Outras Viroses
Ex: Varíola, ; hepatites A, B, C, D...gripe; herpes; varicela; sarampo; raiva; Aids; ébola, dengue, etc.
Terapia Viral
Os vírus ao serem parasitas intra-celulares obrigatórios são dificilmente combatidos por substâncias
terapêuticas, o que se faz nestas situações é combater os sintomas da doença, ou então pode-se ter uma
atitude preventiva por ação de vacinas.
O que protege os humanos contra a infecção viral?
Os humanos estão protegidos por duas formas:
Primeiro, se um vírus infecta uma ou mais células de um determinado tecido do nosso corpo, a infecção
origina a síntese e secreção de substâncias chamadas interferons. Estes interferons são proteínas e
podem ser designadas como iinterferons alfa, beta ou gama.
Estas proteínas interagem com as células adjacentes, ajudando-as a tornarem-se mais resistentes à
infecção. Por vezes, esta resistência não é suficiente para evitar a disseminarão do vírus para maior número
de células, e a pessoa começa a sentir-se doente (está a ser vítima de uma doença causada por um vírus!).
Apesar disso, o sistema imunológico do corpo entra em ação (a segunda forma de proteção) e começa a
combater a infecção, matando os vírus que se encontram no exterior das células, e a destruir também as
células infectadas. Este fenômeno previne que o vírus se multiplique e propague, uma vez que o vírus
necessita de uma célula hospedeira para ser capaz de se propagar, como vimos anteriormente.
Eventualmente, o vírus é todo removido, e a doença deixa de existir e "incomodar".
O caso do HIV é uma exceção a esta situação, porque o HIV infecta células do sistema imunológico, as
quais vão ser necessárias para combater a infecção! Assim, o HIV não é diretamente responsável pela
condição de Aids, mas a eventual morte do sistema imunológico faz com que a infecção com HIV permita
que outras infecções (virais, bacterianas, ...) atinjam o indivíduo.
Resumindo....
Os vírus são as menores partículas que se conhecem, que possuem características próprias da vida - a
replicação. Segundo alguns cientistas, são formas intermédias entre a matéria viva e a matéria não-viva.
Os vírus podem conter uma cadeia única ou dupla de DNA ou de RNA, mas nunca os dois em conjunto, e
podem ainda ser sem envelope ou possuírem envelope.
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A multiplicação dos vírus animais difere nalguns passos da multiplicação de vírus bacterianos, por causa
das diferenças nos processos de síntese de macromoléculas em eucariontes e em procariontes.
Nem todas as infecções das células hospedeiras resultam em lise celular ou morte e por isso não causam
doença
imediata.
Em alguns casos, ocorrem infecções latentes, em que o vírus continua infeccioso, mas dormente no interior
da célula hospedeira, e aparece espontaneamente em alturas mais tardias.
Alguns vírus animais causam transformações nas células hospedeiras que podem desencadear um
processo cancerígeno.
Atendendo ao fato de serem parasitas intra-celulares obrigatórios o tratamento das doenças causadas por
vírus são normalmente para cuidar da sintomatologia, não existem antibióticos específicos para eles.
Uma forma de evitar algumas das doenças virais (as que são mais antigas e ou mais conhecidas) é a
prevenção por vacina.
Questões para estudo
1- As bactérias apresentam como mecanismo para promoção da mistura de genes entre indivíduos diferentes, o
processo de recombinação genética. Este processo pode ocorrer de três formas, sendo que uma delas é através da
formação de uma ponte (pili) entre as duas células, ocorrendo a migração de genes de uma bactéria para outra. Essa
forma de recombinação é conhecida como:
a) Transformação bacteriana
d) Conjugação bacteriana
b) Transdução bacteriana
e) Cissiparidade
c) Divisão bacteriana
2- Das doenças abaixo, a que NÃO é causada por vírus é:
a) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
d) Influenza.
b) Dengue.
e) Raiva.
c) Tétano.
3-"Nesta
cidade,
vacinação
anti-rábica.
Não
deixe
de
levar
seus
cães
e
gatos".
A Vigilância Sanitária promove, ao longo do ano, campanha para a vacinação anti-rábica de cães e gatos. Nessas
campanhas, as pessoas não são vacinadas porque...
a) com os animais vacinados, é menor a probabilidade dos humanos contraírem a doença.
b) a raiva só ocorre em humanos quando contraída através da mordida de morcegos.
c) ainda não existe uma vacina específica para os humanos.
d) a raiva é uma doença exclusiva de cães e gatos.
e) já foram imunizadas com a vacina tríplice tomada quando criança.
4-Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios que realizam todas as fases do ciclo no interior de uma célula
hospedeira. Sem contato com as células, as partículas virais são inertes e não apresentam atividade biológica aparente.
Com
relação
aos
vírus
que
infectam
eucariotos,
assinale
a
alternativa
INCORRETA:
a) Alguns vírus são capazes de infectar células animais e vegetais, multiplicando-se em ambos os organismos.
b) Os vírus que infectam animais normalmente penetram na célula por meio de endocitose mediada por receptores.
c) A infecção de uma célula vegetal por vírus com genoma de DNA tem como desfecho a lise da parede celular.
d) Os retrovírus integram seu genoma ao genoma da célula e alguns estão associados à ocorrência de câncer.
e) Morcegos hematófagos e roedores são exemplos de vetores de vírus que infectam seres humanos.
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5-Em 25 anos o HIV matou 25 milhões de pessoas e está presente em outros 40 milhões. É a segunda doença infecciosa
que mais faz vítimas no mundo, logo atrás da tuberculose. Em 2005, 3 milhões de pessoas morreram devido a AIDS;
dessas vítimas, 570 mil eram crianças. Dentre as características biológicas citadas a seguir a única que pode ser
encontrada no vírus da AIDS é:
a) parede celular formada por substâncias mucocomplexas.
b) DNA de fita simples.
c) pequenos anéis de DNA, os plasmídeos, dispersos no capsídeo.
d) membrana externa lipoprotéica.
e) enzima especial, a transcriptase reversa, para produzir DNA.
6-A dengue continua sendo um problema de saúde pública para o Estado do Rio de Janeiro. Assim, conhecendo-se o
causador da dengue e seu vetor, podemos usar como medidas profiláticas a:
a) vacinação em massa da população contra a bactéria causadora dessa doença.
b) exterminação de ratos vetores do vírus causador dessa doença.
c) eliminação dos insetos vetores da bactéria causadora dessa doença.
d) eliminação dos insetos vetores do vírus causador dessa doença.
e) distribuição de antibióticos contra a bactéria causadora dessa doença.
7-Os vírus não são considerados células porque:
a) possuem somente um cromossomo e são muito pequenos.
b) não possuem mitocôndrias e o retículo endoplasmático é pouco desenvolvido.
c) não têm membrana plasmática nem metabolismo próprio.
d) parasitam plantas e animais e dependem de outras células para sobreviver.
e) seu material genético sofre muitas mutações e é constituído apenas por RNA
8-Os vírus são seres acelulares que possuem como material genético:
a) DNA e enzimas.
b) RNA e enzimas.
c) DNA e RNA.
d) DNA ou RNA.
e)
somente
enzimas
9-Entre as características biológicas citadas a seguir, a única pode ser encontrada nos vírus é um:
a) programa genético específico que permite a reprodução de novos seres do mesmo tipo.
b) processo metabólico que requer compostos nitrogenados e de carbono, incluindo os produzidos pelos autótrofos.
c) maquinaria biológica que pode utilizar a energia armazenada em sua célula ou obtida dos alimentos.
d) maquinaria biossintética para a síntese de proteínas.
e) membrana celular que estabelece um limite e regula as trocas de matéria e energia.
10- Em 1928, Fleming isolou a penicilina a partir de culturas de fungos do gênero Penicillium. Primeiro antibiótico
conhecido, a penicilina foi produzida em larga escala para combate às infecções bacterianas. Desde então, inúmeros
outros antibióticos foram isolados de seres vivos ou sintetizados em laboratório. Cada um destes antibióticos interfere em
uma via metabólica das bactérias. Os antibióticos, porém, são inúteis no combate às infecções por vírus. Explique por que
os antibióticos não tem efeito contra os vírus
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Ação de agentes físicos e químicos sobre os microorganismos
O controle dos microorganismos é um assunto abrangente e de inúmeras aplicações práticas envolvendo toda a
microbiologia e não só aquela aplicada à medicina.
Métodos Físicos de controle:
O método mais empregado para matar microorganismos é o calor, por ser eficaz, barato e prático. Os
microorganismos são considerados mortos quando perdem a capacidade de multiplicar.
Calor úmido: A esterilização empregando calor úmido requer temperaturas acima de fervura da água (120º). Estas são
conseguidas nas autoclaves, e este é o método preferencial de esterilização desde que o material ou substância a ser
esterilizado não sofra mudanças pelo calor ou umidade. A esterilização é mais facilmente alcançada quando os organismos
estão em contato direto como vapor, nestas condições o calor úmido matará todos os organismos.
Calor seco: A forma mais simples de esterilização empregando o calor seco é a flambagem. A incineração também é uma
forma de esterilizar, empregando o calor seco. Outra forma de esterilização empregando o calor seco é feita em fornos, e
este binômio tempo e temperatura deve ser observado atentamente. A maior parte da vidraria empregada em laboratório é
esterilizada deste modo.
Pasteurização: consiste em aquecer o produto a uma dada temperatura, num dado tempo e a seguir, resfriá-lo
bruscamente, porém a pasteurização reduz o numero de microorganismos presentes mas não assegura uma esterilização.
Radiações: As radiações têm seus efeitos dependentes do comprimento da onda, da intensidade, da duração e da
distância da fonte. Há pelo menos dois tipos de radiações empregadas no controle dos microorganismos: ionizantes e nãoionizantes.
Indicadores biológicos: São suspensões-padrão de esporos bacterianos submetidos a esterilização juntamente com os
materiais a serem processados em autoclave, estufas e câmera de radiação. Terminado o ciclo, são colocados em meio de
cultura adequada para o crescimento de esporos, se não houver crescimento, significa que o processo está validado.
Microondas: Os fornos de microondas são cada vez mais utilizados em laboratórios e as radiações emitidas não afetam o
microorganismo, mas geram calor. O calor gerado é responsável pela morte dos microorganismos.
Filtração: A passagem de soluções ou gases através de filtros, retêm os microorganismos, então pode ser empregada na
remoção de bactérias e fungos, entretanto, passar a maioria dos vírus.
Pressão Osmótica: A alta concentração de sais ou açúcares cria um ambiente hipertônico que provoca a saída de água do
interior da célula microbiana. Nessas condições os microorganismos deixam de crescer e isto tem permitido a preservação
de alimentos.
Dessecação: Na falta total de água, os microorganismos não são capazes de crescer, multiplicar, embora possam
permanecer viáveis por vários anos. Quando a água é novamente reposta, o microorganismo readquirem a capacidade de
crescimento. Esta peculiaridade tem sido muito explorada pelos microbiologistas para preservar microorganismos e o
método mais empregado é a liofilização.
Métodos Químicos de controle
Os agentes químicos são apresentados em grupos que tenham em comum, ou as funções químicas, ou
elementos químicos, ou mecanismo de ação.
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Profª Elisangela Freitas
Álcoois: A desnaturação de proteínas é explicação mais aceita para a ação antimicrobiana. Na ausência de água, as
proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto na sua presença. Alguns glicóis podem ser usados, dependendo
das circunstâncias, como desinfetantes do ar.
Aldeídos e derivados: Pode ser facilmente solúvel em água, é empregado sob a forma de solução aquosa em
concentrações que variam de 3 a 8% . A metenamina é um anti-séptico urinário que deve sua atividade à liberação de
aldeído fórmico. Em algumas preparações, a metenamina é misturada ao ácido mandélico, o que aumenta seu poder
bactericida.
Fenóis e derivados: O fenol é um desinfetante fraco, tendo interesse apenas histórico, pois foi o primeiro agente a ser
utilizado como tal na prática médica e cirúrgica, os fenóis atuam sobre qualquer proteína, mesmo aquelas que não fazem
parte da estrutura ou protoplasma do microorganismo, significando que, em meio orgânico protéico, os fenóis perdem sua
eficiência por redução da concentração atuante.
Halogênios e derivados: Entre os halogênios, o iodo sob forma de tintura é um dos anti-sépticos mais utilizados nas
práticas cirúrgicas. O mecanismo de ação é combinação irreversível com proteínas, provavelmente através da interação
com os aminoácidos aromáticos, fenilalanina e tirosina.
Ácidos inorgânicos e orgânicos: Um dos ácidos inorgânicos mais populares é o acido bórico; porém, em vista dos
numerosos casos de intoxicação, seu emprego é desaconselhado. Desde a muito tempo tem sido usados alguns ácidos
orgânicos, como o ácido acético e o ácido láctico, não como anti-sépticos mas sim na preservação de alimentos
hospitalares.
Agentes de superfície: Embora os sabões se encaixem nessa categoria são compostos aniônicos que possuem limitada
ação quando comparada com a de substâncias catiônicas. Dentre os detergentes catiônicos os derivados de amônia tem
grande utilidade nas desinfecções e anti-sepsias. O modo preciso de ação dos catiônicos não esta totalmente esclarecido,
sabendo-se, porém, que alteram a permeabilidade da membrana, inibem a respiração e a glicólise de formas vegetativas
das bactérias, tendo também ação sobre fungos, vírus e esporos bacterianos.
Metais pesados e derivados: O baixo índice terapêutico dos mercuriais e o perigo de intoxicação por absorção fizeram com
que aos poucos deixassem de serem usados, curiosamente alguns derivados mercuriais tiveram grande aceitação, embora
dotados de fraca atividade bactericida e bacteriostática in vivo, como o merbromino.
Agentes oxidantes: A propriedade comum destes agentes é a liberação de oxigênio nascente, que é extremamente reativo
e oxida, entre outras substâncias os sistemas enzimáticos indispensáveis para a sobrevivência dos microorganismos.
Esterilizantes gasosos: Embora tenha atividade esterilizante lenta o óxido de etileno tem sido empregado com sucesso na
esterilização de instrumentos cirúrgicos, fios de agulhas para suturas e plásticos.
Terminologias
Esterilização: Processo de destruição de todos as formas de vida de um objeto ou material. É um processo absoluto, não
havendo grau de esterilização.
Desinfecção: Destruição de microorganismos capazes de transmitir infecção. São usadas substâncias químicas que são
aplicadas em objetou os materiais. reduzem ou inibem o crescimento, mas não esterilizam necessariamente.
Anti-sepsia: Desinfecção química da pele, mucosas e tecidos vivos, é um caso da desinfecção.
Germicida: Agente químico genérico que mata germes.
Bacteriostase: A condição na qual o crescimento bacteriano está inibido, mas a bactéria não está morta. Se o agente for
retirado o crescimento pode recomeçar
Assepsia: Ausência de microorganismos em uma área. Técnicas assépticas previnem a entrada de microorganismos.
Degermação: Remoção de microorganismos da pele por meio de remoção mecânica ou pelo uso de anti-sépticos.
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