Federação Nacional dos Professores www.fenprof.pt Uma escola sem portas nem janelas, outra a funcionar em contentores e as palmas à senhora Ministra... Nenhum dos 7 ministros (incluindo o primeiro) e dos 13 secretários de Estado que prestaram figuração na abertura do ano lectivo foi de visita até à escola básica dos Machados, na Boa Vista, Leiria. E foi pena, porque com uma câmara de televisão e repórteres da rádio ou dos jornais teria outra projecção uma abertura do ano lectivo no meio da rua, porque o edifício da escola não tem portas nem janelas. E, pelo menos em termos de pluralismo, a presença de um membro do Governo e da comunicação social onde as coisas não funcionam serviria para mostrar que o País não é o Postal ilustrado da propaganda onde tudo vai bem, ou pelo menos parece. Mas não, não vai. Na escola básica dos Machados, segundo o Jornal de Notícias de ontem, decorrem obras há quatro anos, à medida do conta-gotas municipal que vai pagando ao empreiteiro. As obras continuam, já a frequentar o quarto ano, e foi assim que o ano escolar abriu no meio da rua, na Boa Vista, Leiria. E em Meridões, concelho de Cinfães, segundo o Sindicato dos Professores da Região Centro, a escola funciona num edifício velho e em três contentores. Foi para ali que foram deslocadas muitas das crianças de algumas das 500 escolas que fecharam do distrito de Viseu, com o pretexto de que estavam velhas e eram pouco frequentadas. O primeiro-ministro e a máquina mediática, porém, visitaram uma escola do concelho ali mesmo ao lado, em Resende, para inaugurar e mostrar ao país um novo centro escolar. E o que importa aquilo que o país não vê, e a propaganda esconde, se em Custóias (Matosinhos), segundo a agência Lusa, a ministra da Educação foi recebida com salvas de palmas por uma centena de pessoas ao chegar para a inauguração de uma escola novinha em folha? JPG